Laura E Edgar Em: O Amor E O Tempo escrita por Tânia Medeiros


Capítulo 15
Capítulo 15 - Declaração


Notas iniciais do capítulo

Meninas, primeiramente muito obrigada pelos comentários e por todo o incentivo. Em segundo, me desculpem pela demora em atualizar. Bom, como algumas já sabem eu já havia escrito este capítulo faz alguns dias,mas eu sinceramente não gostei do modo como está escrito, tentei fazer lagumas alterações e até mesmo reescrever de outra maneira, mas não obtive sucesso em nenhuma tentativa.
Viajei demais, acredito que pesei a mão e ficou meloso demais não ficou nada condizente com a época,além do mais ficou gigante então precisei dividir o capítulo em dois, enfim cheio de defeitos, mas preciso dar continuação a estória e por isso aqui vai o capítulo.



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Horas depois Laura está em seu quarto recolhida lendo o livro que ganhara de presente de Edgar: Dom Casmurro.

[Laura lendo mentalmente]:

“— É um modo de falar. Em segredinhos, sempre juntos. Bentinho quase não sai de

lá. A pequena é uma desmiolada; o pai faz que não vê; tomara ele que as coisas

corressem de maneira que... Compreendo o seu gesto; a senhora não crê em tais

cálculos, parece-lhe que todos têm a alma cândida...


— Mas, Sr. José Dias, tenho visto os pequenos brincando, e nunca vi nada que


faça desconfiar. Basta a idade; Bentinho mal tem quinze anos. Capitu fez quatorze

à semana passada; são dois criançolas. Não se esqueça que foram criados juntos,

desde aquela grande enchente, há dez anos, em que a família Pádua perdeu tanta

coisa; daí vieram as nossas relações. Pois eu hei de crer? ... Mano Cosme, você

que acha?

Tio Cosme respondeu com um "Ora!" que, traduzido em vulgar, queria dizer: "São

imaginações do José Dias; os pequenos divertem-se, eu divirto-me; onde está o

gamão?

— Sim, creio que o senhor está enganado.”

Laura por mais que admirasse as obras de Machado de Assis e quisesse muito se deliciar com a leitura de Dom Casmurro, não conseguia se concentrar na leitura do livro, só conseguia pensar em Edgar, alternava momentos de leituras do livro com momentos em que seu pensamento ficava perdido lembrando das horas que passara com Edgar, desde o dia em que o conheceu.

Laura pensativa:

[FlashBack]

(Som de livros caindo no chão.)

Laura:- Nossa como fui estabanada me perdoe. (se agachando para pegar os livros que derrubou)

Edgar: - Não se preocupe.

Laura e Edgar estão a recolher três livros no chão da biblioteca da casa dos Vieira:

As mãos dos dois jovens então se encontram em meio a um dos livros a fazendo-os sentir uma forte sensação que fora reprimida por diversas vezes nos poucos encontros que tiveram, eles se olham sem dizer nada e se levantam sem soltarem as mãos. Os olhares continuavam perdidos um no do outro, olhares estes que se incumbiam de falar e expressar tudo o que um queria dizer ao outro, mas as palavras não sabiam expressar. Estão com o os rostos bem próximos, ambos podiam sentir a respiração exaltada um do outro, Laura sentia suas pernas tremerem e Edgar por sua vez era tomado por uma mistura de nervosismo e coragem. Edgar se aproxima mais de Laura, ele a hipnotiza com seus olhos claros e ele por sua vez mergulha profundamente nos olhos da moça.

Edgar diz calmamente e baixinho para que só Laura pudesse ouvir: - Esse seu olhar encantador, tão misterioso e ao mesmo tempo tão revelador me prende tanto, ao mesmo tempo que ainda existe uma menina também existe o despertar de uma bela mulher tão decidida em seus ideais. Laura você... esse seu olhar... eu não consigo me controlar...

