Ah não, isso não...

– Não, não, não.

– Lily não adianta nem tentar negar. – diz Dorcas.

– Isso não é possível.

– Ah é sim, se não fosse, você não estaria apaixonada pelo James! –diz Lene aumentando um pouco o tom de voz.

– Você não quer falar mais alto Lene? Acho que ainda não escutaram lá do outro lado da cidade. – falo ironicamente.

– Lily, é melhor você admitir logo. Você só está apaixonada pelo James, isso não quer dizer que vocês vão se casar, ter um filho e um cachorro chamado Bob. – diz Dorcas.

– Dorcas!

– Isso não é o fim do mundo Lily. – fala Marlene.

– Pra você não Lene, pra você não Lene... – digo bem baixo.

– O que não é o fim do mundo? – pergunta James aparecendo na porta.

– Como você entrou aqui?!

– Eu tenho uma chave reserva. – responde ele balançando a chave na minha frente. – Então, o que não é o fim do mundo?

– Quanto tempo você está aí ouvindo nossa conversa? – Dorcas pergunta.

– Cheguei na hora em que alguma de vocês falou “Isso não é o fim do mundo Lily”.

Pelo menos ele não ouviu nada de mais. Ou seja, o que ele ouviu não faz muito sentido pra ele, o que é ótimo pra mim. Eu afim do James, as meninas só podem estar doidas.

“Ou não...”

“Fica quietinha ai consciência, agora não é hora de você me atrapalhar.”

“Eu não te atrapalho, sou apenas a parte de você que acha que as meninas estão certas e...”

“Quietinha aí.”

É parece que até a minha própria consciência está contra mim, como se só a Dorcas e a Lene me dizendo isso não fosse o suficiente.

– Lily? – James estala os dedos na minha frente.

– Ahn? O que foi?

– Você ficou sem falar nada, e ficou encarando a parede.

– Sério?

– É... Mas voltando ao assunto, o que não é o fim do mundo?

Pelo visto, ele não vai mesmo desistir e sair desse quarto até que demos a ele uma resposta convincente. Eu e as garotas trocamos olhares tentando ver qual vai responder a pergunta com a resposta falsa.

– A Lily continuar a atuação lá em baixo. – diz Lene por fim.

– Ah... – diz James ainda desconfiado. – E o que vocês decidiram?

– Que... – Dorcas começa a responder.

– Que vamos parar de jogar por hoje. – interrompo ela e respondo.

– Ah... Qual é Lily? Não custa nada você descer lá e dar um beijo no Pontas. – diz Sirius que acabou de chegar no quarto, seguido por Remus.

– Se não custa nada, por que você mesmo não da um beijo nele? – pergunto.

Black e Potter olham um para o outro e fazem uma careta. As meninas ficam tentadas a rir da careta que eles fizeram, mas conseguem segurar os risos.

– Ei! Eu sou homem e tenho uma namorada! – diz Sirius chegando perto da Lene e passando o braço em volta de sua cintura.

– Tic Tac, Tic Tac... – diz Remus imitando um relógio.

– A arena é um relógio... – completa Dorcas.

– Tá bem tributos, se já acabaram com as suas loucuras, podemos descer e continuar o jogo? – pergunta James.

– Na verdade, estamos muito cansadas e já vamos dormir, não é meninas? – pergunto, esperando que elas me ajudem e concordem.

– Lily, ainda tá cedo... – diz James.

– A Lily tem razão, estamos cansadas e vamos dormir. – diz Lene.

– Então se não se incomodam, podem se retirar do quarto por favor? – eu pergunto.

– Por que temos que nos retirar? – pergunta Sirius.

– Por que nós vamos dormir aqui. – Dorcas responde.

– E nós? – os meninos perguntam juntos.

– Vocês podem dormir na sala. – responde Lene.

– Ei, mas o quarto também é meu! – James reclama.

– Você tem razão, mas isso não muda o fato de que vamos dormir aqui. – digo em resposta.

Com a ajuda das meninas empurramos delicadamente os garotos para fora do quarto e trancamos novamente a porta. No quarto de James também tinha uma televisão, ficamos lá vendo algumas séries, até que pegamos no sono.

Era quase meia noite, quando perdi o meu sono, após sonhar com... Adivinha quem? Duas palavras: James Potter.

Não é possível, até meu sonhos estão contra mim??

