Fix You escrita por Diana Wright, Naya Parker


Capítulo 22
Passado e futuro.


Notas iniciais do capítulo

Eu, sinceramente, acho que esse capítulo é forte.
E eu me senti bem por ter conseguido ter escrito ele. Não se preocupem, pode ler. Não tem morte ou cenas inadequadas, é forte de outra maneira.
Espero que gostem da surpresa de natalano novo, Postar dos capítulos nessa fanfic não é fácil, porque de todas as minhas fics, essa é a que eu tenho mais dificuldade para escrever. Fico séculos escrevendo só um parágrafo.
Pois bem, chega de drama.
Ah, esqueci de desejar no capítulo anterior: FELIZ NATAL, FELIZ ANO NOVO, FELIZ QUALQUER OUTRA DATA COMEMORATIVA QUE TENHA PASSADO! GANHEM MUITOS LIVROS, ESCREVAM MUITO, TENHAM SAÚDE,COMAM MUITO, FIQUEM RICOS E SEJAM FELIZES!
Agora, podem ler.



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Luce ainda estava confusa, mas agora ela conseguia enxergar com clareza o local onde estava.

Era um quarto de hospital, grande o suficiente para mais de uma paciente. Mas ela estava sozinha naquele quarto gigante. O branco e azul do quarto de hospital causava calafrios. Tudo parecia calmo, mas de um jeito assustador.

Ela olhou para as mãos, elas estavam brancas demais, até para ela que sempre foi pálida.

E ela percebeu que tremia. Ela podia ver através das cortinas, que o sol estava quente e brilhante. Era um clima tropical e forte. Mas ela não se sentia aquecida. Se sentia fria, congelando, e seu corpo todo tremia violentamente.

Ela puxou mais as cobertas brancas. Mas não sentiu muita diferença; o frio ainda continuava. Ela ainda se sentia congelando aos poucos.

Sua cabeça doía, e ela não entendia bem porque estava aqui. Não entendia o que estava acontecendo. Ela nunca se sentiu pior do que agora. Nunca se sentiu tão derrotada. Tão...louca.

– Ah, vejo que já está acordada – disse uma enfermeira, entrando no quarto. Ela se aproximou de Luce com uma caixinha na mão. Dentro da caixinha, tinha remédios, injeções, curativos e outras coisas. Ela tirou um remédio suspeito de dentro da caixa, e abriu um sorriso encorajador. Aquele sorriso que você sabe que é para esconder alguma coisa ruim. – Tome, você vai se sentir melhor.

Luce não sabia por que, mas ela não queria tomar. Não queria aquele remédio, não queria estar aqui, não queria nem falar.

Ela se sentia dividida. Como se existissem duas pessoas dentro dela; uma dizia que ela não deveria tomar esse remédio, e outra dizia que isso era necessário, que não tinha nada demais. Por alguma razão, a voz que dizia para ela negar o remédio foi mais forte.

– Eu não vou tomar isso – ela resmungou, se sentindo irritada com a enfermeira, apesar dela não ter feito absolutamente nada.

– Querida, é para o seu próprio bem, tome, você vai se sentir bem melhor depois que tomar – incentivou a enfermeira.

– Não! – protestou Luce. – Não quero isso, não quero! Saia de perto de mim! Eu não vou tomar, não vou tomar, não vou tomar...

Luce fechou os olhos com força e continuou murmurando para si mesma, como uma criança fazendo birra para não comer um legume ruim. Ela podia ouvir os ruídos de protesto da enfermeira, mas ela não conseguia identificar o que ela estava dizendo. Ela ouviu um barulho de porta de abrindo com força, e passos ecoando, chegando cada vez mais perto.

Então ela começou a gritar muito alto e se debater ainda com os olhos fechados.

Não vou tomar, não vou tomar, não vou tomar...

Um lenço foi pressionado contra a sua boca. Ela abriu os olhos e levantou o olhar. Um médico encarava ela enquanto a forçava a respirar o produto que a faria dormir. Mas antes de perder a consciência, ela pode captar o olhar do médico:

Pena.

