A aposta. escrita por Holden


Capítulo 13
O dia D.


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada, quero agradecer a linda da Memera pela diva, maravilhosa e espetacular recomendação *--------------------* Fiquei muito contente, aliás, nem acreditei quando a vi. Muito obrigada linda ♥
E quero agradecer também a Namie e Hellena pelas mp's carinhosas que me mandaram ♥
Estou boba até agora.
Enfim, boa leitura a todos o//////








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  Senti o carro já diminuindo sua velocidade, e logo abri meus olhos por inteiro, não ia dormir ali, não ao lado de Jeremy, não mesmo.

  Pense em X’s opções possíveis do que ele poderia fazer contra minha pessoa. Muito bem, agora multiplique isso por 1000.

  Ta, eu desisti da matemática desde a segunda série, então não me culpem.

- Pra onde vamos?- murmurei passando a mão sobre meus olhos tentando afastar o maldito sono.

- Te levar pra sua casa seria uma opção sem-graça demais.- murmurou entediado enquanto dirigia naquele imensidão escura e completamente vazia.

  Por um momento fique com certo medo.

  Ta legal, MUITO medo.

  Tenho certeza que você também ficaria se estivesse no meu lugar. Pense bem: Beijar um carinha que você mal conhece em uma sorveteria> Ter esse mesmo carinha arrancado de você no meio de um beijo maravilhoso por um diabo de olho azul no meio da sorveteria> Ver o diabo de olho azul socando o carinha que você mal conhece na maldita sorveteria> Apanhar com Milk-shake da sua talvez-ex-melhor-amiga na mesma sorveteria> Passar à tarde na cadeia com três pessoas que fizeram você parar ali!> Passar a noite sozinha na cadeia> Ter sua fiança paga pelo diabo do olho azul quando sua própria família esqueceu de você> Estar em uma estrada escura com o próprio diabo de olho azul.

  Sim você estaria com medo. Principalmente quando esse carinha tem uma fixação doentia por você. Talvez esquartejamento, estupro, tortura, te obrigar a fugir do país com identidade falsa sejam opções até leves sobre o que ele possa ter coragem de fazer.

  Jeremy dirigiu mais alguns minutos e finalmente estacionou o carro no meio do nada.

  Sim. No meio do NADA!

- Chegamos.- sorriu e me fitou animado.- Surpresa!

  Olhei além da janela e logo meus olhos tomaram uma tonalidade raivosa. Muito, muito raivosa!

  O maldito havia me trazido para um MOTEL! Sim, aqueles que as pessoas taradas vêem para...

- O que achou?- interrompeu meus pensamentos sujos. Mas não tão sujos quantos suas intenções!

  O que eu achei?! É brincadeira né?

  Apenas elevei a palma da minha mão de encontro a sua face com os últimos requisitos de minhas forças (e dignidade, mas ela já havia se esgotado) deixando a marca de meus dedos ali. Ele, por sua vez, me olhou incrédulo e antes de eu abrir a porta murmurei:

- Vá pro inferno.- e sai.

  Ok, talvez essa não tenha sido a melhor opção mais inteligente que eu já tenha feito. Pois, estava escuro e a chance de eu tomar uma bala perdida era grande. Mas quem se importa? Ir para um motel com o Jeremy seria uma chantagem que nem se minha família estivesse a ponto der degolada eu faria.

  O lugar era tomado por pedregulhos e logo sinto minhas pernas deixarem-me na mão. Estava a ponto de esborrachar isso que eu chamo de cara no chão, quando sinto mãos grandes e ágeis tomaram meu pulso com força fazendo com que eu fitasse sua imensidão azul.

- O que está fazendo garota?- rosnou seriamente deixando uma expressão séria sobre sua face completamente exposta... O que o deixava altamente sexy.

  Acho que quem precisa de um tapa na cara sou eu.

- Indo pra casa!- berrei tentando me soltar, porém minhas tentativas frustrantes eram impedidas por aquela força sobrenatural que até me assustava às vezes, pelo brutamonte tapado que estava a minha frente.

- Cara, eu tento admitir para mim mesmo que você não tem certos problemas, mas isso está ficando cada vez mais difícil.- ironizou.

  Problemas? Esse cara perdeu a noção do perigo?

- Problemas? Eu?- ri em tom de zombação.- Quem foi que me convidou pra passar a noite em um motel?- gritei tomada pelo ódio enquanto me debatia em seus braços no intuito de escapar dali.

- Motel?- foi nesse momento que ele me olhou completamente assustado e incrédulo.- Você é idiota?- perguntou e soltou um riso de ironia, que particularmente me irritou profundamente.

- Ah é? Então pra que você me trouxe pra cá?- indaguei desafiadoramente.

  O garoto suspirou e puxou meus braços com força para mais perto do carro. Tentei relutar, mas foi tudo em vão. Na boa, ser fraca é uma merda.

  Logo apontou para um outdoor um pouco próximo do tal motel. Tive vontade de enfiar minha cabeça em um buraco e nunca mais sair. Na boa, eu era uma bela de uma filha da puta.

  Ele havia pixado meu rosto perfeitamente, com todas as imperfeições e perfeições deles. Meus cabelos castanhos longos estavam tão impecáveis que até desconfiei se eram meus de verdade. Meus olhos por um momento pareceram estar com um pouco de... Vida.