Resolvi levantar da cama sorrateiramente, sem acordar as meninas, peguei meu celular e fiquei ouvindo música, nada do sono.

Então me troquei, desci as escadas bem devagar, abri a porta, e sai pra tomar um pouco de ar...

James Potter

Eu tenho quase a certeza que as garotas mentiram pra mim sobre o que não era o fim do mundo pra Lily, a resposta que elas me deram não me convenceu...

Ah... Como eu queria ter chegado lá uns minutos antes, assim eu saberia do que se tratava; Eu sei que as meninas queriam espaço e por isso correram pro quarto e o trancaram, mas isso me deixou muito curioso...

Eu tentei durmir, tentei. Mas o sono não vinha, toda vez que eu fechava meus olhos, aqueles lindos cabelos ruivos tomavam a minha mente.

Isso não pode estar acontecendo, eu não estou afim da Ruivinha... Ou será que eu estou? Faz dias que eu estou assim, sempre que ela está perto, eu sinto um formigamento estranho, e ontem mais cedo, quando quase nos beijamos...

Nem eu consigo explicar isso, o Remus acha que eu estou mesmo apaixonado pela Lily. E que ela também está por mim. Sinceramente, se ela também está sentido o mesmo que eu, ela não deixa transparecer.

. . .

Após uns 15 minutos pensando, eu quase adormeci; Mas um pequeno barulho no topo da escada me fez acordar. Eu olhei pro lado, a tempo de ver uma sombra passando em direção a porta. Fiquei mais uns minutos tentando distinguir se era alguém, ou se era só alguma coisa da minha cabeça. Subi pro meu quarto, onde as garotas estavam dormindo.

Mas só tinham duas lá, e a jugar pelo pijama verde água deixado do lado do closet, eu diria que a pessoa que saiu foi a Lily. Me troquei rapidamente tentando fazer o mínimo de barulho possível pra não acordar ninguém.

Assim que eu sai de casa, não tinha ideia de pra onde ir, resolvi pegar a minha bicicleta e sai pedalando sem nenhum rumo. Já estava quase perdendo as esperanças de encontrá-la, quando vejo uma cabeleira ruiva andando mais a frente, diminuo as pedaladas, se for mesmo a Lily, não quero que ela me note, muito menos que pense que estou seguindo-a.

Então ela para de seguir a calçada e entra no meio do parque para o qual ela estava indo. Espero ela se distanciar mais, deixo minha bicicleta perto de um corrimão, e olho em volta a sua procura...

Lily Evans

Ao invés de ficar lá do lado de fora da casa, preferi andar em direção ao parque.

Assim que cheguei lá fui para perto de um dos lagos que tinha lá, me sentei na grama e fiquei olhando o luar, apenas pensando.

Após uns 5 minutos eu acho, ouvi um barulho, como o de alguém quebrando um galho, me levantei limpando a roupa e corri para as árvores, aquele esconderijo não era muito eficiente, então fui para a árvore do lado e comecei a escalá-la. Cheguei em um galho que me pareceu resistente e me sentei nele.

James Potter

Procurei por Lily em quase metade do parque e nada, eu estava indo olhar perto das lagoas quando sem querer piso em um galho fazendo barulho, olho pra frente e vejo alguém olhando pra trás se levantando e começando a correr.

Cheguei perto do lago, mas não a vi novamente, então fui olhar na direção para a qual ela correu, olhei árvore por árvore, e nada. Até que alguma coisa é acertada em cheio na minha cabeça, olho pro chão e vejo que era uma pedra. Quem em sã consciência me atiraria uma pedra e..

Ei, espera, que eu saiba só tem eu e a Lily nesse parque, então foi ela que atirou essa pedra em mim, só resta eu saber de onde. Olho novamente em volta e não a vejo. A não ser que...

Olho para o topo de cada árvore, e então consigo distinguir uma silhueta sentada em um galho de uma delas, percebo que ela olha diretamente pra mim e está mirando em mim também, eu acho que ela vai me jogar outra pedra. Mas diferentemente da primeira vez, quando ela me pegou desprevenido, dessa vez eu consigo facilmente desviar.

Vou para a árvore onde ela está e olho pra cima, quase recebendo mais uma pedra na cara.

– Lily! Sou eu, agora dá pra parar de jogar pedras em mim? – pergunto.