[...]

– Sinto muito, mas é o único jeito dela melhorar. Eu também não queria isso, ok? Mas a psicóloga disse que é necessário – contou Emma.

Ela tinha decidido que sim, iria internar Luce se fosse preciso. E era.

Depois de sair da sala da psicóloga, ela se permitiu chorar. Não queria fazer isso, não gostava de fazer isso. Chorar é um ato de desespero. E ela não podia se desesperar quando todos já estavam desesperados.

Ela contou para todos o que ela havia conversado com Cely, a psicóloga. E depois disse que permitiria que Luce fosse. O que causou uma certa indignação da parte de todos. Ninguém queria que Luce ficasse sozinha por tanto tempo.

Um ano de tratamento.

– Pode existir outro jeito...- começou Ian.

– Infelizmente – interrompeu Emma. -, não existe.

– Aonde ela está agora? – perguntou Alex, que até então não tinha dito nada.

– Não sei...- disse Emma, mas no mesmo momento, uma enfermeira se aproximou. Ela parecia um pouco abalada, seu olhar era assustado e surpreso.

– Senhora Mason – cumprimentou ela. – A paciente Luce...bem, ela acordou. Mas teve um...um ataque quando eu disse que ela teria que tomar o remédio. Ela foi dopada pelo medico, mas ela vai ficar bem, prometo. Só que...bem...

– Só que...? – perguntou Alex.

– Ela realmente não está bem. Lembro de uma vez que ela veio aqui, esse ano mesmo. Ela estava mau, mas sabia bem aonde estava e o que estava fazendo. E porque estava fazendo. E temo que dessa vez ela não saiba – informou a enfermeira.

– O que você quer dizer com isso? – perguntou Diana, se levantando de repente. Era impressionante o quanto ela se abalava quando o assunto era Luce ou Helena.

– Quero dizer que ela está no pior estado da esquizofrenia – relatou a enfermeira. – E recomendo que ela seja tratada o mais rápido possível.

Emma engoliu o seco. Sempre foi sério o caso de Luce, sempre foi mais preocupante do que o normal. Mas nunca foi tão sério assim.

– Nós...já marcamos uma data para que ela seja internada. Conversei com uma psicóloga que é dona de uma clinica especializada nesse tipo de tratamento, no final desse mês ela vai ir para lá. Um ano de tratamento, acho que isso é o bastante – Emma ainda se sentia mal por estar mandando Luce para uma outra clinica. As suas experiências com a primeira já não foram muito boas. Mas ela tinha que saber que estava fazendo o certo.

É o melhor para ela. É o melhor para ela, ela tentava se convencer.

– Desculpe, mas acho que a senhora não entendeu. Não tem mais tempo. Ela está muito mau mesmo. Você precisa fazer isso agora.

– Mas eu...já marquei. Já estou fazendo – argumentou Emma.

– Não – disse a enfermeira. – Tem que ser já. Amanhã mesmo ela precisa ser internada. Sinto muito, mas é preciso.

Sinto muito, mas é preciso. Emma sabia que ela estava certa.

Era difícil, mas era preciso.

Sofrer primeiro, sorrir depois.

– Então, amanhã ela será internada – disse Emma, suspirando.

– Ótimo, essa é uma escolha difícil, eu sei. Mas vai ficar tudo bem, creio eu. Boa sorte – desejou a enfermeira, para logo depois se retirar.

– Você fez o certo, Emma – encorajou Jake. Parecia que esse era o papel dele na Terra: Encorajar as pessoas. Se quiser se sentir melhor, converse com o Jake. Era o que Alex sempre dizia.

– É, espero que ela tenha feito mesmo – disse Alex, se levantando impacientemente. Ele se afastou dos outros, deixando o silêncio reinar no sala de espera.

Helena jogou a cabeça para trás, parecendo cansada.

