REMEMBER ME escrita por Amber


Capítulo 4
Capítulo 4




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Era hoje.


– Assim que eu chegar ai, te dou um toque e você desce, tudo bem? - Louise havia me ligado duas horas antes. Ela era meio maluca, mas eu nunca pensei que chegasse a tanto. Havia alguma coisa escondida que ela não queria me contar. Mas eu iria descobrir assim que chegasse lá.
– Tudo bem Louise, estarei pronta. - desliguei, indo em busca de um sapato descente para ir hoje.


Estava pronta. Bom, só fisicamente falando, porque eu ainda tinha receio. E dentro de mim gritava uma incessante voz me dizendo para não ir. Mas eu não conseguiria convencer Louise a me deixar em casa, mesmo inventando que estava muito mal. Era minha sina. Eu iria e se acontecesse alguma coisa desprovida de privilégios, eu aguentaria. Até porque, nada de bom acontece a mim. E se acontece, é por míseros segundos. Mas eu já estava acostumada.
Desci assim que ouvi a repentina buzina do carro de Louise.
– Como você está linda. - sorriu, me abraçando. Devolvi seu sorriso e entre na porta do carona, sendo seguida por Louise que já arrancava o carro.
– Você não está tramando nada, está?
– O que? - Louise me encarou, perplexa com minha pergunta repentina.
– Só estou perguntado, seja sincera.
– Por que eu estaria tramando algo, Liza? - dirigiu-me a pergunta, com os olhos fixos na estrada mas que exibiam curiosidade.
– Não sei. - bufei. - Você é cheia de querer resolver meus problemas desesperadamente. - ela bufou revirando os olhos.
– Não tramei nada, tá bem? - afirmou. - Chamei apenas uma galera que eu conheço e que é bem divertida. Acho que você vai gostar deles.
– Louise..- comecei, reprimindo-a mas ela foi mais rápida.
– Liza, tá tudo bem. E já aviso que os caras são todos solteiros. - mostrou a língua, piscando para mim.
– Sabia. - encostei minha cabeça no vidro e suspirei alto aproveitando aquele momento que eu ainda tinha de descanso. Tudo me dizia que não iria presta hoje.

