A água corria pelo corpo de Rachel cada vez com mais pressa, ela podia ouvir os gritos de Kurt, Santana e Brittany enquanto era arrastada por poças pela rua por uma Quinn sorridente.

Um estrando veio do céu anunciando os trovões e Quinn parou, fazendo com que Rachel esbarrasse em suas costas.

"Vamos, temos que terminar logo isso!" Se pôs de frente a loira que estava travada segurando sua mão.

Um relâmpago clareou toda a rua e Rachel pode ver os grandes olhos avelã apreensivos. Mesmo em pouco tempo ela sabia o que estava acontecendo e tudo pareceu rodar em câmera lenta a partir daí. Um abaixar de cabeça, um apertar de olhos, respiração ofegante, voz da Santana chamando por Quinn e braços fortes lhe arrastando dali.

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O carro corria rápido na tempestade durante a madrugada e era constantemente iluminado por relâmpagos.

"Como vou saber onde você está se você não liga e quando chega não me dá satisfações!" Os gritos de sua mãe se misturavam com o barulho da chuva.

Um trovão seguido por um relâmpago.

"Você poderia ligar, sabe muito bem onde eu estava!" Mais um trovão seguido por um relâmpago. "Além do mais você poderia ter dado um jeito nisso sozinha, sabe que não tenho tempo para lhe dar com birrar de uma criança!"

Desta vez o relâmpago veio primeiro e o travão só se fez presente quando tudo já estava escuro.

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"Quinn! Quinn, está me ouvindo?" Santana segurava o rosto de uma Quinn catatônica no banco de trás de um táxi onde estavam espremidas com Brittany e Rachel, Kurt observava tudo do banco do passageiro.

Então Quinn finalmente quebrou nos braços de Santana enterrando seu rosto no colo da latina.

Rachel ainda estava meio assustada. Ela sabia que isso acontecia com sua colega de quarto, mas nunca tinha visto desde o começo e algo se partiu dentro de si ao ver aqueles olhos tão assustados.

"Está tudo bem, é só a chuva e o frio!" Ela embalava Quinn passando uma mão em suas costas, para tentar acalmar os tremores. "Porque você teve que vir com essa maldita fantasia de baleia, ãh?! Esse troço não é quente e agora você está congelando e me ensopando toda Fabray. Não abuse da minha caridade, você sabe muito bem que vou descontar isso de você depois."

Apesar das palavras Rachel percebia um tom de preocupação em Santana. Talvez as palavras fossem uma tentativa de amenizar a situação, mas Quinn continuava abraçada a seu corpo e tremendo.

Em um flash Rachel começava a tirar seu casaco para entregar para Santana.

"Não, Rach! Você também está molhada, vai acabar ficando doente." Kurt falou tirando seu próprio casaco e entregando para enrolar Quinn. Sua voz estava inexpressiva e ele olhava para Rachel om um silencioso 'precisamos conversar'.

Por causa da chuva forte não puderam voltar a universidade e o lugar mais perto era o novo endereço de Kurt. Eles subiram as escadas devagar e em silêncio. Quinn não estava mais abraçada a Santana, mas ainda não tinha falado.

"É pequeno, mas eu posso pegar dois colchões lá embaixo com o sr. Phill, só preciso de ajuda. E vocês podem pegar algumas roupas para dormir."

"Britt ajude o Kurt, por favor." Santana pediu enquanto tirava sua fantasia e as outras se secavam.

Brittany acenou e seguiu Kurt.

"Quinn pode me contar o que aconteceu?" Santana perguntou após vestir uma camisa de Kurt. Rachel só observava enquanto ainda secava o cabelo.

"Sant, vamos falar sobre isso depois..."

"Não, você disse que isso não acontecia mais, por que mentiu?" Falou mais chateada do que com raiva.

"Eu não menti!" Olhava para a blusa que Santana vestia e lagrimas começavam a manchar seus olhos.

"Não, não, não. Você mentiu! Mentiu pra mim, pra minha família sendo que tudo o que agente queria era te ajudar. Perguntamos várias vezes se você estava realmente segura em ir para faculdade e se você estaria bem sozinha e nos enganou durante três meses dizendo que estava tudo bem quando na verdade não estava..."

"Como eu iria saber se estava tudo bem se eu não tentasse?!" Quinn falou mais alto, olhando fixamente para Santana, que devolveu com a mesma intensidade. Parecia uma conversa sem palavras.

"Está bem." Acalmou no mesmo instante em que a porta abriu.

Rachel não entendia muito bem o que acabara de acontecer. Ela só sabia que sua pequena amizade com Quinn ainda não era suficiente para saber nada sobre ela.

Ela sabia que Quinn gostava de cupcakes, batia a canela todos os dias no sanitário, dormia fazendo circulos nos joelhos com os dedos e ás vezes chorava durante a noite.

Se ela escondia coisas de Santana que era sua amiga a mais tempo, quem era Rachel para querer saber tanto em menos de dois meses?

Quinn parecia estar bem por agora.

Os três colchões foram parar unidos no chão, com os cinco corpos tentado de todas as formas evitar o frio. Braços e pernas abraçavam corpos dos recém amigos em busca de calor.

Rachel foi presa por uma armadilha de polvo vinda de um grande corpo, magro e quente. Em seu estado meio dormindo ela não conseguiu identificar quem era, mas isso não importava muito, apesar de não poder se mover aquele corpo era o que lhe dava calor aquela noite.