Percy Jackson E A Legião Da Luz escrita por Christhian Costa


Capítulo 18
Episodio 2 Capitulo 8




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Catarina

 Desertos não eram meu forte, sempre tivesse isso em mente, mas os últimos dias vieram como uma confirmação inegável disso, fiquei agradecida do quanto Neftera havia sido amigável ao falar sobre minhas expedições lá, mas toda vez que pus os pés nesse deserto quase havia morrido e neste instante nada parecia animador ainda mais com Jason correndo um pouco atrás de mim. O peso de mais alguém dependendo de habilidades que eu não tinha era ainda maior, mas ainda parecia pouco quando pensava no tamanho da criatura que nos perseguia.

— Aquela coisa está chegando mais perto — Jason gritou para que eu o ouvisse acima do incessante som da criatura e ao olhar para Jason mais ao longe pude ver a coisa rastejando sobre as areias do deserto, não dava para saber quão longo era, nada havia que pudesse chamar de rosto mas a boca parecia grande o suficiente para engolir um cavalo sem problemas, um perfeito verme do deserto.

— Eu sei Jason...— Respondi enquanto tentava pensar. Havíamos notado aquela coisa se levantando da areia numa enorme fonte de areia espirrando para cima a mais de um quilometro de distância e desde então temos corrido o mais rápido possível, já podia avistar formações rochosas a distância, pequenas montanhas de cor alaranjada pela paisagem e nelas havia cavernas onde talvez pudéssemos nos esconder, talvez.

— Nesse ritmo ela vai nós alcançar em alguns minutos — Jason continuou — Posso nos fazer voar para longe do alcance dessa coisa.

— Eu sei disso mas usar poderes está fora das opções no momento.

— Catarina...

— Cala boca e corre Jason, eu já disse que... — Antes que pudesse terminar de falar senti que era abraçada por trás e em um instante estava sobrevoando a areia rapidamente e nossa aterrissagem foi acompanhada de uma explosão de areia que nos cobriu e tossindo busquei Jason

— Mas que merda foi isso?

— Foi a coisa, ela saltou e... — Jason foi interrompido por uma tosse muito forte que imaginava que não era só culpa da areia, decidi não falar nada já que ele acabara de salvar nossas vidas então peguei a ponta do capuz dele e enrolei em volta de seu rosto, e fiz o mesmo com o meu enquanto corríamos na direção em que presumia ser a correta.

Quando saímos da nuvem de areia o sol quase me cegou, mas ainda pude ver as cavernas, olhei rapidamente para a nuvem, mas não notei movimento algum, sem perder tempo corremos até as cavernas, mas antes de chegarmos nelas o a areia sob nossos pés começou a afundar, em um reflexo instintivo puxei Jason para o lado e ambos saltamos no momento em que a boca do verme atravessou a superfície engolindo uma tonelada de areia, que infelizmente eu sabia que não o encheriam. O verme voltou ao subsolo e seu buraco foi logo preenchido com areia, ele havia decidido nos caçar de uma forma que dominava e com pelo menos duzentos metros até a caverna estaríamos perdidos, olhei para Jason que apesar do capuz enrolado sobre a face parecia abatido, me amaldiçoei em silêncio por ter perdido minha antiga aljava na Terra, mas agora ele era a melhor esperança de sobrevivermos.

— Jason, acha que consegue usar seus poderes mais um pouco? — Disse enquanto o levantava.

— Acho que sim, cada vez fica mais difícil, mas sim. — Ele disse sem me tranquilizar nenhum pouco.

— Então vem, quando eu mandar você nos faz saltar em alguma direção. — Disse já começando a correr o puxando pela mão, talvez ele mesmo não tenha percebido, mas estava mais lento, ao tempo que notei isso senti novamente a areia sob meus pés afofar e gritei — Agora Jason, para a direita.

 Saltando na hora perfeita sem dar chance de o verme refazer a trajetória e continuamos a correr, mas ao invés de voltar ao chão ele continuou subindo e já sabia o que viria, estávamos perto o bastante que visse a caverna que estava a nossa frente, mas não seriamos rápidos o suficiente, a sombra do verme começou a despencar em nossa direção junto a uma saliva grotesca que me esforcei para ignorar no que podiam ser meus últimos segundos de vida.

— Jason, para trás. — Gritei para ele.

— O que? — Em um milésimo de segundo Jason pareceu cansado demais para entender o que eu falava, pude sentir o intervalo entre as batidas do meu coração e admirar o brilho nos olhos azuis dele antes que ele reagisse e me puxasse para trás em salto rápido.

