A aposta. escrita por Holden


Capítulo 16
Partes baixas.


Notas iniciais do capítulo

Não sei o que falar ou por onde começar... Cara *UUUUU* +100 reviews? Mano, vocês são demais. Obrigada a todas as minhas leitoras lindas ♥
joliee eu amei sua recomendação flor *u* Ficou perfeita, valeu mesmo ♥
Capa nova? Valeu Luana, sua bitch u.u Te amo fia ♥
Nem revisei o capítulo, desculpem qualquer erro.










Deixem reviews.



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– Jane!- ouvi alguém me chamar ao longe.- Jane! Levanta daí!

O simples fato de alguém alterar a voz já fazia minha cabeça latejar. Senti minha pele de encontro com a areia e a água batendo levemente nos meus pés, logo, lentamente fui abrindo os olhos, até acostumar-me com o ambiente.

– Leni?- sussurrei colocando a mão de encontro a minha cabeça e sentindo pontadas mais fortes ainda.- O que faz aqui?- perguntei em um fiaspo de voz fazendo uma careta por conta da dor.

– Me arrependi por não ter vindo com você.- sorriu timidamente.- Sei que sempre se mete em encrencas quando não estou por perto. Em uma rave seria pior ainda.

Isso era verdade. Por mais doida que a garota fosse, era sempre a mais sã de nós duas.

Qualquer um consegue ser mais são do que eu, mas isso já é outra história.

Apoiei minhas mãos na areia um pouco barrenta, e me levantei, a menina ajudou-me apoiando meu braço direito em volta de seu pescoço, minhas pernas cambaleavam e meus dedos tremiam, começamos a dar passos lentos, até finalmente chegarmos ao seu carro (sim ela tinha um, não era invejável igual ao do Jeremy, mas não era uma bosta igual o meu), e logo, estava dando a partida em direção de sua casa.

– Que horas são?- murmurei com os olhos fechados, apoiando minha cabeça sobre as mãos.

– Quase três da manhã.- respondeu com a mão despreocupada no volante.

– Dispensou uma noite com o Jeremy pra me buscar numa praia deserta?- sim, quando eu acordei não havia mais ninguém lá, inclusive Henri.

– Na verdade...- suspirou pesadamente.- Ele desistiu. Deu a desculpa de que tinha um jantar com a família e mais um monte de coisas.- outro suspiro.- Sei quando um homem está mentindo.

Isso era verdade, mas em compensação era péssima para sustentar relacionamentos.

Falou a virgem de plantão.

– Ãhn... Sinto muito.- indaguei. Pra falar verdade... Eu não sentia tanto assim.

Marie Jane! Que tipo de amiga você é sua vadia?!

Não falamos mais nada durante o percurso. Achei até bom, conversar quando se está de ressaca não é a melhor coisa do mundo.

Assim que chegamos, as luzes se encontravam todas apagadas, talvez os pais dela já houvessem se recolhido. Leni guiou-me até seu quarto de tamanho médio e deixou que eu tomasse um banho frio em seu banheiro (sim ela tinha um banheiro em seu quarto). Vomitei algumas vezes e a maldita dor de cabeça aos poucos foi diminuindo, meus músculos estavam moídos e meus pensamentos... Bem, alguém decidiu sambar em cima deles.

Coloquei uma roupa larga que a mesma havia me emprestado e joguei-me em sua gigantesca cama de casal. Nem perguntei se podia, só queria dormir logo e esquecer de que tomei trocentos drinks de shopp e vodka, e que acordei em uma praia deserta.

*

Quinta-feira, 12:25.

– Tem certeza de que está bem?- o diabo dos olhos claros me perguntou pela quincuagésama oitava vez no horário de saída.- Você me parece uma ameba.

– Estou ótima, droga.- murmurei andando sobre os enormes corredores do local com uma pressa do capeta.

Ele ainda estava ali? Fala sério, nem em uma droga de quinta-feira o azar pode me deixar livre?

