Diorama Of Shining Hearts escrita por Return To Zero


Capítulo 5
Maçã-do-Amor


Notas iniciais do capítulo

"Por entre teus galhos tua verdade desabrochou.
Ainda me lembro do calor de tuas mãos. "



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Caminhava a passos confiantes, quando a voz de Lunar se fez presente. Ela chamou meu nome. Me virei, e ela tentava se colocar de pé. Minha atenção foi rapidamente roubada quando corri até ela, perguntando se estava tudo bem. No mesmo instante ela gritou mais uma vez, fazendo certo esforço para se mover, mas em vão. Um grande pedaço de bolo estava vindo em nossa direção, veloz como uma flecha.

Antes que ele pudesse nos acertar ele foi despedaçado por, sim, uma maçã.

Fomos cobertas por mais creme e glacê, e a dona do disparo apareceu. Os cabelos eram vermelhos e desciam até os ombros, formando pequenas ondas e uma franja que ela insistia em assoprar para fora do olho. Usava botas brancas, meias de um verde escuro que subiam até acima do joelho. Uma saia vermelha, reluzente, que se armava e aparentava fazer o formato de um coração de cabeça para baixo, seguido por uma blusa preta que também tinha formato de coração, evidenciando os seios volumosos. Em suas mãos, luvas verdes que deixavam os dedos a mostra, e um emblema, que aparentava ser uma maçã cercada por notas músicais.

Completava o visual com uma boina vermelha, e uma especie de “cabo” que saia dela, esverdeado. Em uma de suas mãos, uma espingarda prateada, adornada com desenhos de maçã que era, no minimo, adoravel.

Lunar, as fadinhas e eu nos escondemos sob alguns pedaços de bolo e observamos a nova diorama. O Shadow se transformou novamente em uma bola, e pulava para todo lugar. A ruiva tentava acompanhá-lo mas sempre errava os tiros, criando enormes crateras com formato de maça nas paredes macias de bolo.

Por fim, se irritou e berrou algo. Jogou a espingarda no ar e ela se transformou em algo maior... Um tipo de... Canhão portatil. Seguiu o Shadow com a nova arma por alguns segundos enquanto ela emitia um bipe alto e continuo. Num momento de vacilo, o Shadow parou e a arma emitiu um único bipe.

- Apple Beam!

Ela bradou. Um raio vermelho em forma de maçã atingiu a bola cinzenta, fazendo-a bater contra a parede e pairar no ar por alguns segundos. Imediatamente o “canhão portatil” voltou ao seu formato original, e ela disparou varias vezes contra a esfera, que girou no ar e se desfez em fitas, voltando também à sua forma original: Um Shadow grande e de olhos azulados.

Jogou a espingarda para cima mais uma vez, e este transformou-se em um Tact vermelho e verde, adornado com uma maçã e um aro branco a sua volta.

- Apple Wave! – bradou, fazendo um raio de luz avermelhado sair do Tact, adornado com maçãs. O raio atravessou o Shadow e ele se desfez imediatamente, dando lugar à Mistress em seu macacão lilás e cabelos negros, com um “87” estampado no peito. A ruiva elevou o Tact e ele voltou para sua forma de espingarda. Mais alguns disparos e ele voltou a ser um Tact. – Apple Forte Wave! – O raio jorrou na direção da Mistress, um grito agonizante e depois, o silencio.

A garota pulou sobre alguns pedaços de bolo, chegando até o nosso esconderijo. Ela andava com graciosidade, e seus olhos eram acastanhados e extremamente emotivos. Em meio aquele cheiro doce, a garota exalava um odor forte de maçã.

- Vocês estão bem? – ela perguntou, sorrindo – Essa era uma Mistress de Magnitude Oito. Ela não devia estar aqui.

- Ora, bom dia Apple. – Lunar disse, limpando os restos de bolo do vestidinho – Você foi de muita ajuda sim, mas acho que nós duas poderiamos ter dado conta.

- Era uma Mistress de Oitava Magnitude. – disse uma voz baixa, de algum lugar. Um ponto brilhante avermelhado veio voando até o ombro de Apple. Tinha os cabelos castanhos e um vestido vermelho que imitava uma maça na saia, e sapatos verdes. – Algo está muito errado, elas não deviam atacar por aqui.

- Mas estamos do outro lado da cidade. – comentei – Pensei que...

- A Oitava Magnitude não costuma sair da Gema. – Apple expôs, levemente preocupada – Estamos preocupadas. Os ataques estão se tornando cada vez mais frequentes, e nós...

Um barulho de rachadura se fez presente. Seguiu-se por todo o teto de açucar, depois para os lados. Os pedaços da Dimensão começaram a cair lentamente e, antes que alcançassem o chão, o barulho de uma explosão contida se fez, e a Dimensão Restrita explodiu.

Estavamos paradas dentro da estação. Lunar estava com o vestido coberto por pó de concreto e arranhões. Eu ainda estava sentada, perto de um vaso grande e redondo com uma planta. Meu corpo estava ainda mais dolorido.

- Tenho certeza que vocês comeram um pouco da Dimensão, não? Claro que sim, aquilo estava irresistivel. – a ruiva riu gostosamente, enquanto eu e Lunar coravamos as bochechas

– Se eu fosse vocês, vomitaria logo. Vocês podem ter comido concreto, terra, ferro... Qualquer coisa! – a fadinha exclamou, rindo. Ela parecia irritantemente feliz

Lunar ajudou-me a levantar e eu limpei meu vestido. Meu estomago já dóia, e aposto que o da loura também.

- Não nos disse seu nome ainda. – Luna olhou a ruiva e sua fadinha com olhos estreitos, desconfiada – Como conseguiu entrar?

- Recebi o sinal de uma Mistress de Magnitude elevada que entrou em contato com nossa realidade e apenas estava aqui para verificar se estão seguras. – ela respondeu, sem tirar o largo sorriso do rosto – Claramente, não estavam.

- Agradeço a ajuda novamente, mas sei que tanto eu, como Diorama, poderiamos lidar com ela.

- Luna e Melody sabem disso. – Apfel afirmou, já um pouco mais séria – Essas coisas são perigosas, e parece que vocês duas não percebem que estão com vidas humanas, com Dioramas, em suas mãos.

As duas fadinhas pigarrearam envergonhadas, e pediram desculpas.

- E melhor correrem, antes que o intervalo acabem. – Apple avisou.

Mais do que depressa, Lunar me puxou pelo pulso e saímos em disparada pelo mesmo caminho em que viemos. Logo ela me soltou, e nivelamos nossa velocidade. Ela não proferiu uma única palavra até chegarmos à cobertura.

Notei no grande relogio que havia no prédio escolar que os ponteiros se moveram apenas cinco, seis minutos. Nossas vestes se rasgaram e desfizeram-se em pó assim que nossos pés tocaram o telhado. Sorano-san soltou as maria-chiquinhas e balançou os cabelos, gemendo baixo de dor.

- Dentro da Dimensão Restrita, o tempo não passa. Esses minutos foram da nossa corrida até à estação. Ninguém desconfiou que saímos da escola. – ela suspirou, ajeitando o vestido e amarrando os cabelos dourados num rabo de cavalo alto – Preciso dar um jeito no que está em meu estomago. Nos vemos mais tarde.

Após descer as escadas, eu suspirei, observando a paisagem lá do alto.

No que eu havia me metido?


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem até aqui ♥



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