 Escapamos da boca do monstro, mas quase fomos esmagados pelo resto do corpo, mas conseguimos rolar para o lado antes que nos atingisse, dessa vez o verme não havia voltado ao subsolo, ele sacudia a boca levantando areia como louco, por sorte não sabia onde estávamos, antes que ele decidisse chegar ao redor entramos na caverna, depois de alguns metros de passagem estreita ela se abria em um grande espaço iluminado apenas por pequenos musgos no chão, nas paredes e seguiam através de grandes tuneis, um segundo de contemplação e no seguinte ambos desabamos no chão, caídos ali sobre o pano dos capuzes  em um chão frio que aliviava do calor escaldante no deserto nenhum de nós queria quebrar o momento de paz, então a vida decidiu quebrar por nós, de repente a caverna tremeu e muitos pedaços de pedra voaram pela entrada e quando olhamos vimos o verme cavando, ou melhor, comendo através da rocha da caverna.

 Meus pés tremiam e sentiam que iria desabar. Jason não parecia nada melhor, me perguntava em quanto tempo havia encurtado a vida dele, mas naquele momento isso parecia não importar, quando o verme passasse não teríamos como fugir dele, e os tuneis pareciam grandes o bastante para que ele passasse, foi então que algo me ocorreu, olhando para a entrada que o monstro abria notei que ela tinha um formato circular como a boca da criatura e como os tuneis ao nosso redor, corri passando pela entrada dos tuneis e vi que a maioria se inclinava para baixo, mas um deles continuava penetrando a rocha e era o único que não tinha os musgos florescentes, enquanto fitava o túnel podia ouvir Jason me chamando e sentia que cada vez mais o verme se aproximava, mas sentia além disso, além da escuridão naquele túnel, sentia uma presença adormecida então em um movimento rápido preparei uma flecha em meu arco e a disparei.

— Catarina o que você está fazendo? Precisamos correr! — Jason estava balançando meu ombro com seu gládio na outra mão pronto para entrar em uma luta que não podia vencer e foi nesse instante que a boca do monstros atravessou a última camada de pedras e logo rastejou seu corpo para dentro da câmara.

 Nos mantivemos de costas contra a parede enquanto o verme terminava de atravessar seu corpo nojento e rugiu contra nós, nos cobrindo com aquela baba ácida e pedaços de pedra estava prestes a avançar sobre nós quando um segundo rugido vindo do túnel fez com que ele hesitasse e logo em seguida a caverna inteira tremeu quando um outro verme, tão grande quanto aquele, atravessou o túnel em uma velocidade incrível e se atirou contra o que nos ameaçava, senti que tinha estampada um sorriso enorme no rosto por ter seguido meus instintos tão bem, mas não tive muito tempo para admirar meu feito, a batalha entre os monstros era feroz e estava levando com ela a caverna, eu disse para que Jason me seguisse e passamos da forma mais furtiva possível quando uma caverna está desmoronando e passamos pela entrada que o verme havia feito, já no deserto não demorou muito para que toda a montanha implodisse, sem duvida devia estar cheia de tuneis feitos por essas coisas.

— Wow, tenho um amigo que diria que esse verme sim sabe botar a casa abaixo. — Jason disse ajeitando o capuz sobre a cabeça.

— Não posso discordar — Eu disse enquanto olhava através das montanhas as ruinas que nos esperavam — Mas agora é que as coisas podem ficar mais difíceis.

Caminhar até às ruínas foi fácil demais, sabia que não veria vermes tão cedo, afinal não havia nem o menos dos insetos para se caçar. Estávamos exaustos e Jason parecia a ponto de desmaiar, mesmo que aquela falta de obstáculos me preocupasse entramos em uma das casas meio acabadas do lugar e nos encostamos em um canto para nós proteger do vento e do sol. Não havia muito naquele lugar além do vento forte, areia aos montes e bocado de construções de um material alaranjado, mas não dava para ver nenhuma que ainda estivesse inteira, sempre que perguntava sobre esse lugar Neftera mudava de assunto ou simplesmente não falava nada o que não ajudava nada quando tinha de fazer o reconhecimento aqui.

— Pelo menos aqui não é tão quente — Jason disse entre alguns golpes em uma garrafa de água, a postura curvada dele mostrava o quanto estava cansado.

— É verdade, não tinha notado antes — Eu disse enquanto tirava o capuz e o colete, eles não estavam ajudando a diminuir o valor agora, Jason vez o mesmo e pude notar o quão trêmulo estava então levantei e fui até ele decidida a fazer algo a respeito — Certo Jason, tire sua camisa e deite no chão.

— Que? — Jason disse assustado se afastando pra trás.

— Não seu idiota — Respondi revirando os olhos — Preciso que você faça isso ou então não vai conseguir chegar nem na caverna.

— Huh, então tá, só lembrando que tenho namorada.

— Tá, cala boca e se deita logo Jason — Eu o cortei e assim que ele se deitou me ajoelhei ao lado dele deixando nossos rostos muito próximos — Agora, feche seus olhos, tente acompanhar a minha respiração e relaxe.

Demorou um pouco mais do que eu esperava, a respiração dele estava muito fraca, mas quando conseguimos respirar no mesmo ritmo me afastei do rosto dele e comecei a massagear suas têmporas, depois até sua garganta, ali situação já ficava pior, ainda havia muitos sinais de lesões e encontrei ainda mais enquanto passava pelo tórax e abdômen dele.

