No salão comunal de Grifinólia, Harry me esperava, preocupado.
- Mione, onde você estava?
- Tomando banho. – Será que ele vai querer que eu descreva como foi?
- Você está bem?
- Sim, só cansada – Essa era a única resposta que ele teria.
- Vão todos para os dormitórios, por favor. – Um monitor anunciou. Eu não sabia que era tão tarde.

Sonhei apenas com ele aquela noite.

Estava no mesmo campo do ultimo sonho, mas a cena mudara, eu andava em direção a uma colina onde Draco estava deitado embaixo de uma árvore. Com os olhos fechados ele parecia tão em paz, sem todo o peso que ele precisa carregar. Só de calça e com os braços apoiando a cabeça eu podia ver seu corpo, não mais o de um garoto, era forte e definido como o de um homem feito... Suspirei alto. Ele abriu os olhos e me encarou sorrindo, sentei ao seu lado e passei a mão em seus cabelos, ele fechou os olhos ao meu toque. Desci a mão pelo seu rosto parando a palma no canto da sua boca, ele encostou seus lábios nela, continuei descendo até meus dedos tocá-los e ele encostou a língua neles, provando-os. Desci a mão por seu pescoço, peito até um pouco abaixo da costela onde a deixei me deitando ao seu lado e apoiando minha cabeça em seu tórax, ele me enlaçou e ficamos assim até eu acordar.

Levantei na hora com a sensação de que aquilo havia sido real, eu poderia ter passado a vida toda ali. Depois de arrumada encontrei Harry, Ron, Gina e Lilá para irmos ao refeitório juntos, como estava sobrando fui atrás do grupo.
Na porta do refeitório estava Draco e os dois descerebrados. Os outros entraram primeiro, mas eu ainda tive que ouvir Draco dizer:
- Ei Goyle está sentindo esse cheiro? Está fedendo a sangue-ruim! – Ele concluiu rindo com os dois.
- Sério Malfoy? Porque eu só estou sentindo um cheiro forte vindo de você, é medo. – e entrei antes de qualquer resposta. Sentei-me sorrindo, afinal esse era nosso jeito de amar.
Durante o café a professora McGonagall anunciou:
- Bom, estou aqui para avisar que haverá um baile no final do mês, os garotos devem fazer os convites e como a dança principal será valsa a partir de amanhã vocês irão ter aulas de dança. – Alguns reclamaram e algumas garotas entraram em polvorosa, menos eu, pois eu sabia que ou não iria, ou iria com ninguém.

Olhei para Draco disfarçadamente enquanto meus amigos estavam distraídos ele me encarava e quando nossos olhares se encontraram ele olhou para o lado com uma expressão que confirmou minhas suspeitas sobro o baile. Fui distraída pelo correio que chegara. Uma coruja veio e me deixou um bilhete: “Corredor. No fim da aula.” Só isso? Quem ele pensa que é? Eu não vou de jeito nenhum! Ele acha que é meu dono? Que eu sou a cadela vira-lata dele?

Depois da aula eu saí por ultimo e fiquei esperando no corredor do lado da sala, ele mais parecia um canto escuro. Eu não estava mais brava, só magoada. Eu já havia aceitado ser sua "sangue-ruim", mas não gostava de saber que ele tinha vergonha de mim. Fiquei séria e me prometi que nunca me envergonharia do que eu sinto por ele.

Draco já estava demorando, ou ele era muito lerdo ou havia se esquecido do ultimo soco que levara. Enquanto esperava fiquei imaginando o quanto seria incrível se nós fossemos juntos... Suspirei alto.
- Sonhando comigo? - Senti o sussurro gelado em meu ouvido, continuei virada de costas corando.
- Vamos Granger, não me ignore. - Ele disse em tom firme, mas persuasivo.
- O que você quer? - Perguntei ríspida me virando para ele.
- Você não respondeu minha pergunta. Você sonhou ou não comigo?
- Err... Sim. - Respondi corando e baixando os olhos.
Ele pôs a mão em meu queixo me fazendo olhá-lo nos olhos. Por um momento eu sabia que havíamos sonhado o mesmo sonho.
- Então, quer ir ao baile comigo?
- Você está falando sério?
-Sim.
- Colocaram alguma coisa no seu suco de abóbora?
Ele fez que não com a cabeça.
- Você não parece animada. - Ele disse com um olhar triste.
Olhei para ele furiosa.
- Não é isso, eu só estou me perguntando se eu vou ter que arrumar alguém para ir comigo e dançar escondido com você, ou se eu vou ter que ir sozinha e fugir no meio da festa para ficarmos juntos. - Parei para respirar e sai daquele canto indo para o corredor principal e recomecei em um tom mais alto. - E me pergunto por que você me chamou aqui onde ninguém vai perceber! Onde ninguém vai saber! Onde você pode esconder a sangue-ruim nojenta que faz seu sangue ferver!

Ele olhou para mim e ficou quieto, esperando eu fugir, mas não dessa vez, eu ia ficar e enfrentá-lo. Quando vi as pessoas foram se aproximando.
Ele deu um passo em minha direção e eu me virei de costas, fechando a cara e cruzei os braços. Aquilo era um ultimato, ele sabia. Ou ele me assumia, ou me esquecia.
Ele...
Draco...