O Valor Do Amor escrita por Cate Cullen
Notas iniciais do capítulo
Mais uma fic, espero que gostem.
A entrada do palácio está bastante animada esta noite. As carruagens chegam e param para deixar sair os seus senhores. É o baile de aniversário da rainha e todos os nobres estão convidados.
Emmett, Marquês de Winchester, chega numa carruagem dourada e branca para dar bem nas vistas. Muitos não gostam dele, afinal é irmão da grande prostituta da corte.
Emmett não se incomoda muito com os olhares que alguns lhe lançam quando entra no salão. É um homem bonito que sempre teve todas as mulheres a caírem-lhe aos pés o que causa certa inveja nalguns homens.
Baixa-se numa vénia em frente ao rei e à rainha, cumprimenta-os com um sorriso dando os parabéns à rainha e elogiando a sua beleza e elegância mesmo tendo tido um filho à apenas alguns meses. Faz nova vénia e dirige-se para um grupo de homens da sua idade que conversa e bebe com animação num canto da sala.
- Boa noite a todos! – cumprimenta sentando-se numa das cadeiras vazias.
- Olha o novo marquês! – Randolph cumprimenta-o levantando o copo. – Vai bem a vida Vossa Excelência?
- Sem formalidades. – Emmett tira um copo de vinho do tabuleiro que o criado anda a servir pela sala. – Somos amigos.
- Já agradeceste a Sua Majestade pelo título? – pergunta John com um sorriso provocador.
- Ele tem é de me agradecer a mim por ter disponibilizado a minha irmã. – diz Emmett com um sorriso.
- Não foi só a ele que a disponibilizaste. – goza Randolph.
- Respeitinho. – Emmett faz um ar sério. – Respeitinho, estamos a falar da minha irmã e não estou interessado no que ela fez ou deixou de fazer contigo, estamos entendidos?
- Peço desculpa se o ofendi, Excelência.
- Para com isso. – Emmett dá-lhe um toque no braço.
- Tu agora não devias estar no grupo dos homens com título? – pergunta John.
- Já disse para pararem com isso. Não gosto desses que se andam a pavonear por aí exibindo o título que está na família deles há gerações. Sabem que eles não vêm com bons olhos a ascensão de homens como eu. Para eles nós temos de ser apenas Sir toda a nossa vida e já é muito.
- É verdade. – concorda Randolph. – Mas olha que é com eles que a tua irmã se sustenta. Connosco já não vai lá.
- Acho que estás a abusar. – Emmett volta a por um ar sério. – Já disse que não gosto que falem da minha irmã.
Randolph levanta as mãos.
- Peço desculpa.
- Por falar nisso, onde é que ela está? – pergunta Emmett observando o salão.
- Acho que não está cá hoje. – diz John. – Ainda não a vi e ela faz questão de se exibir sempre junto do rei como se enfatizando o seu estatuto de amante real.
- Acho que faz muito bem. – diz Emmett. – É bom que todas percebam que o rei já tem amante para além de mulher. Ele não vai ficar nada contente por não a ver cá.
- Ah vocês ainda não sabem? – Randolph sorri com a novidade. – O rei já a despachou.
Emmett abre os olhos.
- Despachou como assim?
- Desde que a rainha voltou à cama dele após um mês do nascimento do príncipe que a tua irmã deixou de ser chamada aos aposentos de Sua Majestade.
Emmett torce o nariz.
- Quer dizer que acabou?
- Pelos vistos. – Randolph dá uma palmada amigável nas costas do amigo. – Durou bastante. Ele dormia com ela mesmo antes da rainha estar grávida, há quase dois anos que só tem a tua irmã e a esposa. Sabias que mais tarde ou mais cedo acabaria.
- Desde que ele não me tire o título nem a casa que lhe deu está tudo bem. – Emmett olha em volta da sala. – Por isso é que ela não este cá hoje. Deve estar amuada como fica cada vez que perde um homem.
Randolph faz um sorriso parvo.
- Também ficou assim quando foi comigo? – pergunta.
Emmett dá-lhe um murro no braço.
- É claro que não. Se bem te lembras foi ela que te deixou e não tu a ela. Tu até podes ter uma paixonetazinha por ela, mas ela nunca gostou mais de ti do que dos outros.
- Qual paixoneta, qual quê. – Randolph faz um ar chocado. – Ela tem é bom corpo, nunca encontrei nenhuma como ela.
Emmett dá-lhe novo murro no braço.
- Lembra-te que estamos a falar da minha irmã, é um ponto que nunca te deves esquecer.
- Não leves a mal. – John tenta acalma-lo. – Deve ser do vinho.
- Pois, o vinho pela cabeça abaixo é que havia de ser bom.
Emmett afasta-se deles para dar uma volta pelo salão. Se há coisa que não gosta é dos homens a falar da sua irmã como de uma qualquer prostituta. Prefere afastar-se antes de dar um murro a sério num deles.
O sol já espreita no horizonte quando a carruagem sumptuosa para em frente a uma casa no centro de Londres.
Emmett sai. Passou a noite num bordel, como de costume.
Esme ouve a carruagem e vai até à janela. Vê o irmão lá em baixo, os cabelos negros bem penteados e a roupa a brilhar à luz de um sol pálido.
Esme desce as escadas com passos sedutores abanando as ancas como se alguém a estivesse a observar. Tem noção de que é bonita, uma das mulheres mais bonitas de Inglaterra. Tem noção que põe a cabeça dos homens a andar à roda. Tem noção do seu corpo desejável e do seu rosto bonito emoldurado por um cabelo ruivo ondulado nas pontas. Os olhos azuis-escuros são como safiras brilhantes e hipnotizantes. Uns lábios delicados que dão vontade de beijar e umas pestanas compridas que dão ao olhar um ar mais misterioso.
