The Psychotic Case. escrita por Sazy M


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Para não ficar cansativo dividi em mais uma parte!



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Eu passei cerca de duas semanas, analisando cada personalidade de cada psicotapa e absorvendo todas as características possíveis. Eu estava criando meu método para não matar sim torturar e mais, estava criando uma vingança perfeita, não só dos meus primos, mas, também de todos aqueles que me desprezaram.

Por que não matar? Talvez porque a morte seja simplesmente o alivio que o ser humano espera. A morte não traz angustia para aquele que morre, então, torturar era ainda melhor assim, aqueles que me desprezaram sentiriam na pele como é respirar um ar gélido e pútrido.

Depois disso eu levei a vida normalmente. Passei todo o resto do semestre pesquisando e aprimorando cada pensamento que se passava por minha mente, sem falar com ninguém além de Konnor. Ele era o único que eu podia confiar.

– Ligar Konnor.

– Sim, senhor!

– Verifique a resolução das imagens das câmeras que instalei no salão de festas, na cozinha e na academia. –Disse eu colocando alguns papeis em cima da mesa de meu quarto.

– Estão totalmente nítidas senhor. –Disse ele. Eu tinha um ótimo plano para atrair primeiramente meus primos para cá.

Seria o seguinte: Eu podia dizer que estava arrependido do meu mau comportamento e resolvi dar um ‘chá’ para ajudá-los na confecção de seu robô. Eu diria como acrescentar nanotecnologia e outras coisinhas a mais que eu tinha descobrido depois de criar Konnor, por isso ele não às tinha. No chá teria uma droga: Essa droga deixa a pessoa dopada, e depois de duas horas faz com que ela esqueça tudo que havia feito nas ultimas doze horas. Sim, eu havia aprimorado uma droga já existente.

Com a ajuda das câmeras eu iria saber onde minha mãe estava e como distraí-la com a ajuda de Konnor. Era um ótimo plano e seria colocado em pratica assim que o dia amanhece –De uns tempos para cá eu costumava ficar acordado colocando minhas ideias em ordem.

– Senhor, hora de levantar. –Konnor me avisou. Eu precisava levantar mais cedo para arrumar a academia. Precisava colocar umas cadeiras e outras coisinhas, já que eu iria torturar três pessoas de uma vez, pela primeira vez.

– Umas coisinhas aqui, outras ali... Perfeito! –Tinha cordas, um pouco de ácido um bisturi e três potes de vidros para... Enfim.

Voltei para a cozinha sorrindo, iria preparar meu café todo contente já que ate então, meu plano estava andando muito bem. Eu estava sentindo prazer por simplesmente pensar em meus primos gritando.

– Nossa você está sorrindo? Que milagre é esse? –Disse minha mãe que não falava comigo desde o dia do acidente. Ela mal olhava para mim, eu já ate havia esquecido qual era o timbre de sua voz.

– As coisas vão bem... –Engoli um pedaço de bacon. Eu não ligava mais para ela. Não fiz nem questão de olhar em seus olhos.

– Ok, bem, eu vou passar o dia fora, na verdade, acho que só volto no fim de semana. Estarei na conferencia com seu pai então, aproveite bem sua estadia sozinho. –Ela disse e saiu em seguida. Eu não havia entendido o motivo de ela me avisar que iria sair, mas, fiquei feliz em saber que teria tempo o suficiente para realizar minha vingança com calma.

Depois do café eu subi para meu quarto, para ligar para meus primos. Estava quase na hora de ver o sofrimento daqueles bastardos.

– Fala Ethan! –Disse eu olhando para a câmera. Era uma vídeo conferencia então...

– Joshua?! Foi isso que o acidente fez com você? Meu Deus! –Ele disse colocando a mão na boca. Senti a repulsa vinda dele, mas, aquilo não me atingiu, já que ele iria ficar do mesmo jeito daqui a algumas horas.