Edgar sem conseguir mais resistir, beija os lábios de Laura. Ele segura seu rosto e movimenta os lábios levemente, Laura mal esboça alguma reação, porém também não foge do beijo do rapaz, o fazendo se sentir mais seguro na ousadia. Era o primeiro beijo da moça. Laura não sabia o que fazer, estava completamente entregue, envolvida, um nervosismo misturado a uma felicidade incontrolável tomavam conta do seu ser.

[Fim do Flashback]

Laura se encontrava em sua cama com o olhar perdido, uma de suas mãos toca levemente seus próprios lábios, fazendo a moça sorrir apaixonadamente, ainda sentia a sensação dos lábios de Edgar tocando os seus. De repente no interior de seu quarto começa adentrar o som de uma voz conhecida declamando um dos poemas que Laura mais gostava: “Ela” de Machado de Assis.

Seus olhos que brilham tanto,

Que prendem tão doce encanto,”


Laura sem perceber que aquilo tudo era real num instinto começa a seguir a declamação, proferindo um dos versos em voz baixa, esboçando um lindo sorriso:



“Que prendem um casto amor”



Os versos continuam a ecoar pelo quarto:



“Onde com rara beleza,


Se esmerou a natureza

Com meiguice e com primor.”


Laura então passa a reconhecer a voz e desperta do enlevo que se encontrava:


–Edgar? (Laura achava estar delirando)


O poema continua a ser declamado:



“Suas faces purpurinas


De rubras cores divinas

De mago brilho e condão;

Meigas faces que harmonia

Inspira em doce poesia

Ao meu terno coração!”


Laura num salto se levanta da cama e olha pela fresta da janela para o jardim de sua casa.


– É o Edgar! (incrédula)


Laura veste um penhoar e sai à sacada. Ela se depara com Edgar no gramado de sua casa, sob a janela de seu quarto, declamando o poema de Machado de Assis. Edgar já soubera que Machado era o autor preferido de Laura e este poema conseguia expressar muito do que ele sentia por ela. Edgar que mais cedo achara absurda a ideia de Guerra de fazer uma serenata de amor para Laura, não conseguira tirar da cabeça o conselho do amigo de que ele precisava se declarar para ela, quando voltara para casa, não conseguira acalmar seus pensamentos e num impulso corre a mansão dos Assunção, não aguentaria esperar mais um minuto sequer precisava dizer a Laura tudo o que sentia por ela. Ao ver a imagem de Laura surgindo na sacada da mansão Edgar abre o mais largo e mais lindo sorriso apaixonado para a bela. Laura sem acreditar no que estava vendo e ouvindo completamente deslumbrada com a atitude de Edgar, se ampara na sacada com sorriso apaixonado olhando pra Edgar enquanto ele continua a declamar:



“Sua boca meiga e breve,


Onde um sorriso de leve

Com doçura se desliza,

Ornando purpúrea cor,

Celestes lábios de amor

Que com neve se harmoniza.”

Enquanto isso, Assunção e Constância que também já estavam recolhidos começam a perceber o som da voz que declama o poema.

“Com sua boca mimosa

Solta voz harmoniosa

Que inspira ardente paixão,

Dos lábios de Querubim

Eu quisera ouvir um — sim —

Pr’a alívio do coração!”

Constância: - Alberto você está ouvindo?

Assunção assustado: - Sim. Mas de onde vem isso?

“Vem, ó anjo de candura,

Fazer a dita, a ventura

De minh’alma, sem vigor;

Donzela, vem dar-lhe alento,

Faz-lhe gozar teu portento,”

Constância: - Mas que sandice é essa?! Vem da direção do exterior do quarto de Laura.

Os dois assustados buscam se levantar o mais rápido possível para irem ao quarto da filha averiguar o que estava acontecendo.

