O Anjo Que Chora escrita por Daniela Lourenzo


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bom? Vou editar a história praticamente toda! Corrigir alguns erros de ortografia, mudar algum personagem, capítulo, possivelmente enredo da história...



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Oi, tudo bom? Ally Dawson, prazer. Sim, tenho 17 anos e moro em Miami com meus pais e meus dois irmãos.

Poderia passar o dia inteirinho aqui com vocês conversando sobre a minha vida e o quanto ela é incrível, mas como nem tudo nessa vida é perfeito eu prefiro não comentar muito sobre a minha vida pessoal, sabe? Aos poucos vocês vão pegando o ritmo da coisa comigo.

Mas como a curiosidade ainda é um dos motivos para a desgraça do homem eu posso resumir a história da minha vida com apenas uma frase: 

''Eu me tornei uma pessoa insana, com longos intervalos de uma sanidade horrível''

Não, eu não sou uma pessoa negativa como vocês podem estar pensando, e sei também que, muitas vezes, a primeira impressão geralmente é aquela que marca nas nossas costas o que cada um pensa sobre nós. Queria poder dizer que estou bem emocionalmente e fisicamente, mas eu prefiro ser transparente com todos e a todo momento, independente do que está acontecendo.

Bom, como eu não tenho nenhum aviso prévio para dar nesse momento eu acho que posso tirar um tempinho e contar alguma história sobre algum episódio da minha vida, o que acham?

Queria adiantar que meu relacionamento com meus irmãos ao longo dos anos não foram os melhores possíveis. Não sei se com vocês é a mesma coisa, mas em alguns casos quando o filho único passa a ter novos irmãos, o relacionamento dos pais com o filho primogênito muda muito rápido. Por favor, se não concordam peço desculpas, não se ofendam.

Então, prometi contar alguma situação da minha vida, certo? Acho que começar pelo nascimento do meu irmão é a melhor coisa. Bom, Tudo começou quando eu tinha 5 anos e o meu primeiro irmão, Yuri Dawson, nasceu. Como toda criança(ou não) que acaba de saber que vai ganhar um irmãozinho eu fiquei super contente! Até porque viver sozinha não era tão legal, sempre que os meus pais viajavam deixavam a Emma tomando conta de mim. Ah, e não se preocupem, vou falar sobre Emma ainda, paciência mores.

Um tempo depois Yuri foi crescendo até que chegou nos seus 5 anos, e as coisas não andaram do jeito que eu esperava. O comportamento dos meus pais comigo tinha mudado completamente, não que eu esperasse que fosse sempre um mar de rosas pelo resto da minha vida, mas tudo que o Yuri aprontava por trás de cada um, a culpada era eu. Perdi a conta de quantas vezes levei uma surra e fui colocada de castigo. 

Sim, tem gente que tem vários irmãos na família e sabem o que eu estou falando, e sabem também que não é legal ter que levar culpa, ser castigado e apanhar por coisas que outras pessoas são responsáveis. 

Bom,devem estar se perguntando qual era a minha reação...

Eu corria para o quarto e pegava o meu melhor amigo na epoca, meu violão. Quando meu avô ainda estava vivo ele sempre tirava um tempinho para me ensinar a tocar alguns instrumentos. Benefícios em ter um avô musicista é que você já cresce com um gás para o lado musical. Enfim, enquanto tocava, sentia as lágrimas descerem pelo meu rosto.

O bom da vida é que nem sempre estamos sozinhos, não é? Mesmo que pareça que estamos sempre deixados de lado por todos, sempre aparece alguém, e Emma sempre foi uma mãe pra mim, sabe? Ela ia ao meu quarto, me ninava, contava histórias e cantava comigo. Ela era o meu anjo.

Se eu não me engano, Emma é evangélica e ela dizia que Deus era a solução dos meus problemas e apesar de todo sofrimento, tudo iria mudar um dia. Que nenhum justo deve sofrer na vida pelo erro de outros...

