O Fim Do Mundo escrita por Amgis Carlus


Capítulo 5
Point 5 - Um Novo Dia... De Chuva


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, meu nome é... Irrelevante. Quem sou... Não importa. O que eu faço... Nada. Pois é, não há nada de interessante em mim. Acho que estou assim por causa do frio que estou sentindo, da solidão e do cansaço. Mas deixando isso de lado vamos a história, porque ela sim é interessante, se é que é. Nas notas finais irei explicar algumas coisas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/390399/chapter/5

Mais um dia começou no fim do mundo. Ele acordou cedo como já estava acostumado, afinal, estudava de manhã. Ela também estudava mas odiava sair cedo da cama, tanto que ela sempre faltava as aulas. Assim, Carlos arrumou o café da manhã. Ele ficou na sala comendo e ouvindo músicas em outro celular, afinal a bateria do anterior havia acabado. Quando deu nove horas, ele arrumou o dela e levou até a cama. Ele a chamou baixinho.

- Juliane, Juliane

- Me deixa dormir... - Resmungou ela.

- São nove horas. Eu arrumei e trouxe seu café até aqui. Não deixe ele esfriar. - Ele a cutucou mais uma vez.

Ela levantou e olhou para a bandeja. Tinha biscoitos, pão, bolo e pra beber tinha nescau, café, leite (desculpe gente, não tinha nutella)

- Eu não sei o que você gosta, então trouxe isso tudo. Mas não se preocupe. Eu guardo depois o que você não quiser. - Disse ele normalmente.

- Você está bem? - Perguntou Juliane olhando pra ele?

Ele não acreditou.

- Anh? Por que está perguntando isso? Não posso ser gentil nem uma vez? - Disse ele sério agora.

- É que você ficou o dia inteiro ontem com aquele sarcasmo aí pensei que seria a mesma coisa hoje. - Explicou Juliane - E não fique bravo comigo! Ninguém mandou você causar uma má impressão com aquele show todo!

- Tudo bem. Não vou discutir. Mas tá aqui. Coma, você vai gostar. Já que está frio hoje, se quiser ficar aí pode ficar na cama.

- Está frio? - Perguntou ela um pouco incrédula.

- Sim, está chovendo. Vamos ter que deixar pra levar as coisas amanhã, senão irá molhar todas as minhas coisas. - Explicou ele.

- Tudo bem. - Juliane concordou - Vai ficar fazendo o que então?

- Sei lá... Nada. Talvez eu te perturbe. Mas talvez eu nem faça isso. - Ele mexeu no cabelo dela.

- É... Pelo visto a chuva te desanimou mesmo. - Ela comeu um pedaço de bolo. Também reparou quando ele tocou no cabelo dela colocando atrás da orelha, mas não disse nada. - Você vai ficar só ouvindo música?

- Se eu me animar, talvez eu faça alguma outra coisa. Mas no momento não tenho nada em mente. - A voz dele saia normal, mas desanimada também.

- Entendi.

- Ah - Ele se levantou - Deixa eu colocar alguma leve pra você ouvir e acordar melhor.

Ele pegou um rádio que tinha, botou quatro pilhas, o pendrive e colocou uma do Avenged Sevenfold pra ela ouvir.

Por um tempinho eles ficaram em silêncio. Juliane comendo e Carlos olhando para ela. Depois ela disse:

- Essa música é legal. Não é a minha predileta, mas é uma das que eu mais gosto.

- Que bom, que gostou dessa. Talvez não goste das outras que tenho. Se bem que hoje, não vou ouvir músicas pesadas... Do jeito que estou e com esse frio, não combina.

- Do jeito que você está? E como você está? - Perguntou ela curiosa.

- Pensativo, apenas isso. Eu vou na cozinha pegar agua pra mim e já volto.

Ele se levantou e foi. Ela continuou comendo no quarto e em um minuto ele estava de volta. Eles ficaram em silêncio, ouvindo a música que tocava e quando ela acabou ele pegou a bandeja e deixou na outra cama, a menor, que era a dele. Ela foi até o banheiro. Quando voltou, ele perguntou:

- Vai voltar a dormir?

- Não, não vou conseguir, mas da cama não saio com esse frio - Disse ela se enrolando nas cobertas.