— Então, pra que isso? — Jason perguntou.

— Pra eu conhecer sua musculatura e posso dizer que você tem belos músculos — Em resposta Jason apenas deu um gemido de desconforto — Mas preciso que você fique quieto pra poder fazer isso rápido e o menos dolorosamente possível.

Então antes que Jason pudesse protestar de qualquer forma, na maior velocidade que eu podia atingi vários pontos dá garganta a base do abdômen dele, talvez um pouco forte em alguns pontos, assim que terminei Jason arfou, se sobrou e rolou pra longe de mim na velocidade de um gato assustado.

— Mas o que foi que você fez? — Ele indagou já de pé e com as mãos levantadas mantendo distância entre nós e então ele pareceu perceber algo — Minhas mãos... elas pararam de tremer, na verdade eu estou me sentindo mais firme agora.

— Isso mesmo, agora coloca isso aqui de volta — Eu disse me aproximando com a camisa dele nas mãos — Foi uma técnica de pontos de pressão e dos chakras, arte milenar e blah-blah-blah, o que importa é que funcionou mesmo sendo só a segunda pessoa em quem uso.

— Não posso discordar — Jason disse já com a camisa de volta — E o que aconteceu com a primeira pessoa em quem você fez isso?

— Ela morreu — Eu respondi distraída enquanto terminava de me ajeitar e só então notei que  minha resposta não foi a melhor para o momento — Ah, não foi por causa das técnica, foi er... outra coisa.

— Hum, se você diz — Jason não parecia muito confiante em minha resposta, mas era bom vê-lo mais cheio de vida, especialmente depois de ficar uma semana naquela cama — E agora, que lado seguimos?

— Primeiro temos que achar a arma que pra usar contra os nascidos, até porque você ainda vai morrer se continuar usando seus poderes — Eu respondi já com o arco na mão e puxando capuz sobre a cabeça.

— Afinal o que é essa arma, como ela é? — Jason perguntou logo atrás de mim, também já preparado.

— A arma, bem... — Ele havia me pego de surpresa nessa, não dava pra responder direito a essa pergunta — Você vai ver quando a pegarmos de volta.

E sai da casa fazendo com que Jason viesse logo atrás. A cidade estava deserta, não que se espere algo de diferente de ruínas no meio do deserto, mas a quietude não me acalmava. Nós andamos por algumas ruas cheias de areia e detritos das construções decadentes enquanto eu tentava refazer o caminho da última vez que havia estado aqui até que chegamos ao que um dia de ter sido uma praça, uma grande área retangular com várias ruas levando a ela, bem no centro o maior amontoado de pedras do lugar, devia ser o resto de um templo ou de algum lugar importante, mas era estranho ser a única construção dá qual não havia sobrado nada, ali o vento formava quase uma tempestade tropical.

— Esse lugar é estranho, tem tanto vento... — Jason disse enquanto estávamos usando uma pedra como cobertura para que pudéssemos falar sem engolir areia.

— Acho que isso é normal aqui — Respondi depois de tentar ver o caminho a que devíamos seguir, a cidade não estava no meio de uma tempestade da ultima vez, imaginava que isso seria coisa de Septaris, lidar com seres poderosos em seus domínios era frustrante — Vamos avançar mais um pouco, não consigo dizer o caminho nessas condições.

— Certo... — Jason disse ainda distraído olhando para as pedras no meio da praça, seja lá o que chamou a atenção dele preferiu não compartilhar.

Andamos mais alguns metros até a entrada de uma rua coberta por montes de areia, quase chegamos próximos demais antes que suspeitasse de algo, então puxei Jason para que encostássemos em um muro.

— Ei, o que houve? — Jason disse depois de se agachar ao meu lado, então apontei para os montes de areia e ele compreendeu o que eu quis dizer — Montes de areia não se formariam daquela forma com esse vento todo.

— Exato — Assenti e olhei para rua, apesar do clima de catástrofe natural consegui reconhece-la e sabia que a arma não estava muito além dela, mas se aqueles montes de areia eram mesmo uma armadilha teria que primeiro dar um jeito neles, então peguei uma pedra que estava solta pelo chão e olhei para Jason — Me espera aqui e fique preparado, certo?

Ele assentiu já se armando com o gládio e eu atravessei a rua com pedra até que estivesse com uma cobertura próxima da entrada da rua e atirei a pedra na direção dos montes de areia, o resultado foi mais do que eu queria ter visto, várias mãos e rostos monstruosos se formaram dos montes de areia e pareceram de fundir uns aos outros esmagando a pedra abaixo deles, a rua estava infestada de nascidos. Depois de mais alguns momentos de observação daquela rua pude notar o resto da estrutura de uma coluna daquele material alaranjado com quase dois andares, ela estava muito desgastada e o vento não a ajudava, havia um grande buraco nela de onde pedaços eram carregados pelo vento, imaginei que se pudesse acertar uma flecha no ângulo certo seria o suficiente para desestabiliza-la por completo, talvez ainda pudéssemos dar a volta, mas sem dúvida isso tomaria muito tempo e poderia ser inútil.

