Eu e a minha irmã Laís estávamos indo de ônibus da igreja para casa quando a gente perdeu a estação. Paramos na próxima e ficamos esperando o ônibus de volta. (oooooh! que começo interessante!)

Acontece que aquela parada não era apenas um banquinho tosco, a estação tinha umas lojas e eu e a Laís ficamos lendo gibis da banca enquanto esperávamos, até que vimos que nossas amigas que também eram gêmeas estavam lá.

Eu perguntei o que elas estavam fazendo ali e elas disseram que estavam esperando o irmão mais velho sair da academia. Quando ele chegou era impossível não notar que estava super suado e com o cabelo muito esquisito. Elas sairiam de carro com seus pais, por isso perguntei para que direção elas iam, achando que poderia voltar junto, mas elas iam para a direção oposta.

Mais tarde eu e a Laís estávamos comprando pão quando o ônibus parou. Nós ficamos afobadas e queríamos pegar logo o pão do padeiro para dar tempo de pegar o ônibus, mas o padeiro troll não deu o pão logo só pra gente ficar lá até a próxima estação. Aquele %#$!!!@%#$&*! Também, decidimos não comprar mais o pão, por vingança.

Felizmente não precisamos esperar até o próximo ônibus porque nossos pais chegaram preocupados. Antes de irmos embora, notamos que em uma pequena descida pavimentada na calçada mesmo, tinham várias pedras preciosas largadas no chão. Em vez de fazermos o óbvio e pegar tudo pra nós, pensamos, tipo: “Que lindas todas essas pedras preciosas aí, vamos deixar onde está mesmo.” Nesse tempo chegou uma mulher perto de nós.

A mulher era uma espécie de fascinada pelo local e guia turística, e falou que depois da calçada tinha um pântano, onde poderíamos tentar achar nossas pedras preciosas no final dele.

Pode-se adivinhas que nós fomos, né? Não podíamos ir pela água, porque, além de ser bem desagradáveis os mosquitos, lama e galhos dentro dele, poderia ter cobras e jacarés escondidos.

Nós fomos então por cipós e alguns estreitos caminhos em volta da água, mas quando chegam0s ao final vimos várias pedrinhas preciosas tânicas e sujas. Acabamos voltando sem nada mesmo.

O problema é que o caminho por onde tínhamos vindo tinha sido destruído não sei como, então tivemos que ir pulando pelas vitórias-régias que tinham no rio. Acontece que era muito difícil de se equilibrar nelas e acabei perdendo a paciência e pulando no rio.

– Júlia! Você não devia ter feito isso!- minha família gritava.- Podem ter jacarés!

Foi um erro pular no rio porque eu não tinha percebido, mas tinha uma correnteza que me puxava para trás, dando de costas a um matagal.

De repente vi um movimento na água, foi aí que começou a bater o desespero. Um jacaré saiu do nada pulando e quase me abocanhou! Não era um jacaré muito grande, mas foi assustador o suficiente para me fazer voltar à tona e chispar dalí!

Nós passamos por umas cordas, galhos, vitórias-régias e cipós e chegamos de novo ao calçadão de cimento, onde a moça estava lá de novo com duas pedras preciosíssimas do tamanho de um punho fechado. Ela ainda perguntou:

- O que vocês acharam?

- Achamos apenas umas pedras pequenas, mas não conseguimos trazer.

- Que pena, porque eu consegui essas duas pedras preciosas. Acho que eu devia ter lhes ensinado a técnica primeiro.

Então ela simplesmente pegou as pedras e jogou no calçadão junto com as outras. Mas o que é isso? Seria uma tradição? Mas nós não queríamos saber, simplesmente pegamos as pedras preciosas que a moça tinha jogado e saímos dali.