CAPÍTULO 18: FIM DE SEMANA DOS SONHOS

Minha vida não poderia estar mais perfeita. Eu resolvi não discutir por enquanto com meus pais sobre meus horários nada flexíveis. O que me confortava era que Gabriel vinha me ver todas as noites.

Eu tinha dado um jeito naquelas assanhadas do colégio. Na terça feira cheguei junto com o Gabriel. Quando a “turminha” da Melissa nos viu, fizeram cara de nojo. Mas não me importei. O Gabriel era meu e não delas. Elas não falaram mais comigo. E não me fazia falta.

Eu estava no maior clima de romance com o Gabriel. Algumas pessoas, eu via que, me olhavam com a cara feia, pois antes das férias eu ainda namorava o Daniel. E duas semanas depois, tinha ficado com o cara novo mais lindo da escola.

Mas que culpa eu tinha? Ele era meu destino. E todinho meu. E eu estava insuportável mesmo! E as pessoas não sabiam deste “pequeno” detalhe.

Durante a semana estávamos combinando de fazer um programa no final de semana. Programa de casal. Junto com a Kelly e o Miguel. Mas o problema era convencer meus pais a me deixar passar o final de semana fora. Ainda mais com o Gabriel junto.  Nunquinha. Eu ia ter que pensar em algo.

Kelly disse que ia resolver pra mim, mas não me contou o que tinha pensado.

A semana rapidamente passou. Enfim era sexta, e os garotos faziam mistério de onde iam nos levar. Eu estava muito preocupada ainda. Não tinha conversado com meus pais ainda. Mas a Kelly falou que ia resolver e eu estava esperando.

Quando minha mãe chegou, perguntou como tinha sido meu dia. Caroline estava no quarto dela, como sempre. Mas desde o dia do sequestro dela, ela estava mais fechada. Eu estava dando espaço para ela. Quando ela quisesse conversar, eu estaria aqui para ouvir. Logo depois meu pai também chegou. Ai, meu Deus, a Kelly estava demorando. Eu já tinha arrumado minhas coisas. E se não desse certo eu ia ficar muito indignada. Se ela tivesse me contado o plano, eu poderia estar bolando um plano B, se o dela não desse certo.

Ela chegou na minha casa quase sete da noite e eu já estava quase morrendo do coração. Eu detestava esperar.

-Até que enfim! Achei que não ia chegar nunca. –eu falei bem baixinho.

-Mas eu já cheguei agora. Calma!

Nós fomos até a cozinha, onde meus pais preparavam o jantar. Eles a cumprimentaram.

-Veio jantar com a gente Kelly? –minha mãe perguntou.

-Não Lilian. Vim pedir um favor muito importante.

Meu pai me encarou. Ele era muito desconfiado. E hoje, com motivo!

-O que você quer? Se for para a Camilla sair, a resposta é não.

Gelei!

-Sr. Alberto, era isso sim. Meus pais teriam um compromisso neste final de semana na capital, mas estão muito ocupados para ir. E sobrou pra mim, como vocês sabem. Eles não deixaram o Miguel ir comigo, então gostaria que a Camilla me fizesse companhia. Se não vou ter que ir sozinha.

Meus pais se olharam. Eles sabiam que a vida dos pais da Kelly era muito ocupada e ela sempre ia representando a empresa dos pais em eventos às vezes. Esperta. Mas aí me agitei. E se eles ligassem para os pais dela? Iam constatar que era mentira.

-E quando seria isso –meu pai perguntou.

-Agora, eu preciso ir hoje. E só voltaremos na segunda, para ir direto para a escola.

-Eu vou ligar para sua mãe – a minha mãe pegou o telefone.

Eu estava perdida! Olhei para Kelly e ela estava muito calma.

Depois de alguns minutos, a minha mãe chamou meu pai e os dois foram para a sala.

-Você ficou louca! Eles não vão deixar. –eu sussurrei pra ela.

-Calma! Você está muito agitada! Essas doses em excesso de Gabriel não estão te fazendo bem.

-Kelly! –olhei para trás para ver onde meus pais estavam. Se eles ouvem isso, nem que Deus viesse me visitar eu ia sair do castigo!

Vi meus pais voltando.

-Resolvemos deixar. –eu abri um sorriso enorme. –Mas só porque a mãe da Kelly disse que não tem problema e vocês vão ter seguranças. –minha mãe explicou.

Eu abracei os dois e os beijei.