— Por caria de elementais...— Resmunguei enquanto preparava uma flecha no arco, não era longe, mas ainda seria muito difícil acertar naquelas condições, então imaginei que estava tudo como o de sempre e tentei sentir o vento para corrigir a trajetória da flecha e visualizei o caminho que ela faria, uma curva fechada demais até o buraco na coluna, mas mesmo assim soltei a corda e o mundo se tornou um vídeo em câmera lenta enquanto via a flecha seguir o trajeto que imaginei e meu sorriso ia crescendo com o feito, mas antes de acertar o ponto ela sofreu um desvio e acertou a coluna um pouco abaixo do ponto — Ah, mas que droga!

Eu devia ter contido mais minha reação pois quando me movimentei um pedaço de pedra caiu do lugar onde estava escondida e nessa hora os nascidos se formaram e sabia que estavam vindo na minha direção, levantei com uma flecha pronta e preparada para correr, mas o que pude ver foi a coluna terminando perder seus últimos pedaços e caindo por cima dos nascidos, uma boa vingança pela pedra eu diria, foi uma sorte inusitada que por um momento fiquei só observando a nuvem de poeira e os grunhidos das criaturas, um momento longo demais e que quase custou minha vida pois não havia percebido um punho de areia se formando logo atrás de mim e antes que pudesse esquivar aquilo me acertou me empresando contra a parede enquanto a areia que tempesteava pelo ar terminava de formar um nascido, os olhos amarelos dá criatura brilhavam com prazer por poder acabar comigo, mesmo que a armadura tenha protegido contra o primeiro golpe do monstro, presa daquele jeito não teria chance contra o segundo ataque que ele já preparava, mas então um vultou surgiu por de trás do monstro e um espada dourada cortou uma das pernas do monstro, Jason deve ter sido a primeira pessoa a me deixar realmente feliz por não ter me esperado.

— Vamos — Ele disse enquanto cortava o braço dá criatura que me prendia, assim que estive livre disparei uma flecha a bem no meio dos olhos do nascido e saímos correndo dali em direção a rua — Certo, onde está essa arma que você falou?

Eu queria ter uma resposta fácil, mas o melhor que podia fazer era seguir o caminho até o ponto onde fui derrubada dá última vez e esperar que ainda estivesse por lá, o que os nascidos, mesmo com uma tonelada de detritos em cima deles, não deixaram fácil, tentáculos de areia surgiam do chão e tentavam nos capturar enquanto corríamos e a tempestade de areia só deixava as coisas piores, não é legal admitir, mas teríamos passado do lugar sem nem perceber se dois nascidos não tivessem surgido de redemoinhos de areia bem a nossa frente, foi só quando os redemoinhos limparam areia do chão que pude ver um buraco familiar no chão de uma das casas e lembrei que só podia ser ali que a arma estava, mas não teria como passar pelos nascidos e pegar a arma.

— Jason, boa notícia, sei onde está a arma — Eu disse enquanto esquivava da garra de um nascidos — Má notícia é que ela tá naquela buraco, então alguém vai ter que segurar eles aqui.

— Eu os seguro, vai logo, vamos precisar dessa arma — Ele disse rasgando o busto de um dos monstros com a espada e vi que mesmo com a regeneração dos nascidos tinha que confiar em Jason então eu corri entre os monstros e dei um salto para esquivar de tentáculos de areia que ainda surgiam do chão.

Quando entrei no buraco me arrependi por não ter ficado com um daqueles musgos fosforescentes, havia esquecido que o buraco dava pra algo que devia ter sido o porão e estava completamente sem luz, comecei a andar de um lado para o outro entre as colunas que sustentavam a casa até que senti algo se enrolar na minha perna, por pouco consegui segurar em uma das colunas quando o tentáculo de areia puxou meu pé, a força daquela coisa era parecia que ia rasga minha perna e eu não duvidava disso, sem poder ver muita coisa usei o arco na minha mão para bater na minha perna e acertar a coisa, não a ideia mais inteligente e nem a menos dolorosa, mas funcionou, apesar de quebrar meu arco, e quando ele soltou corri tentando sentir algo que não fosse pedra e areia até que esbarrei em alguma coisa, quando me abaixei para pegar senti a textura, tive certeza que havia encontrado a arma e sai correndo em direção a luz que vinha do buraco por onde tinha entrado.

— JASON — Eu gritei quando sai na rua e não o vi em lugar nenhum, mas então em uma das piores aterrissagens que já vi, Jason caiu a alguns metros me de mim e corri para ajuda-lo — O que aconteceu?

— Essas coisas elas não param de… — Jason disse depois que o ajudei a levantar, mas então em minha outra mão ele viu a arma e uma expressão de incredulidade tomou seu rosto ferido, honestamente ele reagiu melhor do que eu esperava — Você só pode estar de brincadeira, isso é a nossa melhor chance de chegar a espada?

