Diorama Of Shining Hearts escrita por Return To Zero


Capítulo 10
Truques de Cartas


Notas iniciais do capítulo

OH, SMELLS LIKE SEGUNDA TEMPORADA DE DIORAMA OF SHINING HEARTS.
Caso se confundam, continua sendo a mesma historia. A primeira temporada foi ambientada em Toquio, essa aqui sera ambientada no Reino Unido, tudo bem?
E eu estou muuuito preguiçosa esses dias e não escrevi outra música para acompanhar os capitulos, pardon! ;w;
Boa leitura ~



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Depois de um tempo nós perdemos a noção do tempo que se passou, do nosso proprio tempo. As vezes eu pisco e nesse mesmo instante eu estou correndo pelas ruas, enfiada em um sobretudo vermelho, carregando uma foice. No outro estou correndo pelas mesmas ruas, fazendo qualquer outra coisa.

Meu nome é Emilly Rainsworth, tenho 17 anos e sou uma garota Diorama. Diorama Cards.

É meio complicado explicar o que nós somos. Sim, somos muitas. Um dia qualquer, você pode ser atingida por uma fada e se tornar uma garota Diorama.

É quase automatico. Você se une à elas, suas causas, seus propositos. Eu não entendo.

Não sei quanto tempo estou assim. E quando percebi, já era tarde demais.

Depois das aulas tenho um tempo livre e passo algumas horas tentando aprender violino. Tem uma sonoridade é agradavel, mas eu sou péssima nisso.

Sempre deixo as janelas bem abertas. O clima confuso de Cardiff jogou uma brisa gelada por meus cabelos, fazendo um arrepio correr pelo meu corpo. Posicionei o violino e as partituras, arranhando algumas notas

Minutos depois, ouvi o que parecia barulho de sinos, misturado ao farfalhar do vento nas árvores. Voltei a atenção à janela e foi quando veio.

Parecia um meteoro vermelho sangue em minha direção. Colidiu em minha testa, me jogando com força para o chão. O violino foi parar não sei onde e o pedestou caiu junto comigo.

- Aii... M-Me desculpe... – a voz saiu do meteoro vermelho. Jogado ao chão a poucos centimentros de mim pude perceber sua forma humana. Pequena, delicada, cachos vermelhos enfiada num vestido branco estampado com a figura do naipe de paus. Às suas costas, um par de asas douradas que batiam freneticamente – Eu machuque você?

- Acho que não... Mas quem é você? – perguntei, massageando o galo na testa – Melhor, o que é você?

- Acreditaria se eu dissesse que sou fada?

- Não.

Ela revirou os olhos – Imaginei... Ninguém acredita... – Enfim, você é a senhorita Emilly, da familia Rainsworth, precisamente?

- Precisamente. – assenti com a cabeça

- Hm... Eu esperava outra coisa...

Franzi o cenho, piscando algumas vezes. Quem era... Aquilo?

- Que outra coisa? – perguntei, um pouco raivosa

- Algo um pouco mais... Refinado?

- Ora, está me chamando de uma qualquer? – me levantei, tirando a poeira do vestido – Não admito receber insultos de uma... Uma...

- Fada. – ela completou

- ... De uma fada em meio ao meu quarto! – só um momento, o que eu disse? – Fada? Você é uma fada?

- Algum problema? Vocês acreditam nisso, não?

Estreitei os olhos. Ela vôou para mais perto de mim, sorrindo. Tinha um rosto faceiro e brincalhão e, de certo modo, me identifiquei com ela.

- Acreditamos mas... Mas eu...

Ela balançou as mãos pelo ar, calando-me. Depois deu uma risada um tanto sarcastica

- Meu nome é Trump. Sou uma Diora Fairy. – eu ia dizer algo, mas ela me calou novamente – Eu venho de um lugar chamado Ryuugenchi. Não é bem um lugar... É uma dimensão. Exatamente igual a sua, as mesmas pessoas os mesmo lugares...

- E por que isso me importaria?

- Emilly, nós precisamos de ajuda. Da sua ajuda. O Ryuugenchi está em perigo, e você precisa nos ajudar. – elevei uma sobrancelha, eu precisava mesmo? – Não só o Ryuugenchi, o seu mundo também corre perigo. Pense.

