POV Annabeth

Tivemos dois tempos de cálculo. Eu amo cálculo mas ás vezes cansa, né? Bom, no segundo tempo de cálculo, eu comecei a pensar e viajar um pouco nas lembranças.

FLASHBACK ON

Eu tinha 14 anos na época e os meninos, 15. Luke tinha me contado que estava apaixonado por uma garota da nossa escola e que logo ia traze-la para nos conhecer. Percy havia entrado na escola neste ano, mas estávamos nas primeiras semanas de aula, não havíamos nos conhecido ainda.

Eu e meus primos, Travis e Connor, fomos andando pra escola sem Luke, naquele dia. Ele iria nos apresentar a garota que gostava hoje. Chegamos na escola e eu fui para a minha sala, já que os Stoll eram de outra sala, do mesmo ano que eu.

Cheguei na sala, e vi uma garota ruiva agarrada com o meu primo, Luke. Ele se virou e sorriu mecanicamente pra mim. A garota ruiva se virou e me encarou e eu pude perceber que ela era bonita, mas um pouco vulgar. Luke veio com ela, até mim. Ela sorriu falsamente e falou com Luke:

– A sua priminha é a nerd da sala? Luke, querido, ela não serve não.

Ela me olhou com superioridade e Luke assentiu.

– Claro, amor.

Ele me olhou com desprezo. Meus olhos se encheram de lágrimas. A garota viu as lágrimas e sorriu venenosa.

– Sua priminha é muito frágil, amor. É muito bobinha.

Luke olhou pra ela e beijou os seus lábios de leve.

– Eu sei, amor. Ela não merece nem mesmo a nossa presença.

Aquilo foi como um soco no estômago. E eu acho que a garota percebeu isso porque sorriu vitoriosa e disse:

– Nem parece da nossa idade. Fica chorando como um criancinha. Mimada com certeza.

Eu esperei que Luke me defendesse naquele momento e que dissesse que foi tudo uma brincadeira de mal gosto e que ainda éramos uma família de coração também. Mas nada aconteceu. Ele ainda concordou com a ruiva, que depois eu descobri que se chamava Rachel Elizabeth Dare. A partir daquele momento eu nunca mais fui a mesma. Me fechei totalmente para amizades, exceto para a amizade dos Stoll. Mesmo assim, os Stoll eram da Gangue da Rachel e por isso não tínhamos muito contato como antes. Até que Travis começou a namorar e se afastou totalmente porque a sua namorada, Katie, era a melhor amiga da Dare e tinha uma reputação a zelar.

Luke levou a ruiva até o outro lado da sala e eles ficaram conversando e se agarrando até o professor chegar. Eu não prestei atenção na aula por nem um minuto. Fiquei encarando a pulseira, onde estava bordado Ohana, pensando o quanto Luke era mentiroso. Eu queria arrancar aquela pulseira naquele momento e esfregá-la na cara de Luke, gritando que tudo era mentira. Mas eu só pude ficar quieta, segurando o choro, pensando o quanto tudo aquilo da uma grande mentira. Então pela primeira vez, eu infringi as regras da escola. Peguei meu iPhone e fiquei escutando música até o intervalo.

FLASHBACK OFF

Jackson me cutucou de leve. O professor Dédalo estava parado me encarando,com as sobrancelhas erguidas.

– E então, Srta. Chase? Pode calcular a medida deste pentágono?

Eu olhei o pentágono desenhado na lousa. Tinha uma resolução fácil. Me levantei e fiz alguns cálculos e em minutos a medida do pentágono estava no quadro. O professor Dédalo me olhou e sorriu.

– Muito bem, Srta. Chase. Pode se assentar.

Eu sorri pro professor e me sentei. Rachel cochichou com sua gangue:

– Só podia ser a nerd da Chase.

Houve alguns risinhos e o professor Dédalo os encarou.

– Algum problema, senhores?

Rachel revirou os olhos discretamente e Luke falou:

– Não, senhor.

Dédalo o encarou e continuou a explicar como se calculava o pentágono. Eu tentei prestar atenção na aula, mas as lembranças vieram com toda a força.

FLASHBACK ON

Eu perambulava sem rumo pelos corredores da escola. As palavras de Luke e da sua namorada vinham na minha mente o tempo todo. Eu abaixei a cabeça e continuei a caminhar. Não sabia para onde exatamente eu estava indo, mas continuei a andar. De repente, eu me choquei com alguma coisa e caí no chão. Ouvi uma voz rouca dizer:

– Porque não olha...

Então eu levantei a cabeça e vi onde eu tinha batido. Em um garoto. Muito bonito por sinal.

–Por onde...- Ele parou de falar e sorriu malicioso assim que eu levantei a cabeça e o encarei.- Olá loirinha.

Talvez pelo jeito como ele me secou com o olhar, eu me irritei com ele. E desde então ele vive tentando me conquistar e me levar pra sair e eu recusando.

– Olá.- Respondi.- Me desculpe, eu estava distraída.

O garoto me ajudou a levantar do chão. O sorriso malicioso ainda brincava em seus lábios.

– Sem problemas, loirinha. E então? Qual é o seu nome?

Encarei o garoto. Seus olhos verdes pareciam duas grandes esmeraldas. Antes que eu pudesse responder, uma outra voz respondeu primeiro.

– Essa ai é a nerd da Chase, Percy.

Rachel apareceu no corredor. Parou no meio do corredor e colocou as mãos na cintura. O garoto dos olhos verdes, Percy me olhou.

– Sou Perseus Jackson. Mas me chame de Percy, loirinha.

Percy então olhou para Rachel e disse baixinho somente para eu escutar:

– E aquela é a puta da Dare.

Eu ri baixinho e fui para o pátio, que estava completamente vazio naquele momento. Todos estavam no refeitório, almoçando e conversando. Me sentei em um banco e Percy veio até mim.

– Posso me sentar com você?

– Por que comigo? Não ouviu a Dare dizer que eu sou a Chase, a nerd humilhada da escola?

– Ouvi. E não me importo. Rachel acha que o mundo gira ao seu redor, que todos tem que cair aos seus pés.- Percy sentou ao meu lado.-Você ainda não me contou qual é o seu nome, loirinha.

– Annabeth.

Ele sorriu malicioso. Podia apostar que ele estava pensando: "Então o nome da loirinha gostosa é Annabeth." Não, eu não sou convencida. Mas pelo jeito que ele me secou, essa é a verdade.

Eu bufei. Todos os homens são iguais mesmo.

Percy tentou me cantar pelo menos umas mil vezes naquele dia. E ele para me irritar, começou a me chamar de docinho. E ficou: docinho e Jackson. Dois apelidos que nós dois odiávamos ouvir mas adorávamos falar para o outro.

FLASHBACK OFF

O sinal para o intervalo bateu. Eu soltei uma risadinha ao ver em que estava pensando. Ou melhor em quem. Jackson me olhou.

– Estava pensando no dia que nos conhecemos, Jackson.- Expliquei.

Um sorriso malicioso brotou em seus lábios.

– Admita que pensa em mim, docinho. Eu sei que sou irresistível.

Eu revirei os olhos.

– É uma oferta muito tentadora, mas não, obrigada.

Piper, que estava por perto, riu e me puxou pra fora da sala. Enquanto caminhávamos pro refeitório, Piper parecia um pouco nervosa.

– Annie?

– Sim, Pips?

Piper me encarou.

– Quem vai cantar amanhã, sou eu.

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Continua...