Até que enfim, cheguei em casa.

Depois de ouvir duas horas de surto seguidas de Louise depois de conta-la sobre o encontro que eu teria com Matheew, consegui me desvencilhar dos braços dela e correr para o carro vindo direto pra casa. 
Entre as diversas conversas que tivemos, uma delas foi sobre ele.

'' - Olha Liza, pelo o que eu fiquei sabendo, ele ainda não parou de se drogar. 
- Que? Ele ainda continua...- tentei terminar mas as palavras não saíram. Porém Louise havia entendido.
- Se drogando? Sim. E eu fiquei sabendo pelo próprios amigos dele. - suspirou. - Olha Liza, ele é um caso perdido. Sério, esquece ele. 
- Como se fosse fácil.. - murmurei. 
- Pode não ser fácil, mas não é impossível. - pausou, sentando-se ao meu lado. - Olha, você sabe que eu nunca achei ele boa coisa. Ele continua se drogando amiga, continua bebendo como um louco. Continua com as mesmas manias de quando vocês se conheceram. 
- Eu sei os motivos pelo qual ele se droga e usufrui de bebidas. - falei, me levantando para respirar melhor. Odiava quando o assunto virava ele porque ninguém saberia entende-lo como eu. Além do mais, eu não gostava de lembrar. Era um passado que me doía até a alma, mesmo tendo se passado dois anos. 
- Tudo bem. - bufou suspirando. - Eu não quero brigar com você, está bem? - assenti. - Só me achei no dever de te avisar, como amiga.
- Tudo bem mas por favor, só não vamos falar dele novamente, tudo bem?
- Você ainda gosta dele, não é mesmo?''

E der repente, essa perguntar me deixou sem resposta.
Eu poderia imaginar qualquer pergunta no mundo que eu não pudesse responder, menos essa. Foi tão der repente, tão surpreendente que eu fiquei até sem ar.
Eu não sabia. Alias era tão confuso. Eu sentia tudo aqui dentro quando olhava para ele. Mas eu não poderia afirmar com todas as palavras. Ficamos longe um do outro por dois anos e durante isso, eu acabei criando grande barreiras em torno do meu coração. Apesar dele ainda se remexer lá dentro quando o via. Mesmo ele tendo me magoado tanto a ponto de eu me tornar tão fria quanto costumava me julgar, eu.. Eu ainda amo ele. É, essa era a verdade. Eu ainda o amava. Até mais do que dois anos atrás. Mas eu sofri tanto, tantas doenças se apoderaram de mim, minha mente ficou tão insana que achei que não sobreviveria tanto tempo. Eu fiquei machucada e ainda estou. Mas eu jurei, naquele tempo, esperar. Eu fiz diversos planos e no final, não segui nenhum. E quando eu menos esperei, ele apareceu do mesmo jeito de quando nós nos conhecemos. E eu senti tudo se renovar dentro de mim. Um fogo percorrer todo o meu corpo, porque a cada dia que se passava, a luz que mantinha com aquela esperança se esvaia. Eu não queria desistir, mas quando o tempo acaba desgastando toda a nossa motivação, fica difícil se agarrar a alguma coisa. Porém ele apareceu, se lembrou de mim e foi até falar comigo. Ficava difícil até pensar. 
Balancei minha cabeça afastando esses pensamentos antes que me deixassem louca por completo. Eu deveria arrumar alguma coisa pra fazer urgente.