- No quê? – perguntei, indiferente

- Tudo o que você gosta. Tudo o que você quer e tudo o que conseguiu. Tudo o que você ama. – fechei os olhos por alguns instantes e a imagem dele veio em minha mente – Você não pode se dar ao luxo de perder...

- Certo! ... Trumps. O que eu tenho que fazer? – ela deu um riso maroto e girou no ar, fazendo um objeto em forma de coração cair em minhas mãos. Era vermelho-sangue com algumas notas músicais e uma carta de copas engravada nele. Abro-o e não passava um relogio que tocava uma música serena – O que é isso?

- É um Cards Clock. Guarde ele. É muito importante.

- E o que eu faço com isso?

- Emilly, você se tornou uma Diorama agora, meus parabéns. Esse é um Melodyc Clock e sem ele você não pode se transformar. – me transformar no quê, eu me perguntei – Segure-o firme e diga “Melody, make me up”, por favor.

- Mas isso é ridiculo. Isso é tudo ridiculo. – retruquei, em um tom neutro – O que raios é o Ryuugenchi, o que raios é você? – umedeci os labios, tentando controlar a onda de confusão em minha cabeça. Eu não estava conseguindo... Evitar? Era como se eu soubesse de tudo, como num passe da magica. Como se aquele momento estivesse se repetindo com uma versão mais inteligente de mim mesma.

Mordi o labio inferior, fitando o relogio com sua música suave. Eram quatro horas de uma tarde enevoada e ventosa. Inspirei fundo, pressionando o relogio encontra meu peito. – Melody... Make me up.

Senti um tipo de jogo de luz envolver meu corpo com um temperatura morna, me elevaram do chão e, quando percebi estava enfiada em um sobretudo vermelho-sangue adornado de losangos por toda a costura, fechado por um laço branco e espalhafatoso. O relogio virou um broche, que prendia o laço ao sobretudo.

Botas brancas, meias e saia justa pretas. Meu cabelo permaneceu o mesmo, castanho e longo, mas meus olhos adquiriram uma coloração purpura.

- Mas o que... – me analisei, elevando uma sobrancelha

- Novamente... Eu esperava algo... – ela suspirou, voando ao meu redor – Cards, não sei se percebeu, mas você é um pouco diferente das outras.

Fiquei alguns segundos em silencio mirando os cadarços da bota. Foi tão rapido. Eu aceitei tão rapido. Pelo que eu estava lutando?

Era como se outra pessoa tomasse minha vida naquele momento. Eu sabia de tudo e aquilo era corriqueiro. Uma triste melodia ecoou em minha cabeça e eu estreitei os olhos.

- Um Mistress Signal. Isso é de praxe. Nos transformamos pela primeira vez, e já conseguimos ouvir um.

- Tem aos montes para você escolher. Qual vai ser?

Dei um sorriso sarcastico para a fadinha e pulei janela a fora, correndo em uma direção pré-determinada em meu cerebro.

Chegamos à uma praça deserta, que parecia ter adquirido uma coloração cinza. As gemas criavam isso, uma especial de dimensão paralela acinzentada; de certa forma, pareciam não querer machucar mais ninguém. Eu ainda não entendia isso.

- Acho que já sabe o que fazer, não é Cards?

A fadinha sorriu de canto e eu fiz o mesmo. Em minhas mãos, um tact vermelho como meu sobretudo se materializou, adornado com uma única carta na ponta, que parecia ser circundado por arcos.

- Cards Tact, Open! – proferi. Como se um baralho de cartas destruisse aquele cenario, ouve uma breve melodia e logo me vi dentro da Dimensão Restrita. Era estranha. A praça parecia ter sido feito de milhares de remendos de panos estampados, lisos, bordados, rendados e botões. Arrisquei caminhar e o piso se mostrava macio e dificil de se manter o equilibio – Onde estou? – perguntei

- É uma Dimensão Restrita. Temos que encontrar o Shadow antes que ele exploda e vá se alimentar de outra coisa.

Sacodi a cabeça e fechei os olhos. Respirava lentamente, me concentrando ao maximo. Pelo visto, eu tinha essa habilidade, de mapear o local. Tudo parecia estar, insanamente, gravado em meu cerebro.

