REMEMBER ME escrita por Amber


Capítulo 3
Capítulo 3




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– Você só pode estar brincando, Liza!
Louise não acreditava em nada do que eu falava. Ou apenas fingia. Para ela, era tanto assustador quanto para mim. Ela sabia de tudo, e por isso se desesperava.
– Não estou Louise. Bem que eu gostaria. Mas quando acordei e dei cara com ele, fiquei sem saber o que fazer. - pausei. Estava sentada em sua cama enquanto ela perambulava de um lado pro outro no quarto. Resolvi ir para sua casa esclarecer as coisas e claro, pedir ajuda.
– Eu não podia vê-lo agora, Louise...- sussurrei com lágrimas nos olhos. - Não ainda. Não quando as coisas estavam quase se apagando da minha mente.
– Não amiga, por favor. - implorou quando viu meu estado. Andou até a cama, sentando-se ao meu lado, segurando meu rosto em suas mãos. - Não chore por isso, por favor. Não chora por ele.
– Não é por ele, Louise. - murmurei, levantando-me. - É pela droga que está acontecendo agora. Por que eu sempre tenho que voltar no zero? Me diz? - as palavras já tomavam rumo sozinhas pela minha boca a fora. - Não é justo. Você sabe que não é. Depois de tudo o que eu lutei para esquecer, depois de dois anos sofrendo, ele não podia aparecer assim e revirar tudo! - ela levantou-se e correu me abraçar. Seu abraço fora o mais acolhedor que eu poderia imaginar. Me dizia, sem precisar de palavras, que estaria ali.
– Liza, presta atenção. Você vai ter que encarar isso com maturidade. - seu braços seguravam meus ombros e eu fitava seus olhos. - Cabeça erguida, sempre. Tudo bem? - assenti e respirei fundo. Não seria fácil, mas eu conseguiria. Se eu aguentei dois anos, isso seria fácil. Ou não.
– Já sei. - disse subitamente, indo até seu computador. - Amanhã tem um show em um pub aqui perto de casa. Vamos? - me olhou com os olhos brilhando em pura ansiedade, como se me fizesse não negar esse pedido tão piedoso.
– Louise eu não sei...
– Ah qual é Liza, vamos. - já se encontrava em pé, na minha frente, tentando me convencer de que ir seria melhor. - Você vai ver, é um show de uma banda que você gosta e que eu tenho certeza que vai te distrair disso. - fitei-a enquanto ela me olhava exalando esperanças pelos olhos. Bufei duas vezes, pensando mesmo se seria bom ir. Me distrairia, era uma banda que eu gostava, estaria na companhia de Louise e provavelmente teria bebidas.. Bom, acho que não seria tão mal assim.
– Tá bom, você venceu. - suspirei derrotada ouvindo suas palmas vitoriosas.
– Ótimo. Vai ser amanhã as oito. Eu pego você e vamos. - sorriu. Sorri desanimadamente para ela.


Cheguei em casa e já fui escolher uma roupa para amanhã. Claro que os pensamentos de que ele poderia estar naquele pub me assombravam. Mas agora era tarde, eu já havia dito sim para Louise e assinado meu veredito.
Talvez eu não tivesse deixado tudo no passado como deveria.
As cenas me assombravam. Quando nos conhecemos, a dois anos atrás, naquele mesmo bar. Ficamos juntos aproximadamente dois meses até que as coisas começaram a desandar. Eu me sentia bem por estar com ele mas ele não parecia tão à vontade assim. Suas atitudes eram estranhas, sempre me dizendo não, sumindo como podia. Só que eu me apaixonei. E o amei. Fui tolo, porém era tudo tão surreal. Ele era o que eu exatamente procurava em um alguém. Seus pensamentos, seus objetivos, suas teorias. Tudo me fascinava e me deixava mais apaixonada por ele. Eram tantas coisas em comum que eu achei que tivesse realmente encontrado alguém que me fizesse feliz. Fui uma idiota. Ele apenas queria me provar e depois, em um misto de confusão, eu acabei caindo na doce e fria ilusão. Sozinha.
Depois disso, prometi a mim mesma que ficaria longe de tudo que atraísse o amor. Que em qualquer esquina que essa palavra tivesse, eu daria meia volta e retornaria até minha casa. Não procuraria mais. Desacreditaria. E foi o que aconteceu. E mesmo assim, eu ainda pensava nele. Eu ainda revivia as cenas que um dia eu quis retornar no tempo para apreciar novamente. Eu o via em cada rosto que se passava. Sentia sua ausência em cada noite fria que enfrentava. Seus toques me atormentavam pelas madrugadas que a insônia se fazia presente. Seu cheiro estava impregnado em minha mente. Seu sorriso era tudo o que eu queria ver. Era como se ele tivesse se tornado uma droga e eu, sua dependente. E eu só queria que ele também dependesse de mim.


Já havia escolhido uma roupa para amanhã. Resolvi descer e preparar alguma coisa. Relembrar disso não me fez bem. Eu iria sairia hoje, nem que se fosse para caminhar em algum lugar, tomar um bom vento no rosto e colocar meus sentimentos em ordem. Eu teria menos de vinte e quatro horas para fazer isso. Eu conseguiria. Mas só de pensar que tudo aflorou-se novamente em mim no momento em que eu o vi, quase me fazia desistir.



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Notas finais do capítulo

Could I?



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