Alguns meses depois que meu irmão fez seus 5 anos, nasceu Kelli, minha irmã. Sim, minha mãe engravidou mais uma vez E o que já estava ruim, só piorou. Meu querido quarto teve que ser dividido com ela, mais brigas, mais castigos e surras para cima de mim, as frustrações que meus pais passavam no casamento e no emprego por algum motivo desconhecido era descontado em mim, porque segundo eles '' Depois que nasceu a primeira a desgraça veio junto''  e cada dia que se passava eu ficava mais e mais cansada em ouvir tudo isso.

Segunda ( 06:30 AM)

— Ally, acorde! Esqueceu que hoje é o primeiro dia de aula? – disse alguém me acordando

—Oi Emma, como esquecer? – falei me sentando

—Ally – ela sentou do meu lado- você sabe que um dia essas coisas irão passar, não sabe?

—É, eu sei... mas por que tem que demorar tanto?

—Não se preocupe querida, estou com você. Vamos, levante e vai arrumar suas coisas.

—Tudo bem, faz um café gostoso pra mim, Ok? – sorri

—Ah, é assim que gosto! Sorrindo que nem uma princesa! 

Levanto e vou até o banheiro. Tomo meu banho, me arrumo e desço para tomar café... 

—Ally, quer se atrasar para o primeiro dia?

—Não, mamãe. - sento ao seu lado

—Então, qual de vocês dois que quebrou o vaso da sua mãe?

—Foi a Ally, ela estava tentando nos bater só porque estávamos tocando no violão dela! – Por favor, ainda está cedo

—É mentira! Essas coisinhas estavam correndo pela casa como sempre! A Kelli tropeçou e quando o Yuri pulou em cima dela eles começaram a brigar e nisso eles quebraram o vaso! Não foi eu! - termino de falar sentindo a dor de cabeça chegar de fininho.

—Mentira! - Criança é um bicho sem limite às vezes, né?

—Ally, essa é a quarta mentira que você conta pra nós. Você deveria ser um exemplo nessa casa, não perdi meu tempo educando você. Seus irmãos não seriam capazes de quebrar um vazo daqueles, olha a idade deles, você é o reflexo de cada um deles. A mais velha é que dá o exemplo.– disse meu pai

—E se você acha que não faremos nada, está enganada. Quero que me de o seu violão, pegará ele de volta quando merecer. Afinal, o motivo foi ele.- responde minha mãe tomando um gole do seu café

Fecho os olhos e respiro fundo. Minha câmera, deram meu cachorrinho quando era mais nova, proibiram a Trish de vir aqui, não deixaram eu ver a vovó verão passado e agora querem meu violão? O que falta para eles?

—Ally, traga o seu violão agora! – ordenou meu pai

—Não! Olha, eu estou cansada desses demônios fazerem as coisas nesta casa e eu sempre saio por levar a culpa. Estou cansada de ter que fazer tudo sozinha, vocês não me ajudam em nada! Só sabem abrir a porcaria dessa boca e criticar tudo e todos! Podem me bater como sempre fazem, podem me me colocar de castigo por um mês, mas meu violão você não vai pegar, não vai mesmo! Foi a única coisa que não tiraram de mim e não terão esse gostinho. Não mais, chega! – Termino dando um tapa na mesa suspirando por ter disparado tudo de uma só vez

Fecho os olhos para controlar a respiração e o ritmo cardíaco e percebo que um silêncio se espalha pelo ambiente.

—Ally, o que está acontecendo? Os teus olhos... - pergunta minha mãe e todos olham para mim

Fui até o espelho e os meus olhos estavam roxos. E não estou falando das olheiras, e sim da dor da íris.

—Se vocês não se preocupavam antes, por que vão se preocupar agora? Me deixem em paz, até logo. Emma, vejo você depois!

Saio de casa e vou andando com meus fones de ouvido até a escola. Como as aulas começam às 07:30 teria tempo suficiente para chegar e ficar rodando pela pracinha perto do colégio. 

