O Anjo Que Chora escrita por Daniela Lourenzo


Capítulo 4
capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tudo bom com vocês?

Para quem está chegando agora sejam bem-vindos! Para quem já era da casa e está lendo a fic do início não estranhem as mudanças haha... Sim, eu resolvi editar a história praticamente toda!



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Pov Ally

Olha, vamos começar com uma leve aula de biologia, Ok? Vamos falar sobre adrenalina.

Bom, para quem ainda não sabe, adrenalina é um hormônio produzido pelas glândulas supra renais e prepara o organismo para realizar atividades físicas e esforços físicos. Quando o organismo passa por uma situação de estresse alto e cansaço físico, nervosismo, hipoglicemia, jejum prolongado, hemorragias, etc. há um estímulo na produção de adrenalina, provocando dilatação da pupila, taquicardia, tremores, sudoreses e por aí vai. Acontece amigos, que a sensação que temos é que o nosso corpo está a todo momento se preparando para uma fuga. Foi como me senti com aquele estranho naquela terrível situação.

Meu corpo está totalmente dolorido. Minha respiração continua fraca e sinto o coração bater cada vez mais rápido. Não sei aonde estou, com quem estou e porque me trouxeram aqui. 

Abro um pouco os olhos, o suficiente para espiar entre as frestas o ambiente que me encontrava. Um quarto. Escuro, frio e por incrível que pareça está muito bem decorado. Não, não conheço o lugar. Olho ao redor procurando alguma fotografia, palavra escrita, um celular...

Olho para o lado da cama em que estou deitada e percebo que o meu celular está tocando. Num movimento rápido tento chegar até ele e me arrependo grandemente. Sinto uma pressão tão forte sobre o meu peito que só consigo voltar a posição que estava e colocar as mãos sobre o estômago e sobre a boca para que não alertasse a pessoa que me trouxe aqui.

—Meu Deus... - falo ofegando com os olhos apertados

Meu celular para de tocar e na mesma hora consigo ouvir passos em minha direção. Fecho os olhos e tento enganar a dor apenas para fingir que ainda estava dormindo. 

Que a bênção de Deus caia sobre mim agora.

Pov Austin

Sabia que aquele vidrinho iria funcionar. A última viagem que fiz a nova Orleans rendeu boas receitas de bruxas para conseguir me virar nessa vida. Fazer amizade com uma bruxa pode ser, na maioria das vezes, um ponto alto para a sua sobrevivência e bem estar. Não, aquele vidrinho não vai fazer mal algum para Ally, apenas vai causar um grande sono em seu corpo para que  vá se recuperando. 

Também não há nada tóxico ali, apenas algumas plantas raladas. Lavanda, erva-de-São-João, Valeriana, Passiflora e camomila. Usei também um pouco das lágrimas da bruxa que tenho estocadas para emergência e pronto. 

Estava preparando o jantar na cozinha quando lembro o estado em que a encontrei. Seu corpo possuía algumas mordidas que já estavam roxas e cinzentas. Arranhões em seu rosto e braços, sua roupa possuía alguns rasgos, sangue em seu tornozelo... Sua expressão também não era a das melhores.

Medo, desespero, tristeza, dor, aflição... 

—Sinto muito, Ally... - falo fraco

Com uma bandeja nas mãos pego as roupas que separei da minha irmã que hoje mora fora do país para entregá-las a Ally. 

Subo as escadas devagar e quando estava no pé do corredor ouço o toque do seu celular. Adianto um pouco os passos e ao abrir a porta o mesmo já tinha parado de tocar. Pego o meu celular e envio uma mensagem a Trish pedindo que avisasse a mãe de Ally que ela estava bem, e que a levaria para casa amanhã. 

Empurro um pouco a porta com os pés e levo a bandeja até a estante do quarto e deixo as roupas na cama. Sinto sua respiração fraca e o seu medo cada vez mais forte ao me aproximar mais do teu corpo.

—Sei que está acordada. Abra os olhos... - peço sentando ao seu lado

Percebo que aperta os punhos e os olhos. Medo

—Ally, sou eu... - falo segurando suas mãos

A princípio ela se assusta pelo toque, mas parece ter reconhecido minha voz e abre os olhos devagar

—Austin? - pergunta

—Oi pequena... - falo sorrindo

—É você! Desculpe, não reconheci sua voz

—Não tem problema, como está se sentindo? 

—Meu corpo dói como se tivesse sido pisoteado... - fala fraco - eu vou ficar bem? - pergunta olhando nos meus olhos

—Aonde dói mais? - pergunto

—Minhas costas, e nos lugares que fui mordida.

—Pode tirar a blusa para mim? - peço levantando

—O que? por que?! Austin, o que está acontecendo? 

Ela tenta se encolher na cama, mas a dor é tão forte que consegue apenas emitir um gemido de dor.

