Destino? escrita por Lasanha4ever


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

mil desculpas pela demora, eu fiquei presa nesse capitulo porque não sabia como continuar, agora que eu consegui fazer esse, vou postar o próximo o mais rápido possivel, espero que gostem ^-^



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20/6/2011 – Recreio, Rio de Janeiro.

  Tenho só mais uma semana de férias. Fiquei isolada do Gustavo, do Nico e do Lipe durante as férias inteiras. O Nico e o Lipe finalmente estão namorando, e dia cinco de julho farão quatro meses.

  Consegui manter o disfarce até agora, um ano e meio e ninguém descobriu.

  - Joana, eu vou receber uma pessoa muito importante aqui, e eu gostaria que você ficasse no seu quarto, escondida.

  - Hum, por quê?

  - Porque eu estou mandando! – a vó ‘tá meio tensa ultimamente, então eu não discuto.

  Vou para o meu quarto, separo um moletom confortável – já que o clima está esfriando rapidamente – e tomo um banho quente. Uma, ou duas horas depois, deito em minha cama e pego um livro aleatório para ler.

  Eu gosto muito de ler romances, sei lá, sempre fico mais entusiasmada quando tem amor no meio, acho que é porque a minha vida não tem, e lendo os livros, é como se eu saísse da minha vida e entrasse em outra.

  Devoro dois livros até ficar com fome, mas eu sei que não posso sair do quarto. Enrolo mais um pouco até dar dez e meia e minha barriga implorar por comida. Procuro em meu quarto novamente, mas não encontro nada. Desço as escadas, pé ante pé. E vou até a cozinha. Escuto o burburinho da conversa e passo reto, se eu ficar bisbilhotando, não terei tempo para pegar comida.

  Pego uma garrafa de um litro de Fanta Laranja e Stax – igual à Pringles, só que melhor. Aproveito e roubo uma barra de cobertura – aquele tipo de barras de um quilo. Enquanto volto para o meu quarto, escuto aquela voz conhecida.

  - Mas pai, o que você pretende ganhar ameaçando essa velha? Ela já falou que a neta não está por perto, do que adianta assustar ela? – puta merda, o que o Gustavo está fazendo aqui, e sobre o que diabos eles estão falando?

  - Fique fora disso, eu não quero que você se intrometa novamente, ou você vai se ver comigo. – então, seu pai volta para a sala, onde a minha avó provavelmente está, e o Gustavo soca a parede com raiva.

  Tento sair de fininho, mas ele me escuta. Olha para mim e fica com uma feição de surpresa e desespero.

  - Joa – corro antes que ele continue a falar, e me tranco no meu quarto. Se ele me seguiu, eu não sei, mas espero que não. – Ei, você está aí? Eu preciso conversar com você, é urgente. – ele bate na porta e eu não respondo. – É serio, eu só tenho alguns minutos antes que meu pai venha me procurar, então, abre essa porta!

  Procuro alguma coisa para apertar meus peitos, mas não encontro, então eu coloco um casaco gigante e abro a porta.

  - O que foi, cara? – pergunto, mas ele entra no meu quarto e rapidamente fecha a porta.

  - Para com o fingimento agora, Joana. – porra, ele sabe? Que merda!

  - Você sabe.

  - É claro que eu sei, não sou imbecil. Agora me escuta. Você está em um grande perigo por causa dos merdas dos seus pais. A sua avó fez bem em te colocar naquele colégio, porque ninguém desconfiaria, então não estrague as coisas agora. Não saia de casa, não saia do quarto quando tiver visita em casa, nem se a sua avó a chamar, nem se você escutar um barulho estranho. Quando voltarmos à escola eu te explicarei melhor. Agora eu tenho que ir, se cuida. – ele me abraça forte e se afasta.

  Sem palavras, e um pouco atordoada, eu vejo-o descendo as escadas rapidamente, e um tempo depois, escuto o carro saindo da garagem.

  O Gustavo realmente acabou de dizer que eu estou em perigo por causa dos meus pais? Depois quando eu digo que a vida não faz sentido, todos pensam que eu estou sendo dramática.  

  - Explique-se – peço assim que chego ao colégio e o encontro. Ele está com cara de cansado, olheiras escuras e uma cara nada amigável.

  - O que você quer saber, Joaninha? – ele dá um pequeno sorriso ao sussurrar meu apelido.

  Olho para trás para ver se o Nico ou o Lipe escutaram, mas eles estavam ocupados demais se pegando.

