Os Novos Heróis escrita por Annie Di Angelo


Capítulo 30
Para as catacumbas! -Luke


Notas iniciais do capítulo

Oioioi pessoas!
Capítulo novinho para vocês! Espero que gostem, fiquei pesquisando para escrever e.e
Boa leitura!
~Annie



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Finalmente estávamos em Paris. O Argo II sobrevoava a cidade, lá embaixo as pessoas caminhavam, algumas olhavam e apontavam para nosso barco. Nem consigo imaginar o que elas viam no lugar de um enorme navio voador.

– E então, o que faremos agora? – Harry perguntou.

– Temos que ir para a parte antiga da cidade. – Zoe surgiu do nada ao meu lado – Para procurar a Pedra.

– Você sabe exatamente onde devemos ir? – Gina se aproximou.

– Ah, sim – Zoe respondeu, um sorriso meio sinistro surgiu em seu rosto – Vamos para o subterrâneo.

– Hum, poderia ser mais precisa? – Gina pediu.

– Devemos ir para As Catacumbas de Paris. – a pequena Di Angelo disse.

Todos ficaram em silêncio.

– E... o que são ‘As Catacumbas de Paris’? – eu, o mestre em interromper o silêncio, perguntei. Eu realmente não fazia ideia.

– As Catacumbas de Paris são um sistema de túneis que atravessam o subterrâneo de Paris. É um ossuário. – Bianca começou – Uma parte delas é aberta a visitação, é um lugar turístico, um dos muitos que existem aqui na Cidade-Luz. Mas obviamente há uma parte que não é própria para turismo. Para falar de um modo mais compreensível: há vários e vários mortos lá. É como um cemitério.

– Eu aposto que sei exatamente onde devemos ir. – comentei – Na parte não-turística.

– Exatamente – Zoe assentiu.

– Olha só, não tem só algas na sua cabeça pelo visto – Silena riu.

– Nem precisa ser inteligente para isso. – respondi – Com a sorte que temos, estou feliz que não precisamos entrar num aquário de piranhas.

~*~

Depois de uma pequena discussão decidimos que apenas Zoe, Silena, Mônica e eu iríamos para as Catacumbas. Bianca, Reyna, Harry e Gina ficaríam no Argo II. Por algum motivo Bianca pareceu chateada por ter de ficar no navio, mas não fez nenhuma objeção.

Nós quatro nos despedimos dos outros e desembarcamos do Argo II.

Sem falar nenhuma palavra, Zoe começou a andar e nós a seguimos, igualmente silenciosos. Andamos por algum tempo sem ninguém abrir a boca. Obviamente o silêncio não duraria muito. E adivinha só quem o quebrou?

Pois é, fui eu.

– Sem querer incomodar – comecei – Ainda falta muito?

– Luke, larga de ser impaciente – retrucou Silena.

– Não estou sendo impaciente, eu só... – protestei, sendo interrompido por Mônica, que me encarou como se dissesse: “Não estou a fim de ouvir briga de irmãos”. Fiquei quieto.

Antes de continuar, quero explicar que eu não sou o tipo de pessoa que gosta de incomodar nem nada do tipo. Mas tenho algum problema com silêncio, não aguento ficar em lugares em silêncio absoluto.

Por isso, comecei a cantarolar “Under the sea” em voz baixa. (O que? Meus pais cantavam essa música para eu dormir quando eu era pequeno, e é uma das poucas que sei a letra).

Do nada, as três garotas pararam de andar e me encararam (foi tão sincronizado que até me assustou). Imediatamente fiquei quieto e senti meu rosto ficar vermelho.

– Ai, Luke... – minha irmã suspirou, revirando os olhos.

Zoe deu uma risadinha.

– Vamos – ela se voltou para a frente e continuou andando – Finalmente estamos chegando.

~*~

Andamos por menos de um minuto e Zoe fez sinal para pararmos.

– É aqui a entrada – ela sinalizou uma pequena construção com a aparência antiga – Espero que estejam preparados para andar bastante, vamos caminhar uns bons quilômetros lá embaixo. – avisou.

Só de ouvir ‘uns bons quilômetros’ já senti meus pés doerem. Prevendo os comentários da minha querida irmã, não me manifestei.

– Sigam-me. – Zoe disse, entrando pela porta da edificação. Descemos por escadas que me pareceram longas e começamos a andar no subterrâneo. Pouco tempo de caminhada depois, comecei a reparar melhor no lugar: paredes cheias de ossos, algumas luzes por aí. Comecei a imaginar o quanto minha mãe acharia interessante, como minha irmã provavelmente estava achando. “E Bianca também gostaria” pensei “ela parece gostar de história e coisas assim”.

Não tenho certeza, mas imagino que havíamos andado cerca de meia hora. As vezes surgiam bifurcações, e Zoe ia seguindo pelos túneis como se já tivesse feito o percurso mil vezes.

– Hum, Zoe... Sem querer questionar suas habilidades e sabedoria subterrânea... Mas tem certeza de que estamos no caminho certo?

– Olha, certeza eu não tenho não – ela respondeu – Mas minha intuição me diz que esse é o caminho, e acho que Atena e Hécate não nos deixariam na mão em um momento como esse.

