Negativo E Positivo escrita por Sayu


Capítulo 4
Um mundo de cor x Um mundo negro


Notas iniciais do capítulo

Sem muito a comentar sobre o capítulo xD
Mas espero que gostem dele o/



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Capitulo 4

- Louise

               

                O amor é um sentimento bem estranho. Eu não o entendo muito bem, mas por alguma razão sempre quis senti-lo. E agora que sei como ele é, sinto que ele é não é algo de todo bom... É um pouco doloroso. Mas talvez isso seja culpa da pessoa que eu acabei me apaixonando.

                Isso é meio romântico. Algo como Romeo e Julieta. Eu deveria ficar feliz com isso? Pode ser lindo ou poético, mas todos sabem que esse romance acabou em tragédia.  Sinceramente, não quero que meu romance acabe em lágrimas. Ah! Nem sei o porquê de ficar pensando nisso. Ele nem sabe que eu existo de qualquer forma...

                Mas não consigo deixar de pensar nele. Mesmo que eu nunca tenho o conhecido. Sei que é bobagem e irracional. Mas eu nunca fui alguém muito de pensar racionalmente mesmo. Prefiro seguir meus sentimentos e minha intuição, embora muitas vezes eles nos preguem peças.

                - Louise. – Meu pai me chamou, abrindo a porta do meu quarto. – Você está bem?     

                - Sim, por que não estaria? – perguntei, esquecendo completamente que eu havia acabado de estar num ataque terrorista.

                - Bem, qualquer garota ficaria ao menos assustada depois do que aconteceu.

                - Ah. – me lembrei do que havia acontecido. – É mesmo. Nem me lembrava mais disso.

                - Você é mesmo uma menina especial. – meu pai riu. – Não quero ser chato, mas já que está tão bem, você pode ir até onde Allan está? Seria legal levar café pra ele e o local é bem próximo daqui, então acho que não tem problema de você ir a pé.

                - Jura? – me espantei. – Posso ir a pé? Que raro. Você nunca deixa.

                - É, mas eu acho que a Bolha 23 é bastante segura, eu confio nos nossos policiais.

                - Não é estranho você falar isso depois de um ataque terrorista?

                Ele riu, constrangido:

                - Você tem razão. Mas acho que você tem capacidade pra ir sozinha até lá. – ele disse, entregando-me o café.

                - Sim, eu tenho. – sorri. – Obrigada por confiar em mim.

                Desci as escadas rapidamente e sai pela porta. Eu sabia onde ficava aquele casebre que ele citou, porque eu sempre brincava nele junto com Allan. Era divertido... Que nostalgia. Mas o que será que Allan está fazendo lá? Não acho que ele queria apenas relembrar o passado.

                Ao ver o lugar, percebi que estava exatamente como eu havia deixado. A madeira que se desmanchava pela velhice, a janela quebrada e enferrujada que fazia um barulho esquisito ao abrir e a porta de cor amarelada. Escutei algumas vozes, uma era feminina e eu nunca havia a escutado antes.

                Coloquei minha mão na maçaneta gelada da porta e a girei cuidadosamente. Quando a porta se abriu, a primeira coisa que vi foi uma garota. Ela tinha cabelos vermelhos, mas a primeira coisa que reparei neles era que eram muito mal tratados. Suas roupas também eram um horror, apenas trapos velhos e sujos.

                - Olá? – perguntei, um pouco constrangida.

                - Louise? – Allan ficou surpreso.

                - Hum, meu pai me mandou até aqui pra te trazer café... Mas... Quem é essa garota?

                - Ah... Isso está uma bagunça...

                - Eu sou Lena. – a garota respondeu.

                - Hum, eu sou Louise. Prazer em conhecê-la. – Sorri, um pouco constrangida com aquela situação.

                - Eu me lembro de você. – a garota se aproximou, deixando Allan em alerta. – Pelo jeito você não tem medo do escuro.

                - Hum? – levei um tempo pra entender. – Oh, foi você que causou aquilo? Não tinha um menino com você? Onde ele está?

                - Meu irmão?

                - Irmão? – “Ainda bem que são só irmãos”, pensei.

                - Sim. Ele não está aqui agora, mas ele é tipo meu cúmplice. Eu acho.

                - Posso perguntar por que vocês são terroristas?

                - Você quer mesmo saber? – ela perguntou.

                - Sim, eu quero.

                - Então venha comigo, quero te mostrar o motivo.

                - Ei, espera aí. – Allan barrou a nossa saída. – Não vou deixar que você vá com alguém tão suspeito.

                - Ah! Aqui está o seu café. – entreguei o pacote em minhas mãos.

                - Ah sim, obrigado. – ele agradeceu, enquanto rapidamente segurou o pacote.

                Afastei-o da porta enquanto estava distraído e peguei na mão da Lena para corrermos.  Ela era uma garota bem estranha, mas por algum motivo eu achei que poderia confiar nela. Na verdade, é sempre assim que eu quebro a cara. Estou sempre confiando demais nas pessoas e nunca aprendo.

                - Chegamos. – Lana falou.

                Eu olhei para cima e vi a imensa bolha que cobria nossa cidade. Ela era transparente em cima, mas em seus limites eram cobertos por uma lona. Era estranho, porque eu nunca havia me perguntado o porquê dessa lona...

                - Nós vamos sair da bolha? – me assustei.

                - O que é? Está com medo? – ela riu.

                - N-Não... Mas é proibido. Se descobrirem, vamos ser presas.

                - Ninguém vai descobrir. Então vamos logo. – ela disse, se agachando e abrindo uma espécie de alçapão escondido na grama.

                - Céus... – meu coração parecia que ia saltar pela minha boca.

                - Vem logo. – ela desceu.

                Coloquei minhas pernas e depois pulei. Lá era muito escuro e senti meu ar indo embora. Fiquei um pouco tonta e apoiei-me em Lena. “Se acalme, já vamos chegar”, ela respondeu imediatamente.

                - Acho que é aqui. – Ela disse, levantando os braços e abrindo outro alçapão. Subiu logo em seguida. – Vem. – ela esticou as mãos.

                Assim que subi e respirei aquele ar, comecei a tossir descontroladamente. Aquele lugar tinha um cheiro horrível também. Quando consegui abrir meus olhos, vi aquilo que parecia um pesadelo. Era terrível... Havia lixo e corpos por todos os lugares. Senti meu estômago revirar.

                - Aqui está. O motivo de nós querermos uma revolução. Apenas queremos ser tratados como pessoas. Nós viramos seres humanos invisíveis, que nascem e morrem sem ninguém saber. Existe sim gente que não liga de viver no lixo, mas eu ligo! E eu não quero mais isso. Já cansei de ver gente morrendo sem água, enquanto vocês tomam banhos de quarenta minutos.

                - Eu... – nem sabia o que dizer sobre tudo aquilo. Senti-me realmente culpada por tudo. Pelas pessoas que estavam sofrendo enquanto eu me preocupava com futilidades.

                - Ela não sabia. – ouvi uma voz familiar. – E não traga pessoas da bolha pra cá.

                 Senti fraqueza em meu corpo e meu pulmão vacilou. Olhei para cima e vi a figura embaçada do garoto de cabelos negros. O terrorista pelo qual havia me apaixonado e que estava ali na minha frente. Tudo ficou escuro e senti como se houvesse algo me puxando.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capítulo! Comentem e favoritem se gostaram!



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