Distante do mundo atual, onde as pessoas são preocupadas e nem notam os pequenos, mas importantes detalhes da vida, ainda existem aquela antiga raça de humanos, que gosta do conforto da vida. Perto das montanhas, existem vales profundos, onde um rio rasga a vegetação em vários tons de azul, onde se vê um lindo pôr e nascer do Sol, tem uma vila. Uma vila pequena e confortável, com muitas árvores, galinhas e flores, com casinhas de telhados pontudos, era a Vila do Vale.

Lá vivia um menino, Peter era seu nome, tinha onze anos, cabelos negros como a noite e um pouco enrolados nas pontas, olhos profundamente azuis, baixinho e era muito simpático, seu passatempo preferido era ler, e foi isso que ele foi fazer naquele dia, embaixo de uma macieira com uma sombra para refrescar o Sol ardente.

–Peter! Peter!-Duas vozes o chamavam, era Cailla e Sam, o trio era muito unido e estavam sempre juntos, Cailla era loira, alta e tinha olhos castanhos, já Sam tinha cabelos cor de mel, olhos verdes e tinha uma estrutura média, ambos tinham onze anos. –Peter! Aqui!

–Que foi?-Gritou Peter, já imaginando que era encrenca, pois a última vez que eles estavam tão animados aconteceu que Peter quebrou a perna esquerda-Que foi?

–Aqui não, podemos ir à sua casa, ás três horas?-Disse Cailla quase empurrando Sam- Assim temos tempo de se arrumar.

–Podem claro! Mas se arrumar para que? Expliquem-me!-Disse Peter.

–Nós podemos, então? Certo, te contamos lá! Aqui é perigoso. -Disse Cailla.

–Está bem, vejo vocês lá, vou estar sozinho porque meus pais estão viajando.

Assim, os dois foram correndo e Peter foi para sua casa, ela tinha um telhado pontudo com todas as outras, ele entrou e foi até a dispensa para preparar um lanche para eles, estava muito curioso, logo estava tudo pronto e os dois chegaram. Foram os três para a mesa e começaram comer, assim Sam começou a falar:

–Preciso que tranque todas as portas, janelas, e abaixe as cortinas!

–Que exagero esse? Sam, você sempre foi um exagerado, mas isso é demais!-Disse Cailla.

–Vamos, eu quero saber, o que é?-Disse Peter curioso.

–Bom, acontece que Sam achou um mapa- Começou Cailla- O mapa do tesouro de Snigue!

–Vocês dois estão doidos!?-Disse Peter- Por acaso sabem quem é Snigue?

– O quê?-Disse Sam irritado- Alguém me explica logo, a Cailla fez o mesmo drama e acabou não me falando!

–Snigue é um leão que solta fogo pelas narinas, tem rabo de cobra, asas de águia e...-Peter foi interrompido.

–Agente sabe o que é uma quimera! –Disseram os dois impacientes.

–Certo- Continuou Peter- Já entendi! Acontece que Snigue é quatro vezes maior que uma quimera normal, ela... Ou ele... Essa coisa! Tem um tesouro que ela roubou dos Elfos da Floresta, tanto é que agora eles moram nas montanhas.

–Entendi. - Disse Sam.

–É sério que vocês vão?-Disse Peter de queixo caído – Sério mesmo? E como vão fazer seus pais deixarem?

–Nem comentando no assunto, é claro... –Disse Cailla.

–Vão fugir!?-Disse Peter.

–Claro! Você vem?-Disseram os dois.

–Mas é perigoso!-Disse Peter.

–Está com medo?-Disse Cailla.

–Claro que não, quer saber? Eu vou! Agora, como vamos fugir? Quer dizer meus pais estão viajando e voltarão amanhã, e vocês? Temos que fazer isso ainda hoje, porque quando meus pais chegarem vai complicar. -Disse Peter.

–Certo, eu e Sam já estamos prontos, por isso queríamos nos arrumar, agora vamos combinar e Peter se arrume logo. -Disse Cailla- Aliás, posso pegar emprestado à mulinha do meu tio, ele me deixou ficar com ela por uns dias e acredito que seja útil!

Assim eles passaram a tarde bolando um plano e se preparando, logo estava tudo pronto.

~~Alexandra.