—Vamos, Ally! Não tenho maldade alguma contigo, confie em mim.

—Tudo bem... - ela suspira

Ela tenta levantar os braços para tirar a blusa e começa a chorar levemente, acredito que seja pela dor. 

—Espera - falo e vou até a gaveta do criado mudo

Retiro uma tesoura pequena e vou cortando o pano sobre o seu corpo. Em alguns segundos estava apenas com seu sutiã preto e o rosto vermelho de vergonha.

—Posso ver suas costas? - pergunto

Ela acena com a cabeça e eu chego um pouco mais perto. Ela possuía elevações em alguns pontos de suas costas. Suas asas provavelmente teriam sofrido forte impacto com a queda e devem estar quebradas.

—Ally, preciso que aperte o meu corpo o mais forte que puder...

—Por que? - pergunta assustada

Empurro uma de suas elevações e ela solta um grito forte de dor e aperta os olhos

—O que... o que foi isso? - fala soluçando

—Preciso que faça o que eu pedi! Juro que vou explicar tudo depois...

Ela me encara por alguns segundos e passa os braços pela minha cintura e fecha os olhos.

—Tudo bem... - fala e sinto um leve aperto antes mesmo de ter começado

Respiro fundo e vou passando as mãos em cada lugar para saber exatamente aonde teria que empurrar. 

Ouvir os gritos de dor e desespero de alguém que você conheceu a pouco tempo, mas já desenvolveu afeto é muito difícil. Todas as vezes que precisava empurrar um dos caroços ela chorava, me apertava e gritava pedindo que parasse. Foram longos 20 minutos até que finalmente terminei e consegui deitá-la em minha cama novamente.

—Austin o que está acontecendo? - pergunta enxugando as lágrima no meu lençol

—Primeiro preciso que tome isso 

Tiro do bolso outro vidro com um pouco mais das lágrimas da bruxa e entrego em suas mãos. Ela pega, encara o vidro e resolve tomar sem perguntar primeiro o que seria ali dentro

—Você precisa tomar um banho, Ally

—Promete me explicar tudo depois? 

Aceno com a cabeça e ajudo-a levando até o banheiro

Pov Ally

Estendo os braços em sua direção e ele me leva até o banheiro. Tiro a roupa com um pequeno esforço e ele me ajuda colocando dentro da banheira. 

Em momento algum mostrou ter maldade ao ver o meu corpo a sua frente. Como o momento não era favorável resolvi ignorar o fato de estar nua a sua frente e aceitei a ajuda para tomar o banho. Passo o sabonete levemente sobre o corpo, pois as mordidas causam grande ardência ao entrar em contato com a água e o sabonete.

—Quer ajuda para limpar as costas? - pergunta

—Sim, por favor.

Ele estava agachado ao meu lado na banheira. Em momento algum olhou para o meu corpo. Levantou, pegou o sabonete das minhas mãos e passou os dedos levemente sobre o meu corpo, limpando todo vestígio daquele sangue e mato que incomodava e machucava bastante. 

(...)

—Então... - começo

Tinha colocado uma de suas cuecas que não tinham sido usadas e o pijama de sua irmã. Ele me ajudou a voltar para o quarto e nesse momento estávamos começando a jantar. 

—Você chegou a ler sobre os seus olhos?

—Sim.

— O que achou?

—É impossível!

—O que era o sujeito que encontrou na floresta?

—Vampiro... - falo sem acreditar nas palavras que saía da minha boca

—Acha ainda impossível? - pergunta sorrindo de lado

—Minhas lágrimas fizeram aquilo? - pergunto

—Sim... não são todas às vezes que chorar que vai fazer aquilo. Aconteceu dessa vez como uma grande defesa do seu corpo.

—E o que você é, Austin? Como sabe de tudo isso? 

Ele fecha os olhos e solta o ar que até então segurava em seu peito.

—Não tenha medo, por favor... - pede

Ele abre os olhos e o castanho que circulava sua iris desaparece dando lugar a um vermelho sangue com algumas pontinhas amarelas ao redor. Presas saem de sua boca e ele tem uma expressão séria em seu rosto.

—Você é um deles??! - falo assustada

—Ally...

Ele levanta da cama e fica de costas encarando a janela. Consigo sentir sua áurea mesmo estando um pouco distante. Ele não parecia ameaçador, e sim assustado. 

—Não tenho medo de você... - falo baixo 

—Não? 

Nesse momento estava em sua aparência normal com um leve sorriso nos lábios. 

—Não. - retribuo o sorriso

Levanto devagar e paro em sua frente. Ele me olha surpreso e eu apenas falo:

—Obrigada. - e dou um leve abraço

(...)

 

 

‘’CUIDADO, ele virá te pegar’’

‘’Quando as folhas caem, ele estará pronto’’

‘’Corra, más num buraco você cairá’’

‘’lá, lá, lá, lá, lá’’

 

 


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