Emma ainda se sentia extremamente mal. Sabia que estava fazendo o certo, mas isso não a proibia de sentir como se estivesse piorando as coisas.

Ela mexia suas mãos com frequência, e estava arranhando a si mesma sem nem perceber. Tyler tinha percebido, então se inclinou e disse a esposa:

– Esse nervosismo não é bom para você, nem para o bebê - ele disse, carinhosamente. - Não quero que você fique assim, não podemos nos dar o luxo de ficar assim. Para não assustarmos os outros, e para você não perder sua filha - disse Tyler, se referindo ao bebê que Emma esperava no momento.

– Se eu relaxar, Tyler, vou acabar perdendo uma outra filha. Essa aqui está muito bem, dentro de mim, protegida. Já Luce, não tenho tanta certeza.

– Ela vai ficar bem. Sabemos que sim. - Tyler tentou conforta-la.

– Não, não sabemos - disse Emma.

[...]

“ – Lu...? – Um pequeno menino, de cabelos dourados, entrou no quarto da irmã, esperando encontra-la brincando, mas se surpreendeu quando viu a irmã encolhida contra a parede, com um misto de medo e horror.

– Max, vai embora – ela disse, secamente. – Vai embora agora, Max!

O irmão não obedeceu. Somente ficou ali; em pé avaliando a irmã. Ele era bem mais novo que ela, e entendia tão pouco da vida...mas era inteligente o bastante para notar que tinha algo de muito errado com a sua irmã.

Suas roupas estavam no chão. Ela estava apenas com uma blusa rosa, e no chão, tinha muito sangue.

– Por que tem tanto sangue aqui, Lu? – O menino perguntou inocentemente, por isso, ficou surpreso quando sua irmã começou a chorar. Ele estava tão sem reação, que deu alguns passos para trás. – Quer...que eu chame o papai?

Os olhos dela ficaram arregalados, e as mãos começaram a tremer. Ela olhou para os olhos de Max, mas ela estava bem longe.

– Não, por favor, não faça isso – ela pediu ao irmão. – Só...vai embora, por favor.

O irmão não entendeu bem, mas saiu do quarto, um pouco decepcionado por não saber o que estava acontecendo. Mas como ele era uma criança ingênua e com pouco conhecimento sobre a vida, ela logo voltou a brincar, como fazia antes.

Luce, se encontrava no mesmo lugar. Encarava um canto do quarto, aonde um urso roxo se encontrava. Ele fora um urso muito bonito antes, mas agora estava sujo e rasgado. Ela lembrava do nome...papai. Era assim que seu pai estava agora, sujo e rasgado.

O pensamento sobre o pai – se é que ele tinha o direito de ser chamado assim – fez com que ela chorasse mais ainda.

Ela se arrastou até o urso velho e o pegou com um nojo e repulsa. Depois de se vestir e limpar todo o sangue, ela atravessou a cozinha e foi até o quintal.

Lá ela cavou um grande buraco, com a pá que sua mãe comprara. Depois que o buraco mal feito – por ser improvisado – foi terminado, ela jogou o urso roxo lá dentro, sem hesitar.

Ela começou a fechar a pequena cova; e, para que ninguém percebesse, colocou um pouco da grama cortada por cima do local. Quando terminou, entrou no quarto e pegou um quadro pequeno e um giz azul.

Voltou para o quintal e colocou o quadro em cima da cova do urso roxo – que estava disfarçada com grama e terra. Ela se agachou, e escreveu no quadro. Quando terminou de escrever, jogou mais terra e grama por cima, para disfarçar o quadro também.

Então ela entrou, e foi dormir, preparando-se para o dia seguinte, que não seria muito melhor do que os anteriores.

E no quadro, que estava escondido em cima da cova do velho urso roxo, estava escrito:

“ Aqui jaz Papai. Tanto o de pelúcia, quando o de verdade . Os dois não fazem mais parte da minha vida, portanto, estão mortos para mim. Se o inferno existe, é para lá que vão”


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Notas finais do capítulo

Desculpem por qualquer coisa.