Enquanto isso Laura ainda estava contemplando o momento que Edgar proporcionava a ela, Laura do alto da sacada ouvia Edgar dizer os últimos versos do poema, e ele se encontrava cada vez mais feliz, sentindo um misto de alívio e nervosismo e ao mesmo tempo se sentia cada vez mais seguro para expor seus sentimentos ao perceber que Laura estava encantada com tudo que ele estava fazendo. E como ela estava ainda mais linda, com os cabelos soltos que dançavam com a brisa noturna, ali estava a moça a quem Edgar amava tanto. Edgar termina de declamar.

““Dá-lhe um suspiro de amor!””

Laura emocionada, diz do alto da sacada: - Edgar esse é o meu poema preferido!

Edgar sorri nervoso: - Quer dizer então que você gostou?

Laura: - Preciso responder? Olha o estado em que você me deixou. (diz ela sorrindo e enxugando as lágrimas de alegria e emoção que molhavam o seu rosto). Mas o que você faz aqui?

Edgar: - Ainda não percebeu Laura?

Ela olha para Edgar com olhar confuso e interrogativo, porém sem dizer nada.

Edgar então se enche de coragem:

– Porque eu te amo Laura! Estou completamente apaixonado por você. Eu não aguento mais guardar isso só pra mim. Na verdade eu nunca pensei que pudesse me sentir assim algum dia. A sua presença é o que eu mais quero ter do meu lado, o seu sorriso, a sua gargalhada o timbre da sua voz eu não consigo mais viver sem pensar em ver você. Eu sonho com você todas as noites Laura. Nem eu mesmo conseguia entender o que eu estava sentindo mas agora eu sei Laura, eu te amo, mais que tudo eu te amo.

Laura: - Eu também te amo, eu também te amo! (diz ela com as lágrimas molhando o largo sorriso em seu lindo rosto).

– Ai Edgar!

Laura sem mais se conter diante de tanta felicidade sai correndo pela casa e sai ao jardim da mansão indo ao encontro de Edgar. Edgar mal podia acreditar no que via, Laura se aproximando dele com um fascinante sorriso no rosto, como estava bela, de camisola, cabelos esvoaçantes. Laura corre em direção a Edgar e ele devido a emoção mal consegue dar um passo. Laura se joga nos braços de Edgar, sendo segura por um forte abraço.

Laura se desfaz um pouco do abraço e olhando nos olhos de Edgar diz:

– Edgar, eu não acredito que você está aqui. O que você disse é verdade?

Edgar: - Quer que eu te belisque?

Laura com os olhos brilhantes: - Não! Repete? Repete pra eu ter certeza que eu não estou sonhando? (diz ela abraçada a ele pendendo a cabeça e o corpo para trás e com um sorriso imenso no rosto).

Edgar: - Eu te amo Laura eu estou completamente apaixonado por você. Esse seu sorriso lindo, o seu olhar, a sua voz, tudo Laura, tudo em você me encanta eu não consigo mais negar pra mim mesmo, eu te amo e eu preciso de você. (diz ele acariciando o rosto de Laura e tirando uma mecha de cabelo que insistia em cobrir o lindo rosto dela que sorria emocionada para ele)

Ele puxa Laura pela cintura, aproxima seu rosto do dela lentamente, encosta sua testa na dela. Enquanto Laura olha para Edgar completamente encantada com tudo que estava acontecendo, seus olhos brilhavam, transbordando emoções. Edgar então dá um beijo suave no rosto de Laura próximo a boca, olha mais uma vez em seus olhos e então cola seus lábios suavemente nos lábios de dela. Lágrimas rolam do rosto da menina. Durante o beijo Edgar acaricia o rosto de Laura e a puxa mais pra si, intensificando o beijo. Laura sobe suavemente seus braços para os ombros de Edgar que por sua vez a abraça forte pela cintura com uma das mãos enquanto com a outra continua a acariciar o rosto da amada. Assim ficam em um beijo calmo, porém carregado de emoções, sentimentos, carinho, completamente entregues sem esconder, sem tentar fugir de tudo que um sentia pelo outro. De repente os dois são despertados:

Assunção bravo do alto da sacada do quarto de Laura: - Mas o que significa isso?


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