-Juízo vocês duas. - meu pai falou.

(MENINAS, POR FAVOR NÃO ENTENDAM ERRADO MINHA HISTÓRIA, RSRSRSRSR. NÃO ESTOU INCENTIVANDO NINGUÉM A MENTIR PARA OS PAIS. NÃO FAÇAM ISSO! ERA SÓ PARA CRIAR UMA SITUAÇÃO AQUI NA HISTÓRIA! ♥ ♥ ♥)

Quando entrei no carro com a Kelly, eu logo quis saber ad história toda.

-Como sua mãe concordou com isso? Ela sabe onde estamos indo?   E com quem? Que evento foi esse que você inventou? –eu estava muito curiosa.

-Quem disse que eu inventei? Nós estaremos no rio de Janeiro no domingo, na hora do almoço para eu cumprir um compromisso da minha mãe.

Eu fiquei chocada. Ela sabia desde o começo e queria só me deixar no suspense. Eu ri e dei um tapa de leve no braço dela.

-Amiga desnaturada.

-Só tive que inventar uma mentirinha bem pequenininha, dizendo que queria ir antes para fazer compras com você....

-Nossa, minha consciência está pesada agora. Nunca falei mentiras para meus pais.

-É, eu também não.

Nós suspiramos juntas. E depois rimos. Tudo culpa do Gabriel e do Miguel.

Eles estavam nos esperando em frente a casa deles. Quando olhei para o Gabriel, todo meu sentimento de culpa foi por água abaixo. Corri para ele e o abracei.

-Pronta?

Olhei para ele imaginando o que aquele “pronta” poderia significar.

-Não podemos esquecer que temos que estar no Rio no domingo antes do almoço.

-Mas seus pais não vão querer saber se você chegou bem? –eu perguntei.

-Eles sabem que o Miguel e o Gabriel estão com a gente. –ela sorriu.

Minha boca abriu completamente neste instante. Como ela conseguia isso?

-Só não sabem que vamos desviar um pouquinho a rota...

-Prontas? –dessa vez Miguel perguntou.

-Nós vamos onde? No meu carro mesmo? –Kelly quis saber. Mas eu tinha uma ideia do que ia acontecer, e meu estômago revirou.

Gabriel olhou para Miguel e eles riram. Me agarrei no Gabriel e fechei meus olhos. Era o que eu estava pensando.

Os dois abriram as asas e Kelly se assustou.

-Ah, não... –Kelly disse.

Mas ela nem teve tempo de protestar. Eles nos pegaram e saímos voando em direção a algum lugar. Eles disseram que era surpresa.

Desta vez eu abri os olhos, por alguns instantes. Acho que eu não ia conseguir voar nunca. Era adrenalina demais. Olhei para baixo e vi muitas árvores. Tínhamos saído da cidade e estávamos sobrevoando um lago lindo. Era lua cheia. Não podia ser mais perfeito. Kelly e Miguel estavam bem próximos. A Kelly estava com os olhos fechados, assim como eu da primeira vez que voei com Gabriel. Ela estava perdendo a vista. Acho que eu estava perdendo o medo.

Mas quando chegamos ao pé de uma montanha, eu fechei os olhos de novo. Parecia que íamos bater. E senti que estávamos subindo cada vez mais.

-Pode abrir os olhos agora. –Gabriel me disse e verifiquei se meus pés tocavam algo.

Kelly ainda estava agarrada no Miguel. Eu ri. A reação dela foi a mesma da minha. Ela estapeou o Miguel, que se encolheu e fingiu que estava doendo.

-Não faça mais isso. Preciso de preparo. –ela tinha ficado um pouco brava.

-Preparo para que, meu amor? É melhor ir se acostumando. Sempre quis voar com você. –Miguel era um fofo mesmo e a Kelly ficou toda derretida.

-Vamos entrar? –Gabriel me puxou.

Eu olhei ao redor primeiro. Nós estávamos no alto de uma montanha. De lá de cima dava para ver a cidade bem longe. Parecia um lugar isolado. Muito isolado. Tinha uma casa pequena, entre as árvores. Quase não dava para ver, pois estava entre as árvores.

-Como vocês acharam este lugar? –eu fiquei curiosa.

-Sempre estamos vasculhando cada lugar e cidades próximas, para manter vocês em segurança. –Miguel começou a explicação.

-Encontramos este lugar já tem uns meses. Achamos que vocês iam gostar. –Gabriel terminou.

