Draco bateu na porta da casa da namorada exatamente as uma e quinze da madrugada. Hermione levantou da cama sonolenta, vestiu uma blusa de frio por cima do pijama e desceu as escadas correndo.

–Você tá bem? –Abriu a porta de supetão e começou a examinar o namorado.

–Tô bem, só sonhei com você e tive medo. –Draco abraçou a menina.

–Entra Draco. –Hermione parecia preocupada.

O casal sentou no sofá e Draco abraçou Hermione esquentando o frio que fazia naquela madrugada.

–Afinal você sonhou com o que? –Apertou carinhosamente a mão do loiro. –O que tá acontecendo? Conta pra mim. –Hermione acariciou o rosto do namorado.

–Eu sonhei que eu tinha morrido e nunca mais ia te ver. –Draco parecia muito assustado. –Eu tenho pedido á Deus todos os dias pra não morrer, mas sei lá, é como se eu estivesse pedindo por um milagre. Não sei se... Se você sente o mesmo, mas é quase loucura. Eu vou morrer. –Lamentou-se.

–Sabe o que é loucura? Loucura é você falar que um milagre pode não acontecer, só não acontece se você não tiver fé. –Foi firme nas palavras.

–Eu vou ter fé, prometo. –Draco selou a namorada.

–Sabe Draco, eu amo quando você tá perto de mim. –Hermione sentou de frente ao namorado. –Só você faz com que meus olhos sorriam, desde a primeira vez que eu te vi mesmo que eu tentasse fingir eu não conseguia eu gostava de você mesmo você sendo um imbecil e agora eu me vejo te amando. –Declarou-se sorrindo.

–Estamos no momento melancólico? –Perguntou com um sorriso de canto.

–Credo Draco, que anti romântico você. –Cruzou os braços.

–Não sou não e vou provar. –Disse marrento. –Pra você guardei o amor que nunca soube dar, o amor que eu sempre quis mostrar. –Os olhos da menina marejaram. –Ainda sou anti romântico? –Encarou-a.

–Jamais. –Respondeu com um grande sorriso no rosto. –Só me responde uma coisa Draco, por que você me preferiu á Astória? Ela é tão linda.

–Essa pergunta é fácil de ser respondida, preferi você porque eu aprendi a amar com você e não com ela, nem ela gostava de mim. –Disse calmamente.

–E como você sabe que ela não gostava de você? –Perguntou pensativa.

–A gente sente essas coisas quando está com a pessoa, beija e abraça. –Hermione ficou vermelha como um pimentão.

–Precisa me dizer que você a beijava. –Cruzou os braços e fez bico.

–Ela era minha namorada, estranho seria se eu não tivesse beijado ela. –Semicerrou os olhos.

–Eu odeio você. –Jogou-se de costas no sofá.

–Não odeia não. –Puxou-a para cima de si.

–Odeio e amo, tudo ao mesmo tempo. –Abraçou-se ao loiro.

–A gente precisa conversar uma coisa muito séria senhorita Granger. –O tom de voz tornou-se sério, mas ainda assim não perdeu o tom de brincadeira.

–Vai começar com aquelas conversas de morte de novo? –Hermione apertou-se ainda mais ao namorado.

–Sempre. –O rapaz disse ficando abatido.

–Não quero ouvir nada dessas coisas Draco. –Recusou-se á ouvir.

–Mas vai. Hermione quando chegar a minha hora você vai me prometer de que me deixará ir. –Entrelaçou os dedos nos da namorada.

–Não posso Draco, eu não vou conseguir. –A respiração tornou-se entrecortada. –Não me pede pra aceitar a ficar sem você, eu não vou conseguir Draco. –Hermione soltou-se do namorado e se levantou do sofá.

Draco levantou do sofá e caminhou até uma estante cor de marfim e começou a examinar as fotos que haviam sido trocados naquele dia. O primeiro porta retrato tinha detalhes meigos e a foto de uma linda menina de olhos grandes e castanhos, o porta retrato ao lado era da mesma menina só que agora abraçada á um loiro de olhos azuis acinzentados.

–Mamãe colocou ai hoje. –Hermione encostou-se ao braço esquerdo do namorado.

–Hermione... –Deu um longo suspiro. –Eu estava pensando sobre você me deixar ir e eu... –Mergulhou os dedos longos correndo-os por entre os fios loiros quase castanhos da namorada. 

–Continue Draco. –Hermione encostou-se á estante.

–Mesmo que seja pior pra nós dois... Não me deixa ir. –Agarrou-se a namorada como uma criança se agarra a mãe quando sente medo de algo realmente aterrorizante, mas é isso que a morte é. Aterrorizante.