– Não foi só isso... Ele me fez enxergar o quanto fui ruim com vocês, e queria me redimir chamando vocês três para tomar um ‘chá’ –Coloquei aspas no ar- E para que eu possa ensinar-lhes algumas coisas pro robô de vocês. –Eu estava mentindo. Mas, aprendi a mudar o tom de voz, a expressão facial para parecer que eu realmente estava sentindo cada palavra que saia da minha boca.

– Sério? Ei pessoal, nosso primo aleijadinho vai nos ajudar a construir o robô! –Ethan saiu gritando. Pude ouvir as risadas dos outros felizes com a noticia. Mal eles sabiam que estava comemorando a sua sentença de morte.

– Ei, volta aqui! Vocês vão vir ou não? –Disse eu torcendo para receber uma resposta positiva.

– Claro Adrian já está preparando a planilha de anotação e Leonard já desceu para pegar o carro. Te vemos mais tarde aleijadinho. –Ethan desligou a câmera.

O fato de Ethan estar me chamando de aleijadinho estava aumentando a minha fúria. Mas, não seria eu que iria sofrer com ela não é?! Aquilo só atiçava ainda mais meu desejo por ‘sangue’.

Eu arrumei as coisas novamente... Tinha de colocar algumas coisas de tecnologia, meu computador e é claro, as xícaras para o chá e alguns potes de vidro. Fora isso tudo estava em seus perfeitos lugares.

– Já vai! –A campainha havia tocado. Estava nervoso, mas, de um jeito bom. Passaram-se exatos trinta minutos desde a videoconferência e eu não aguentava mais esperar para ter em minhas mãos meus bastardos primos.

– Primos que bom revê-los. –Disse eu abrindo meu mais falso sorriso.

– Credo Joshua, você tá muito assustador... –Disse Leonard- Mas, vamos ao que interessa não é?! –Ele entrou e em seguida Adrian e Ethan entraram.

– Ei, não vamos para meu quarto, vamos para a academia. Lá o sinal da internet pega melhor. –Disse eu.

– Então, nos leve até lá Assombração! (risos) –Bastardo! Mas, eu tinha de manter a calma, não podia fazer nada antes da hora.

Nós fomos até a academia, lá eu dei alguns detalhes simples a eles, mas, nada de nanotecnologia. Se eu os ensinasse tal coisa, eles iriam se vangloriar demais. Coisas como sensor de toque, super-memoria e reconhecedor de voz não iria dar glória a um monte de sucata. Não tanto quanto Konnor tinha.

– Joshua, estou com sede... Vou beber isso aqui ok?! –Adrian disse pegando o chá batizado. Assim os outros fizeram a mesma coisa.

– Então, depois que vocês conseguirem decifrar o código ramal, é só conectar o fio principal da CPU com o receptor de fusão. –Dizia eu tentando manter a descrição.

– Ei Joshua, fale mais devagar estou com tontura, o que tem nesse chá hein?! Algum tipo de dopante? –Disse Leonard.

– É, digamos que daqui a quatro minutinhos você vai desmaiar, e adivinha? Não dá pra fugir. –Disse eu mudando meu tom de voz. Havia ficado mais grosso, malvado, frio. Eles arregalaram os olhos e em seguida, um por um caiu no chão desmaiado. Aproveitei que teria aproximadamente meia hora para tirar uma das córneas de cada um deles.

Eu nunca havia feito aquilo, não sabia como fazer então, fiz de qualquer jeito. “Merda, sangra demais” Pensei comigo. Eu peguei uma faca fina e passei-a em volta do olho de Leonard abrindo uma cavidade em volta do mesmo. Foi difícil puxá-lo para fora, por causa dos ligamentos, mas, no fim eu consegui. Claro, eles agora não tinham palblebras nem nada, só um buraco no lugar do olho esquerdo. O mesmo que eu havia perdido. Eu iria colocar os olhos em um pote, por mais que eu esteja ‘frio’ ainda queria meu olho de volta, e quem sabe com pesquisas eu conseguia colocar um olho de volta!