- Jeremy... E-eu...- gaguejei enquanto minhas mãos tremulavam.

- Pintei hoje à tarde. É um talento que poucos sabem que eu tenho.- respondeu confiantemente com um sorriso satisfatório nos lábios.- Gostou?- perguntou como se fosse à coisa mais normal do mundo.

  Droga. Por que esse garoto me deixa tão sem-graça?

- Acho que sim.- sussurrei ainda fixada no outdoor, por medo de encará-lo.

  Na boa, essa não era eu. Um banho com vinagre talvez resolva.

- Sabe, talvez eu não queira ouvir apenas um “acho que sim”- sussurrou em meu ouvido segurando minha cintura com força com sua mão direita e erguendo meu queixo com a outra.

- Ah é?- perguntei na mesma voz, mas acho que não saiu tão sedutora assim.- E o que você queria ouvir, senhor Johnson?

  E depois ele não falou mais nada. Apenas senti sua deliciosa e quente respiração de encontro ao meu rosto, e sua mão apertando meus cabelos com força deixando-me mais perto ainda de si. Meus lábios formigavam e minha respiração estava ofegante.

  Poderia querer dizer que trocamos um beijo delicioso ali e que foi até melhor do que o do Henri (mesmo que eu tenha lhe obrigado), mas, como sempre, a minha vida é uma M-E-R-D-A, e isso não aconteceu.

  Pelo contrário.

  Fomos assaltados.

  Sim, três homens encapuzados correram até nós e nos colocaram contra o carro. Roubaram tudo, carteira, dinheiro, chaves, carteirinha de vacinação (brincadeirinha) e levaram o carro de Jeremy. Ah sim, e a jaqueta de grife dele com sua calça invejável jeans, foram juntamente com a minha única blusa de marca.

  E, pra piorar começou a chover.

  Deus o que eu fiz? Diga-me, por favor. Isso já está ficando fora do controle.

- E agora?- gritei enquanto a raiva transbordava de meus olhos.- E agora Jeremy?- já estava fora de mim.

- Jane, calma, eu...- parei de escutá-lo enquanto fitava sua cuequinha boxer preta, e seu... hã... coisinha... Por trás dela. Caralho, preciso dar um jeito na minha vida.

- JANE!- gritou.- Está me escutando?

- Ãh? Ah... Eu... Cla-claro.

- Ótimo, vamos para o motel e de lá ligamos para a polícia.

  Apenas assenti e comecei a o seguir para o tal motel. Não era nada luxuoso nem nada, servia apenas para prazeres momentâneos de pessoas desocupadas na estrada.

  Andamos até o telefone perto do balcão e ele discou o número das autoridades. Minutos depois, bate o objeto com força murmurando os palavrões mais inimagináveis possíveis.

- Está tudo fora de área.- resmungou por fim.- O que faremos?

- Eu não sei.- senti meus olhos embaçados por conta de lágrimas desesperadas.

- Ei, ei calma.- tentou me acalmar e limpou as benditas que rolavam sobre minha face.- Você não tem nenhum dinheiro aí? Minha carteira também foi levada.- indagou lentamente.

  Foi aí que me lembrei que guardava uma quantia no sutiã (caso eu fosse assaltada, e foi exatamente isso que aconteceu) uma sorte estar escuro, e os marginais não terem visto as verdinhas.

- Vire-se.- ordenei.

- Hã?

- Agora!

  Sem entender, o garoto virou-se enquanto enfiei a mão dentro do meu sutiã nada queima-filme de joaninhas no desespero de ter uma quantia pelo menos razoável ali. Havia vinte dólares e eu sorri por isso.

  Sim, iríamos passar a noite em um motel de estrada.

- Hã... Com licença.- chamei a atenção da balconista que no momento lixava as unhas.- Gostaríamos de... Uma... Uma... Noite, por favor.- na boa2, isso é constrangedor.

  A mulher nos olhou com uma cara de “Vocês já não fizeram tudo na estrada?” Já que ele estava de cueca e eu de sutiã. Mas por fim, nos deu um cartãozinho com o número do quarto.

- Isso foi ótimo!- respondeu animado enquanto andávamos pelos corredores e finalmente, destrancando a porta.

  Devo dizer que só havia uma cama grande ali com as paredes desbotadas e um banheiro imundo. Mas tudo bem, eu tomei banho com toda vontade do mundo, já que meu cabelo estava sujo por conta do sorvete de mais cedo e meu corpo acabado. Jeremy fez o mesmo (depois de mim, claro).

- Temos um problema.- começou enquanto gritava do quarto.- Só há uma cama.

- Desde quando isso é problema pra você?- ironizei, gritando do banheiro, enquanto vestia o bendito do roupão com o slogan do motel.

- Se você quiser... Durmo no chão.

- Faça o que quiser Jeremy, só me deixe dormir.- disse vencida pelo cansaço, saindo do banheiro e me deitando na enorme cama dali. Percebi que ele também estava com o roupão.

  Menos mal.

  Antes de cair no sono, senti seu corpo másculo e quente próximo ao meu. Estremeci por completo e resolvi deixá-lo ali mesmo. Afinal, tudo que tinha para acontecer, já aconteceu hoje mesmo.


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