sentindo-os arderam de súbito para depois se acostumarem com a claridade. Ao tentar levantar minha cabeça, um estalo grande se fez lá dentro e eu gemi baixo de dor. Meu Deus, qual era o meu problema? Aquela devia ser a pior ressaca que eu enfrentaria na minha vida.
Levantei-me da cama e constatei que eram dez horas da manhã. Resolvi descer e tomar um café rápido antes que minha cabeça explodisse.
Saivaneios. , corri e não te permitir ir embora sozinha. Ofereci carona e depois de muita relutância, você aceitou. - sorriu, lembrando-se talvez de algo que nem se aflorava pela minha mente. - Assim que entrou no carro, você encostou a cabeça no vidro e dormiu. Simplesmente apagou. Achei que seria demais pegar as chaves na sua bolsa, entrar em sua casa e te colocar na cama. Então..- mirou o chão, mordendo o lábio. - Eu te trouxe para a minha casa.
– Eu não tô conseguindo entender nada..
– Acredite em mim antes de pensar em chamar a polícia. - pediu. Por que eu chamaria a polícia? Eu só estava tentando fazer a cena exatamente como ele me explicou.
– Eu não vou chamar a polícia. - respondi e vi sua respiração sair em forma de alívio.
– Pelo menos hoje sabe quem eu sou.
– Como?
– Ontem, no bar, você não sabia quem eu era.
– Eu nem me lembro que fui ao bar ontem. Só acredito por causa dessa ressaca infernal. - ele riu baixo, cruzando os braços que eu só fui perceber que encarava demais, quando ele pigarreou. Desviei meus olhos a qualquer outro canto já prevendo seu sorriso de canto que me derreteria.
– Sabe quem eu sou, não sabe? - perguntou sombrio com medo da minha resposta.
– Como eu poderia esquecer mesmo depois de dois anos? - seu sorriso foi de alívio e ele continuava a me fitar. - Bem que talvez eu deveria mesmo ter te esquecido. - sussurrei para mim mesma.
– Como?
– Nada. - respondi de antemão. - Olha só, eu acredito na sua história até porque essa maldita ressaca não te deixa sair ileso se isso fosse mentira. Mas eu ainda não sei porque você me trouxe pra cá, mesmo eu estando dormindo poderia sei lá, ligar pra alguém, me deixar dormindo no carro...
– Ficou maluca? - ele explodiu der repente. - Qual é Liza, eu não seria capaz de te deixar dormindo no carro lá fora, aquela hora da noite. E também não seria obrigado a te ouvir me xingando por entrei na sua casa sem ser convidado. - suspirou, passando as mãos pelos cabelos. em frustração. - Até porque.. Nós já nos conhecemos.
– Tá, tudo bem. Mas saiba que isso ainda continua uma loucura. E você só está ileso porque Agora por favor, preciso da chave do meu carro. Se é que meu carro está aqui.
Depois de alguns minutos, ele me entregou a chave do meu carro e me direcionou até a porta.
– Er...- pausei, no meio do caminho ao meu carro, voltando-me para trás, fitando-o. - Obrigada mesmo assim. - sorri, vendo-o assentir como agradecimento. - Mas mesmo assim foi estanho.
– Tudo bem, só prometa que não vai mais encher a cara, porque me verei obrigado a te levar para a casa de novo. - disse em deboche mas eu o ignorei. Fui até meu carro, dando partida e sumindo de lá.
– Alô, Louise? - liguei assim que conseguir visualizar meu celular.
– Liza? Onde se meteu garota? Te procurei na sua casa mas você não estava.
– Você não vai acreditar no que aconteceu. - pausei, ouvindo seu silêncio como sinal para que eu continuasse. -