Por Trás Dos Bastidores escrita por schneiderjacque


Capítulo 4
Capítulo 4




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-Então vocês... Sabe... Entenderão tudo o que eu estava falando?-Falo vagamente.

-Sim, a propósito obrigada pelo elogio.

Eu queria pular do avião agorinha mesmo. Como é que eu vou explicar para eles o que realmente estava conversando, na verdade desmentir tudo.

-Eu sou Peeta Mellark e esse é Finnick Odair. -eles se apresentam tentando reprimir o riso.

-E acho que a já posso voltar ao meu lugar. - levanto-me- Desculpa mais uma vez pelo acidente.

A aeromoça me adverte e eu volto para a poltrona. Fico olhando pela janela as nuvens. Escuto alguém limpando a garganta e me cutucando no braço, viro para olhar.

-Então já decidiu?-Fala Finnick.

-Eu decidi o que?-Falo incoerente.

-Qual dos dois vai ser seu. -Peeta fala sorrindo.

-Não é o que vocês estão pensando. Eu estava falando dos brindes que minha amiga comprou para mim. -Faço uma pausa e me ajeito na poltrona - Eu fiquei na dúvida então vou tirara na ‘’mamãe mandou ‘’.

Isso não parece mudar os pensamentos deles.

-Quais são os brindes?

-Não é da conta de vocês. -Falo irritada.

Fica um silêncio entre nós três que acabo quebrando por curiosidade.

-Por que vocês continuaram falando em inglês sabendo que sou brasileira também?

-Não sei, estamos tanto tempo em Londres que virou custume.

-E na boate vocês escutaram minha conversa com um garoto?e quem são vocês para estarem numa festa particular de premiação se não são atores

-O tal de Gale?-Pergunta Finnick.

-Sim. E como vocês sabem o nome dele?

-Pois meu pai é o diretor do evento e consequentemente sei quem vai estar nas suas festas.

‘’Burra’’, falo para mim mesma por não ter percebido o sobrenome Odair. E quem será o outro?

-E você Peeta?

-Sou apenas um estudante de intercambio.

-Há. Mora no Rio?

-Sim, eu sou de uma família famosa também.

-É?

-Meus pais são donos da rede de padaria bem famosa pelo rio a ‘’ cornucópia’’.

-Nossa é a minha preferida, só como lá.

-E você é famosa?-Finnick fala rindo, sei muito bem que ele sabe só está brincando.

-Não muito, sou apenas Katniss Everdeen uma atrizinha qualquer.

Nossas conversas foram sobre o que Peeta achava de se hospedar na casa de Finnick.Como que foi ficar um ano entre muitas coisas.Peeta é calmo,percebo o quão bonito ele realmente é na luz do dia.Já Finnick é o engraçadinho que não perde uma para dá em cima de mim,como Peeta ele é bem mais bonito na luz do dia.

-Senhorita Eveerden já pode ir para seu assento.

-Eu posso ficar nesse?

-Senhorita se é o que deseja, pode sim. Quer que eu pegue sua bolsa?

-Obrigada.

-não tem problema ficar aqui junto a vocês?

-NÃO. -Finnick fala rapidamente.

Fico rindo bastante com sua atitude. A aeromoça trás a minha bolsa e peço um biscoito salgado e uma coca-cola. Ficamos comendo e conversando sobre os filmes que eu já fiz e os prêmios que ganhei.

-E o Gale?Vocês ainda estão juntos.

-Finnick cara, cala a boca. Desculpa Katniss por isso.

-Não tem problema, todos só falam disso e respondendo eu ainda estou junto com ele.

Isso saiu estranho da minha boca de uma forma calma e engraçada. finnick fez cara de triste e Peeta ficou olhando para o outro lado.Quando chegamos no Rio me sinto nervosa por ter que voltar para casa aonde terei que ver meu pai.

-Bem é isso, foi muito legal conhecer vocês.-Falo me levantando e pegando minha bolsa.

-Pega esse papel, tem o meu número e de Peeta quem sabe precise falar com alguém se o tal de Gale não conseguir fazer isso.

-Cara para com isso. Katniss desculpa por isso.

-Não tem problema, obrigada e pode ter certeza que ligarei.

Depois que eu saio do avião não os vejo mais, pego o taxi e vou para a casa no condomínio “Panem” no bloco 12. Preparo-me mentalmente. Ao chegar a Prim já está na porta a minha espera, o tempo foi pouco que ficamos longe, mais umas grandes diferenças percebi nela. Seus cabelos estavam mais longos com uma trança bem loira, seus olhos azuis estavam intensos e avermelhados dava para perceber que andava chorando.