– Eu não estou te vendo, você pode muito bem ser um assassino.

– Tem razão, mas se eu fosse, você acha que eu teria parado pra bater um papinho com você?

– Como posso saber se está dizendo a verdade? – ela pergunta ainda desconfiada.

– Então eu vou subir aí. – falo apesar de não ter a miníma ideia de como.

Começo a subir, escorregando um pouco, mas no fim consigo chegar no mesmo galho em que ela está. Me sento no do lado.

– James, é você? – ela pergunta.

– Sim.

– Por que você está aqui? – ela pergunta.

– Resolvi passear no parque e aí eu vi uma garota sentada perto do lago... – começo a mentir.

– Eu sei que isso é mentira, não tente mentir pra mim, eu sei quando você está mentindo. – ela fala.

– Sério? – pergunto surpreso.

– Sim, você meio que enruga um pouco a testa e ás vezes não foca na pessoa com quem está falando.

Nossa, nunca pensei que alguém fosse perceber os sinais de quando eu estou mentindo, nem eu mesmo percebo que estou fazendo isso, muito menos pensei que quem fosse perceber isso seria a Lilian.

– O.k., eu vi alguém saindo, quis saber quem era, descobri que tinha sido você, sai a sua procura, estava quase desistindo aí te achei, depois te perdi de vista e só te achei de novo quando me acertou uma pedra.

– Como você percebeu que eu tinha saído? – ela pergunta.

– Eu estava meio acordado e ouvi um barulho na escada. – dou de ombros. – Minha vez de perguntar. Por que você saiu sozinha no meio da noite?

– Primeiro, eu estava sem sono... – ela começa a responder.

– Ei! Mas não foi você mesma que disse que estava cansada e que queria dormir?

Ela não responde, apenas fica calada.

– Continuando, e segundo, eu não iria ficar acordando ninguém pra me fazer companhia, quem tá sem sono sou eu.

– Mas eu também não estou com sono.

– E eu por acaso ia saber que você também estava acordado?

Ficamos calados por um tempo apenas olhando em volta, ou um para o outro.

– Lily, o que não é o fim do mundo? – repito novamente a pergunta.

– Ah... – ela solta um suspiro. – Você não desiste mesmo não é? Já te respondemos essa pergunta.

– E a resposta não me convenceu. Eu também sei quando você está mentindo Lily.

– Então... Quando eu estou mentindo? – ela pergunta.

– Não vou falar.

– Fala James, por favor. – ela pede.

– Só se você responder a minha pergunta.

Lily Evans

Ah meu Deus! O que eu faço agora? Eu não sei o que responder, e de acordo com James, ele sabe quando eu estou mentindo, o que já complica mais pro meu lado, por que nem eu mesma sei os sinais de quando estou mentindo. Bem, o jeito vai ser eu falar a verdade, mas ocultar as partes que ele não pode saber.

– Bem... – começo. – As garotas insistem em dizer que estou afim de um garoto, mas eu nego isso, então quando corremos para o quarto, elas me disseram que negar não iria negar a verdade. Então a Lene falou que não era o fim do mundo eu estar apaixonada por ele, e aí... Aí você chegou. – termino por fim.

James ficou atento a cada palavra que eu disse. E ficou calado por um tempo, apenas olhando pra mim, mas com o olhar distante. Isso me deu um nervoso, por que agora estou sentindo um estranho formigamento, na verdade, estou sentindo esse estranho formigamento desde que ele se sentou no galho ao lado.

James Potter

O que ela falou foi verdade, ela não está mentindo, eu saberia, por que quando ela mente, ela mexe no cabelo, ás vezes gagueja e fica corada.

Isso me faz lembrar de quando ela fica sem jeito, ela cora e põe o cabelo atrás da orelha, desvia o olhar e crispa os lábios. Ah, aqueles lábios meio avermelhados... E fica ainda mais linda quando não usa batom ou gloss. E tem também aqueles olhos, aqueles lindos olhos verdes, se eu não a conhecesse desde que era pequena, diria que eram lentes, mas não. E ela também tem a mania de usar sapatos baixos, quase sempre na altura normal. E eu em particular, amo isso, amo garotas mais baixinhas que eu.

Agora eu finalmente percebi, que o Remus disse é verdade, eu estou apaixonado pela ruivinha, não espera, corrigindo, estou apaixonado pela minha ruivinha...