Acabei de acordar e o primeiro pensamento que me vem à cabeça é: Rachel, eu consegui impedi-la de casar com o Hudson?

Nada de: “O que eu faço aqui, deitada nessa cama de hospital?”, “Por que eu não sinto minhas pernas?” ou “Por que eu não me lembro de nada o que aconteceu desde que eu mandei aquela mensagem pra Rach?”.

Bom o que eu posso fazer se eu a amo tanto que estava (ops, estou) disposta a ir contra minha religião, meus princípios desde criança e impedi-la de casar com ele e torna-la minha.

Entrou um médico no quarto, me impedindo de continuar minhas divagações. Já que fui interrompida vamos descobrir o que eu estou fazendo aqui.

- Bom dia Lucy, sou o Dr. Hawking, e fico feliz por vê-la acordada, como está se sentindo? – disse o médico. Ele é alto, deve estar com uns 30 anos, charmoso, com certeza várias enfermeiras suspiram por ele.

- Olá Dr., estou bem mas pode me dizer o que exatamente aconteceu?

- Você sofreu um acidente de carro, um caminhão bateu no carro que a senhorita estava. – ele me esclareceu. – Senhorita, tem uma garota na sala de espera que está aqui desde que você deu entrada, nós precisamos fazer alguns exames e testes, mas depois você poderá receber visitas, vou avisá-la que você acordou e chamar a enfermeira para me ajudar.

- Ok. – isso é o máximo que consigo falar agora. Como assim acidente de carro? E quem será essa garota?

Estou vendo a enfermeira entrando no quarto, ela me cumprimenta rapidamente e me fala sobre os exames e testes. Vou ter que fazer uma ressonância, uma radiografia e vão me fazer algumas perguntas para ver se não perdi a memória.

----------------------*-----------------------

Estar nesta cúpula para fazer essa maldita ressonância é horrível, tenho claustrofobia, estou desesperada. Parece que estou horas aqui, mas finalmente acabou.

Agora vou voltar para o quarto e enfrentar as perguntas do Dr. Hawking.

- Que bom que está de volta, podemos começar? – ele pergunta e eu apenas aceno. – Qual é o seu nome?

- Lucy Quinn Fabray.

- Quantos anos tem?

- 18.

- Qual o nome da sua mãe?

-Judy Fabray.

- E o do seu pai?

- Russel Fabray.

- Em que cidade você mora?

- Lima, Ohio.

-----------------------------*--------------------------

- Lucy...

- Quinn. – o interrompo, mais por força do hábito. – Desculpe. Prefiro que me chamem de Quinn.

- Ok, Quinn, vejo que está tudo ótimo com a sua memória. Já acabamos por aqui, quer que eu chame alguém que esteja na sala de espera? – como negar né? Estou louca por notícias.

- Claro, por favor.

Estou esperando ansiosamente para saber quem é que vai vir primeiro me ver, provavelmente seja a minha mãe, por questões obvias. Mas será que ela sabe a respostas para algumas das minhas perguntas? Oh, essa não é minha mãe, e eu estou extremamente feliz por isso. Ela ainda não entrou no quarto, está conversando com o médico no corredor, por que não entra logo? Ela está linda, como sempre, mas estranhamente com calças jeans e um moletom, sem suéteres de bichinhos e saias. Oh, ela está entrando.

- Hey Q, como está? – seus olhos estão inchados, parece que ela chorou, isso me faz ficar triste.

- Bem, como se pode estar quando se está em um hospital após a um acidente. Mas e você, por que esses olhos inchados? – eu sei, sou curiosa, mas eu preciso saber.

- Ah, não é nada, só que não é fácil ver uma das pessoas mais importantes pra mim em uma cama de hospital. – pera aí, eu escutei bem? Umas das pessoas mais importantes da vida dela? Estou hiperventilando aqui. – E também eu chorei de alegria assim que eu soube que você acordou, pena que sua mãe foi em casa tomar banho, ela está muito preocupada com você, vai todos os dias à capela pra rezar por você. – está aí a Rachel que eu conheço, 100 palavras por minuto. – Quinn, eu estou muito mal por você, me sinto muito culpada por tudo o que aconteceu, não era pra ser assim, até que por um lado me reconforta, me deu mais tempo pra pensar se casar com o Finn é o que eu realmente quero, mas mesmo assim, me desculpa por isso, por estar aqui...

- Rachel, respira. Muita informação em pouco tempo. E quero que saiba que não te culpo por nada.

- Mas era ao meu casamento que você estava indo e respondendo a minha mensagem. – ai esse bico, não por favor, desfaça esse bico, é muita tentação.

- Mas eu que inventei de mandar mensagem enquanto dirigia, eu que fiz essa estupidez. Não pense em nenhum momento que a culpa foi sua.

Ela está quase chorando de novo, eu não posso deixar isso acontecer, mas eu estou vendo minha mãe chegar e não consigo segurar um sorriso.

- Mãe.

- Minha Quinnie, até que enfim acordou. – que saudade desse abraço, da segurança que minha mãe me passa. – Oi Rach, querida.

- Olá Sra. Judy.

- Já pedi pra parar com o Sra. – Rachel está corada, e ela é tão fofa corada. – Mas me fala filha, está bem? Não está sentindo nenhum incomodo nem nada?

- Não mãe, sem incomodo nenhum, e eu estou bem.

- Nem com a perna? – minha mãe com cara de confusão e Rachel com cara de espanto, isso não é bom.

- Judy, ela não sabe, você não viu o Dr. Hawking antes de vir aqui? – Rachel pergunta pra minha mãe, mas olha ansiosa para mim.

- Não eu não vi. Quinnie, filha... – ela me fala com uma cara igual a que Rachel estava.

Mas ela não precisava falar nada, enquanto elas estavam conversando eu fiquei curiosa para saber sobre o que ela estava falando, e quando fui prestar atenção em minhas pernas percebi uma coisa.

Mas que merda é essa? Por que eu não sinto minhas pernas?