  - Por que diabos eu estou em perigo?

  Ele respira fundo. Sento na minha cama e espero.

  - É uma longa história, mas, antes de qualquer coisa, porque você não me disse que o seu sobrenome era Adornetto?

  Meu nome completo é Joana Adornetto Ribeiro, mas eu sempre optei por Ribeiro, porque Adornetto é meio estranho demais.

  - O que tem demais meu sobrenome?

  - Seus pais te contaram você sobre a família Rothfuss?

  - Nunca ouvi esse nome na minha vida.

  Ele respira fundo novamente.

  - Meu nome é Gustavo Hales Rothfuss, mas desde pequeno eu tinha uma missão, encontrar a filha do inimigo do meu pai, que neste caso é o seu pai. Então não poderia expor meu sobrenome Ruthfuss perto de ninguém. Sempre que eu me mudava de cidade, era porque meu pai encontrava alguma pista que nos levaria ao seu pai, e a você. Por isso que a gente se encontrava esses anos todos, mas eu nunca soube que você era ela.

  - Isso é totalmente sem sentido, sabia? Por que diabos meu pai e o seu seriam inimigos? E por que diabos eu estou no meio disso? Meu pai já morreu, ponto final.

  - O que vocês dois estão resmungando aí? – o Lipe chega, pulando na minha cama e abraçando meu travesseiro.

  - Er, nada. – respondo e me afasto.

  Eles conversam entre eles sobre a mudança de professores e eu pego um livro para tentar relaxar e esquecer a conversa que tive com o Gustavo. Quando ele me olha, tenho certeza que ainda precisamos conversar muito.

  A semana se passa lentamente. Sempre que eu quero saber sobre a história entre minha família e a dele, ele não está por perto. Quando eu não quero saber, ele quer me contar – aí eu fujo, e ele não me encontra até estarmos os quatro no quarto, onde ele não pode me contar.

  - Ah não, vó. Tá falando sério? – choramingo no celular enquanto ela me dá a pior noticia que eu poderia escutar. Eu vou ter que ficar no colégio esse final de semana. E adivinha que é o outro infeliz que vai ficar aqui?

  - Sim, eu tenho que sair da cidade para resolver uns problemas e preciso que você fique aí, estamos entendidas?

  - Tá. – resmungo. – Tchau vó.

  - O que ela queria? – o Nico perguntou enquanto brincava com o cabelo do Lipe na cama deles.

  - Eu vou ter que ficar aqui esse final de semana. – o Gustavo levantou a cabeça e eu senti seu olhar em minhas costas, mas eu o ignorei.

  - Ei, olha pelo lado bom, você vai ter a comida toda para você. – o Nico brinca enquanto acaba de arrumar sua mala. O Lipe está separando as camas, porque no final de semana, o inspetor entra nos quartos para ver se alguém destruiu alguma coisa, ou afins.

  Reviro os olhos e os dois ficam rindo que nem hienas. Eles são tão perfeitos juntos. O sorriso sapeca que eles dão quando são pegos se beijando quando eu entro no quarto é extremamente fofo, e eu tenho vontade de apertar as bochechas deles e perguntar a eles como é estar apaixonado. Quando eles dormem juntos, eu fico pensando no dia em que serei eu deitada com o cara que eu amo enquanto durmo tranquilamente com um sorriso no rosto.

  Mas, como nada é perfeito, eles ainda acham que eu sou um garoto, e falar com eles sobre amor definitivamente vai me colocar na categoria gay, o que vai deixa-los desconfortáveis perto de mim, porque eu posso estar gostando de um deles e tal. Ou seja, eu preciso agir como se o amor deles não fosse nada especial. Agir como um garoto. Isso é uma merda.

  - Temos que ir, Nico. Meus pais já ligaram duas vezes perguntando que hora s nós vamos chegar.

  - Tá, tá. – ele se vira para mim e move os lábios – Os pais dele são muito pontuais, caralho!

  - Ei, eu vi isso, Nicholas! – o Lipe dá um tapa na cabeça do Nico, o que faz todos rirem. Assim que os dois saem do quarto, o Gustavo se vira para mim e começa a abrir a boca para falar, mas eu corro para o banheiro e me tranco.

  - Ah, tá de sacanagem né, Joana? Nós precisamos conversar, porra! – ele socou a porta?

  - Eu não estou a fim de escutar essas baboseiras. Se me der licença, vou tomar meu banho.

