Confiar escrita por LeuDantas


Capítulo 12
XII. Paixões


Notas iniciais do capítulo

queria mandar um beijo pra Ju e pra Laladhu, que acompanham a história desde os primeiros capítulos. beijão também pra Bi Camps, que chegou não faz muito tempo mas seeempre me manda reviews e me faz querer continuar a escrever. uma atenção especial também às leitoras novas, a quem prometi não decepcionar. e um beijo no coração dos leitores fantasmas, que não se comunicam comigo mas ainda assim têm um espaço no meu core. vocês todos são 10. ♥

e às minhas bffs sissa, prado e carol, apenas: ♥♥♥

divirtam-se! ps: tentem não surtar muito, ok? essa autora aqui ama vcs ♥



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– Só me escuta e deixa eu terminar de falar, ok?


Ele assentiu com a cabeça enquanto sentava ao meu lado.


- Eu sei que você deve estar achando que eu sou uma vadia – ele fez menção de dizer alguma coisa – Não fala, deixa eu terminar. Obrigada. Bem, eu estou me sentindo uma vadia. Na verdade, eu já me arrependi de ter falado. Ed, eu amo a Taylor. Ela é minha melhor amiga, minha irmã, confia em mim de olhos fechados. Talvez ela confie em mim até mais do que eu própria. E isso me faz pensar que eu acabei de fazer uma grande sacanagem com ela. Não sei por que eu disse isso a você. Na hora pareceu certo. Mas agora, quando eu ouvi as palavras saindo da minha boca, me senti pior que a Lindsay. Mas já está feito. Não tem como voltar atrás.


Suspirei antes de continuar.


- Edward, quando a Tay me apresentou a você, te achei lindo. Mas não sabia que você também era lindo por dentro. Quero dizer, você é atencioso e carinhoso, mas também é engraçado, esperto, inteligente e meio malicioso, o que, Deus me perdoe, é apaixonante. Eu me sinto extremamente bem quando estou com você. Sinto que poderia enfrentar o mundo com uma mão se a outra estivesse segurando a sua.


Fiz uma pausa e ri, me achando ridícula.


- Céus, o que estou dizendo? Desculpe, Ed. Eu deveria ter ficado calada. Esquece tudo.


A expressão de Edward era indecifrável. Algo como surpresa. Algo como confusão. Algo como não saber como agir. E posso jurar que via algo como desespero. Ele me encarava, mas seus pensamentos estavam longe. Eu ainda esperava uma resposta. Quer dizer, eu me declarei! Ele no mínimo teria que soltar um “Pamela, você é uma vaca, eu amo a Taylor, vá embora da minha casa, sua oferecida.”


- Pelo amor de Deus, fala alguma coisa! – implorei, impaciente e nervosa.

- Pam, eu...

- Ed, não estou te pedindo em casamento. Nem pra que você termine com a Tay, longe disso. Nem pra que você me beije. Só quero uma resposta. Estou a ponto de surtar.


Ele não respondeu. O silêncio foi quebrado pelo toque do meu celular. Respirei fundo ao ver o nome da Tay no visor.


- Oi, Tay.

- Pam! Você está bem? David me contou!

- Sim. Foi só uma queda, você sabe que sou lerda.



Nesse momento, Ed se levantou e foi lá pra fora. Me distraí olhando ele pela janela e não ouvi o que a Taylor disse.


- Desculpa, o quê?

- David disse que vocês brigaram.


Suspirei. Claro que ele disse.


- Tay, eu... eu não agüento mais. Meu namoro com o David não é mais o mesmo. Não depois da Wanessa. Não sei, toda aquela magia de contos de fada que tinha no começo simplesmente... sumiu. Não acho mais ele um príncipe encantado. Ele é ciumento e possessivo. Brigou com o Ed e o ameaçou. Quer dizer, eu não quero um namorado que ache que eu sou uma propriedade.

- Ele estava com ciúmes, Pam.

- Mas ele quer exigir que eu seja só dele, sendo que ele não é só meu! Ele ainda gosta da Nessa!

- E você é só dele? Ou tem outro cara na jogada?


Gelei.


- Não, Tay. – tentei ser convincente – Eu não sou dele, nem metade dele. Eu sou minha, me pertenço. Sou a companheira dele, não um objeto, um troféu. Algo que ele pode botar no bolso. E se ele não aceita isso, nem a companheira eu quero ser mais. Vou terminar com ele, Tay. Já me decidi.