- Ok. Está na hora d'eu voltar ao normal.

- Anh? Como assim? - Disse ela surpresa

 Ele se jogou na cama do lado dela

- Ei, sai daqui! Não te deixei fazer isso!

- Você está na minha casa e na minha cama. Não preciso da sua permissão! - Carlos estava rindo bastante

- Se você não sair, eu saio! - Ameaçou ela

- Com esse frio? Duvido! - Desafiou ele com um olhar cético

- Então eu vou pra outra cama!

- Se você for, será pior, porque aqui, tem espaço para dois ou até mais, mas lá, eu vou ter que ficar te espremendo.

- Ah, você não faria isso!

- Ah é? Vamos então! Vai até lá! - Ele não desistiria e também não tinha motivos para isso.

Ela foi. Tirou a bandeja e se deitou. Logo em seguida ele foi  também. Tudo parecia dar certo. Só que aí, ela deu um soco nele para afastá-lo. Ele caiu no chão gemendo um pouco.

- Eu disse que você não ia conseguir!

- Poxa eu estava brincando... - Ele agora estava com raiva, ou fingindo estar. - Não vou te machucar. Doeu esse soco.

- Quem mandou me desafiar? Sabia que isso é assédio?

- No fim do mundo, não existe assédio querida. E se eu fosse fazer algo a você, teria feito durante a noite. - Disse ele sério ainda se levantando agora. E como não há mais ninguém no mundo, você estaria perdida.

Ele se levantou e deitou na cama de casal. Ela deve ter se arrependido, o que é bem difícil na minha opinião. Mas ela após uns minuto quebrou o silêncio dos dois.

- Tá bom, desculpe. Mas não gosto que faça isso. - Disse ela com uma voz sincera.

- Só desculpo se eu puder ficar do seu lado. - Ele tava fazendo drama já e ela percebeu isso.

- Não mesmo... - Ela parou por um momento e no outro estava na cama do lado dele. - Tudo bem. Mas qualquer coisa estranha, eu acabo com você. Mesmo que signifique o fim da raça humana.

Os dois riram diante daquilo. E então ficaram ali deitados, vendo a chuva cair do lado de fora.

- Seria bom se tivesse um filme pra gente ver - Disse Juliane

- Já percebeu que o que estamos vivendo parece ser um filme?

- Verdade. Nem parece ser real. Só nós dois vivos, o mundo todo só pra gente literalmente.

- Deve ter mais gente viva por aí. Não pode ser só nós dois. - Carlos disse

- Se tivesse outra garota, você faria o que?

- Anh? Se tivesse outra garota viva eu sei lá, acho que seria melhor, ou não - Para Carlos não era não. Aliás, o mesmo se aplicava para outro garoto. - E se houvesse outro garoto?

- Não sei também se seria melhor ou não. Seria bom se tivesse os dois. Só um seria muito estranho. - Não é que seria estranho, causaria problemas isso sim.

- Concordo. - Concordava nada. Ele sabia que não seria estranho ver outra pessoa viva, mas sim problemático. Logo depois de parar de pensar nisso ele abraçou ela.

- Que está fazendo? - Ela já havia preparado o cotovelo pra ir no estômago dele

- Nada, só te abraçando. Não se preocupe. Tenho uma mente pervertida mas não estou pensando em nada disso agora. - Ele foi sincero.

- Eu deveria te expulsar daqui agora depois de você me dizer isso, mas tudo bem. Acredito em você.

E assim foi aquele dia de chuva. Eles ficaram abraçados lá de conchinha e dormiram mais do que ficaram acordados durante aquele dia. Quando estavam acordados, conversavam e discutiam como sempre sobre algo. Ele sempre trazia algo para ela comer e beber e ela só levantava quando precisava mesmo. De tarde ele deu um jeito de colocar um filme para ver no tablet que ele tinha guardado. Foi legal. E assim eles ficaram ali juntos, como amigos, pelo ao menos por enquanto, curtindo o dia frio embaixo das cobertas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, hora das notas finais. O que vocês leram acima, é o sonho que tenho de fazer com toda garota. Ficar o dia inteiro deitado com ela acariciando ela e vendo algum filme ou dormindo de conchinha. Mas isso não vai rolar tão cedo... Próximo capítulo, sol e vamos voltar ao sarcasmo