Laura E Edgar Em: O Amor E O Tempo escrita por Tânia Medeiros


Capítulo 8
Capítulo 8 - O Baile: Afinidades


Notas iniciais do capítulo

Meninas mais uma vez muito obrigada pelos comentários, vocês me deixaram muito feliz com eles.
Bom, como eu havia dito que não sei escrever por capítulos hoje posto mais uma parte do baile, acho que até ficou curtinha, mesmo assim espero que gostem.



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Edgar percebe o incômodo de Laura e a convida para darem uma volta pelo jardim.

Edgar: - O que foi aquilo no salão?

Laura: - Não sei, nunca havia me sentido assim.

Edgar: - Assim como?

Laura: - Completamente envolvida... e também ao mesmo tempo perdida.

Edgar: - E eu me encontrei... no seu olhar. (diz ele sorrindo olhando diretamente nos olhos de Laura).

Laura cora, não entendia direito o que havia se passado momentos antes naquele salão, o que havia sentido, o que estava sentindo, mas Edgar mexera com ela, de uma maneira que só achava possível existir nos romances poéticos. Edgar teme ter ido longe demais com sua afirmativa, não queria causar desconforto em Laura, não queria que ela se afastasse dele, ainda conhecia tão pouco dela, não sabia como agir com Laura, então muda um pouco de assunto.

Edgar: - E então o que gosta mais de fazer? Já que sei que as festas não lhe agradam muito.

Laura: - De ler. (responde com convicção).

Edgar: - De ler? (sorrindo)

Laura: - Sim. Ficou espantado?

Edgar: - Sim! Quer dizer não. É que a leitura é uma das minhas atividades favoritas.

Laura: - Jura?

Edgar: - Sim. Estou terminando de ler A Moreninha.

Laura: - Nossa, não acredito! Terminei sua leitura ainda esta semana.

Edgar: - O livro foi publicado há tantos anos, mas fiz questão de lê-lo, além de ser um belo romance, acho que boas histórias de amor não tem tempo, ultrapassam épocas... são para sempre!

Laura: - Concordo.

Edgar rindo: - Concorda? (rindo)

Laura: - Sim. A história é magnífica, Augusto consegue se apaixonar duas vezes pela mesma pessoa, cada vez como se fosse uma pessoa diferente.

Edgar: - Então Carolina é mesmo o antigo amor de infância de Augusto? Como eu suspeitava?

Laura só agora percebe que sem querer acabara contando o desfecho do livro para Edgar.

Laura: - Nossa me desculpe, você ainda não terminou de lê-lo, acabei estragando sua leitura. (chateada)

Edgar: - Não tem do que se desculpar. Mas se já terminou A Moreninha, o que está lendo agora?

Laura: - Senhora, de José de Alencar. Aliás, RE...lendo. (enfatiza)

Edgar: - Nossa gostou tanto assim da história de Aurélia e Fernando que está lendo pela segunda vez?

Laura: - Sim, quer dizer mais ou menos... A história deles é muito interessante e envolvente... (Laura para um pouco para pensar e continua). Antes que eu prossiga, você já terminou a leitura de Senhora? Não posso correr o risco de lhe antecipar mais um final.

Edgar: - Li-o faz um bom tempo. Realmente a história é muito interessante e envolvente, Aurélia e Fernando depois de muitos conflitos conseguem se entregar novamente ao amor que um sempre sentiu pelo outro, após terem uma convivência forçada por um casamento de aparências. Muito bonita a história deste livro. Mas você me pareceu um tanto quanto chateada ao enfatizar que está RE...lendo o livro.

Laura: - É que embora a história seja encantadora e bons livros merecem ser lidos e relidos infinitas vezes, estou relendo por falta de opção mesmo.

Edgar: - Como assim?

Laura: - Estou proibida por minha mãe de comprar títulos novos por dois meses, não posso sequer freqüentar a livraria. Logo agora que publicaram o novo do Machado! (diz decepcionada)

Edgar questiona: - Dom Casmurro?

Laura: - Sim. Estava louca para lê-lo, seria meu próximo título adquirido assim que eu fosse à livraria da Rua do Ouvidor, mas como estou proibida de comprar novos livros, terei de esperar no mínimo dois meses para começar a conhecer a história. (entristecida)

 Edgar: -Nossa, mas por que está proibida de ir a livraria e comprar novos livros?