- Se você acha que é certo, Pam, vá em frente. Estou aqui pra tudo. Vou sempre te apoiar nas suas decisões.


Limpei uma lágrima que escorria pela minha bochecha e tentei disfarçar a voz chorosa.


- Eu te amo, Tay. Muito.

- Também te amo, irmãzinha. Ed está aí? Não consegui falar com ele.

- Ah, está lá fora. Vou chamá-lo. Beijos.


Chamei pelo nome do Ed duas vezes até ele entrar. Então lhe entreguei o telefone e ele foi até a cozinha pra falar. Fiquei em silêncio, tentando escutar.


- Pra você também, meu amor. Também estou com saudades. Sim, estou cuidando dela. Aham. Ok. Certo. Ok. Eu também te amo. Saudades. Beijo.


Quando ele desligou, me entregou o celular e se sentou ao meu lado novamente.


- Pam... eu quero que você seja muito compreensiva.

- Ok. – me preparei pra levar o fora que já esperava.

- Não vou dizer que isso me pegou exatamente de surpresa. Mas ainda assim não sabia como reagir. Me dê... um tempo, ok? Pra pensar e ajeitar minha cabeça. – ele acariciou minha bochecha com o polegar.

- Esquece isso, Ed. Eu não devia ter falado nada.

- Isso é importante demais pra ser esquecido. São seus sentimentos, Pam. E os meus também. Só estou pedindo um tempo pra digerir tudo, ok? – ele sorriu, e eu assenti. – Vou terminar de fazer nosso almoço.


Ele passou levemente a mão pelo meu rosto antes de ir pra cozinha. Fiquei o tempo todo quieta, olhando pela janela, vendo a neve cair cada vez mais fraca até cessar. Um tempo depois, Ed chegou com um prato de lasanha.


- Peguei a receita com a mãe da Taylor. Não sei se está tão boa quanto a dela, mas me esforcei.

- Está com um cheiro ótimo. Obrigada.


Ele então foi novamente até a cozinha e fez um prato pra ele. Depois se sentou ao meu lado e comemos em silêncio.


- Estava bom. Até que você é um cozinheiro aceitável. – tentei quebrar o gelo quando engoli o último pedaço de queijo derretido.


Ele apenas riu e levou nossos pratos pra cozinha. Depois pegou o controle da televisão e me deu. Ajeitou a mesinha de centro pra eu apoiar minha perna. Então foi pro quarto e voltou de lá vestindo um casaco.


- Vou à farmácia, aproveitando que parou de nevar. Se precisar de alguma coisa, me liga na hora. Qualquer coisa.

- Certo.

- Estou falando sério, Pam. Qualquer coisa. Não seja teimosa. Qualquer coisa.

- Ok, prometo.

- Volto daqui a pouco. Quer fazer xixi antes de eu sair? Você não vai conseguir ir sozinha depois.

- Não, Ed – não consegui segurar um riso tímido – Estou bem. Pode ir.


Ele beijou minha testa e saiu. Vi pela janela quando enfiou as mãos no bolso do casaco, com uma expressão pensativa. Ele saiu pra pensar. Provavelmente numa forma de me dar o fora sem magoar muito.

Aproveitei o tempo sozinha pra pensar no que tinha feito. Fato um: eu iria terminar com o David independente do Edward. Fato dois: eu estava apaixonada pelo Edward. Fato três: Edward era namorado da minha melhor amiga. Fato quatro: eu falei ao namorado da minha melhor amiga que estava apaixonado por ele.

Fato cinco: sou uma vadia.

“Não se martirize tanto”, meu maldito subconsciente tentava me acalmar. Não, não sou a vítima dessa história. Definitivamente, eu sabia de todas as conseqüências. O que eu achava que ia acontecer quando eu contasse a ele? Ele iria terminar com a Tay pra ficar comigo? Era isso que eu queria? Ver a Taylor, minha melhor amiga, sofrer por minha causa? Sim, porque no final das contas, a culpa seria minha.

Não. Eu não queria isso. A Taylor era minha família agora. Junto com a Rachel.

“Oh, esqueci de ligar pra Rachel.”

Disquei seu número.


- Alô?

- Rach? Feliz natal!

- Pra você também, minha querida! Como está?

- Bem. Pelo menos estou inteira.

- Sinto sua falta. Simon perguntou por você.

- Manda um beijo pra ele. Como estão as coisas aí?

- Bem. Vou te visitar em breve, ok?