– Prontinho, chegamos! - disse animadamente, estacionando perto do local.
Não estava tão lotado. Claro que tinha o dobro de pessoa de um dia convencional, mas até que estava ''respirável.'' Algumas pessoas se encontrava nas esquinas e calçadas, bebendo e fumando, enquanto conversavam animadamente. Outras jaziam dentro do bar, curtindo o show e bebendo tranquilamente. Ouvia muitas risadas, gritos e algumas pessoas já surtiam os sinais de embriagues.
– Viu? Não tem nem tanta gente assim. - virou-se para mim, já saindo do carro. - Ah, achei eles! - apontou para um grupo de gente que conversava animadamente do outro lado da rua. - Vamos!
Fomos até eles que nos receberam calorosamente. Até que Louse tinha razão, os homens de lá eram muito bonitos. Matheew era o que mais me chamou atenção porque não desgrudava seus olhos de mim. Seus lábios eram bem definidos, seus olhos de um castanho avelã incrível. Tinha músculos fortes e um sorriso atraente.
– Matheew está solteiro e é um cara incrível. - sussurrou Louise, me tirando da análise um pouco assustada.
– Que?
– Acha mesmo que eu não vi ele te secando? - arqueou uma sobrancelha como se fosse óbvio. - E você até agora pouco estava analisando-o.
– Qual é, ele é o bonito uai. - sorriu envergonhada. - Mas não faz o meu tipo. É mais para Susan ou para Laisa. - apontei para as duas outras meninas que formavam a roda que eram as únicas que eu conhecia de longe
– Não fale sem antes conhecer. - soprou, saindo de perto de mim, para dentro do bar. Ótimo, então esse era o plano de Louise? Que eu viesse nessa droga para ela me apresentar um de seus milhares de amigos para depois me arrumar um encontro e o cara fugir no segundo dia? Não sei nem porque estava pasma, já era de se esperar. Mas eu não deixaria isso acontecer.
– Oi. - ele disse me assustando com a sua aproximação repentina.
– Ah, oi. - respondi, sorrindo. Ele não portava traços de quem já estava bêbado. Menos mal, seria o primeiro a vir falar comigo sem estar bêbado.
– Você não deve conhecer ninguém dessa roda, não é?
– Só conheço Laisa e Susan. - respondi, fazendo-o mira-las e depois retornar a me fitar.
– Então veio por que?
– Gosto da banda. - sorri simplesmente. Agora, estávamos mais afastados da roda, em um lugar mais tranquilo. Ele exalava uma tranquilidade incrível.
– Sou Matheew. - sorriu. - Você é a Liza que tanto Louise fala. - sorri envergonhada imaginando o que ela havia falado de mim. - E tenho que concordar, você é muito bonita.
– Obrigada. Mas se não for pedir demais, o que ela fala de mim? - ele sorriu, dando um gole em sua bebida e mirando o nada.
– Nada que você tenha que se preocupar. - me preocupar não era a palavra exata para o que eu sentia sobre Louise ter falado de mim. - Tem quantos anos?
– Dezenove. E você?
– Vinte. - seus olhos brilharam. E der repente, eu percebi que ele me analisava. Descaradamente. Seus olhos percorriam meu rosto, e seus lábios se abriam em um leve sorriso como se gostasse do que via. Abaixei meu rosto, envergonhada com a situação e ouvi sua risada abafada.
– Louise deveria te trazer mais vezes. - o silêncio retornou. Ele havia gostado de mim e eu não podia negar, ele era realmente atraente.
Fitei a roda de amigos da Louise e pude vê-la sorrindo para mim para depois piscar um olho. Neguei com a cabeça e ela murchou o sorriso rapidamente para depois mostrar-me a língua. Provavelmente, ela colocava toda a fé que eu fosse embora com ele hoje, mas isso não aconteceria.
E quando ele ia começar a dizer algo, eu o vi. Ele estava lá, parado perto de algumas mesas, encarando-me com a expressão neutra. Nossos olhares se encontraram e eu achei que não fosse conseguir respirar mais. Ele estava tão lindo e.. Droga, eu não deveria ter vindo. Agora eu encarava seus olhos verdes que carregavam uma tom mais escuro. Sua mandíbula estava retesada e seus braços, caídos rente ao corpo sem movimentos. Seus lábios mantinha-se em uma linha reta perfeita.
Ficamos nessa conexão por alguns minutos enquanto Matheew falava alguma coisa que eu não fazia questão de prestar atenção. Aliás, nada do que acontecia ao redor tinha muita importância agora. - Liza? - chamou-me Mat, fazendo-me desviar os olhos rapidamente para ele que me encarava curioso.
– Ah, me desculpe, eu não ouvi o que você disse.
– É, eu percebi.
– Com licença, eu vou ao banheiro. - disse rapidamente, notando sua expressão desapontada. Mas eu tinha que sair dali. Não aguentaria ficar sob o olhar dele por tanto tempo. Ainda mais quando eu não conseguia decifrar o que ele queria me analisando assim.
Corri para o banheiro e encarei meu reflexo no espelho. O que eu faria agora? Como eu conseguiria sair dali sem que ninguém me notasse? Sem que ele me notasse? Eu era muito estúpida mesmo, tudo me falava que eu não deveria vir, que seria um erro, mas eu contrariei tudo só para quebrar minha cara depois. E agora eu me encontrava em um beco sem saída. Eu havia o visto e vice e versa. E agora não tinha para onde fugir a não ser correr por entre a multidão e torcer para que ele não me visse. O que era meio impossível, porque tinha outro empecilho que era Matheew. Lembrar dele me fazia sentir-me mais estúpida ainda, por te-lo deixado falando com as paredes. Droga, o que eu iria fazer?
Ao notar que o banheiro lotava a medida que os segundos iam passando, eu resolvi sair de lá. Mas antes de ultrapassar o limite da porta, eu respirei fundo, abri os olhos e encarei minha frente. Era agora ou nunca. Eu sairia dali querendo ou não, ele me vendo ou não. E então, eu coloquei-me para fora e rumei até o outro lado da rua.
Mas quando eu estava quase chegando a parte da calçada que já não havia mais presença nenhuma, eis que sua voz surge em meus ouvidos.
Espera.


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Notas finais do capítulo

What do I do now?



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