Eles começaram a acordar, quando eu tinha acabado de amarrar Ethan (que fora o ultimo a perder o olho) na cadeira com a corda.

– Ei seus bastardos acordem! –Disse eu colocando o olho de Ethan no vidro com um liquido que não me lembrava do nome. Eles estavam com uma venda preta onde o olho deles Haia sido arrancado. Agora era a hora da tortura!

– Joshua, o que deu em você? –Disse Leonard mexendo-se na cadeira.

– É cara, porque esta fazendo isso? –Disse Adrian com medo. Aquilo não me causava remorso, medo do futuro ou qualquer outra coisa, eu simplesmente queria me livrar da dor que estes me causaram no passado. Que alias não era um passado muito distante.

– Vocês me desprezaram, me usaram, me jogaram no chão e estão perguntando o que é isso? Ou o motivo disso? –Dizia eu enquanto pegava o ácido (que não era ácido puro) que estava dentro do tubo de ensaio de vidro.

– Não fizemos de propósito Joshua, nos solte! –Começou a implorar. A voz de Adrian nunca ficou tão tremula como naquele momento.

– Claro que foi de propósito bastardo! –Gritei e em seguida joguei algumas gotas de ácido na pele do rosto de Adrian. Eu pude escutar a carne se desmanchando com o ácido e em seguida os gritos de dor e desespero de meu querido primo.

Ele teria a mesma proporção que eu tinha de rosto deformado. Não sei por qual motivo, mas, a meu ver aquilo era vingança o suficiente e iria nos deixar quites.

– Pare, está... Doendo muito! –Gritava Adrian. Eu ria cada vez mais, e a cada gota de ácido que a pele de Adrian recebia meu prazer aumentava mais.

– Chegou sua vez querido Leonard. Não vai doer... Muito! –Disse eu pegando o outro tubo de ensaio com a outra doze de ácido. Leonard gritou muito, rangeu dentes e apertou os próprios dedos. Talvez tenha até pedido em mente perdão por ter feito o que fez comigo, mas, não adiantava mais.

E foi assim, um por um ficando iguaizinhos à mim. Não tive dó como disse antes. Por qual motivo eu teria? Eles não tiveram dó quando me insultavam, quando me usavam então, eu não tinha obrigação nenhuma de demonstrar o mesmo para com eles.

– Ligar Konnor. –Disse eu.

– Sim, o que posso servi-lo senhor?

– Há alguém na casa?

– Verificando... Não senhor.

– Ok, desligar Konnor.

– O que mais quer de nos Joshua? Agora que estamos com o rosto deformado e...

– E sem o olho esquerdo também. –Disse com um tom irônico. Talvez eles não tivessem sentido visto que o olho perdido havia sido tampado pela venda, mas, uma hora ou outra eles iriam perceber. Eu ri enquanto limpava o bisturi que usei que estava banhado em sangue, e logo em seguida escutei os gritos de desespero de meus primos.

Aquilo era fantástico. O desejo que eu sentia de continuar, o talento de minhas mãos para com a morte, o prazer que tudo isso me proporcionava. Era simplesmente inacreditável. Aquilo estava deixando de ser um simples desejo de vingança para uma necessidade.

Eu enchi três seringas individuais com a mesma droga que eu usei para eles desmaiarem. Com mais uma dose daquela droga, seriam doze horas de total esquecimento, possibilitando que eu mudasse qualquer acontecimento do passado, já que eles não se lembrariam.

– E agora o que vai fazer? –Ethan perguntou.

– Colocá-los pra dormir novamente. –Dei dois petelecos na seringa para misturar a droga e apliquei na veia de Ethan, depois de Adrian e Leonard. Eles apagaram na mesma proporção de tempo da primeira vez. Vendo eles tão vulneráveis não perdi a oportunidade de cortá-los no pescoço, pernas e barriga. Incrível como o cheiro de sangue era bom. Não só o cheiro, mas, a densidade do mesmo era linda de se ver jorrar daqueles cortes.