- Venha mesmo, estou morrendo de saudades.

- Com quem está passando o dia de hoje?

- Com o Ed. Tay e David ainda estão viajando.

- E vocês vão ficar em casa, certo?

- Bom, Edward saiu pra comprar alguma coisa na farmácia.

- Ele foi comprar camisinhas?!

- Rachel! Claro que não! – corei.

- Então o quê?

- Bom, não sei. Rach, não surta.

- Não faça nada que saiba que é errado, Pam. Se ele insistir alguma coisa, me liga que eu mando darem um jeito.

- Rachel – ri, com a ideia – Não surta, ok? Edward é meu amigo. Ele nunca faria algo assim.

- Mas se alguém, sem ser ele, tentar alguma coisa, me ligue. Ou pede até pra ele me ligar. Qualquer coisa que acontecer, me ligue.

- Você está falando igualzinho a ele.

- Então ele já ganhou alguns pontos comigo.

- Te amo, Rach.

- Eu também, querida. Beijos. Tenha um ótimo natal. Te ligo antes do ano novo.

- Obrigada. Você também.


Desliguei e ri sozinha da imaginação fértil da Rachel. Então acomodei minha cabeça no braço do sofá e adormeci.


Não sei onde arranjo tanto sono. Quando acordei, já estava escuro. Eu estava na cama, coberta com um lençol cheiroso e macio. A porta estava entreaberta e eu via a luz vinda da sala.


- Ed? – chamei, ainda sonolenta.


Ouvi passos e em instantes ele abriu mais a porta. Eu estava com frio, mas ele só vestia um calção e uma camisa de manga curta bem colada, realçando seu braço forte. Seu cabelo estava bagunçado, mas de uma forma incrivelmente... bonita. Ok, sexy.


- Oi, dorminhoca. – ele piscou um olho pra mim e eu agradeci por a luz estar apagada, já que devo ter ficado incrivelmente vermelha.

- Por que sempre que durmo no seu sofá eu acabo na sua cama?

- Por que agora o sofá é a minha cama. E quando eu fui me deitar, tinha uma doentinha lá.

- Ed, você pode dormir na sua cama. Já está fazendo muito por mim.


Ele se aproximou e deitou de lado, segurando a cabeça com a mão. Ele me deixava nervosa. A única fonte de luz era a televisão ligada na sala e a lua. Por alguns minutos, só ficamos nos olhando. Então ele finalmente quebrou o silêncio.


- Pam... – ele fez uma pausa, como se pensando em cada palavra – Lembra quando nós brincamos com a mangueira no seu quintal?


Assenti com a cabeça.

Ele se calou por alguns instantes.


- Desde então, eu tenho que repetir pra mim mesmo todas as horas do dia que eu estou apaixonado pela Taylor, não por você.


Tentei entender o que ele tinha dito. Como assim?! Meu estômago embrulhou, apesar do frio eu comecei a suar, e provavelmente devo ter feito alguma careta idiota.


- Desde então eu listo todos os dias os motivos pra amar a Taylor. Mas como eu sou incompetente, sempre acabo fazendo uma lista dos motivos pra amar você.


Cacei as palavras na minha boca, mas todas tinham sumido.


- Desde então eu tento me convencer que você é a melhor amiga dela, e tem namorado. Mas Pam, quando você me falou pela primeira vez, mesmo chapada com remédios, que era apaixonada por mim... Todas as forças que eu tinha pra desistir de você simplesmente sumiram. Eu amo a Taylor, Pam. E não quero magoá-la. Mas eu preciso de você. Eu... eu quero você pra mim, Pam.


Juro que tentei me controlar. Tentei contar até dez, mas no “três” eu já colei meus lábios nos dele.

Admito que um dos motivos de eu gostar do David é que ele beija muito bem. Mas quando beijei o Ed, foi incomparável. Por alguns instantes, nada mais existia. Só eu e ele. O resto não era importante. Ele colocou a mão na minha cintura e me abraçou, sem desgrudar a boca da minha. Então, num rápido momento de lucidez, empurrei ele pro lado.


- Ok – tentei dizer, recuperando o fôlego – Isso não vai mais acontecer. Não enquanto não estivermos solteiros.


Ele riu.


- Combinado.

- Ed, tem só um problema.

- Qual?

- Eu... preciso tomar banho.


Ele me deu um sorriso cheio de malícia, e por dentro, eu surtei.


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Notas finais do capítulo

FINALMENTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE LINDOS ♥



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