–Não vou, nunca deixaria. –Hermione sustentou o rosto do namorado com a palma das mãos.

–Eu sei que tô sendo egoísta, mas não consigo ir, não agora. –As lágrimas regaram o rosto do jovem.

–Eu nunca vou conseguir ficar sem você, se quiser chamar isso de egoísmo está tudo bem, mas eu prefiro chamar de amor. –Sorriu fracamente.

Nesse momento o telefone da casa tocou freneticamente e Hermione caminhou até o mesmo e atendeu.

Ligação: ON

–Alô?

–Hermione pelo amor de Deus me diz que o Draco tá ai.

–Está sim Narcisa, o que aconteceu?

–Draco saiu sem avisar e Lúcio saiu procurando ele pela vizinhança.

–Ele tá bem.

–Diz pra ele ficar ai, o Lúcio vai buscar ele.

–Tá tudo bem, boa noite.

–Boa noite querida.

Ligação: OFF

Hermione caminhou até o namorado e olhou dentro da imensidão azul.

–Você não disse para os seus pais que viria pra cá. –Arqueou a sobrancelha. –Seus pais estavam surtados Draco. –Colocou as mãos na cintura.

–Desculpa, eu não queria acorda-los e eles estão ficando um pouco paranoicos. Eu não sou uma criança. –Revirou os olhos.

–Eles têm tanto medo de perder quanto até mesmo eu. –Hermione sentou no sofá e fez sinal para que ele fizesse o mesmo. –Pra eles você é um pequeno soldado ferido e que precisa de repouso, pra eles você é uma criança precisando de ajuda. –Mostrou-se calma.

–Mas eu não sou mais uma criança. –Cruzou os braços e se jogou pra trás.

–Para nossos pais sempre seremos crianças. –Hermione sorriu divertidamente.

–Mas nós crescemos e eu estou mal e eles sabem que uma hora ou outra o inevitável vai acontecer, e tenho medo de como meus pais vão reagir. –Mostrou-se preocupado.

–Seu pai chegou. –Hermione anunciou ao ouvir a buzina do carro do sogro.

–Está me expulsando? -Fez-se de ofendido e levantou-se.

–Não. –Hermione o abraçou por trás.

–E por que eu não posso dormir aqui com você? -Virou-se ficando de frente a ela.

–Você sabe Draco, eu não vou perder a minha... Como posso dizer? Pureza. Só depois do casamento. –Corou.

–Então eu vou viver pra isso. –Brincou caminhando até a porta.

–Isso o que? -Perguntou arqueando a sobrancelha.

–Pra casar com você. –Hermione sorriu largamente ao ouvir as palavras do namorado.

–Te dei outra razão pra ficar vivo. –Disse e Draco sorriu saindo pela porta.

–Boa madrugada, desculpa por vir pra cá uma hora dessas e... Te amo. –Selou-a.

–Eu também te amo e não tem do que se desculpar. –Acariciou o rosto do namorado.

Draco caminhou até o carro do pai e quando entrou encarou a carranca preocupada de um pai mais preocupado do que parecia.

–O que você tem na cabeça Draco? -Lúcio virou-se para o filho. –Quer matar a mim e a sua mãe de preocupação? -Abraçou o filho.

–Desculpa pai. –Retribuiu o abraço.

–Da próxima vez eu esqueço que você já é grande e te dou uma surra. – Forçou um sorriso de canto de boca.

–Não haverá uma próxima vez. –Garantiu.

–É o que veremos. –Arrancou com o carro.

Os dois chegaram a casa e Draco subiu para o quarto, Lúcio foi logo após o filho e sentou-se na cama do menino.

–Você a ama muito não é? -Lúcio perguntou curioso.

–Amo, mas por quê? -Draco encarou o pai.

–O jeito que você olha pra ela é da mesma maneira que eu olhava pra sua mãe quando eu tinha sua idade. –Lúcio perdeu-se nas lembranças.

–Por que vocês começaram a brigar tanto? -Draco abaixou o olhar.

–É melhor não conversarmos sobre isso. –Lúcio levantou-se. –Boa noite filho. –E saiu do quarto.

–Boa noite pai. –Draco deitou-se novamente e o celular apitou anunciando uma mensagem e ele a abriu.

Draco amanhã a tarde eu tenho reunião com os professores para começar á resolver os assuntos da formatura, então não vou conseguir ir á tempo com você no hospital. Sinto muito mesmo. : (
Amo você.

Draco sentiu um aperto no coração, mas sabia que Hermione precisava resolver as coisas da vida dela e a formatura era tão importante para ela do que para qualquer outra pessoa.

Tá tudo bem meu amor, te mando notícias.

Também te amo.

Respondeu a mensagem e fechou os olhos mergulhando no sono.