— Poise, também reagi assim quando Neftera me deu esse negócio — Eu disse segurando a arma com as duas mãos como uma escopeta, a superfície plástica parecia frágil e as cores verde e laranja não combinavam muito, mas o que esperar de uma arma de água — Mas eu te garanto que ela vai ajudar.

— Eu espero que sim, porque eles estão aqui — Jason disse se ficando em posição de batalha quando os nascidos começaram a se formar a nossa frente.

— Ei montes de pó, lembram disso? — Balancei a arma a minha frente e alguns nascidos reconheceram aquilo e recuaram, esperto dá parte deles, mas outros avançaram contra nós, antes que Jason fosse contra eles tomei a frente — Deixa eu refrescar a memória de vocês.

Assim que puxei o gatilho uma torrente de água atingiu os dois nascidos mais próximos transformando seus corpos em lama e espalhando por metros, agora que pensava sobre isso a arma era bem similar a uma escopeta, até mesmo o recuo que quase arrebentava meus braços, o que não foi transformado em lama se tornou um monte de areia inerte.

— Que tipo de arma é essa?— Jason perguntou boquiaberto, mas antes que pudesse responder um nascido o atacou e num piscar de olhos estava empalado com o gládio de Jason — Deixa para lá, abre caminho com essa coisa que eu te dou cobertura.

— Pode deixar — Eu disse transformando mais um nascido em lama.

Mesmo com a arma atravessar a cidade foi uma corrida contra a morte, a tempestade dificultava a visão e a cada esquina mais nascidos se materializavam ou então tentáculos de areia tentava nos agarrar, admito que se Jason não estivesse ali teria sido morta três vezes no mínimo, quando enfim atravessamos a cidade o sol quase nós cegou, não tínhamos percebido o quanto a tempestade de areia filtrava a luz e então depois de nos afastar mais das ruínas percebemos que ela estava apenas sobre aquele lugar.

— Mais uma pra lista de coisas esquisitas na minha vida — Eu disse.

— E você ainda tem uma lista? — Jason perguntou sorrindo um pouco, de alguma forma era bom vê-lo sorrir — Para que lado vamos agora?

— Vamos ver… — Peguei o mapa da bolsa e vi que ainda teríamos que caminhar algum tempo, mas pelo menos estávamos na direção certa — Por aqui, ainda temos muito deserto pra atravessar.

O caminho foi árduo, mas estranhamente sem inimigos, as coisas nessa parte do deserto pareciam diferentes, os capuzes pareciam estar fazendo o trabalho com excelência pois o calor estava muito mais suportável. Algumas pausas durante o caminho para descansar foram suficientes e quando olhamos além do cume de uma duna vimos o que devia ser o lugar, a entrada de uma caverna se elevava do chão em meio a uma montanha de rocha escura.

— Parece que chegamos — Eu disse.

— É, com certeza é ali — Jason respondeu com um sorriso amargo.

— Como tem tanta certeza?

— Porque deuses do mal sempre se enfiam em lugares assim.

— Ah… — Pareceu fazer sentido para mim — Você tem mais experiência lidando com deuses e essa  loucura toda então, tem algum plano?

— Não exatamente — Ele disse desconfortável — Mas sei que não podemos contar que a sua arma vai dar conta dela…

— Quais são nossas opções então? — Eu questionei — Talvez possamos convencer o tal de Bolgin a nós ajudar, pelo menos distrai-la enquanto pegamos a espada.

— Honestamente não acho que podemos confiar nele…— Jason disse pensativo — Apesar de não concordar em elimina-lo para Neftera, ainda tenho meus poderes, mas nesse estado não vou poder usa-los mais que algumas vezes antes de apagar.

— Eu imaginei… — O que Jason disse já estava em minha mente, mas era algo com o que tínhamos de lidar, então me ocorreu que assim como estávamos cansados Bolgin e Septaris também estariam, talvez por isso não havia mais monstros — nós podemos conseguir, só temos que nos coordenar para tirar o melhor proveito do que temos.

Terminei de repassar algumas ideias enquanto chegávamos à caverna, ela era bem maior do que parecida de longe, quanto mais próximos estávamos começamos a notar sons vindos de dentro da caverna na maioria indecifráveis, mas podia jurar que ouvia a voz de uma mulher apesar de não entender o que ela falava.

— Aqui vamos nós — Falei baixo agachada na entrada da caverna, Jason ao meu lado assentiu confiante, nem parecia que estava com a vida por um fio, na verdade, a vida de todos estava por um fio e por isso teríamos eu ser precisos.

Entramos furtivamente na caverna, parecia como qualquer outra, exceto talvez pela presença de duas entidades poderosas em rivalidade e aquilo tornava todo o lugar mais pesado do deveria, transbordando com poder notava que a caverna estava desgastada, pouco depois que entramos os sons pararam, por caria de habilidades sensoriais que tornam todo trabalho de rastreamento e furtividade inútil, não poderíamos contar com a surpresa. Após alguns metros ficavam claros os sinais de luta, fendas como cortes no chão da caverna, pilares de pedra derrubados parecia que a caverna tinha sediado uma final de futebol entre gigantes, já estávamos há tempo demais na caverna sem notar movimento algum e isso me preocupava, mas foi então que notamos um brilho azulado vindo de uma das paredes da caverna.