– Ligar Konnor.

– Sim senhor.

– Gravar programação: Ligar alarme, fazer um retrato falado de um individuo não existente em seguida alegar os seguintes fatos: Casa invadida, indivíduos torturados e multilados, sem sinal de digitais ou coisa parecida.

– Gravando dados... Dados gravados com sucesso senhor.

– Só responda perguntas feitas com a minha voz.

– Ok senhor, gravando frequência de voz, por favor fale algo.

– Eu os torturei. –Disse eu com orgulho.

– Frequência de voz adquirida e gravada com sucesso.

– Desligar Konnor.

Eu subi para a sala porque precisava fazer algumas mudanças... Precisava arrombar a porta e destruir algumas peças de porcelana da minha mãe. Sem contar que também tinha que sumir com algumas, porque qual bandido entra numa casa de luxo e sai de mãos vazias não é?!

Milhões de ‘mas, e se’ sugiram na minha cabeça. Eu começara a calcular milhões de coisas para arrumá-las e impedir que elas me arruinassem. Como por exemplo: E se minha mãe chamasse a policia, e dissesse que havia câmeras dentro de casa? Seria fácil despistar, já que Konnor tinha vários segredinhos... Eles podiam checar todo e qualquer sistema dele que não achariam nada que me comprometesse. Se por um acaso eles tentassem recuperar alguma memória de meus adoráveis primos, também não iria adiantar, pois a droga destrói toda e qualquer tipo de informação armazenada pelo cérebro doze horas antes da ingestão da droga.

Enfim, eram ‘n’ situações que podiam surgir, e eu estava pronto para todas elas. Incrível era a facilidade com que eu as criava, e ainda mais incrível era a facilidade com que eu as resolvia. Não tinha medo de ser descoberto. Minha inteligência era minha maior arma, e Konnor vinha atrás. Como ele era uma maquina, era mais confiável do que eu. E como um ‘aleijado’ poderia ter a capacidade de criar situações como essa não é?! Esse seria o pensamento dos malditos policiais.

– Acho que está tudo dentro dos conformes. –Disse eu baixinho limpando as mãos no ar. Agora, eu só precisava programar Konnor, para fazer algumas coisinhas, e arranjar um bom esconderijo para minhas novas três córneas. Ainda não havia pensado, mas, acho que seria fácil conseguir um.

Fui até a academia, coloquei dentro de uma caixa os potes de vidro, limpei todos os instrumentos que eu havia utilizado: Bisturi, faca, estiletes, seringas e inclusive os tubos de ensaio que estavam com o ácido. Tudo dentro da mesma caixa.

Meus primos acordariam dentro de quarenta minutos, já que a ultima dose da droga havia sido mais forte. Daria tempo de dar um pulinho na escola, e esconder essas coisas no porão...

Como Konnor podia operar através do meu celular tudo estava sobre controle. O plano era alterar a senha da porta do porão para uma inacessível, alegando que aquele lugar estava impróprio para uso, incluindo todas as coisas que estavam em seu interior, obrigando a direção da escola a esquecer daquele lugar e transferir a utilidade.

Chegando à escola –que por sinal estava vazia, exceto pelo porteiro que dormia em serviço- foi fácil chegar ao porão.

– Ligar Konnor. –Disse eu olhando para meu celular.

– Sim, senhor.

– Crie uma senha inacessível para portas eletrônicas como essa. –Passei a câmera de meu celular para que Konnor pudesse ver a tranca eletrônica da porta.

– Criando senha... Senhor por favor faça os seguintes comandos: Insira a seguinte senha: 14554s5s45s44512sgdo39938* em seguida aperte o botão confirmar, e repita o mesmo procedimento, mas, no final, acrescente mais um “*”. Sua senha inacessível será criada.

– Só isso?! –Disse eu.

