Hereafter escrita por Suzana Alves


Capítulo 24
Cap. 21: Sozinha


Notas iniciais do capítulo

Booa noite amores,
Então estamos acabando, depois desse só terá mais dois e um especial. HAHAH’ É estamos em reta final, e eu adoro saber que esteja gostando e não tenham me abandonado. :3

P.S: Os comentários, eu irei responder até amanhã todos.

Boa leitura. Desculpe os erros.



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Levantei-me com a cabeça latejando de dor, meus olhos ardiam devido à noite chorando, meus lábios estavam seco, mas eu ainda podia sentir o gosto do último beijo do Nathaniel. Era doloroso acordar e olhar para os lados e ele não estar lá, e ainda mais doloroso em saber que ele não estaria nunca mais.

Ontem ao chegar do baile não esperei nem ao menos para me despedir do Adam, apenas sai do carro e fui direto para a casa ao lado da minha. Meus pais já deveriam estar dormido devido ao horário que eu chegará, então não precisaria explicar o que iria fazer na casa dos Jamnes.

Em cada passo que eu dava o meu coração parecia se apertar ainda mais, e as lagrimas não cessavam nem por um minuto. Minha respiração estava pesada e aquele sentimento de perda me dominava.

Olhei em volta e cada flash da minha infância ao lado dele me dizia que tudo isso não existe mais, que tudo foi embora desde que seu corpo foi coberto por aquele monte de terra.

Entrei na casa e o mais rápido que pudesse subi as escadas. Graças aos malditos saltos eu acabei por cair algumas vezes, mas nem isso me fez se quer pensar em dar meia volta e ir para casa.

Meus olhos já estavam presos na porta onde tinha uma pequena placa com o nome Nate nela. Suspirei a fim de me acalmar e parar as lagrimas teimosas. Depois de agoniastes segundo enfrente aquela porta, apertei a maçaneta com força e rapidamente a girei.

Meu coração estava doendo, eu queria que estivesse enganada, queria que ele estivesse mentido para mim e queria que ele estivesse ali dentro como no dia do nosso primeiro beijo. Mas eu sabia que não poderia ter tudo o que queria.

Com a porta aberta olhei toda a extensão do quarto, eu não podia continuar ali, minhas lagrimas já voltaram a cair loucamente cobrindo toda minha visão. Sem se quer entrar no quarto me virei voltando pelo caminho que vim.

Não tinha mais volta, ele não estava lá. O Nathaniel havia me deixado. Como ele pode fazer isso de novo comigo?

Tentando abandonar as lembranças de ontem fui até o banheiro e lá joguei água em meu rosto. Olhei-me no espelho e era até engraçado porque ao olhar para minha imagem refletida eu via aquela garotinha de onze anos com os mesmo olhos inchados e cabelos desgrenhados depois do longo enterro do seu melhor amigo.

Enquanto um sorriso irônico se formava em meus lábios uma lagrima morda escorreu até eles me fazendo sentir aquele gosto salgado que a tanto tempo eu não sentia.

Logo depois da morte do Nathaniel depois de meses chorando eu prometi que nunca mais choraria e que não seria aquela menina fraca, aquela garota estranha. Eu quis mudar e mudei, mas quando ele voltou foi como se a antiga eu voltasse com ele. E eu sentia falta de mim mesma, uma parte de mim sabia que essa menina popular e forte não se passava de uma farsa.

Tirei minhas roupas e sem me preocupar com o horário mergulhei na banheira, e lá fiquei por um longo tempo.

Minha mente estava perdida a mais de seis anos atrás onde olhos cinzas eram a única coisa que me importava e me fazia sorrir. E agora esses mesmos olhos cinzas me faz tanto sofrer, me sinto sozinha como nunca me senti antes. Como ele pode me pedir para seguir enfrente? Como farei sem ele?

Eu queria ir com ele, queria morrer e acabar com esse sofrimento. Assim fechando os olhos mergulhei ficando completamente submersa na água. Queria perder a consciência e ali acabar com minha vida, mas a lembrança da voz do Nathaniel me pendido para viver dominava minha mente e eu não consegui acabar com tudo.

