Ponto De Atração escrita por Duplicata


Capítulo 6
Férias no Mundo Inferior Part2


Notas iniciais do capítulo

Olá! Capítulo novo! Não vou poder postar todo dia, pois estou muito atarefada, mas estou fazendo o possível pra conseguir não ficar mais de um dia sem postar! Curtam! :3



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A nova (nem tanto assim) amiguinha do Jace.

[Rovena Marie]

-Será que ele vai ficar bem?- Perguntei para Perséfone pela milésima vez em dois minutos.

- Claro que sim Rovena, se acalme a tortura daqueles espíritos não afetam tanto Jace como nos outros porque ele é filho de Hades, então ele têm uma maior resistência. Então, por favor, se acalme Rovena e coma algo- A Deusa me respondeu pacientemente.

- Não, não enquanto o Jace não acordar. E você- Falei me dirigindo ao espírito ruivo que havia salvado o Jace- Não viu o que foi?

- Foram espíritos suficientemente maus para ficarem presos na porta do Tártaro, não fizeram nada tão malévolo ao ponto de serem presos lá dentro, mas foram maus o suficiente para ficarem na porta. Eles atormentam as pessoas e as deixam insanas com tamanha dor transmitida, mas Jace vai sobreviver, ele é um semideus- A Ruiva foi até a cama de Jace e acariciou de com a ponta dos dedos o rosto dele.

Joguei-me numa poltrona do quarto de Jace e comecei a contar até um milhão pra não matar novamente aquele espírito desaforado. Jace começou a abrir lentamente os olhos e corri ao lado da cama para recepcionar meu namorado do sono e depois brigar com ele por ser tão estúpido e inconsequente.

Jace abriu lentamente os olhos e olhou para mim, sorriu e depois viu o espírito Ruivo ao meu lado, sorriu ainda mais e fez algo totalmente inesperado. Ao invés de falar o meu nome, o nome da namorada dele, ele falou o tal nome dela. Da Ruiva morta e que o salvou.

- Everlyn!- Jace murmurou e se jogou aos braços fantasmagóricos da Ruiva que agora tinha um maldito nome, Everlyn.

Como Jace pôde cair nos braços da garota sem passar direto? Coisa de filho de Hades ou a garota podia fazer isso? Mais uma coisa pra lista de “ Coisas que eu preciso perguntar ao meu sogro”.

- Jace! Achei que você não se lembraria de mim!- A Ruiva disse.

- Como eu ia me esquecer da minha Doce de Leite? Você está... Ótima!- Jace se desvencilhou da garota e olhou nos olhos dela, de mãos dadas. E eu ali, pasma com a cena romântica entre os dois.

“Limpei a garganta”, no clássico “run run” e Jace pareceu ter acordado de um sonho, virou para mim e me abraçou forte, abraço que eu não correspondi, na tentativa de demonstrar tudo o que eu achava da ceninha.

- Huuum... Hora de dar leite pro Legolas, tchauzinho- Perséfone caiu fora quando percebeu que a barra ia esquentar.

- Então, Doce de Leite, essa é Rovena, minha namorada e Rovena, essa é Doce de Leite, minha amiga desde a infância que eu não vejo há...

- Três anos- Completou a Ruiva, animada.

- Nossa! É muito tempo e você está igual desde nossa última conversa- Jace disse sentando na cama e me puxando junto, a contragosto, fui.

- É que eu morri depois de um mês que você se foi. Fui atropelada pelo amigo do meu namorado, ele estava bêbado e não me viu. Eu estava alta, então nem reparei muito nas coisas a minha frente, apenas acordei aqui. No julgamento, Minos disse que eu era pra ser uma semideusa, mas dai puf! Morri- A Ruiva falou.

- Nossa Doce de Leite, que chato. Mas sabe qual é seu pai olimpiano?- Jace perguntou.

- Ouvi algo como Apolo...