– Sim, esse código ele não é universal, acabo de criá-lo com a ajuda da imagem da tranca eletrônica. Só faça isso senhor, asseguro-lhe que dará certo.

– Ok. Desligar Konnor.

E eu o fiz. Deu certo, não sei ao certo como, mas, isso pouco importava. Coloquei minhas coisas bem no canto, e já que eu estava de luvas esse tempo todo –inclusive quando coloquei as córneas no vidro e guardei os utensílios na caixa-‘não teria problema com digitais.

Voltando para casa minha mãe já estava lá. Como eu sabia? Pelos gritos e correria.

– Joshua meu filho você está bem? –Ela correu em minha direção. Suas mãos estavam gélidas, e foram colocadas em meu rosto, deslizando para pescoço e em seguida para minha barriga. Talvez o desespero tivesse feito com que ela se preocupasse comigo, e esquecesse o fato de que tinha um filho aleijado.

– Sim, o que aconteceu? –Tirei as mãos de minha mãe do meu corpo e em seguida coloquei as minhas em meus bolsos.

– Fomos atacados por sei lá o que... Seus primos foram atacados também... Estão sem um dos olhos e com o rosto como o seu. –Disse ela levando suas próprias mãos até a boca como ato de indignação.

– Que horrível não é?! E eu estivesse aqui, o “ladrão” não teria muito que fazer não é?! –Disse eu com um pesar falso na voz. É claro que foi ironia, mas, a essa altura ninguém riria com a minha piada.

– Deixa de bobagem Joshua... Você realmente não sabe de nada? –Minha mãe olhou desconfiadamente para mim. Eu desejei rir. Seu intelecto nunca chegaria aos pés do meu. Se eu perguntasse a ela o que é acido ela responderia: “É uma coisa que queima...” Patético não?!

– Anda mãe, pare de conversar e leve-os logo para o hospital... Antes que os rostos deles sejam atingidos por vermes superdotados. –Disse eu fazendo gestos com a mão.

– Isso pode acontecer mesmo?!

– É claro que não... –Disse eu olhando para cima e em seguida subindo para o quarto.

– Se proteja enquanto a policia não chega! –Disse ela gritando.

Nada iria me atingir, não mais. Tudo estava saindo como o planejado e eu não podia estar mais radiante do que naquele momento. Minha mãe não desconfiava de nada e a essa altura não se lembrava das câmeras de Konnor. Mesmo assim, qualquer gesto de minha mãe não adiantaria de nada, já que eu já tinha planos de antemão para impedir que eu fosse descoberto.

Mais tarde –quase nove horas para ser exato- Estava eu em meu quarto, apreciando uma boa xícara de café forte, enquanto pensava na inferioridade de alguns humanos.

– É incrível não é?! O policial não conseguiu nem ao menos vestígios de sangue ou de digitais. Meus primos coitados estão com a memória apagada, e graças a um mecanismo do cérebro, muitos detalhes foram bloqueados também. –Falei baixo para Konnor.

– Sim senhor, alguns intelectos humanos não são capazes de perceber minúsculos detalhes. Por isso que somente poucos detetives, ou até mesmo policiais são bem sucedidos. Eles não sabem analisar os detalhes dos detalhes. –Disse Konnor. Nesse ponto, meu parceiro robô estava extremamente certo. Humanos, são superficiais, deixam de prestar atenção nas pequenas coisas, e acabam deixando passar batido algo que poderia “solucionar um caso”.

Agora, eu precisava concretizar mais uma parte de minha vingança. Meus “amigos” da escola. Eles me esnobaram, e como meus primos iriam pagar da mesma forma. Claro, eu já tinha um plano. Iria usar o arrependimento e a bondade novamente como ferramentas para atrair o leão até a comida.

