Suspiros escrita por Gabriela Araújo


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Essa é o primeiro capitulo da minha primeira fanfic. Espero que vocês gostem.



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Estava sentada em minha cama, meus braços em volta dos meus joelhos abraçando-os. Não tinha mais lágrimas pra derramar. Essa discussão já durava horas. Do meu quarto ouviam-se os objetos de vidros se quebrando e a cada crack que escutava meu coração se apertava mais. Essa fora a pior discussão que meus pais já tiveram em todos os tempos, e eu os amava. Não queria vê-los assim.

Então comecei a lembrar dos nossos momentos felizes juntos, de quando eu era menor, de quando éramos uma família de verdade. Eu queria aliviar a tensão que estava me consumindo. Eu precisava me acalmar, tinha apenas 14 anos e não merecia está presenciando tudo aquilo. Mas eles não tinham um mínimo de consideração por mim. E enquanto eu pensava a briga continuava. Ouvi um tapa, e meu coração gelou. O silêncio tomou conta da casa.

Minha mãe entrou com um ar choroso no meu quarto, sua mão no seu rosto avermelhado. Eu não acreditava no que estava vendo, não podia ser o que eu estava pensado. Ele não seria capaz de uma coisa dessas... Ou seria?

– Minha filha, arrume suas coisas. Vamos sair dessa casa agora. Não quero ficar nem mais um minuto aqui. – É ele havia feito aquilo, não tinha mais dúvidas. E essa foi minha maior decepção.

– Ele...? – Meus olhos se encheram de lágrimas. Ele não tinha o direito de bater nela. Ela não merecia isso. E mesmo que merecesse, ela era minha mãe.

– Não quero falar sobre isso agora meu amor. Faça oque eu estou mandando, arrume suas coisas. – Então me entregou uma mala e saiu do quarto descendo as escadas com presa. Ouvi mais uns dois gritos e então meu pai subiu para falar comigo. Eu não queria olhar para a cara dele, eu estava com muita raiva.

Quando ele chegou ao meu quarto eu já estava arrumando a minha mala. Ouvi seu suspiro de lamentação mais não me atrevi a olhar para trás.

– Elizabeth você não vai a lugar nenhum. Desfaça essas malas agora! – Ele estava chorando oque fez meu coração aliviar um pouco a raiva que estava sentindo, mas ainda tinha batido nela e eu não iria perdoa-lo tão fácil assim.

– Não! – gritei – Você não tinha o direito de fazer isso com ela, eu vou junto com minha mãe. Você não pode me impedir! – Agora eu chorava desesperadamente. No fundo eu não queria ficar longe do meu pai, eu o amava muito.

– Façam oque vocês quiserem não me importo mais! – disse já saindo do meu quarto.

Eu não acreditava que ele tinha dito aquilo... Ele não se importa mais? Minha raiva aumentou a um nível extremo. Ele tinha a traído, batido nela e agora me diz isso? Ele era um covarde mesmo. Merecia a solidão.

Quando acabei de arrumar minhas malas, minha mãe gritou ansiosa pela a minha descida. Chegando lá em baixo, na sala de estar, vi meu pai choroso sentado no sofá com as mãos apoiados nos seus joelhos, sustentando a cabeça abaixada. Mas não senti remoço. Não depois do que me disse.

Ela já estava no carro, desabando em lágrimas. E agora com as duas mãos no volante, já dava para ver a marca dos dedos estampados na sua linda face. E isso me entristeceu bastante. Senti uma lágrima escorrendo pelo meu rosto, mas não podia demostrar fraqueza a ela. Ela já estava fraca o suficiente. Então, limpei o rastro de choro que me restava e entrei no carro. Senti um aperto no coração, mas o ignorei, deveria ser a saudade do meu pai, nunca havia ficado longe dele antes e a essa altura já não dava mais para voltar. A cada segundo que passava minha casa, ou melhor, minha ex-casa se distanciava cada vez mais.

Já estávamos na estrada principal quando reparei que estávamos sem cinto. O silêncio reinava. Botei o meu, e ela ainda chorava. Logo chegaríamos à casa da vovó, não via problema algum em ficar sem cinto agora e queria que ela tivesse um momento só, para pensar em tudo que havia acontecido, ela merecia isso. Não iria incomoda-la com uma coisa tão besta. Então ignorei a questão da segurança e virei meu rosto para janela. A paisagem era linda, mas o momento não era oportuno para apreciar a vista.

Ouvi um barulho e de imediato olhei para ela. Ela encarava assustada a contra mão, eu fiz o mesmo. Um caminhão desenfreado vinha em nossa direção, e meu coração como todo o resto do meu corpo gelou. Era o nosso fim. Apertei sua delicada mão ainda na marcha, como uma despedida. Não sobreviveríamos a isso.

Minha vista ficou escura.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Se sim ou se não comentem. Ninguém gosta de escrever para o vácuo. Obrigada e até o próximo capitulo.