- Ah! O Deus sol, patrono da música, da medicina, da razão e de muitas outras coisas. Apolo é um Deus bem legal, você tem sorte em ter um pai como ele- Jace disse a Ruiva.

- Mas então né... Condenada aos Campos de Asfódelos... Mas não faz mal, não é tão monótono lá, veja hoje. Encontrei meu amigo de infância sendo atacando pelos espíritos benevolentes da porta do Tártaro- A Ruiva riu com Jace.

- Então, por que Doce de Leite?- Perguntei azeda com tamanha intimidade entre os dois.

Jace e a Ruiva trocaram um olhar cúmplice, de quem já fez muitas coisas juntos e riram, Jace se limitou a me explicar.

- É porque ela é muito perfumadinha e é cheia de “não me toque”. Ninguém sabe melhor do que eu quantos foram ela deu só de nojenta- Jace riu e a Ruiva fez cara de braba, mas log riu junto, apenas eu estava sobrando ali.

- Nem acredito Jace, você está ótimo e está muito gato mesmo... Posso dizer uma coisa?- A Ruiva me ignorava e olhava apenas para Jace.

- Me arrependo amargamente de não ter aceitado aquela proposta de amizade colorida, você tá um gato Jace!- A Ruiva piscou para Jace e não me contive mais, sai daquele maldito quarto pisando firme e corri em direção a saída, mas me perdi e comecei a vagar cegamente pelas lágrimas pelo palácio de meu sogro.

As pinturas de torturas nas paredes não diminuíram minhas dores, apenas aumentaram minha raiva pela garota e pelo Jace. Quem ela pensa que engana com essas coisas de “Doce de Leite” e agora com a amizade colorida?

Só podia ser uma ex-namorada que ainda o ama, mesmo após a morte. Espírito maldito!

Continuei caminhando até que encontrei uma varanda, sentei numa poltrona ali e fiquei olhando a maldição de Sísifio, até que uma voz feminina muito conhecida me despertou de meu transe.

- Querida!

- Mamãe?

- Ah querida!- Minha mãe, a mortal, me abraçou e comecei a chorar sem entender o que Hades estava acontecendo ali, minha mãe mortal me abraçando no Mundo Inferior.

- Mamãe? O que está fazendo aqui? Como entrou aqui? O que... – Comecei a bombardeá-la com perguntas, minha cabeça começou a ficar confusa e parecia que eu ia explodir em mil pedacinhos.

- Ah querida, como a maioria que entra aqui, eu morri. Seu pai não te contou?- Comecei a chorar mais ainda e minha mãe me pegou no colo, me abraçando como uma mãe deve fazer- Não chore, não vale a pena. Eu morri sim, mas há algo melhor pra muitas pessoas depois que ela morrem e eu fiz por merecer estar no Elísio. Fique calma querida...

- Mas mãe...

- Assim quis a morte filha.

- O que houve?

Minha mãe continuava a acariciar meu cabelo e eu continuava a chorar silenciosamente em seu colo quente e protetor.

- Um dia seu pai bebeu de mais, ele chegou brabo e violento, não me bateu nem nada, mas começou a falar muito de Athena e como ela era uma mulher de verdade e eu nunca chegaria aos pés dela. Aquilo me doeu muito, fiquei muito triste e acabei juntando todos os remédios da casa num copo, engoli a maioria dos comprimidos e tomei mais alguns outros. Comecei a ter alucinações, comecei a ter mal estar e cheguei a ver até um gnomo, mas então comecei a ter uma convulsão forte, me cortei quando a tive e seu pai não viu nada. Depois da convulsão eu fiquei deitada em estado fetal, minha cabeça já não conseguia mais formar palavras coerentes e eu sabia que estava morrendo, então começou a sair uma espuma branca da minha boca e eu não sabia o que estava acontecendo, apenas fiquei ali, vendo aquela espumar sujar todo o carpete do quarto. Só reparei que estivera gritando quando seu pai entrou e se ajoelhou ao meu lado, ele falava comigo e tentava fazer algo pra me ajudar, mas eu só entendia “Me perdoe”, “Eu te amo”, “Desculpe”, “Fique comigo” e eu não conseguia dizer que o amava também e que eu queria ficar...