  E eu realmente vou, está um calor dos infernos aqui, e eu estou suando muito com tanto pano em meu corpo. Tiro a roupa com calma, ignorando seus berros, e entro no box. Assim que fecho os olhos e tento relaxar, escuto o som da porta sendo arrombada.

  Berro e tento esconder meu corpo do olhar dele.

  - Você tava realmente tomando banho. – ele fala que nem um imbecil, olhando para meu corpo descaradamente por alguns segundos, depois cora e vira de costas. – Nós precisamos conversar. Meu pai não sabe que você está aqui, mas não vai demorar muito para ele descobrir, e até lá, eu preciso te manter informada e fora de perigo.

  - Por que está tentando me ajudar? Tecnicamente, somos de famílias inimigas. Você deveria estar ajudando o seu pai.

  Fecho o chuveiro e me enrolo na toalha.

  - Isso realmente importa? – ele gagueja.

  - Sim! Sai do banheiro e coloca essa porta no lugar! – minha voz aumenta um tom, e ele obedece meio emburrado, meio encabulado.

  Coloco uma blusa que encontrei pelo chão, e minha calça jeans. A minha blusa sumiu nessa confusão de poeira e coisas de banheiro no chão. Acho que estou usando uma blusa dele. Ah, foda-se.

  Assim que eu prendo o eu cabelo em um rabo de cavalo e saio do banheiro, ele começa a falar como se ele não precisasse de oxigênio.

  - Cala a boca!

  - Olha só, Joana, eu estou tentando salvar você, que tal mostrar um pouco de respeito? – ele trinca os dentes para falar, tentando manter a calma.

  - Tentando me salvar do que? Por quê?

  Ele olha para o celular e seu rosto fica paralisado em uma feição de pânico mesclado com raiva.

  - Puta merda, ele descobriu. – ele olha para mim – Joana, você tem que vir comigo, meu pai descobriu que você está aqui e mandou dois capangas dele para te pegar. Eu sou sua única chance de sair daqui.

  Reviro os olhos.

  - Eu não acredito em você.

  Ele respira fundo e soca a parede emitindo um grunhido.

  - Escuta aqui, Joana, nossas famílias são inimigas. Eu não sei se você entende o que isso significa, mas por hora, digamos que, se o meu pai conseguir pegar você, ele vai te torturar, fazer coisas terríveis, mesmo você não sabendo de nada sobre nossa rivalidade. Então, você vem comigo por bem ou por mal. – ele anda até a minha direção e me joga em seu ombro. Minha bunda apontada para frente, e minha cara quase na bunda dele. Tento dar um cuecão nele, mas porra, o garoto não sente dor! Fico o socando e me debatendo, até mesmo berrando, mas parece que não tem ninguém no colégio, e ele continua não sentindo dor.

  - Me solta, seu imbecil! – berro tentando fazer um cuecão nele, mas sem sucesso novamente.

  - Se você não calar a boca, eu vou ter que fazer isso, e te garanto que não vai ser nada agradável. Agora mantenha sua boca fechada, acho que escutei o barulho de um carro.

  - É claro que escutou, a escola é do lado da rua! Carros passam por aqui toda hora! Agora me coloca no chão! – continuo berrando e me debatendo, não que tenha funcionado.

  - Joana, cala a porra da sua boca! – ele fala com os dentes trincados e começa a correr para os fundos do colégio.

  Olho para frente e vejo uns homens de preto entrando no prédio onde estávamos cinco minutos atrás. Começo a entrar em pânico.

  - Me solta, me solta, me solta! – minha voz sobe dois tons, ficando fina e demonstrando demais o meu receio desses homens.

  - Fica quieta! – ele se vira para o prédio, onde eu estava olhando, e vê o último cara entrando. – Puta merda. Você vai correr comigo sem escândalo, ou eu preciso te levar assim até um lugar longe daqui?

   Eu realmente estou com medo dos brutamontes, e eu conheço o Gustavo desde pequena, confio nele mais que naqueles caras. Respiro fundo.

  - Eu vou correr sem escândalo. Agora me solta. – ele pensa em alguns segundos e então me solta. Ajeito minha roupa – agora amassada – e corro ao lado dele, mantendo uma velocidade rápida para mim, e lenta para ele.

  Meu coração está batendo forte, estou suando feito uma porca, minha respiração está alta e descompassada, e eu não aguento mais correr na calçada, desviando das pessoas. Agora, para piorar, quando eu olho para trás, eu vejo um carro preto – completamente preto – saindo do colégio.

  Puta merda, acho que eles me viram!


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