Ela bateu na porta levemente.

Gates levantou os olhos dos papéis, para, enfim, olhá-la.

Levantou-se num giro, dispensando os dois policiais ali presentes.

Abriu a porta com um sorriso.

- Comeu?

Kate sorriu, colocou o cabelo para trás da orelha e mostrou-a a embalagem vazia, na lata de lixo. Gates sorriu para ela.

- O que há? - perguntou, puxando a detetive para dentro do cômodo. Kate gaguejou. - Eu ia oferecer bebida, mas lembrei-me do seu estado.

Ela fitou a chefe desnorteada.

Mencionou a gravidez como um estado, não algo bom, que merecia ser comemorado.

- Bem...? O que faz aqui?

É, voltou a ser Iron Gates.

- Eu... Queria pedir um afastamento pelo período da gravidez. - soluçou. - Por conta do bebê, e tudo o mais.

A chefe olhou-a incrédula.

- Se não for incômodo, ele pode ficar, tudo bem.

- Quem? - indagou, coçando a cabeça.

- Castle. - respondeu, como se fosse óbvio. E era. Gates assentiu, e pigarreou.

- Certo. - disse. - Pode ir. Deixarei sua papelada para depois, vá.

••

Kate puxou Castle pelo braço, até a copa novamente.

- O que disse a Ryan?

- Que eu tinha ganhado doutro escritor no pôquer. Por quê?

Ela suspirou aliviada.

- Achei que...

- Eu não contaria. Não sem a sua permissão... - sussurrou ele, pondo as mãos na barriga dela.

Kate pigarreou novamente.

- Pode me levar em casa? Não estou bem, e preciso falar com meu pai depois.

••

Chegaram em casa, e Kate seguiu o caminho diretamente para o banheiro. Foi automático. Ele hesitou em segui-la, mas o fez.

Talvez não fosse a melhor alternativa, mas era a única, no momento.

Abriu a porta do banheiro, encontrando-a parada em frente ao espelho, fitando o reflexo.

- Estou horrível. - disse. Ele negou, abraçando-a pela cintura.

- Não está, não. - disse ele, dando beijos no pescoço dela.

- Sim, estou. Só diz isso porque teremos um filho, e não me quer estressada. - concluiu ela.

Ele a fitou, pelo espelho e sorriu.

- Você está linda. Você é linda. - e ela sorriu. - Basta desta loucura. Arrume-se.

Richard a virou de frente para ele, para que pudesse ter uma visão melhor da... Mãe de seu filho. Aproximou seus lábios dos dela e a beijou carinhosamente.

Ela levou uma das mãos ao pescoço dele, enquanto a outra se apoiava na bancada de mármore.

Afastaram-se quando ela o empurrou. Fitou-a preocupado e ela sorriu envergonhada.

- Desculpe, é só... - disse.

- Eu sei, eu sei. - e a abraçou.

- Arrume-se.

- Para quê? - perguntou.

- Vamos sair esta noite. - disse. Ela sorriu amplamente.

- Para fazer o quê? - indagou.

- Você verá. - e saiu do banheiro.

Ela riu baixinho, pondo as mãos na barriga. Ele ainda a observava por uma fresta.

- Oi, criança... - disse ela, falando com a barriga. Ele sorriu, saindo de lá.