Uma festa! Essa seria a armadilha para meus leões. Mas, infelizmente não poderia ser em minha casa. Seria suspeito demais um segundo ataque, com um numero maior de pessoas, mas, com os mesmo princípios. Graças a minha rica família, arrumar um local não seria o maior problema. Mas, levaria tempo, até instalar algumas coisinhas para que Konnor pudesse me ajudar. Seria perfeito. Festa, bebidas, musica alta. Um ótimo local para limpar a sujeira.

Passaram-se exatos dois meses, e tudo estava pronto: Plano, instalações, comidas e bebidas. Tudo na mais perfeita ordem, agora era só convidar as pessoas e fazer a festa. Minha mãe não sabia que eu daria uma festa, aliás, nenhum membro de minha família sabia da minha festa. O máximo que sabiam era que aquele era um evento dado por “amigos” meus, por isso ninguém da família havia sido convidado. Conveniente não?!

Era só gravar uma videoconferência, e pronto, todos passariam adiante. Embora eu tivesse fama de “aleijadinho” eles sabiam bem o quanto eu entendia de informática, eletrônica e tudo desse ramo. Sabiam que a melhor festa de todos os tempos, só poderia ser dada por mim e por isso eles não poderiam perder por nada. Humanos são fáceis de enganar, são como abelhas atraídas pelo cheiro de açúcar.

– Então pessoal, darei uma festa, vai ser muito boa e terá muitas coisas... Que coisas?! O gênio da informática aqui não pode dizer você vai ter que ir pra ver. Te vejo lá! –Disse eu. O vídeo estava gravado, agora na “descrição” era só colocar o endereço e horário e tudo estaria pronto.

Depois de 3 horas, todo mundo já havia me ligado para confirmar se era realmente verdade. É claro que era... A menos que existisse alguém igualzinho a mim e tivesse feito um vídeo promovendo uma festa qualquer. A burrice humana às vezes me incomoda.

Eu não precisava me preocupar quanto as peças que eu usaria para tirar córneas, o ácido para degenerar rostos e as outras coisas, pois, tudo estava certinho numa parte do salão que ninguém sabia que existia. Como atrairia meus dois “melhores amigos” para lá?! Simples, oferta de presente, sempre atrai pessoas.

Eu só peguei meu celular por onde conectaria Konnor ao resto das instalações e meu casaco de couro preto. Isso bastava para ir a minha sessão de relaxamento.

– Aonde vai?! –Perguntou minha mãe.

– E desde quando se interessa? –Disse eu colocando a toca do casado.

– Só diga à hora que vai voltar pelo menos...

– Não sei, quando voltar, eu aviso. –E saí sem me preocupar com o resto.

Andando, eu comecei a assobiar. Não era uma musica lenta, ou romântica. Tinha certa tristeza em cada tonalidade do “chiado” não sei por quê. Era como se fosse o toque da morte chegando. Eu era a morte, e estava louco para que mais alguém pudesse ouvir essa música.

Quando cheguei lá, como previsto, não havia ninguém. Claro, ainda faltava uma hora e meia para a festa, que estava marcada para nove e meia da noite. Eu precisava arrumar mais umas coisinhas e claro, ligar Konnor.

– Ligar Konnor

– Instalando nova sede... Aguarde. Sede nova de funcionamento reconhecida. Boa noite senhor! –Disse ele.

– Não quero nada. Desligar Konnor.

Claro que, eu não poderia simplesmente acabar com os belos rostos de meus amigos e simplesmente dizer que não havia visto nada. Eu precisava de uma terceira vitima para levar a culpa, uma que fosse louca o suficiente para conseguir carregar a culpa sem nenhuma suspeita.

Eu tinha a pessoa perfeita. Sean. Ele era meio louco, esquisito até aos meus olhos, e perfeito para ser considerado um psicopata. Mas, ainda assim, não era concreto esse meu pensamento. Essa não seria a ultima vez que eu agiria. Eu queria que existissem outras vezes onde meu ódio pudesse ser descarregado então, eu faria a seguinte coisa: Quando meus amigos estivessem para acordar do sono da droga, eles veriam Sean ao chão, ensanguentado e com algumas partes das mãos corroídas, pelo descuido de não saber manusear o ácido. E alguns utensílios, não todos, teriam a digital de Sean, isso prenderia os policiais por um tempo, tempo suficiente para que eu encobrisse o que tinha que ser coberto. E a imagem de Sean seria a única lembrança de Melissa de Drew.