Laura: - Me desculpe, mas prefiro não entrar em detalhes. Espero que compreenda e não fique chateado. Não merecemos ter a conversa estragada pelas idéias da minha mãe.

Edgar: - Como quiser. Linda noite não é mesmo?

Os dois caminham vagarosamente bem próximos, pelo jardim da casa, olhando as estrelas.

Laura: - Sim está uma bela noite.

Edgar: - A mais bela noite. ( Os dois se olham e sorriem).

Os dois caminham mais alguns passos e de repente Laura começa a rir, Edgar a olha e sem entender nada começa a rir junto, a risada de Laura além de linda era contagiante.

Laura:  - Me desculpe. (continua rindo)

Edgar: - O que foi? (rindo também)

Laura: - O chafariz! (rindo)

Edgar: - O que tem o chafariz? (rindo sem entender nada).

Laura: - A sua casa tem um chafariz!

Edgar: - Sim, mas confesso que continuo sem entender porque você está rindo. Achou a escultura feia?

Laura:  - Não, não é isso!

Edgar: - Se for, por favor não se sinta encabulada, admiro muito a sua sinceridade.

Laura: - Vou-lhe contar. Que tia Celinha não nos ouça, senão ela me mata. (rindo)

Laura explica: - Ainda hoje, pouco antes de virmos pra cá, ela me contou um episódio de sua juventude. Quando ela fora apresentada a um pretendente que meu avô arranjara para ela. A tia Celinha  embora seja uma ótima pessoa, é muitíssimo atrapalhada (rindo), acredita que ela se atrapalhou tanto que acabou jogando o pobre rapaz que era seu pretendente dentro de um chafariz?

Edgar solta uma alta gargalhada sendo acompanhado por Laura.

Edgar: - Deixe-me ver... e então você disse à ela que se eu fosse um chato insuportável você iria acabar me jogando no chafariz?

Laura rindo: - Não, claro que não. Eu não faria isso com você ainda mais que...

Edgar: - Ainda mais que...?

Laura envergonhada: - Que você não é um chato, insuportável, pelo contrário é um rapaz encantador. (Ela fica vermelha sem acreditar no que acabara de dizer, como poderia ter sido tão ousada?)

Edgar: - E você uma linda moça extremamente encantadora, tanto na beleza quanto nas atitudes, suas idéias, seu jeito, seu sorriso... (Ele vai se aproximando).

Nunca imaginei que pudesse existir uma moça como você: bonita, educada, bem humorada, inteligente, sincera...

Ele vai se aproximando olhando fixamente nos olhos dela. Laura nervosa, se afasta um pouco e acaba pisando em falso e quase acaba ela caindo no chafariz, mas é rapidamente amparada por Edgar que a segura em seus braços.

Edgar: - Você está bem?

Laura: - Sim. Embora quase tenha tido eu o mesmo desfecho do pretendente da tia Celinha. (Rindo sem graça).
Graças a você nada me aconteceu. (Diz mexida)

Edgar permanecia com Laura em seus braços e olhava profundamente nos olhos dela.

Edgar: - Eu nunca deixaria nada de ruim lhe acontecer. Você tem um olhar fascinante, tão sincero e ao mesmo tempo misterioso, cheio de ternura, de certezas, mal consigo me controlar tentado encontrar o que seus olhos têm a me dizer sobre você, o que eles também podem dizer sobre mim, das impressões que eu lhe causei. Laura eu sei que posso parecer precipitado demais, afinal estamos só nos conhecendo mas eu... (Ele aproxima seu rosto do dela).


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Notas finais do capítulo

Não queiram me matar pelo gancho haha,não quis fazer por maldade mas confesso que estou insegura com a continuação, preciso me acalmar antes de revisar e não acabar estragando tudo, insegurança bateu forte rsrs. Prometo não demorar para atualizar.

Um esclarecimento sobre o conteúdo do capítulo: "Dom Casmurro" foi publicado em 1899, e como no fake estamos exatamente no mesmo ano, resolvi utilizá-lo aqui, já que Laura na novela gostava muito de Machado ;)