Primeiro encontro

Ela olhou para o relógio pela centésima vez naquele dia. Natsu estava atrasado. De novo. Deixou um suspiro cansado escapar. Quando ele aprenderia? Nem quando se tratava do primeiro encontro deles...

Não era nada do que ela tinha imaginado. Ele era quem deveria estar esperando por ela e não ao contrário. Estava ali há meia hora e nada de Natsu. Talvez devesse ir para casa... E depois o espancaria por tê-la feito ficar plantada que nem uma idiota.

Levantou-se do banco no meio do parque de Magnólia, pronta para ir embora. Uma brisa mais forte que o normal passou no mesmo instante, e a loira largou a bolsa no chão para evitar que o vestido que usava voasse e mostrasse toda sua calcinha.

Preparou-se para pegar a bolsa, quando ouviu um grito:

— Lucy! — era Natsu.

Ela ficou paralisada ao olhar para ele. O dragon slayer corria em sua direção, nada diferente do normal. Tirando o fato que ele estava vestido com uma calça social preta, uma camisa de mangas longas branca com um colete preto com botões dourados por cima e o cachecol envolvia seu pescoço. E em seus braços, havia um buquê de rosas brancas.

Quando Natsu finalmente a alcançou, respirou fundo e levantou o olhar para ela, dando seu melhor sorriso.

— Para você, Luce! — disse, estendendo o buquê em sua direção.

— Hãm? — Ainda não tinha caído a ficha. — O que significa isso, Natsu?

— Bem... — começou hesitante, de uma forma que Lucy jamais vira. Colocando a mão atrás da cabeça, sem graça, as bochechas corando levemente em um tom deliciosamente rosado. — Eu achei que você iria gostar de algo assim, que nem nos livros que você...

Parou de falar quando ouviu o doce som da risada feminina.

— Você não precisava fazer isso tudo por mim, Natsu — disse, desviando o olhar. — Eu gosto de você, do jeito que é. Não precisa mudar para me agradar.

— Nossa, que bom! — exclamou aliviado, deixando o buquê no chão. — Isso aqui é apertado, estou morrendo.

Lucy revirou os olhos e o ajudou a desabotoar o colete. Quando terminou, iria se afastar, mas ele a segurou pelos braços da maneira mais delicada que conseguiu.

— Natsu? — chamou, levantando o olhar para ele e apenas nesse momento notando o quanto estavam próximos.

— Eu queria testar uma coisa — sussurrou, levando a mão ao cabelo loiro, os dedos entrando em seu cabelo brilhante e solto.

Tão perto.

Tão tentador.

Os lábios dela estavam tingidos de rosa e se encontravam entreabertos, como se estivessem pedindo por um beijo. Ele conseguiu notar, como os olhos dela estavam brilhantes e alegres, enquanto sua face era tingida por um leve vermelho. Aproximou-se devagar, os olhos se fechando aos poucos, até que os lábios se encontrassem.

Primeiro devagar, como uma leve carícia, pronta para o pleno e doce desfrute.

Depois, a apreciação. Sentindo uma sensação quente e ao mesmo tempo... Não saberia descrever. Mas era maravilhoso.

E por fim, a entrega. Mesmo que ambos fossem totalmente inexperientes no assunto, pareciam saber exatamente o que estavam fazendo. A maneira como os lábios dele devoravam os dela, sugando e apreciando cada pedaço, cada detalhe. Saboreando o desconhecido.

O melhor desconhecido.

Quando o ar faltou, separaram-se ofegantes. Lucy abriu os olhos, relutante, pensando que aquela era a melhor sensação de toda a sua vida. E ao mesmo tempo, sem saber o que fazer, o que falar. Deixou-se ser levada pela vergonha e empurrou Natsu, afastando-se dele.

— Você me beijou na frente de todo mundo! — exclamou totalmente vermelha, inflando as bochechas como uma criança.

— E qual é o problema? — perguntou inocentemente.

— Você não deveria fazer isso! — disse, pegando a bolsa do chão e começando a andar na frente.

O rapaz ficou sem entender nada. Apenas ficou pensando se a maga estaria zangada com ele. Seguiu-a deixando alguns passos de distância entre eles. Não sabia como quebrar aquele silêncio que tinha se instalado. Deixou a mente vagar, até notar que Lucy tinha parado.

— Natsu — chamou, virando-se para ele com um sorriso tímido. — Não me entenda mal, eu gostei do beijo. Eu só fiquei... Com vergonha.

— Então nós vamos repetir? — perguntou alegremente.

— S-sim — respondeu, virando-se e continuando a andar.

Natsu deu um de seus famosos sorrisos e correu para alcançá-la. Passou o braço por cima do seu ombro, puxando-a para si de maneira protetora.

— Eu amo você, Luce!

— I-idiota.

“Largue tudo agora

[...]

Beije-me na calçada

[...]

Porque eu vejo, faíscas voam toda vez que você sorri

Conquiste-me com esses olhos verdes, baby”