Olhei para a Kelly. Ela me olhou de volta e nós duas rimos.

Eles se olharam sem entender nada.

-Qual o motivo do riso? Se quiserem, podemos voltar. –Miguel tinha um olhar decepcionado. Ele não entendeu a troca de olhares entre a Kelly e eu.

-Nós adoramos. –Kelly o abraçou. –Quero ver como é essa casa.

E nós fomos atrás deles.

Era uma casa antiga, mas estava limpinha. Toda de madeira e tinha uma lareira acesa. Que romântico. Tinha apenas poucos móveis.

No meio da pequena sala tinha uma mesa de centro com quatro almofadas em volta. E com um castiçal em cima. Meu Deus! Eles realmente tinham intenção de ser fofos ao extremo.

Eles ficaram na sala e fomos conhecer o resto da casa. Tinha um banheiro e mais um quarto.

-Como assim? Um quarto? –Kelly estranhou.

-Amiga, vai ver que eles quiseram fazer um fim de semana romântico. Eu devo dormir aqui com você e eles devem ficar ali na sala.

Ela me olhou séria.

-Você deve estar de brincadeira, né? Muito difícil eu dormir com você!

Voltamos para a sala e eles tinham arrumado um pequeno jantar com pizzas e uma garrafa de vinho.

Vinho? Ai, ai, ai. Eu era meio fraca para bebidas e provavelmente estaria bêbada logo na primeira taça.

Mas espera aí?

Arcanjo bebe? Olhei para a Kelly e ela sorriu. Deveria estar imaginando a mesma coisa que eu!!

-Nossa, que lindo. Tem até vinho. E vocês por acaso podem beber? – Kelly perguntou.

-Não, não podemos. Qualquer tipo de bebia alcóolica abaixa nossos poderes. É só para vocês duas.

-Hummmmmm... – Kelly e eu pronunciamos juntas e eles sorriram. Aquilo não ia dar certo. Eu estava vendo. Nós nos sentamos e começamos a comer. Eu provei só um pouquinho do vinho. Era gostoso, mais eu não queria abusar. A Kelly bebeu meia taça logo de cara.

Estava muito agradável aquele encontro. Conversamos sobre a escola, a família... Mas nada sobre anjos e Cia. Era a nossa noite.

Quando percebi, meu corpo estava muito relaxado e eu estava encostada no Gabriel. Olhei para a garrafa de vinho e vi que nós duas tínhamos bebido tudo. Minha cabeça estava girando levemente.

-Acho que bebemos demais amiga! Isso é culpa de vocês dois. – eu ri.

Nós quatro rimos.

-Vem comigo Miguel... –Kelly se  levanto e o puxou.

-Aonde vocês vão? -Eu perguntei.

-Quero olhar aquele lago lá embaixo com mais calma.

Eu entendi e Miguel também!

-Tudo o que você quiser. –ele disse. E os dois saíram da cabana.

Gabriel me apertou em seus braços.

-Até que enfim, achei que eles não iam sair nunca.

Eu sorri pra ele e o beijei de leve nos lábios.

-Tem algo em mente?

-Sempre tenho algo em mente quando se trata de você.

Eu adorava quando ele falava essas coisas pra mim.

-Pois eu também tenho algo em mente.

E eu o empurrei para o chão e subi em cima dele. Eu comecei a beijá-lo. Senti as mãos dele nas minhas coxas e meu coração esquentou.

-Estou gostando do seu “algo” em mente. – ele sussurrou pra mim.

-Você ainda não viu nada. –eu respondi de volta, beijando-o novamente.

Eu tirei a camisa dele. Eu tinha necessidade de sentir a pele dele na minha. Ele me beijou com mais força e parei de pensar. Aqueles beijos que estávamos trocando eram demais. Meu ar sumiu. Quando afastamos nossas bocas, nos olhamos.

-Eu amo tanto você. –ele sendo fofo de novo. Eu amava quando ele falava essas coisas.

-Eu também amo muito você!

Nós recomeçamos a nos beijar com mais e mais urgência.

Eu não estava aguentando mais esperar nem um segundo. Ele me ajudou a tirar o resto das minhas roupas. E o ajudei a tirar as dele. Ele me fazia completa, de todas as formas. Eu não tinha vergonha nenhuma. Eu só queria ser dele e nada mais. E eu sabia que Kelly e Miguel não voltariam tão cedo.

Então ele me sentou no colo dele e me fez a garota mais feliz do universo inteiro.