Minha cabeça doía de tanto estudar pras provas finais. Não aguentava mais e tudo o que eu queria era alguma carta de aprovação. Jantei mal aquela noite porque meu estômago não aceitava nada de tanto nervosismo. Fui pro banho e depois estudei mais e mais e mais e mais.

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Entreguei as provas exatamente 10 horas da manhã e fui até o ponto de ônibus. Ao chegar em casa senti meu estômago roncar e pedir comida. Claro, depois que as provas terminam meu nervosismo passa e volto a devorar a geladeira inteira. Preparei uns sanduíches com o patê de atum que a minha mãe fez e acrescentei alface e tomate. Ela provavelmente estava no seu trabalho e só voltaria na hora do almoço, então decidi dormir só pra compensar a noite passada mal dormida.

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Acordei com minha mãe na porta do quarto sorrindo como sempre. Ela se aproximou, me deu um beijo na testa e perguntou:

— Como se saiu hoje? — E sorriu mais.

— Acho que bem, mãe. — Eu disse sem nenhuma expressão de felicidade — Estou cansada.

— Tenho certeza que você foi muito bem! — murmurou passando a mãos em meus cabelos — O almoço já está pronto.

Dei um pulo da cama. Quanto tempo eu dormi? Olhei no relógio e eram exatamente uma e quinze da tarde.

— Ana, seu pai ligou pra mim hoje no trabalho — Disse mamãe enquanto comíamos o delicioso macarrão — Ele quer que você vá passar uns dias em Boca Raton.

Ah... Meu pai. Eles se separaram quando eu tinha 7 anos e depois disso não nos vimos muitas vezes. Ele é do tipo engraçado, mas impaciente. Lembro-me bem de quando ele explodia por qualquer coisa. Apesar de tudo, gostei da ideia. Achei que seria bom passar uns dias com o meu velho pai, relembrar os velhos tempos.

— Tudo bem, mãe. Vou ligar pra ele depois.