Três horas de festa e já estava na hora de começar o meu plano. Tinha de ser persuasivo, algo que eu vinha aprimorando com o passar do tempo.

– Melissa, Drew, eu tenho algo a lhes dizer...

– Diga logo Joshua, precisamos ir... Ir ali. –Disse Melissa sem graça. Não ela não precisava ir a lugar nenhum, ela só não queria me encarar.

– Tenho coisas para dar a vocês. Aquele software avançado que você queria Drew, e aquele celular com múltiplos aplicativos de ultima geração e com tecnologia “Ryde” que você tanto cobiçava Melissa. –Disse eu com um sorriso falso no rosto.

– S-Sério?! –Disseram os dois ao mesmo tempo. Eles haviam acreditado em cada palavra que eu disse. Era mais que fácil.

– Sim, se ainda os quiserem é só me acompanhar. –Disse eu. Assim que me virei e comecei a andar, Melissa e Drew soltaram os copos que estavam segurando, colocaram na mesa, e puseram-se a me seguir.

Descemos as escadas, e lá em baixo, na sala de multimídia estavam um celular comum, e um computador. Bem, o computador realmente era o “software”, mas, era Konnor...

– Sentem-se vou pegar uma bebida. –A bebida estava batizada obviamente.

Eles a aceitaram e beberam em um só gole de tão animados que estavam. Depois de alguns minutos já estavam cambaleando com a cabeça até desmaiar por completo.

– Bem, vamos prendê-los com uma corda, muito bem! –Dizia eu enquanto os prendia. Nós cegos eram suficientes para prendê-los ali.

Agora era o mesmo procedimento. Tirar a córnea e coloca-la em um vidro com formal. Agora eu já sabia mais ou menos como fazer. Não me sujei tanto como da ultima vez. Não tremi muito e consegui fazer o corte com precisão.

Me passou pela cabeça se eu deveria usar um laser... Mas, pelo que analisei não havia tido nenhuma alteração na córnea então, não havia problema nenhum.

– Finalmente abriram o olho. Afinal, vocês só tem um agora! –Disse eu colocando o bisturi em cima da bandeja de aço.

– O que?! Joshua? –Disse Melissa se debatendo, tentando se soltar.

– Você ficou louco? –Perguntou Drew fazendo o mesmo.

– Será que todo mundo que passa por isso, faz a mesma pergunta? –Disse eu pegando os vidros com ácido e me preparando para começar o procedimento mais prazeroso da noite.

– Vingança? –Pergunta Melissa com voz de choro. Sim ela tinha acertado, mas, de que adiantava agora?

– É. Isso aqui é pela ignorância com que você me tratou Melissa. –Pinguei algumas gotas em seu rosto. Ela gritou loucamente, enquanto a carne era corroída. Eu ri e senti um alivio. Era como se aquele ato recompensasse tudo que passei até então.

– Não faça isso cara.

– Agora você quer conversar? Negociar? Não adianta mais. Eu nunca fiz nada a vocês, nada! E só por causa de uma deformação no rosto vocês me esnobaram e jogaram fora?! Lamento, mas, isso não vai passar batido! –A raiva fez com que eu jogasse o segundo vidro por inteiro no rosto de Drew. Esse gritou, debateu-se até abaixar a cabeça de tanta dor. Estava na hora de terminar aquilo.

Eu coloquei a droga na veia dos dois, assim estes desmaiaram. Agora eu precisava chamar o esquisitão da classe. Pra quê? Não podia deixar que aquele atentado passasse assim, sem suspeitos. Seria muito suspeito se mais um evento dado por mim viesse a acontecer o mesmo tipo de atentado não é?

