Drunk

— Por que raios você estava bebendo? — Lucy resmungou de mau humor, arrastando Natsu que andava aos tropeços, para dentro do seu apartamento.

— Lucyyyyyyyyyy — cantarolou completamente bêbado, dando um soluço. — Não grita comigoooooo.

— Cale a boca, Natsu. Eu tive que te arrastar até aqui! Tem ideia do quanto é pesado? Por favor, sou muito jovem para ter problemas na coluna!

Ele se inclinou na direção dela, completamente sorridente, roubando-lhe um beijo estalado.

— Não briga nããão, vamos dormir. Eu e você.

Ah, então Natsu fazia o tipo de bêbado meloso? Oh! Isso era definitivamente algo novo e do qual com certeza poderia se aproveitar — e se divertir um pouquinho.

— Dormir é? Você acha que tá merecendo dormir comigo depois da bagunça que fez na guilda e na briga que arrumou no meio da rua? — perguntou retoricamente. — Acho que não.

Deixou que ele caísse em sua cama de forma desajeitada e ficou o olhando de cima de forma severa. As mãos na cintura como se fosse mãe dele.

— Ah Lucy! — choramingou, deitando na cama, parecendo uma criança birrenta. — Eu só bati naquele cara, porque ele estava olhando demais para você. Não gostei disso! Não gostei! Você é só minha e só eu posso olhar.

— Pra começar, por que você estava bebendo? Você nunca bebe!

— Estava chateado — explicou, voltando-se a sentar na cama de maneira imperativa.

— Com o quê? — perguntou curiosa, os braços cruzados de forma curiosa.

— Porque você foi em uma missão sozinha e nem me chamou. E provavelmente o tarado do Loke aproveitou para dar em cima de você. Aquele tarado que fica dando em cima da minha mulher. MINHAAAAA! — berrou.

— Por Mavis, Natsu. Pare de gritar. Já basta o que você fez durante essa noite. E ok. Você bebeu porque estava chateado, desde quando você bebe por causa disso? Provavelmente você arrumaria briga com alguém. Na verdade — Parou para pensar —, quem te empurrou a bebida?

— Gaaaaaay! — Riu. — Ops. Graay! — Soltou um soluço.

— Tinha que ser! Ele vai se ver comigo! — A visão de uma Juvia maníaca invadiu sua mente e um arrepio percorreu sua espinha. Ignorou isso. — Levanta Natsu! Vou te dar uma chuveirada gelada e você vai dormir! — mandou, levantando-o da cama e arrastando-o na direção do banheiro.

— Lucyyyyy, você está sendo má! — reclamou ele, quando ela abriu a porta do banheiro com o pé e o fez entrar dentro da banheira de roupa e tudo. — Naquela vez, você lembra? — começou a falar de forma embaralhada. — Quando você ficou bêbada, eu não te taquei dentro do chuveiro...

Lucy ligou o chuveiro frio e Natsu soltou um gemido. Com isso, ela esperou que ele ficasse quieto. Talvez devesse ter tirado as roupas dele...

— Eu te carreguei pro seu quarto e você tava assanhada, lembra? — Riu com a lembrança, o cabelo rosa molhado pregando no seu rosto.

— Eu não me lembro de nada disso, cale a boca e fique aí! — murmurou com vergonha dos próprios atos. Por esse e outros motivos tinha decidido nunca mais beber além de suas ocasionais taças de vinho.

— Mas eu lembro — Natsu insistiu com um sorriso, ainda completamente bêbado. — Você é uma bêbada fogosa e ficou tentando tirar a roupa, foi bem legal.

A loira fechou os olhos e apertou o polegar na ponte do nariz com mais força que o necessário. Tinha que ter paciência com Natsu, ele estava bêbado, não sabia o que estava falando e além do mais, devia isso a ele. Quando era ela quem estava bêbada, ele tinha a ajudado.

— Não fale essas coisas para ninguém. O que eles vão pensar? — retrucou envergonhada, agachando-se ao lado da banheira e começando a tirar a camisa ensopada dele.

— Não importa — rebateu grogue. — Mas você estava linda e engraçada, foi a primeira vez que disse que me amava.

Lucy congelou. Ela não se lembrava disso.

Realmente não se lembrava de nada disso.

— E nos beijamos — acrescentou.

E ela também não lembrava disso.

— Nós nos beijamos? — perguntou receosa.

— Sim. — Balançou a cabeça afirmando, um sorriso inocente nos lábios. — Assim.

Foi tão de repente, que Lucy mal se deu conta de como tinha ido parar dentro da banheira junto com ele, o corpo sendo molhado pela água fria, arrepiou-se inteira pelo contato repentino, mas logo se acostumou, porque Natsu era quente. E seu corpo inteiro se aqueceu diante dele. Por uma fração de segundo, ela conseguiu mirar os olhos verdes escuros do rapaz antes dele pressionar os lábios molhados contra os dela carinhosamente.

Não passou disso. Eram apenas os lábios molhados e macios dele pressionando os entreabertos e carnudos dela. Mas foi o suficiente para que ela fechasse os olhos com força e pensasse em tudo. Tudo relacionado a ele. Sua mente pareceu querer explodir. Ela o amava tanto... Como poderia? Como conseguia?

Não entendia.

Não conseguia compreender.

— Assim — Natsu sussurrou quando eles se separaram por um breve momento. — E depois...

O dragon slayer não completou a frase, seus olhos se fecharam devagar e adormeceu ali mesmo na banheira.

— Oh, Deus — Lucy murmurou, comprimindo o próprio corpo contra o dele, sem se importar com a água que caia em cima deles.

E foi ainda adormecido, que de forma automática, Natsu passou os braços em torno dela, abraçando-a de volta e resmungou:

— Lucy é apenas minha, minha!

A maga celestial sorriu.

Talvez, apenas talvez, não seria tão ruim ver Natsu bêbado de vez em quando.

“Você sabe que vai ter que enfrentá-lo

Você é viciado em amor

Você vê os sinais, mas você não pode ler

Você está correndo a uma velocidade diferente

Você batimentos cardíacos em tempo duplo

Outro beijo e você vai ser meu, uma mente de uma trilha”