Tudo a minha volta na passava de sangue. Marcas pequenas ou grandes… Eu não fazia ideia, pois para mim tudo o que eu via era sangue. Não importava para onde olhava. Olhava para a direita havia uma enorme poça de sangue. Olhava para a esquerda e dessa vez eram as paredes sujas de um vermelho ainda mais escuro. Olhava para o teto e via uma gota de sangue pingar no meu rosto. Olhava para baixo e era como se houvesse uma “areia movediça” a diferença agora era que ninguém afundava mais e mais.

-O que você está fazendo aqui a está hora Mei? - ouvi uma voz disser vindo por trás de mim era alguém que eu conhecia…? - Você já deveria ter voltado para seu próprio quarto. - disse a pessoa em um suspiro. Por que aquela pessoa me era tão familiar?

-Quem… é você…? - perguntei hesitante.

-Você não se lembra de mim? Que malvada, depois de tudo que fizemos juntos… - falou a pessoa fingindo estar magoada e me olhou novamente. Minha expressão não havia mudado, eu realmente queria saber quem era aquela pessoa e por que ela me era tão familiar. - Você realmente não se lembra de mim? - perguntou um pouco desapontado e depois murmurou algo tão baixo que por pouco eu não escutava. - Isso já era de se esperar… Bom, então eu vou indo. - disse a pessoa virando-se e andando em direção à porta.

-Espere…! - eu pedi e automaticamente a pessoa parou e começou a me fitar. - Não me deixe sozinha neste quarto manchado em sangue! Eu não quero ficar sozinha novamente… - disse abraçando meus joelhos como se tentasse criar um escudo à minha volta.

-Manchado… em sangue…? - perguntou hesitante a pessoa sentando-se ao meu lado e me abraçando.

-Todos os lados… Não importa onde eu olhe apenas a sangue!

-Calma, eu estou aqui como sempre estive Mei… - sussurrou a pessoa em meu ouvido e como em um estalar de dedos um nome me veio à cabeça Sakakibara Kouichi.

-Obrigada… Kouichi-kun… - no momento que eu pronunciei esse nome varias imagens começaram a correr na minha cabeça. E lembrei-me de algo estranho, eu o amava…

-Você se lembrou…! - disse ele me abraçando ainda mais. Pouco a pouco as manchas de sangue sumiam e eu me senti mais calma naquele momento e disse a primeira coisa que veio a minha mente.

-Obrigada Kouichi-kun, eu… Te amo… - quando eu disse isso ele por um momento congelou, mas depois se desvencilhou um pouco do abraço o suficiente para podermos nos encarar e ele me deu um leve beijo como se tentasse dizer “Eu também te amo.”

E foi assim que acabou essa lembrança que começou tingida em leves tons de vermelho, mas com o decorrer do tempo se tornava mais colorida…