Sai enrolada na toalha. Vesti um sutiã branco e uma calcinha da mesma cor. Como o dia estava quente com a aproximação do verão, me permiti em continuar daquela forma e me lancei na cama. E fiquei ali deitada o resto do dia.

Nada era o mesmo sem o meu fantasma ao meu lado, nem os meus desenhos não tinham tanta graça como antes.

Minha mãe veio ao meu quarto uma duas vezes, mas não consegui me convencer a descer. Só me levantei ao sentir a necessidade de ir ao banheiro, e depois logo voltava e me jogava na cama.

Seria mentira se eu dissesse que não havia chorado mais, quando na verdade a cada momento que rolava ao lado da cama onde ele ficava e lá estava vazio a dor me consumia.

E assim foi todo o meu final de semana, deitada apenas com as roupas intimas e agora com um lenço ao lado para secar minha lagrimas.

–-x--

Já estava a caminho da escola dentro do táxi. Estava com os fones no ouvido ouvindo a música que dancei com o Nathaniel no baile, ela estava em modo de repetir e eu já não fazia idéia de quantas vezes já a tinha escutado.

Olhava para fora vendo as pessoas andando na rua. Elas sorriam e conversavam uma com as outras, e ao vê-las eu me sentia como se não pertencesse a esse meio, do mesmo modo que me sentia quando era criança.

Paguei o taxista e fui direto para sala, ao caminho algumas pessoas me paravam e sorriam ao comentar do baile, um assunto que eu na verdade queria tanto evitar.

Com um sorriso falso no rosto as respondia e o quanto mais rápido podia voltava ao meu caminho.

Enfim na sala me sentei na minha cadeira. O Adam que já estava sentado como de costume com um livro nas mãos parou sua leitura e se virou para me olhar e me lançou um sorriso. Enquanto eu apenas dei uma aceno com a cabeça e voltei a ouvir minha música.

Estava tão perdida em meu próprio mundo que nem notei a chegada das gêmeas Maxthon. As duas juntas se curvaram a minha frente e tiraram meus fones.

– Terra chamando Jullie. – Elas sorriam alegremente para mim.

– Oi. – Disse apenas e olhei para minhas mãos.

– Que “oi” chocho é esse July? – Mei me analisava e eu suspirei pesando.

– Estou com sono. – Menti a fazendo me olhar torto.

– Você mente mal, garota. – Mel concordou e eu dei de ombros.

– O que houve? Brigou com o nerd foi? – Era difícil mentir, ainda mais para elas. Mas eu teria que me esforça agora.

– Mais ou menos. – Mel tocou me braço e me olhou com cautela.

– Amiga relaxa, veja até eu estou bem com o Ethan depois dele ter beijado minha irmã. – Sorriu enquanto Mei revirava os olhos. – Logo você e seu nerd estarão flertando de novo.

Sorri de lado concordando com ela. Era melhor que elas acreditassem que eu estava assim por causa do Adam, então dessa vez não discutir sobre não ter nada rolado entre a gente.

Para minha sorte hoje a professora chegou cedo e até ela estava diferente hoje, toda manhã ela tinha fortes olheira e um rosto rabugento, hoje o seu rosto estava suave e um sorriso brincava em seus lábios.

Parecia que todo mundo esta feliz, menos eu.

As aulas passaram rápidas e durante todo tempo as meninas tentavam me fazer rir. Tudo bem que às vezes elas conseguiam, mas só as fazes.

Elas já tinham ido embora e eu estava sentada a frente da escola esperando o táxi. Quando o carro que me levou ao baile parou a minha frente.

– É vejo que não tem mais medo de carros. – Olhei para ele que estava com a cabeça para fora da janela do carro.

– Nunca tive medo de carros, só não me sentia confortável em dirigir um depois do que aconteceu com minha irmã. – Disse indiferente. – Vem vou te levar.

– Só se você der um fim a minha vida como fez com a Abbe. – Ele me olhou espantando, e eu dei de ombros. – Me desculpa eu não quis dizer isso.

– Tudo bem. Vem. – Neguei.