— Então vocês são a duplinha enviada por Neftera para minha pequena festinha de ascensão — Sabia que era Septaris, o tom de deboche só podia ser de algo eu se achava superior ao resto — Desculpe não dar as boas vindas antes, digamos que não sabia como recepciona-los.

Por uma fração de segundo não viramos queijo suíço, o chão às nossas costas explodiu com areia em forma de estacas, conseguimos esquivar, mas meu capuz estava em frangalhos e nossa saída estava bloqueada por esporões gigantes de areia, foi então que ela surgiu das sombras da caverna, adornos de ouro enfeitavam o vestido branco eu usava além de um peitoral de um material amarelado que não sabia dizer o que era.

— Ah, o que foi, não gostaram da minha surpresinha? — Ela disse se aproximando e cada detalhe que ficava visível passava a ideia de poder, os cabelos negros amarrados com fitas de prata, os brincos de rubi e a pintura sobre a pele morena do rosto, se alguém estivesse pagando por tudo aquilo eu sentia muita pena — Talvez devessem ter pensado nisso antes de se intrometer em assuntos alheios.

— Você sabe eu seu mundo está sendo invadindo não é? — Jason falou rapidamente chamando a atenção dela, sabia que mesmo sem dizer ele estava me dando uma chance.

— E o que eu tenho haver com isso? — Septaris ironizou — Veja bem, nada disso estaria acontecendo se aquela espada estivesse em minhas mãos.

Quando mencionou a espada ela apontou para o muro de luz azul que cobria uma das paredes, notei que devia algum tipo de proteção do outro deus, afinal não o via em lugar algum. Aproveitando a distração coloquei as mãos na escopeta, mesmo que Septaris parecesse ser feita 90% de arrogância pura, um disparo a queima roupa da arma ainda deveria fazer um estrago.

— Sabe, quando conheci Neftera nesse mundo primeiro me senti perdido, não conseguia entender como podia haver outros deuses em outros mundo, mas conhece-la me mostrou que deuses não precisam ser arrogantes por sua posição — Jason falou firme e olhando desafiadoramente para ela — Mas o que sinto agora que conheço você, não é nada de especial, você não passa de mais uma deusa na lista.

— Como ousa, você é uma carcaça ambulante pronta para cair morta a qualquer minuto, eu sou Septaris, Eu sou rainha do deserto, EU governo aquilo que este mundo vai ser, o que todos os mundos serão, EU.. — Ela pareceu tomar as palavras de Jason como uma heresia da maior escala, avançando sem pensar contra ele não foi difícil em um movimento apontar a arma para a cabeça dela e disparar.

O efeito não foi tudo que esperava, uma grunhido de dor e ela recuou algum metros, Jason avançou contra ela para golpeá-la e mesmo aturdida ela controlou a areia para formar um sabre em sua mão e bloquear  Jason, mas então corri para o ponto dela e disparei mais uma vez, armas com munição infinita eram bem uteis, ela perdeu o equilíbrio e Jason a desarmou com um golpe do gládio e acertou o rosto dela, antes de outro ataque ela se desfez em uma nuvem de areia e reapareceu metros mais longe com a mão sobre corte tentando fazer com que aquele liquido dourado parasse de verter por ele.

— Malditos sejam... — Septaris parecia em choque com o ferimento, mas logo o ódio tomou conta dela, da mão que antes segurava o corte brotaram espinho de areia — Morram de uma vez!

O que salvou nossos vidas foi o poder de saltar com o vento de Jason, mas ainda assim fomos atingidos, caímos rolando e a arma um pouco a minha frente e me apressei para pega-la, mas assim que me levantei Septaris estava a minha frente armada com o sabre.

— Adeus coisinha irritante — Ela disse brandindo a espada e olhando fundo naqueles olhos loucos de ódio e desejo de poder eu não recuei e puxei o gatilho.

Tudo se tornou lento, o que via a minha frente era uma mistura de água, areia e pó em uma explosão que me jogou para trás, então me ocorreu que estava de costas para os grilhões de areia, que a vadia das areias ia sair bem daquilo e que havia falhando com Jason e todo mundo, meu fim era certo, não havia nada a fazer a não ser aceitar esse pequeno infinito que eram os últimos momentos de vida, mas algo não estava certo, na minha vista via um borrão se movendo pela caverna, talvez já estivesse com um dos grilhões me perfurando, mas aquilo chegou perto de mim e em um segundo vi o mundo como um filme acelerado e quando dei por mim estava próxima do muro de luz azul, mas do que devia ser o outro lado dele, de repente Jason apareceu ali segurando o gladio no meio de uma nuvem de poeira tão confuso quanto eu, mas segurando ele pelas costas estava um homem alto e musculoso, usava apenas uma calça escura e botas.