Não, não é a primeira vez que percebo a mudança de cor nos meus olhos. Descobri que tinha essa capacidade aos 15 anos quando passei um bom tempo chorando no quarto após a morte do meu avô. Pelo o que pude perceber, se as minhas emoções estão à flor da pele ele muda rapidamente a cor. Como nunca afetou a minha saúde eu apenas escondi das pessoas e também deixei pra lá. Se não mata, tudo certo.

Forço um pouco as vistas e consigo enxergar a Trish um pouco mais a frente. Acelero um pouco o passo e vou correndo até ela:

 

—Trish, bom dia!

—Bom dia, Ally! Tudo bom? - pergunta

—Mais ou menos... Está tranquila hoje?

—Sempre.

—Tudo bem, eu preciso mostrar uma coisa...

—Teste de gravidez? - pergunta assustada

—O que?! - Pergunto me afastando

—Não?! Ui, graças a Deus! Julia resolveu contar a família ontem que teria mais um filho, não tem ideia de onde foi parar o guacamole! - fala rindo

Dou risada pela história só em imaginar aquela família de latinos discutindo em espanhol...

—Tudo bem! Mas eu não tô gravida! Deus me defenderay...

—Graças a Deus! Mas o que foi?

— Olha pra mim... - tiro meus óculos

—Certo... - Ela para por alguns segundos me encarando - colocou lentes? - revira os olhos - Era isso?!

—O que? Não! Não sei o que está acontecendo, mas todas as vezes que eu chego a um certo nível de estresse ou qualquer outra emoção meus olhos ficam assim...

Ela coloca a mão no queixo e se aproxima do meu rosto

—Olha aqui, não me beija! - falo recuando

—Te orienta, garota! Por acaso está tirando uma comigo?

Encaro ela com os braços cruzados até resolveu enfiar o dedo no olho para mostrar que era sério.

Ela arregala os olhos e abre a boca num O perfeito até que grita:

—CARALHO ISSO É MUITO LOUCO BICHO!!

—Trish! - grito de volta

—Desculpa, mas isso é muito foda!

—Mas tem que significar algo, certo? - pergunto

—Sim... Mas o que?

Ficamos encarando o nada até que ela resolve perguntar:

—Briga com os pais e irmãos? – ela bota uma mão no meu ombro

—Infelizmente. Não aguento mais isso, queria sair de casa! Mas aonde irei morar? 17 anos na cara, terceiro ano e desempregada.

— Bom, se não for um problema, poderia ficar lá em casa. Temos um quarto a mais, esqueceu? - fala sorrindo 

—E a sua mãe? Eu não quero incomodar ninguém. E como eu ouço todos os dias, eu sou o incômodo em pessoa. - Coloco uma mão no bolso e olho para o portão do colégio.

—Ally, você não é nenhum incômodo! Não deixe que aquelas palavras horríveis entrem no seu coração. Você não está sozinha! Tem o Dezmond, a Emma e tem sabe quem? - pergunta piscando

—Você? - forço um sorriso

—Isso mesmo! - ela coloca as mãos por trás do meu corpo e me dá um abraço.

—Eu te amo muito! Você é uma luz na minha vida.  

Olho para o relógio e o mesmo marcava 07:20. Aula.

(...)

Ao entrar na sala, percebo alguém me encarando. Olha, até onde eu sei encarar pessoas em pleno século 21 não é lá algo muito confiável de se fazer... E também nunca vi esse garoto por aqui, deve ser novato.

—Por que esse menino está me encarando? - sussurro baixinho para que ninguém pudesse ouvir.

—Trish? Não sei se você reparou, mas... - ela me interrompe

—Vai perguntar se eu reparei que o garoto novo não tira o olho de você? Sim, eu reparei. Conhece ele? - pergunta olhando com o canto dos olhos

—Que eu lembre, não. Muito estranho? - pergunto encarando de volta.

—Muito!

Pov Austin

Aquela menina não é estranha...

Passei tanto tempo olhando fixamente em seus olhos que não percebi quando começou a encarar de volta.

Não. Não é possível! Droga, como assim é aquela garota?!


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