Caminhamos até o portão de saída e a garota já nos esperava. Fiquei na ponta dos pés, tentando,- inutilmente.- encontrar Henri naquela multidão.

– Aposto que ele não vem.- o garoto não perdeu a oportunidade de tirar uma com a minha cara.

– Cala boca, imbecil.- rosnei.- Por que não vai dar uma volta com sua namoradinha?

Ele indagou algo que eu não entendi muito bem, e, muito menos me importei. Só sei que mãos grandes e quentes tamparam minha vista com tudo, deixando-me apenas à deriva de sua colônia masculina forte, que eu realmente amava. Virei-me com um sorriso patético e bobo nos lábios e dei de cara com os olhos esverdeados mais selvagens do mundo.

– Fala, garota!- cumprimentou-me com seu típico abraço forte.

Confesso que fiquei um tanto decepcionada naquela hora.

– Oi Henri.- respondi secamente afastando-me dele.

O hippie soltou-me um olhar confuso. Ficamos assim por intensos segundos, até ele agarrar meu pulso, com alguma força e puxar-me para um lugar mais reservado na saída. Senti os olhares azulados do demônio no outro lado da rua. Mas francamente? Pouco me importei.

Mentira, queria que sentisse a mesma coisa que sinto tantas vezes no intervalo quando ele e Leni ficam se esfregando e naquela batalha de línguas-loucas.

Nada mais justo, não? Ah fala sério, eu não posso estar me importando com isso.

– Você está bem Jane?- perguntou com sua voz tediosa, enquanto jogava uma bituca de cigarro no chão sem se importar com o futuro do planeta e as gerações seguintes.

Coisa que eu também fazia constantemente.

– Já que perguntou.- comecei com um sorriso irônico e que, particularmente, o irritava.- Você acha que eu deveria ficar bem por você ter me agarrado na praia quando eu estava bêbada? Ou melhor! Ter me largado sozinha em uma madrugada gelada na beira do mar? Acho que não.- bufei e cruzei os braços logo em seguida.

Costumo fazer isso quando estou nervosa, ou seja, há constantes dezesseis anos.

– Jane, o que você está dizendo não condiz com a realidade.- retrucou com sua típica voz entediada.- Não me lembro de ter “agarrado” você, ou, muito menos ter te deixado na praia.

Como é? Ele está querendo inverter o jogo? Ah, isso não. Não mesmo.

– Deve ser por ter fumado altas maconhas e bebido o mundo inteiro!- berrei.

Peraí, isso não soou tão cruel na minha mente.

Mas ele merecia.

Em um momento de distração minha, o hippie segura meus dois pulsos com certa rapidez, e, escora minhas costas de encontro à parede de tijolos que estava próxima a nós (paredes de tijolos? Mas paredes SÃO de tijolos) deixando-me completamente grudada ali, aproximando seus lábios incrivelmente carnudos dos meus. Não, não, não, tentação de novo não.

Acho que preciso virar uma cantora evangélica e purificar minha vida.

– E agora? Pode me perdoar, senhorita Woods?- perguntou imitando alguma voz provocante que realmente deu certo.

– Não!- rosnei insatisfeita.

Eu não deveria ter dito isso.

Oh sim, eu deveria.

Henri aproximou lentamente sua boca rosada e macia de meu pescoço distribuindo leves mordidinhas ali, deixando-me completamente extasiada.

– E agora?

Mordi os lábios com força, sentindo um gosto sobrenatural de sangue. Permaneci em silêncio, não entregaria o jogo tão fácil assim.

O garoto murmurou um “ta legal” baixinho e, com a mão direita, segurou meu cabelo com certa força e roçou ferozmente seus lábios nos meus. Tentei resistir, mas Henri é impossível e só aprofundava cada vez mais sua boca na minha. E... Até que eu estava gostando.

Que legal, modo taradona ativado.

– Tem certeza que Leni e eu somos os ganhadores no concurso de línguas loucas?- uma voz impertinente soou próxima a nós, fazendo com que eu me separasse rapidamente do meu hippie.

