Ele tinha certo fetiche por aquelas costas.

Elas tinha algumas cicatrizes aqui e ali e eram majoritariamente cobertas por tatuagens – tão coloridas que, de vez em quando, Aoba tinha a impressão que Koujaku estava usando uma camisa de malha estampada, colada a ponto de transparecer os músculos turgidos. O mínimo que fosse o movimento das escapulas era o bastante para hipnotizar Aoba com a dança das flores impressas na pele desgastada pelo sol. Era lindo.

Algumas vezes, quando Koujaku se virava muito na cama, Aoba se encontrava cara a cara com aquelas costas charmosas. Não resistia e acabava aventurando suas mãos. Os dedos passeavam por entre os músculos, massageando-os quando pareciam tensos; as palmas tinham certeza de apreciar a sensação das cicatrizes sobressalentes. Os olhos também não saiam perdendo e encantavam-se tanto com as flores quanto os símbolos tribais desenhados. Era extasiante.

Com o coração falhando uma batida, Aoba afastava os longos cabelos negros de Koujaku da nuca, sentindo a pele do amante ficar arrepiada por ande os dedos encostavam. O nariz, gelado, aninhava-se bem onde começava o couro cabeludo e tragava o calor e o cheiro do xampu de ervas. Os lábios formigavam em paixão e iam de encontro aos ombros largos. A pele quente impregnava os sentidos de Aoba, que beijava com ainda mais carinho, fazendo os ombros de Koujaku relaxarem, derreterem-se.

A tensão no pescoço e ombros de Koujaku era grande, Aoba veio a descobrir; talvez por todas as preocupações e dores dos últimos anos. Assim que os lábios de Aoba encostavam neles, porém, pareciam virar manteiga. Mas, quando os dentes começavam a mordiscar e os cabelos azuis recém-cortados roçavam na mandíbula, era a gota d’água. Koujaku nunca foi conhecido pelo autocontrole, por isso, àquele ponto, todos os músculos do corpo tencionavam e ele revirava-se entre os lençóis, louco para prender Aoba entre seus braços.