-Mãe...

- ... Então tudo começou a ficar preto e eu vi um homem que mais tarde entendi ser Hermes me guiando até aqui, não foi lindo e poético como muitos românticos falam, foi... A morte. Então Caronte me recepcionou, os juízes julgaram a minha vida e no final fui pro Elísio. Estou lá, dizem ser a meio ano.

Recomecei a chorar, sem saber o que falar para minha mãe morta. Só a abracei e ela continuou a me acalmar, ela sempre fora calma e impassível.

- Se acalme querida, já passou. Não estou brava com o seu pai, foi algo normal que deveria acontecer e eu ainda o amo, assim como amo você. E foi você que quase me matou novamente hoje, tem noção do susto que levei quando um espírito aqui do palácio foi até mim e me disse que minha filha precisava de mim? Achei que você havia morrido e isso foi muito mais assustador que a morte.

- Ah mamãe...

- Então, minha filha precisa de mim, o que foi?

Consegui me recompor e começar a falar com minha mãe sobre meus dramas adolescente.

- É o Jace... Ele reencontrou uma amiga que na verdade eu acho que era mais uma namorada e que ele chama de “Doce de Leite” e começa de loves com ela. Ela parece amar o Jace e ele me esquece quando fala com ela, é torturante. Ele acabou de fazer isso agora mesmo e foi por isso que corri aqui, já que com a Ruiva ele não precisa de mim. Só tem olhos pra ela.

Minha mãe olhou para mim demoradamente e riu. Não riu pouco, deu uma daquelas gargalhadas contagiantes que quase me senti tentada a rir também.

- Não acredito nisso Rovena, você está com ciúme de seu namorado? E essa garota está morta, que mal ela pode fazer com vocês dois além de roubar um pouco ele? Jace não pode ressuscitar ela nem nada do tipo então porque você está tão preocupada, ela é apenas uma lembrança, assim como eu.

- Não mãe, é diferente. Ela olha pro Jace com muito carinho e sempre quer tocar nele, ficar perto e recordar de como ela não aceitou a amizade colorida que ELE propôs pra ELA.

- Filha, olha pra mim- Olhei pra minha mãe mortal, agora morta- Você é linda, inteligente, é semideusa e também têm duas mães e um pai maravilhoso. Você têm tudo o que muitas garotas sonham em ter então não estrague seu namoro por causa de uma lembrança chata, a Ruiva, um dia, vai ter que sair daqui, pois nosso tempo no palácio é limitado e se não sumir, sei que é você quem ele vai preferir.

Minha mãe me ajudou a levantar e ficou na minha frente, o cabelo castanho ondulados parecia sem vida, com a luminosidade de um espírito do Elísio e suas vestes brancas pareciam santificar minha mãe.

- Não se preocupe e não faça nenhuma besteira. Você também é filha da Sabedoria, saiba usá-la sabiamente. Pois sabedoria nem sempre é acompanhada da racionalidade. Agora preciso ir, fique minha filha e me orgulhe.

- Obrigada mãe, fique feliz lá.

Minha mãe beijou meu rosto e senti seu toque se esvaindo, assim como seu corpo.

- Ficarei. Adeus.

- Adeus mamãe.

O sorriso terno de minha mãe sumiu e fiquei olhando o além, minha mãe havia me dado forças para não fazer nenhuma besteira, mas me abalara com a notícia de que havia morrido e isso não é uma notícia que se recebe bem, assim, do nada.

- Rovena, podemos conversar?

- Não sei Jace.


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Notas finais do capítulo

E essa Ruiva hein? O que será que ela vai fazer? E a morte da mãe da Rov? :/ Então, Reviews?