- Bom dia, irmão. – cumprimenta com a sua voz sedutora lançando o seu mais belo sorriso. – Onde passaste a noite? Suponho que o baile não tenha durado até esta hora.
Emmett deixa-se cair no sofá sem paciência para as perguntas da irmã.
- Como estava o salão? – pergunta sentando-se junto dele. – Rosalie estava lá? O rei perguntou por mim alguma vez? E a rainha? Como reagiu à tua presença?
- Misericórdia, irmã. – Emmett levanta as mãos ao céu. – Tantas perguntas. Acabei de chegar e estou com uma dor de cabeça horrível.
Esme solta uma gargalhada pouco simpática e levanta-se.
- Imagino porquê. Eu aqui à espera que me contes como é que foi e tu mais para lá do que para cá.
- Se querias saber tudo isso porque não foste?
- Não me apeteceu. Ir ao aniversário daquela deslavada que sorri para todos com ar vitorioso só porque teve um filho não é para mim.
- Soube que o rei acabou tudo contigo.
Esme encolhe os ombros.
- É verdade. – volta a sentar-se. – Ambos sabemos que teria um fim.
- Porque não me contaste?
- Porque não tens nada a ver com a minha vida.
Emmett suspira.
- E agora? Aposto que já tens outro em mente?
Esme faz o seu sorriso sedutor.
- Apostas bem. Já tenho o meu plano, mas desta vez será diferente.
Emmett levanta uma sobrancelha.
- Diferente como?
- Tenciono seduzir um homem para o casamento.
Emmett abre muito os olhos antes de desatar a rir às gargalhadas.
- Passaste-te! Enlouqueceste de vez! Qual é o homem que vai casar contigo? Não és propriamente o modelo de uma mulher virtuosa, chamam-te prostituta real, puta fina e coisas assim. Já dormiste com metade da Inglaterra.
Esme olha para ele com uma sobrancelha franzida.
- Mais alguma coisa?
- Deixa cá ver. Não és virgem, és considerada uma prostituta, os homens sabem que te podem levar para a cama sem casamento. Queres mais?
- Meu irmão, eu sei que um dia nenhum homem me vai querer. – levanta-se. – Tenho vinte e quatro anos, quando chegar aos quarenta vou ser considerada uma velha e nenhum me vai querer como amante. Portanto é altura de arranjar quem me sustente para o resto da vida, ou seja, um marido.
- E quem é a vítima?
Esme faz-lhe um sorriso cínico.
- Carlisle Cullen, Duque de Somerset.
- Um duque? Já foste amante do Rei de Inglaterra e agora ficas contente com um mero duque?
- Não é um mero duque. – Esme levanta-se. – É o homem mais rico e importante de Inglaterra a seguir ao rei.
- E como planeias fazer para o conquistar?
- Como faço sempre. E começarei esta noite no baile em casa dos Condes de Shrewsbury, para o qual fomos convidados. – Esme tira do boldo duas cartas.
- Deixa ver. – Emmett estica o braço para pegar numa, Esme desvia-se para fora do alcance dele.
- Isto é fruto do meu trabalho como amante. Já somos convidados para os bailes dos Condes de Shrewsbury.
- Com certeza já foste amante do conde. – supõe Emmett.
- Não, é o homem mais fiel de Inglaterra, devias saber que nunca, mas nunca traiu a mulher. Também são casados há apenas dois anos.
- Anos suficientes para um homem se cansar de uma mulher. – suspira Emmett encostando-se mais no sofá.
- Não importa. O importante é que eu vou ao baile e aproveitarei para seduzir o Duque de Somerset que com certeza estará lá.
- Tu és perigosa, minha irmã. Eu não queria ser um homem solteiro estando no mesmo salão que tu.
Esme desata a rir.
- Ai querias, querias. Tu adorarias não seres meu irmão e poderes ter-me como os outros homens me têm. – provoca-o.
Francis agarra-lhe no braço e puxa-a para o seu colo.
- E achais que não o posso fazer? – pergunta passando os braços em redor da cintura dela.
Docemente Esme beija-lhe a ponta do nariz antes de se libertar.
- Posso cometer muitos pecados, mas não o incesto. O amor que tenho por ti, meu irmão, é o amor de irmã.
- Oh, a minha irmã ama-me. – brinca Emmett abrindo os braços e sorrindo.
Esme faz uma cara de tédio.
- Não tens graça nenhuma. Para além de seres um parvo. E afinal onde é que passaste a noite?
Emmett levanta-se e dá-lhe um beijo na bochecha.
- Não tens nada a ver com a minha vida.
- Sou tua irmã mais velha portanto tenho.
- E única, graças a Deus. Estive no bordel mais conhecido de Londres. – diz já a subir as escadas.
Esme franze o nariz.
- Nem sei porque perguntei. Os homens são todos iguais.
- Eu sei. O Randolph tem muitas saudades tuas, quase confessou, depois de beber uns copos, que se apaixonou por ti. Aí tens um homem que depois de bêbado casaria de livre vontade.
- Parvo. Tu e ele. Randolph é um homem que não me deu mais do que dinheiro e isso é o mesmo que dá às prostitutas e como eu não sou uma não tenciono voltar a meter-me com ele.
- A minha maninha quer joias, vestidos e casas.
- Exatamente. – Esme sorri. – E quando me casar com Carlisle de Somerset terei tudo isso.
- Se casares.
- Não duvides. A tua querida irmã ainda será Duquesa de Somerset.
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