– Ah, ok, me senti muito mais tranquilo agora – comentei, sentindo o resto da minha tranquilidade fugindo mais rápido que os trem-balas japoneses. “Confie nela, Luke” falei a mim mesmo “Ela deve saber o que está fazendo”.

Andamos por mais um tempo. Eu estava cada vez mais cansado e com os pés doloridos. Havíamos andado por quilômetros e quilômetros desde o Argo II até aquele ponto.

Felizmente, Zoe Di Angelo parou de andar antes de eu decidir sentar, porque se eu me sentasse no chão e dobrasse meus joelhos, talvez nunca mais me levantaria de novo.

Notei o motivo da parada: bem em nossa frente havia um muro de concreto bloqueando totalmente a passagem.

– Chegamos – Silena anunciou – Agora precisamos de um modo para atravessar.

– Atravessar? – questionei – Você quer dizer quebrar essa parede? Não tem uma passagem secreta ou algo assim?

– Claro que eu quero dizer quebrar essa parede, Cabeça de Alga Jr! – Silena respondeu como se fosse óbvio. E Cabeça de Alga Jr... deuses!

– Alguma ideia de como fazer isso? – perguntei.

– Acho que eu consigo... – Mônica abriu a boca pela primeira vez desde que havíamos saído do Argo II. – Eu só... preciso das palavras certas.

Por segurança, Silena, Zoe e eu nos afastamos um pouco. Mônica se posicionou, parada em frente a parede, com a cabeça baixa, pensando.

De repente, ela estendeu a mão em direção à parede de concreto e gritou:

Detonate!

A parede se partiu em diversos pedaços, que foram atirados para todos os lados, tipo uma explosão. Me abaixei para não ser atingido por uma pequena placa de cimento que voou em minha direção. Inacreditavelmente, Mônica ficou parada no mesmo lugar e não foi acertada por nenhum pedacinho de concreto. Silena e Zoe também se desviaram.

A descendente de Hades admirou a passagem desobstruída.

– Agora essa missão está realmente começando.

~*~

Fomos andando através do túnel, que como não tinha as luzes ia ficando cada vez mais escuro. Mônica deve ter reparado nisso, porque levantou uma mão e murmurou “Lucem” e uma esfera de claridade surgiu flutuando sobre sua mão.

Acho que havíamos andado por uns 5 minutos, mas quando olhei para trás vi claramente a passagem aberta a poucos metros.

– Hum, por que estamos andando tão devagar?

– Avalie a situação, maninho – Silena respondeu – Estamos em um lugar em que não se pode entrar, procurando um objeto mágico muito antigo e extremamente valioso. Obviamente deve ter algo protegendo a Pedra.

Andamos por mais um tempo. A passagem aberta por Mônica já estava distante.

– Que estranho – Zoe comentou – Ainda não aconteceu nada.

– Talvez nós estamos com sorte – tentei ser otimista, mas eu mesmo não acreditei em minhas palavras.

– Não... – Zoe murmurou – Tinha que acontecer alguma coisa...

Estávamos andando pelo túnel quando surgiu uma escada. Estranhamos, mas descemos por ela (em fila, porque era bem estreita). Parecia não ter fim!

Quando finalmente atingi o último degrau, percebi que não estávamos mais em um túnel, e sim em uma ampla sala. As paredes eram repletas de crânios, com pedras brilhantes no lugar onde ficariam os olhos. Era algo bonito e macabro ao mesmo tempo. O piso da sala era escuro, parecia obsidiana.

– Onde está a Pedra? – Silena perguntou.

– Está em algum lugar... um pouco mais profundo. – Zoe respondeu. – Mas eu sei que algo vai acontecer...

Mônica começou a andar em direção ao centro da sala. Notei que havia algo exatamente no centro do piso, um círculo dourado, ligeiramente levantado, como um botão. Ela se abaixou e, colocando a mão no ‘botão dourado’, disse:

Revelaverit secretum suum.

De repente, o ‘botão’ começou a descer até desaparecer. Mônica se levantou e voltou para perto de nós a tempo, porque o chão começou a se abrir a partir do pequeno buraco central. Pude ver lá dentro uma grande caixa prateada.

– É o túmulo dele. Aquele é seu caixão – Silena disse. Eu sabia que ela estava se referindo a Nicolau Flamel.

– A Pedra – Mônica continuou o raciocínio – está ali. No caixão.

Como nada é fácil para semideuses e legados, Zoe estava certa sobre seu pressentimento.

Um vulto enorme se moveu lá embaixo, nas sombras. Do nada um dragão surgiu voando de lá, vindo em nossa direção. Ele era bem grande, tinha escamas escuras, asas igualmente escuras e garras afiadas. Resumindo, era assustador.

Me lembrei da caneta e peguei-a no bolso, destampando-a rapidamente. O tridente surgiu em minha mão. Silena transformou seu colar em adaga, Zoe e Mônica se prepararam para usar suas habilidades.

Zoe se virou para nós.

– E é agora que nossos problemas realmente começam.


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Notas finais do capítulo

~final impactante~



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