Domingo, 4 de Dezembro de 2012

  Hoje para variar tive um pesadelo também, dessa vez eu estava  um canto escuro, toda cortada, jorrando sangue e com a perna quebrada, supus. Eu estava chorando e tentando fugir, somente tentando, por que estava em um canto fechado, sem ter para onde fugir, isso com quatro pessoas na minha frente com um sorriso maléfico.

  Claro, acordei morrendo de medo e assim que vi Holly do meu lado dei um grito que até o zé da esquina deve ter ouvido. Holly gritou também e depois ficou muito chateada comigo, ela disse que estava tendo um ótimo sonho com o menino que ela gosta.

  Pedi a minha mãe que levasse Holly em casa, me senti a pessoa mais mal educada do mundo expulsando ela de casa, mas estava com muito medo, apavorada. Imagine ter um pesadelo com o demônio e quando acorda ele está do seu lado?! Não estou comparando Holly com o Demônio! Pobre demônio, brincadeira Holly, você é diva, te amo.

  Tá, acho melhor contar do sonho para minha mãe, quero que ela me leve a um psiquiatra, não quero ter medo das minhas amigas.

  Minha mãe ouviu tudo e entendeu por que eu pedi para levar Holly para casa, mas ela ficou preocupadíssima e concordou com a minha ideia do psiquiatra. Quando pequena eu achava que psiquiatra era coisa de louco, mas não sou louca e estou indo. Psiquiatra é pra quem tem problemas, ou até não. É como um diário, só em pessoa. É legal, agente fica falando da nossa vida, nunca fiz, mas sei que é assim.

  Estou ansiosa, cheguei ao psiquiatra e minha mãe quer agendar para que eu vá uma vez na semana, insisti para três, mas acabou sendo duas vezes. Melhor que uma.

  Agora estou indo conhecer minha psiquiatra, ela tinha uma aparecia boa, ela era bonita, tinha um anel no penúltimo dedo, esqueci o nome, então supus que era casada. Mal entrei na sala e ela disse:

  -Olá Jenny. Prazer, o meu nome é Marly.

  Marly, é um nome diferente, exótico, eu gostei. Após falar dos sonhos e o que aconteceu ela me perguntou do que realmente eu estava com medo. Eu não soube responder, eu estava com medo das minhas amigas, as pessoas em quem mais confio, mas não queria assumir isso, não queria acreditar que era delas que eu estava com medo, então disse:

  -Estou com medo de ter algo próximo querendo o mal de mim, não necessariamente minhas amigas, mas alguém próximo.

  Eu menti, mas acabei ficando com medo dos próximos também. Vai que as amigas eram um sinal de ser alguém próximo em quem confio, pode não ser elas, pode ser qualquer um.

  A consulta tinha acabado e só iria na Marly de novo na Quinta, então fiquei ansiosa, gostei de ir ao psiquiatra apesar de ter falado uma mentirinha.

  Pela primeira vez quis dormir cedo, acho que eu queria descobrir algo mais, queria descobrir se confio nas pessoas certas, se devo me aproximar de outras pessoas, se as minhas amigas são amigas mesmo.