Meu... Que coisa mais... Estranha.

– Jeremy... Se não percebeu, estamos um pouco ocupados.- tentei dar uma de mais irônica possível, mas só pelo fato de eu ser a Marie Jane, tudo que sai de minha boca é a base de ironia.

– Claro, podem acabar de se engolir, mas seu pai quer conversar com você sobre ter saído de casa ontem e não ter voltado, ele ligou no celular da Leni... E eu fiquei encarregado de te levar pra casa.- retrucou em uma voz altamente grosseira.

Argh! Que ódio!

Fiz questão de me despedir de Henri com mais um beijo, e logo, segui para o carro do diabo.

– Você não está com maconha aí não né?- provocou já dirigindo sobre as enormes ruas da cidade com certa rapidez, me assustando um pouco.

– Não, não estou.- respondi com elegância.- Pode parar com isso?

– Isso o que?- perguntou com inocência.- Ah! Isso?- e acelerou mais ainda, pisando com mais força no acelerador.

– Jeremy!- berrei.- É sério seu travesti!

– Tá legal delicadinha.- e voltou a diminuir.

Foi aí que eu percebi que o caminho que estava sendo feito... Não era o da minha casa.

Eu deveria ter suspeitado, que tipo de pessoa confia no Jeremy?

– Qual seu planinho agora?- aquilo estava me irritando, sério.

– Planinho? Eu não sou homem de planinhos Jane, não igual ao seu hippie.

– Ah poupe-me!- ri debochadamente.- Pare de tentar estragar minha relação com o Henri... Será em vão.- o irritei.

– Relação? Que relação?- sorriu satisfeito.- Poupe-me, ele não te considera nem como namorada dele.

Ciúmes? É você?

– Está com ciúmes?- ri debochadamente.- Deveria ter ciúmes de Leni, não de mim!

Ele não disse mais nada, e eu também não queria ver onde isso ia dar.

– Pare o carro.- murmurei seriamente.

– O quê? Negativo.- respondeu com impaciência.

– Ótimo, eu abro.- destravei a porta e ameacei a sair dali... Com o carro em movimento, mas isso são apenas detalhes.

Com raiva, o idiota freou em uma rua deserta, fazendo com que os pneus fizessem um brusco barulho e eu me assustasse, quase bati minha cabeça no porta-luvas e rapidamente me senti tonta.

Agora sim, destravei a porta e sai dali com raiva. Realmente não sabia onde estava, mas daria meu jeito. Com aquele sociopata é que eu não ficaria.

– Você é burra demais, ou finge ser?- senti-o apertando meu pulso com força e fazendo com que eu virasse para sua direção.

– Me larga, seu... seu...- todos os duzentos e trintas palavrões que eu tinha conhecimento fugiram de minha mente com um passe de mágica, quando dei de cara com aqueles malditos olhos azuis. Tinha um ar autoritário e de fúria. Deixando o clima completamente pesado entre nós.

Como se já não estivesse sempre.

Parece que os caras têm um fetiche para me empurrar sobre alguma coisa.

E foi isso, que o mongolóide fez. Deixou-me mais uma vez escorada no carro enquanto tirava uma parte de meu cabelo que estava sobre meus olhos acinzentados.

Mas algo estanho chamou minha atenção. Descobri que beijar o Henri... É uma tarefa muito mais fácil do que tentar beijar essa anta. Seus olhos perfuram minha alma em cada parte e me deixam completamente... Sem reação. É como se ele tivesse um controle total sobre mim.

E foi aí que eu fiz a coisa mais improvável do mundo.

Chutei com todas as minhas forças suas partes baixas... Fazendo com que o mesmo gritasse de dor e caísse no chão de joelhos.

E o que a bobona fez?

( ) Ajudou-o a se levantar.

( ) Se desculpou por isso.

(x) Saiu correndo sobre uma rua desconhecida, enquanto um temporal ameaçava cair e a chance de ser perseguida por mal-encarados fosse grande.


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