Diorama Of Shining Hearts escrita por Return To Zero


Capítulo 12
O Pequeno Advento do Fim


Notas iniciais do capítulo

"Aos poucos
em meu peito
Um sentimento desperta
Ecoando como uma voz
Que eu nunca consegui alcançar"



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Outro Mistress Signal, dessa vez, tarde da noite. Sendo uma madame de Rainsworth, não seria muito bom me ver saindo de casa tão tarde assim, e sozinha, de modo que me transformei dentro do meu quarto e sai pela janela.
– Cards até parece uma adolescente rebelde, fugindo desse jeito – a fadinha riu, me seguindo pelo ar
– Falando em rebeldia... Aquela garota que Adam estava conversando mais cedo...
– Ela também chamou sua atenção, não? Como era o nome dela mesmo?
– Alguma coisa, Partners. Que sobrenome mais estranho. – tomei algum tempo para pensar – Você não acha que...
– Nós mobilizamos o possivel para encontrar Cards e garantir a segurança da Cards mas, Squall não significa bem segurança para Cards.
– Bom senso vocês ainda tem, pelo menos.
Estranhei a demora para abrir a Dimensão. Não estava em lugar algum. Parei no meio da rua e examinei os prédios, tudo aparentava estar tão normal. Não havia aquela tonalidade cinza, caracteristica que um ataque.
– Será que é uma armadilha? – perguntei, preocupada
– Tem certeza que ouviu o Mistress Signal? – eu assenti, ainda analisando o cenario – Isso é tão estranho...
Passos.
Passos lentos.
Notei que a melodia em minha cabeça havia cessado há muito tempo. Alguém havia acabado com a Mistress. Mas quem? McKenzie?
Me virei na direção dos passos, esperando, rezando para que fosse a morena. E o que eu temia, aconteceu.
–Trump eu acho que...
Das sombras da rua, os passos se tornaram mais proximos. Uma figura emergiu. Um vestido longo e negro, adornado de fitas arroxeadas. As mangas eram longas, e as rendas negras lhe caiam sobre a costas das mãos de um jeito elegante. O cabelo ruivo, liso, que escorria pelas costas como um mar de sangue, adornado por um pequeno chapéu no alto da cabeça, que deixava uma especie de tela escorrer pelo rosto dela. Parecia um traje de luto.
Mas ela era a Diorama mais linda que já existiu. Ela levantou seu belo rosto para mim, e seus olhos verdes transmitiam uma falsa esperança.
– Squall! – exclamei, não sabendo exatamente o que eu estava sentindo – Como você... – lembrei-me da garota mais cedo.
Não... Isso não vai dar certo.
Eu queria estapeá-la até que ela fosse embora mas algo me deteve. Squall partiu seus labios num sorriso rosado e tirou a mão que estava atrás de suas costas.
Ali havia um Shining Heart.
O artefato mais lindo, e poderoso do mundo.
Seu brilho poderia aquecer, e trazer luz para todos os planetas da galaxia.
Seu calor traria sossego aos corações necessitados.
O coração dos corações estava nas mãos de Squall.
Abri um sorriso também, tentando me aproximar. O lampejo de esperança em seus olhos verdes sumiu rapidamente. Seus dedos se fecharam com delicadeza e o Shining Heart que flutuava sobre sua mão se despedaçou completamente.
– Squall, o que você fez?! – Trump berrou com sua vozinha aguda, se aproximando ameaçadoramente da garota. Ameaçadoramente, do jeito que só uma fada minuscula e de asas douradas pode – Por que fez isso?! Nosso trabalho é procurar os Shining Hearts, não destruí-los, sua maluca!
Squall apontou o indicador para Trump, fazendo-a recuar um pouco. – Não se aproxime, ou eu te transformo em uma montanha de pó brilhante, sua nojenta. Nós não vamos mais procurar os Shining Hearts. Já chega desse ciclo sem fim.
– Você não pode fazer isso, Squall! É o nosso dever procurá-los, e salvar nossa...
– Cale a boca, Trump. – ela interrompeu a fada, apontando o dedo para ela novamente. Houve um relampejo, um barulho de trovão e, no lugar da fada, havia uma montanha de pó brilhante no chão. Recuei, engolindo em seco – Cards, eu não estou brincando. Isso não vai mais continuar.
