Caminhando Para A Imensidão Azul escrita por LTrinkenathy
“O cabelo da garota fazia cócegas em seu peito nu e ele gostava. Gostava de tê-la ali ao seu lado. De ver seu sorriso. Tocar sua pele. Sentir seus lábios. Tudo o que ele queria é que esse momento durasse para sempre. Mas ele sabia que não seria assim, ele precisava ir. Beijou suavemente a testa de sua menina e tentou se levantar sem acordá-la., sem sucesso
–Finn...? – ele sussurrou baixinho, passando as mãos ao seu lado, procurando seu marido.
–Sim, Annie?
–Você vai voltar? – ela perguntou. Forçando seus olhos parar a claridade, tentando ver o rosto de Finnick. Seu Finnick.
–Claro, Annie – falando isso ele a beijou. Ah, como ele queria ignorar toda a rebelião e ficar, mas ele não podia. Ele estava preocupado em deixá-la aqui, naquele lugar branco e subterrâneo que ela mal conhecia, mas era preciso. Eles cuidariam dela aqui melhor do que ele cuidaria lá fora.
–Prometa – ela sussurrou, seus lábios roçando levemente nos do rapaz.
–Eu prometo.”
Estava tudo acabado. Tudo. Parte de mim tinha consciência disso, outra queria acreditar que era apenas um sonho ruim. A parte insana que eu carrego desde que saí daquela arena maldita. Finnick está morto, eu dizia para a parte louca, ele não vai voltar,completei. O que? Ela respondia. Mas ele prometeu que voltaria!
Eu estava na praia. O lugar me trazia boas lembranças de um tempo que agora parecia tão distante, como se tivesse acontecido a mil anos ou como se fosse apenas uma invenção da minha mente criativa. Mas não era. Eu podia ver uma garota loira arrancando as pétalas de uma flor e um garoto loiro a observando atentamente na beira do mar, eles estavam sempre ali. A garota sou eu e o garoto é Finnick, e isso não passa de uma ilusão. Eu as tinha bastante agora. Minha mente me enganava o tempo todo. Mas eu gostava. Eu fechava os meus olhos e fingia que Finn estava do meu lado, segurando minha mão. Infelizmente essas ilusões não estavam sendo mais suficientes. Eu precisava de mais. Eu precisava senti-lo.
Lembro-me do que Finn me disse antes de ir pra arena. Eu o visitei em uma sala do Edifício da Justiça e o dei uma pulseira preta feita com fios de rede de pesca para se lembrar de mim, então ele falou “Se sentir minha falta vá até o mar, eu vou estar lá”.
Ele estava no mar. Ele era o mar. Ele estava imortalizado aqui para mim. Por isso olhar a imensidão azul me fazia sentir um pouco melhor, eu estava olhando Finnick.
Me levantei e não me incomodei com os grãos de areia grudados em minha perna. Arranquei minha blusa e o resto de minhas roupas até que estava totalmente despida, deixei as peças ali mesmo na areia, não me importava. Caminhei até a água, passando por uma Annie e um Finnick mais jovens e felizes, eles sorriram pra mim.
A água batia morna em minha pele e eu continue caminhando e caminhado, até que estivesse totalmente embaixo do mar. O ar me faltou, mas eu não voltei à superfície. Eu estava caminhando para a imensidão azul. Caminhando para Finnick.
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