Subi as escadas com um pouco de pressa. Pensei em como tudo estava perfeito e como eu me orgulhara de meus atos até então.

– Ei Petter! –Chamei-o em meio tom de voz.

– Joshua, bela festa! –Talvez você esteja se perguntando o que um esquisitão estivesse fazendo em uma festa descolada não é?! É que eu não tinha escrúpulos nenhum, e não vi mal nenhum em deixá-lo entrar.

– Então, preciso de uma ajudinha aqui! –Disse eu carregando-o comigo.

Nós descemos as escadas, mas, até então ele não vira anda, pois, tudo estava muito escuro. Eu precisava estar pronto pra qualquer reação dele.

– Mas, o que é tudo isso?! –Perguntou ele deslumbrado com o que via. Sangue, meus amigos desmaiados, córneas em vidros... Talvez fosse demais pra ele.

– Desculpe, não posso explicar. –Eu o apanhei por traz, fazendo uma chave de braço imobilizando-o.

– O que está fazendo? –Perguntou com dificuldade.

– Estou tentando me livrar de umas coisas, e livrar você do sofrimento... Você sofre não é?! –Ele parou de tentar se soltar, então diminui a força com que eu o segurava.

– Sim, sofro... Mas...

– Sofre com todos os xingamentos, brincadeiras idiotas e com todos aqueles que te diminuem não é?! –Eu estava tentando fazê-lo querer matar, mas, não só isso.

– Sim.

– E quer se livrar disso? É só passar a mão pelas roupas deles, pelo bisturi e sentir a energia que te recompensará. –Eu o soltei. Estava funcionando. Como se estivesse hipnotizado, ele foi até lá, fez tudo e começou a rir.

– Agora pegue as seringas e aplique uma dose em si, mas, antes... –Eu peguei a faca e indiquei que ele a passasse por seus pulsos. Foi incrível ver ele me obedecer como se eu o tivesse possuído. O sangue escorreu pelo seu pulso, e em seguida ele aplicou em si a dose da droga. Desmaiou segundos depois.

Estava tudo muito bom. Como ele não se lembraria de nada seria o suspeito perfeito para levar a culpa. Tudo estava com sua digital (eu passara suas digitais em tudo que fora usado ali) e agora eu estava livre de qualquer acusação.

Eu fiquei ali sentado e com um celular chamei a policia. Aleguei que não sabia de nada e que não tinha visto nada suspeito.

A pericia achou estranho, o próprio “malfeitor” estar ali na cena do crime, mas, concluíram que a culpa do ato fora tanta que ele tentara se matar com a droga.

Minha vingança tinha sido cumprida. Nada de desconfianças, aliás, tudo que surgia eu contornava com algumas mentiras e fatos que nunca aconteceram. Era fácil demais enganar a policia, juntamente com a perícia.

Embora minha vingança estivesse completa eu sentia necessidade de matar. Dessa vez não só torturar e desfigurar a vitima, mas, queria acabar com a vida de alguém. Deveria ser incrível a sensação de ser superior a aquela pessoa, de decidir seu destino, quais seriam seus últimos momentos e palavras.

E foi o que fiz. Sem muitos detalhes posso contar que tinha um padrão: Matava uma vitima por semana, e outras duas eram desfiguradas e mantidas vivas. Sempre em diferentes lugares, e diferentes formas... Mas, sempre com a mesma finalidade. Eu não seria preso. Era inteligente demais para isso.

Era simples assim, porém o prazer proporcionado, como sabe, era imenso. Era incrível como humanos transformavam-se em seres completamente idiotas quando estavam de frente para a morte. Todos ficavam indefesos e bonzinhos, tudo para não ter um pedaço do corpo deformado ou a vida tirada. Era isso que me fascinava e ao mesmo tempo me intrigava. Então, sempre que matava era esse tipo de ação que eu procurava, para saber mais, entender mais sobre ela.


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