— Ora, ora o que temos aqui? — Ele disse esfregando as mãos e jogando os cabelos longos e vermelhos para trás — Um semideus e uma legionária da luz, que dupla inusitada para um lugar como esse, ah, que modos esses os meus, me chamo Bolgin, é um prazer dividir meu cárcere com vocês.

— Você tem super-velocidade — Foi tudo o que conseguir dizer no momento, não era o primeiro ser que via com esse poder, mas era o primeiro que me livrou da morte com ele.

— Bem observador da sua parte — Ele respondeu.

— Espera, se você é Bolgin, onde está a... — Jason questionou, mas o deus o interrompeu

— Ah, bem aqui — Ele disse sumindo em um borrão e reaparecendo do lado de um monte de pedras do qual ele desenterrou a espada na bainho de couro escuro tudo que se destacava era o punho feito de prata — Imagino que tenham vindo mandados por Neftera por isso e com o bônus de se livrar de mim não é?

— É, isso mesmo — Eu respondi e honestamente, com uma deusa maluca querendo nossa morte do outro lado não via como mentir teria ajudado.

— Sinceridade, sinto falta disso nas pessoas — Ele respondeu — Se quiserem podem ir em frente, mas vão apenas apressar que aquela ali fique com a espada.

— Afinal de conta por que todos querem algo com a espada, por que a roubou se Noretae precisava tanto dela? — Jason perguntou.

— EU NÃO ROUBEI NADA — Bolgin se exaltou e por um momento me perguntei o quão rápido ele poderia nos matar, mas ele deixou cair os ombros e assumiu uma expressão triste — Eu não roubei nada, vocês não precisam nem dizer que quem disse isso foi Neftera, é a cara dela, nenhum dos outros gosta de mim, mas ela tem uma maneira especial de me odiar, ninguém confia em mim, ninguém nem ao menos me leva a serio... exceto Noretae.

— Como assim? — A melancolia na voz dele quando falou o nome dela foi familiar o suficiente para me fazer desconfiar que havia um pouco de importância nas informações que Neftera decidiu não nos passar — Fale a verdade, eu garanto que nós vamos te ouvir.

— A verdade... — O rosto de Bolgin pareceu se iluminar, por algum motivo me perguntei se deuses podiam sofrer de depressão — A verdade é que Noretae foi a primeira que me viu plenamente, não o deus das más notícias que ninguém quer por perto, estivemos muito próximos por um bom tempo e acabamos nos apaixonando, ninguém podia saber é claro, mas quando Noretae chamou por mim na montanha e fui até ela, implorei que me deixasse lutar ao lado dela, mas havia algo mais importante a se fazer, a Serrilha da tempestade precisava ser purificada nas ruinas da cidade de Kettu, as ruinas pelas quais vocês devem ter passado também, só assim ela teria força total, mas quando fui até lá Septaris me emboscou e acabei preso aqui, incapaz de fazer coisa alguma enquanto aguardo minha morte, afinal, não posso usar a espada.

Depois de tanta informação precisei de um minuto para processar tudo, olhei para Jason e ele também parecia acreditar, uma semana ajudando e Neftera ainda quis nos usar pra fazer o trabalho sujo e isso me deixava com ódio.

— Você não vai morrer Bolgin, tem que haver uma maneira, talvez se pudermos mandar uma mensagem para o Argo III...— Jason disse.

— Seus amigos também vão estar em apuros assim que entrarem aqui — Bolgin o cortou — Nenhum deles sabe realmente a onde está indo e se abrirem o portal errado vão acabar no meio da batalha ou pior, hehe, desculpe pela má noticia.

Ouvir aquilo deixou Jason acabado, foi como se as ultimas forças dele se esvaíssem e então os ferimentos dele pesaram e o fizeram cair com a mão sobre o peito, me ajoelhei ao lado dele e peguei seu rosto em minhas mãos.

— Ei, ei, ei Jason, olha pra mim, Jason — Ele parecia incapaz de respirar e os ferimentos pareciam estar piorando, impotente eu o via arfar em meu colo e segurei a mão dele — Por favor, não faz isso, não desiste agora, Jason.

— Que pena, ele só tem alguns minutos de vida, outra má noticia — Bolgin interrompeu.

— Será que você pode parar de dar más notícias e …— Algo me ocorreu enquanto gritava com Bolgin — Você pode dar más notícias, é o deus delas afinal não é, poderia fazer isso em outra dimensão?

— Isso é incomum, mas acredito que sim — Ele respondeu — Mesmo que eu pudesse avisar seus amigos na Terra teria que passar por Septaris e eu não posso, nem vocês juntos, nem você quando ele morrer.

As palavras dele pesaram sobre mim e com Jason cada vez mais fraco me sentia sem esperanças e fui tomada por uma raiva irracional, queria gritar e me debater, não aceitava falhar daquela maneira, e assim meus olhos recaíram sobre a espada, era tudo culpa daquela por caria.