– Mas Squall... Nós vamos todas morrer se não formos resgatá-los...
Ela moveu os braços à sua frente, mostrando seu vestido negro
– Por que acha que estou de luto?
– Squall, você...
– Eu te matei uma vez, Cards. Não sei como você conseguiu escapar, mas creio que sua morte agora será mais agradavel do que quando tudo se quebrar.
Ela sorriu, como e estivesse fazendo um favor. Em sua mão, seu Tact se materializou e ela o apontou em minha direção. Preto, com a ponta rendada, um coração roxo partido ao meio por um raio. Bem a sua cara.
– Squall Tact, Open. – ela proferiu, sem muita emoção. Uma torrente de raios luminosos me atingiram e, ao invés de me machucarem, abriram uma dimensão. Uma dimensão vermelha, repleta de cartas. Minha dimensão.
Estavamos bem distantes uma da outra, e ela veio caminhando em minha direção. Como um mecanismo de auto-defesa, a propria dimensão arremessava varias cartas contra Squall. Seu Tact se materializou em uma foice igualmente negra, que ela usava para cortar todas as cartas ao meio.
Mais um agrupado de cartas a atacou, formando uma especie de furacão ao seu redor. Pouco tepo depois todas as cartas cairam ao chão, e ela saiu de lá sem um único arranhão se quer.
Seus olhos fumgavam de loucura enquanto ela se aproximava. Ela era a morte em si, completamente. E ali seria meu fim.
Novamente tentando me proteger, a Dimensão me teleportava para lugares diferentes, mas Squall simplesmente mudava sua rota e continuava vindo.
Já bem proxima, veio arrastando a cabeça da foice no assoalho, apressando o passo. Numa última tentativa, uma torrente de losangos brancos investiram contra ela, e uma voz em minha cabeça me mandou fugir, e assim o fiz. Eu corri. Corri o maximo que podia enquanto ouvia os gritos de Squall. Os losangos atravessavam o corpo dela, e eu podia sentir o sangue quente e viscoso caindo em mim. No meu chão. No chão da minha Dimensão.
A Dimensão estava se estilhaçando. Presumi que ela já estaria morta.
Me deitei no chão, mirando o céu. Era minha parte favorita. Eu sorri, aliviada, enquanto os pedaços iam caindo, se transformando em poeira antes de cairem no chão.
Tudo voltou ao normal num piscar de olhos. O corpo de Squall ainda estava ali. Eu podia ver seu peito se movendo com a respiração, apesar da enorme quantidade de sangue que havia ali.
Entrei em panico.
Eu não estava mais com minhas vestes, apenas a simples camisola que uso para dormir. Eu estava muito longe de casa.
Juntei o pó brilhante, que um dia foi Trump, em minhas mãos e percebi que Squall realmente era Partners. Alice Partners.
E eu corri. Corri o mais rapido que pude, segurando o pó brilhante. Corri sem parar por um único segundo e, quando cheguei em casa, eu estava coberta por suor da cabeça aos pés.
Entrei pela porta dos fundos e corri para a cozinha. Despejei o pó no pote mais bonito que encontrei, fechei-o e subi as escadas para o quarto. Tranquei o quarto e me deitei na cama junto do pote.
Chorei.
Chorei com medo. Com medo da dor que eu sentiria de novo. Da que eu quase havia sentido. Abracei o pote, e chorei pela perda. Uma Diorama raramente sobrevivia sem sua fada. Eu estava amaldiçoada.
Chorei mais um pouco na esperança que isso me fizesse dormir, mas não fez.
Flashes misturados dos acontecimentos de hoje, dos acontecimentos de antes. Do Shining Heart. Por que isso estava acontecendo? Por que Trump não poderia me responder?
E assim eu passei a madrugada, relembrando, temendo, chorando. Assustada, raivosa, decidida. E de manhã, eu me levantei.


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Notas finais do capítulo

Geeente, penultimo chappie da segunda temporada, ai que orgulho



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