– Eu já liguei para o táxi. – Ele saiu do carro e se sentou ao meu lado.

– Jullie. – Ele segurou minha mão e me olhou tão intensamente que eu diria que seus olhos estavam queimando meu rosto. – Deixa eu cuidar de você, deixa eu te fazer superar como você fez comigo. – Puxei minha mão e olhei para os meus pés evitando seus olhos.

– Agradeço, mas dispenso. Eu estou bem. – Suspirei.

– Não está, e você sabe disso. – Ele segurou meu rosto e se aproximou de mim. – Fica comigo. Eu juro que farei de tudo para te fazer esquecer ele.

– Isso é impossível. – Sorri.

– Nunca me subestime loira. – Ele se aproximou ainda mais e encostou nossos lábios.

A sensação era boa, mas não era o mesmo que beijar o Nathaniel. Minha boca parecia te sido feita para ser beijada apenas por ele, e por ninguém mais.

Me afastei com cautela.

– Eu amo o Nathaniel. – Disse o olhando e ele sorriu.

– Eu sei. – Ele se virou recostando a cabeça ao banco. – Sabe eu nunca gostei dele. – Riu pelo nariz.

– Não consigo entender o por que. Fora a briga no dia que fomos ver a Margo, ele sempre foi legal com você. – Disse baixo e ele virou o rosto para mim.

– Ele sempre foi superior a mim, mesmo sendo um fantasma ele consegui se o que eu não era. Gentil, calmo e sempre “legal” – Ele deu de ombros e eu senti uma lagrima dominar meus olhos. – Eu queria esta no lugar dele, queria eu ter te conhecido desde a infância, queria eu ser amado por você.

– Adam... – Ele pôs a mão a minha frente para que eu não continuasse.

– Jullie, eu sei que você ama ele, mas me de uma chance.

– Eu não posso. Não posso te usar para esquecer ele. – Uma lagrima escorreu em meu rosto. – Eu não quero esquecer.

Ele assentiu e se levantou no exato momento no qual o táxi chegou. Me despedi brevemente com um aceno e fui embora.

Os dias se passaram não muito diferente desse.

Em casa eu passava os meus dias chorando e na escola as meninas sempre me faziam sorrir, algo que não durava muito.

O Adam tentava falar comigo, mas eu sempre o evitava, não queria enganá-lo, então sempre era franca que não poderia ficar com ele amando outro. Ele concordava, mas a cada dia tentava de novo. Eu tenho que confessar que não imaginava que ele gostasse de mim dessa forma.

Às vezes mesmo tentando evitá-lo era bom ficar ao seu lado, ele me deixava tranqüila, e só ao seu lado eu podia sofrer abertamente, pois ele era o único que sabia a verdade.

Já tinha se passado um mês assim, e nada havia mudado. Já estava na véspera da nossa formatura, eu estava com as gêmeas pegando nossas becas. As das meninas eram brancas enquanto as dos rapazes eram pretas. Elas sorriam falando sobre seus planos depois que enfim terminar o ensino médio.

Mei iria para a California Institute of Technology, disse que gostaria de ficar perto de casa. Lá iria cursar psicologia. Era engraçado a imaginar dando conselhos para os outros.

Já Mel iria para Duck junto com o Ethan que havia sido chamado pelo time da universidade. Ela iria fazer jornalismo e ele tentaria fisioterapia.

Mei não estava muito feliz em saber que eles iriam morar juntos, mas a ajudou a esconder isso dos pais.

Adam iria para Londres estudar emOxford, ele tinha se escrito para direito e por ser um bom nerd, foi chamado.

Tenho que confessar que sentiria a sua falta, mas ele me prometera que nos feriados vira ver a família e me ver.

Eu por outro lado por insistência de todos, sim todos. Fiz minha matricula para Harvard e iria fazer medicina. Eu sei que assim seria ainda mais difícil esquecer o Nathaniel, pois ele sempre dissera que eu seria uma boa médica e que eu cuidaria dele. Mas acho que essa foi à maior motivação para que eu fosse para lá, afinal eu não queria esquecê-lo.

Depois de já estar com a beca e o capelo na mão fui embora e dessa vez com o meu novo carro.