— Afinal de contas, pra tanto sacrifício por uma arma que ninguém pode nem usar? —

— Ah, a Serrilha pode sim ser usada, mas apenas mulheres podem desembainha-las, é o tabu dela —

Levei um segundo boquiaberta suprimindo todos os impulsos que tinha para esganar aquele deus imbecil.

— Eu sou uma mulher sua cria vermes do pântano, me dá essa porcaria de espada agora — Eu disse já tomando a espada das mãos dele, sem pensar duas vezes a desembainhei e correntes de energia elétrica dispararam pela caverna e por dentro do meu corpo, sentia como se um raio o atravessasse o que poderia ser verdade.

— Rápido, tente descarregar o excesso de energia antes que isso mate você — Bolgin disse tentando esquivar das correntes elétricas.

Me perguntei como poderia descarregar essa energia, podia fritar a cara da Septaris, ou o Bolgin por não ter falado de uma vez, talvez os dois, mas olhando para Jason cujos movimentos se resumiam apenas  alguns espasmos, até seus olhos haviam perdido o foco, decidi o que fazer, pressionei a ponta da Serrilha contra o colete de Jason sobre seu coração e descarreguei aquele energia lá, foram poucos segundos até a energia estar controlada e pesados segundos de silêncio se seguiram nos quais pensei que já era tarde demais e havia falhado mais uma vez, mas Jason levantou arfando.

— O que, o que aconteceu — Ele disse ofegante, com lagrimas nos olhos eu o abracei com força, era um alivio imenso vê-lo vivo — Eu... Eu desmaiei de novo?

— É, isso ai você desmaiou — Eu disse rindo da cara dele enquanto o ajudava a levantar.

— Que estranho eu me sinto... melhor, essa na sua mão é a Serrilha?

— Ah sim, é sim, história confusa sabe — Eu disse olhando para a espada, sem os raios podia ver melhor os detalhes da arma que devi ser feita com um metal platinado de forma a parecer um plasma elétrico — O que importa é que temos uma chance de novo, não só nós, mas Bolgin pode atravessar para a Terra e avisar o navio sobre como chegar aqui.

— Sim, mas para isso precisamos passar por Septaris — Bolgin disse — Mas sabe, vocês são loucos o bastante para fazer com que isso funcione, o melhor que posso fazer para ajuda-los é distrai-la e vocês precisarão derruba-la, quando fizerem isso saiam da caverna e levantem a Serrilha para o céu chamando por Noretae, isso os levará até ela, um ultimo aviso para você jovem dama, não use essa espada demais, ela ainda pode destruí-la se a empunhar sozinha, então, quando estiverem preparados vou levantar a proteção.

Deixamos o que sobrou de nossos capuzes para trás e assentimos para Bolgin começar, assim que a proteção sumiu um turbilhão de areia se aproximou, mas Bolgin nos levou rapidamente ao outro lado da caverna e quando Septaris se materializou ele correu envolta dela a fazendo ficar tonta e assim deixou a caverna, avançamos em conjunto contra ela, quando acertei o primeiro golpe com a Serrilha uma explosão de faíscas azuis a atingiu em seguida Jason se aproximou a atingindo no  braço.

— Não, como você ousa empunhar a minha espada sua mortal imunda — Ela disse por de trás de um escudo de areia que havia criado — Não merece usa-la.

— Ah é, vamos ver quanto isso — Ergui a espada e apontei na direção dela, uma descarga elétrica passou através do escudo e a atingiu jogando-a do outro lado da caverna, a sensação de eletrocutar uma deusa arrogante era boa, mas não durou muito, de repente senti como se microfissuras se abrissem em meus ossos, uma dor terrível que me fez cair de joelhos apertando meus braços.

— Catarina! — Jason disse enquanto corria em minha direção, mas então uma onda de areia o acertou.

— Ora, parece que no fim nada mudou não é? — Septaris debochou enquanto se levantava e caminhava em direção à espada, tentei acerta-la atirando uma faca, mas ela bloqueou e continuou a andar até mim e usou a areia para pegar o gladio de Jason, encostada contra a parede e sem outra opção atirei minha ultima a coberta por seiva, mas ela passou longe de Septaris — Ha-Ha, você errou e agora vai morrer pela arma do seu amigo, que tal isso?

— Quem disse que mirei em você? — Respondi e tive o prazer de ver o sorrisinho maldito dela virar medo enquanto ela virava para trás e via Jason enfiar minha faca bem na garganta dela — Que tal isso vadia?

Septaris caiu de Joelhos no chão, parecia querer falar, mas sua pele tomou um tom esverdeado doentio, a caverna começou a tremer e ela a se desfazer, minha faca caiu em cima de um monte de pó escuro e a juntamos com tudo o que era preciso e corremos dali, esquivando de rochas e fissuras se abrindo no chão alcançamos a saída da caverna, então desembainhei a espada, mas quando a segurei meu braço falhou, então Jason segurou minha mão e juntos deixamos a espada firme e chamamos “Noretae”.


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