Agarrei o tact com minhas duas mãos e ele se transformou em uma foice vermelha, também adornada de losangos brancos. Eu e minha arma pareciamos uma única coisa. Sai em disparada, cortando os fios de barbante e linha que a Dimensão jogava, ameaçadoramente, contra mim.

Me impulsionei num último segundo, e saltei por sobre um monte de agulhas que pareceu sair do nada. Foi por um triz. Ofegante, no chão, observei as agulhas, lentamente, se afundarem no teto e reaparecerem bem onde eu estava. Se eu não tivesse sido rapida e pulado para o lado no último minuto, teria morrido.

- Por que estão me atacando?! – berrei, cortando mais alguns barbantes – Eu sou uma novata, não posso enfrentar esse tipo de coisa!

- Você não é uma novata, Cards. – Trump respondeu, desviando dos fios – Seu corpo pode ser mas você, você é uma das Dioramas mais habilidosas que já se teve noticia, sabia?

- Eu o quê?! – ao fundo do corredor havia uma especie de canhão acolchoado que atirava miçangas dos mais variados tamanhos. Girei a foice em minhas mãos, criando um tipo de barreira de vento que fazia as miçangas ricochetearem nas paredes e cairem no chão. O canhão, então deu uma trégua – Cards Cut! – habilidosamente, arremessei a foice em direção ao canhão, que foi girando velozmente, cortando-o. O canhão caiu como um peso morto no chão e, se debateu algumas vezes, descosturando-se e, de seu interior, uma fumaça acinzentada saiu, e deu forma a um gigante de olhos azulados.

Aquele cenario pareceu explodir, me jogando contra os “escombros acolchoados” e, tudo o que o Shadow acalçava, ele esmagava. Meus olhos acompanharam aquela destruição por alguns segundos, assustados, mas Trump me fez retornar à realidade.

- Vamos acabar logo com isso, Cards. Já sabe o que deve fazer.

Assenti, confiante. A foice se materializou no tact. Apontei-o para o Shadow com um sorriso quase sadico no rosto – Cards Wave! – bradei, e uma torrente e luz vermelha jorrou do tact, enfeitada de losangos e o que parecia ser um baralho inteiro de cartas. A fumaça do Shadow se dissipou, dando lugar à cabeleira negra, selvagem da Mistress e seu cordão no pescoço, com um 75 como pingente – Uma Mistress de Sétima Magnitude? Querem que eu morra?!

Trump riu.

- Se não se apressar, é isso o que vai acontecer.

A Mistress avançou ameaçadoramente em minha direção. Suas unhas criaram extensões lilases compridas e afiadas, as quais ela desferiu contra mim. O golpe fora facilmente evitado com a lamina da minha foice, cortando suas unhas pela metade.

O inimigo urrou de dor, segurando o pulso e olhando fixamente para mim. Ela não era tão jogo duro assim. Suas unhas se regeneraram e ela avançou novamente. Com o cabo da foice desferi um golpe em seu plexo solar, mandando-a contra a parede mais proxima. Antes que seu corpo pudesse deslizar para o chão, novamente o tact se materializou em minhas mãos.

Apontei-o para a Mistress e disse com firmeza – Cards Forte Wave! – uma torrente de luz ainda maior saiu do tact, seguido por uma enorme carta de paus que bateu contra a Mistress e, após um grito distorcido, ela já não estava mais lá.

Cai de joelhos, ofegante. Com uma suave melodia, meu traje se rasgou e se desfez em pó brilhante e eu estava na movimentada Cadot Square. Algumas gostas de suor pingavam de minha testa enquanto elevava os olhos para a multidão.

- Agora eu me lembro... Por que eu havia fugido...

- Mas, felizmente, nós conseguimos de te achar. – a fadinha riu, vitoriosa – Majestade Rainsworth.

Enquanto eu me levantava com dificuldade, e olhava para a fada com uma desgostosa ironia, senti mãos fortes me segurarem.

- Tudo bem, Milly? – ele perguntou

- Foi só a pressão que abaixou um pouco, Adam. – respondi, sorrindo fracamente. Sua mão envolveu a minha e voltamos a andar.

E essa sou eu. Eu sou mais especial que as outras. Sou melhor que as outras. Eu nunca deixei de ser uma Diorama.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ♥



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