Nesse mês em que sofria em silêncio, meus pais sem saber o motivo acharam que me comprando um carro eu iria ficar melhor.

Tirei minha carteira de habilitação e agora era dona de um belo Chevrolet Malibu.

O caminho fui cantando minhas músicas que são meu único consolo e lagrimas lutavam para invadir meus olhos.

Balancei a cabeça e continuei o percurso cantando como louca as letras melancólicas.

Em casa meus pais estavam na sala, dei um beijo em cada um e quando já estava na metade da escada minha mãe me fez parar.

– July, o Adam ligou mais cedo e disse que não conseguia falar como você. – Arquei uma sobrancelha e tirei o celular do bolso, e como sempre sem bateria.

– Bateria. – Disse e dei de ombros. – Depois eu ligo para ele.

Acenei com a cabeça e continuei a subir.

Entrei e meu quarto e estiquei minha beca em uma cadeira ao lado e logo tirei minhas roupas.

Peguei meu celular e o pus para carregar. Depois dele já ligado disquei o número do Adam.

Depois de três toques ele me atendeu.

– Jullie.

– O que queria falar comigo, nerd? – Botei o celular no viva voz e fui até o espelho e prendi meu cabelo.

– Jullie... Eu quero te ver feliz como antes. – Ele parecia nervoso o que me fez rolar os olhos.

– De novo essa conversa... – Suspirei. – Eu estou bem. Se for só isso...

– Não! – Ele gritou o que me assustou. – Amanhã... Amanhã depois da formatura. Quero que venha comigo até minha casa.

– Adam eu... – Ele me interrompeu.

– Eu quero te ver bem. – suspirou, e fui até onde o celular estava e o tirei do viva voz. – Tenho que te mostrar algo.

– Se eu for você para com esse drama e me deixa sozinha? – Disse seca.

– Sim.

– Okay. Agora vou desliga.

Sem nem ao menos esperar que eu me despedisse ele desligou, como sempre. É isso me fez rir.

Não fazia idéia o que ele queria, e também não quis ocupar minha mente com isso.

Depois de um longo banho me deitei e fora a hora que desci para me alimentar ali fiquei até cair no sono.

–-x--

A formatura foi frustrante, tantas pessoas chorando e eu fiquei paralisada. Não conseguia chorar se não fosse pelo Nathaniel. As gêmeas não se desgrudaram um segundo se quer. Eu ri vendo a Mei chorar por ter que separar da irmã. Sempre foi coração mole.

O Ethan estava ao lado da Mel e ria vendo a cena que as duas faziam, o Adam estava ao meu lado.

Depois da oradora da nossa turma fazer o seu discurso todos gritavam e jogavam os capelos para cima.

Algumas pessoas vinham me abraçar e se despedir já que muitos iriam para longe depois da nossa formatura. Até mesmo o Brian veio até mim se despedir e me deu um longo abraço.

Era bom esta ao lado de pessoa que sempre me faziam tão bem, mas nenhuma era capaz de cobrir a ferida do meu coração.

Depois que todos já estavam indo embora, pedia que minha mãe levasse meu carro que iria com o Adam. Ela com um sorriso enorme concordou.

Ele estava um pouco inquieto dentro do carro. Eu permaneci quieta apena curtido o silêncio que se estalará entre a gente. Olhava para fora e já estava escurecendo.

Como sua casa era mais próxima a escola, não demorou para que chegássemos. Ele desceu do carro e abriu a porta para mim. Me guiou ate seu quarto onde eu já não ia a muito tempo.

Antes de abrir a porta ele se virou para mim.

– Eu fiz isso porque não suporto te ver chorando. – Ele segurou meu rosto com as duas mãos e sorriu. – Eu queria se capaz de ter fazer feliz, mas sei que só ele pode.

Eu não entedia uma palavra que ele dizia e vendo o meu rosto confuso ele sorriu.

– Abra e veja.

Então abriu a porta e o meu mundo enfim voltar a girar.


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Notas finais do capítulo

Próximo cap será postado em breve haha'
Espero que tenham gostado e que comentem. Beijos