-Minha patinha vem aqui.

Ela correu para meus braços.Pude sentir a agonia dela se amenizando,amo tanto ela.

-Kat eu não estava aguentando mais você longe daqui.

-Me desculpe. Vamos entrar para podermos conversar melhor. -digo pegando minhas malas e entrando para casa. –Papai está em casa?

-Sim, na verdade não parece que ele está faz dias.

-Se trancou no quarto?

-Sim, na verdade fiquei preocupada com ele, pois pensava que tinha morrido.

-Com certeza estava só dormindo.

- Kat de noite eu fiquei muito triste, pois escutava ele chorando chamando mamãe.

-Patinha coloca a minhas coisas no meu quarto?

-Claro, vai fazer o que?

-Conversar com papai, já volto.

Ela apenas pega as mala e sai andando para o meu quarto. Dirijo-me para o segundo andar onde fica o quarto de meu pai. Espero um tempo para me recompor e bato na porta. Demora algum tempo para ele abrir a porta. Não me assusto com a aparência dele, como sempre olhos inchados e avermelhados, cabelo sujo e oleoso, o bafo fedorento.

-Haymitch.-Falo secamente.

-Olha quem voltou para me assombrar dos mortos. Pode voltar para o inferno e me deixe em paz. -Ele fala cuspindo as palavras de modo assustador.

Muitas vezes já o vi bêbado em sã consciência, mas nunca o ouvir voltar a falar da mamãe e ainda me confundir com ela. Por um tempo acreditei se eu ficasse longe a pressão que eu fazia nele amenizasse e isso o mudasse. Estava errada em deixa-lo só e ainda com a Prim.

Quando ainda nossas vidas estavam normais eu o chamava de ‘’pai’’, quando isso mudou essa palavra se tornou um veneno em minha própria boca me martirizando e devorando todas as minhas lembranças dele ter sido um pai. Deixa-lo de chamar de pai não pareceu incomodá-lo,por sinal amenizou mais um peso para ele ter que se preocupar em estar cuidando,como se ele cuidasse de Prim.

-Haymitch sou a Katniss a sua filha. -Falo tentando convencer a mim mesma. Entro em seu quarto. Acabo inalando o cheiro de mofo e vomito. Sua cama está sem nenhuma roupa de cama, o chão repleto de roupas sujas. –Preciso conversar com você.

-Katniss a minha filhinha que se foi?

-Eu voltei, preciso que você preste atenção no que vou falar.

-Primeiro preciso de uma bebida.

Ele anda pelas roupas tropeçando, parece não está nem sabendo onde está a bebida.

-Cadê aquela coisa?Porcaria aonde eu a coloquei. -Ele finalmente desiste e se senta na beirada da cama. -Lembrei, aquela pestinha da sua irmã pegou e jogou fora.

-Cala a sua boca, não fale assim de Prim. Se você não se comportasse desse jeito ela não teria feito o que fez. Agora fique parado e me escute. –Pego todo ar que preciso para poder falar sem ter que parar para poder respirar, pois o cheiro arde ao ser inalado. –Para começo de conversa, eu não deixei vocês estava num evento. Lembra que eu sou atriz? Como a mamãe. E se você não se afogasse nessas porcarias não seria assombrado por suas culpas de ter sido um pai e marido terrível. Não a culpo por ter te traído porque o senhor a trocava por bebidas. -Paro para recuperar o fôlego. –Pai. –Falo tentado parecer normal dizer essa palavra. –Não queria que dissesse tais palavras que sei não são fáceis de escutar ainda mais vindas de sua filha. Por favor, volte para suas filhas.

Não tinha percebido que estava chorando, minha garganta se travou, meus olhos ficaram embaçados. Ele permaneceu sentado me encarando como se não me conhecesse mais. Por final se levantou e ficou olhando para os lados a procura de algo.

-Cadê a minha carteira para poder comprar mais bebidas?

Tudo que disse foi em vão. Sai do quarto batendo a porta com toda a minha força. Encontrei com a Prim parada na escada, seus olhos encharcados de lagrimas. Ela tinha escutado tudo.

-Patinha não chora por isso, logo tudo vai mudar eu prometo. -Mais palavras em vão. -Vamos para o quarto, eu vou te mostrar umas coisinhas que comprei e meus troféus.

Entramos no meu quarto e me senti estranha, ele estava ainda intocável desde a morte da minha mãe. As mesmas roupas de cama, tapete e os objetos. Desse jeito me sinto próxima de minha mãe.


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