Estranho... tudo estranho... o que deveria ser meu lar era estranho para mim. Forks não era mais a minha cidade. Era a mesma sim, de fato. Mas não era meu lar. Not Anymore.

          Jake... Jake... Ele estava lindo... Mas o que um cavalo fazia na praia, ou melhor... areia... como alguém faz um casamento na areia? A coisinha tinha bom gosto para o marido, mas não para o resto... Enfim... A tortura havia chegado ao fim. Eu dirigi até a casa de meu avô, fiz minhas malas e esperei. Esperei até o amanhecer para deixar Forks, de preferência para todo o sempre...

          Vovô ficou triste com minha partida, era como se eu estivesse levando um pedaço dele comigo. Seth me apertou como um ursinho de pelúcia e disse que mal poderia esperar minha volta. Não importava quantas décadas isso demorasse, afinal o tempo não chegaria para nenhum de nós. Não por enquanto.

          Dirigi a toda para casa. Não para meu apartamento. Mas para a casa de minha família vampirica. Eu os amava mais do que tudo. E é claro que Lestat estava incluído no pacote. E é claro que ele estava me esperando bem antes de casa. Já na entrada da cidade, Lestat estava me esperando. Haviam muitas coisas para fazer, para pensar e planejar... Não eu não estou falando do meu casamento. Ate porque não surgiu nenhuma proposta ainda. Isso era também estranho, afinal Lestat e eu estávamos juntos a anos e nada... Nada de nada se é que vocês me entendem... E isso não era normal, não que fossemos normais, mas isso não era normal nem para nós.

          Assim que virei a curva passando pela placa de bem-vindos, avistei Lestat me esperando. Antes mesmo de parar o carro eu já estava em seus braços. Como eu senti falta desse aroma... Desse toque... Dessa doce melodia sussurrando em meu ouvido: Principessa. Sem pensar em mais nada apenas o abracei e beijei com todo o amor e saudade que eu tinha.... Nosso beijo foi urgente e impetuoso. Poderia passar um desfile do exercito de Israel que eu não perceberia, pois nesse momento meu mundo era apenas ele e eu. Quando nossos lábios se afastaram e nossos olhos se abriram entramos no carro sem trocar uma palavra. Apenas ficamos abraçados por todo o caminho até em casa. Palavra nenhuma poderia expressar sentimento naquele momento.

          O que mudou assim que chegamos em casa e tia Alice saiu pulando da porta feito aquela musica do Araketu “o Araketu, o Araketu quando toca, deixa todo mundo pulando que nem pipoca   “.

- Me conta como foi o casamento?

- Foi uma cerimônia muito bonita tia.

- Eu não estou nem aí para o cachorro, a cerimônia ou a noiva. Eu quero saber da decoração.

- Ah tia, era tudo branco, na praia, a noiva chegou em um cavalo negro...

- Não acredito que eles desperdiçam a praia para fazer isso? Eu teria feito um luau, cheio de tochas, e flores vermelhas com Laços dourados, onde a noiva entraria em um unicórnio.... blá, blá, blá.... – não entendi bem o resto porque ela já estava no quarto.

- Filha, e aquela historia do Lycan? – Nossa, eu já tinha até me esquecido disso.

- Olha pai. – Disse enquanto me sentava no sofá branco da grande sala com paredes de vidro. – Isso foi estranho, apenas aquele apareceu, mas ele não bate com os assassinatos. Eu sinto que tem algo maior por trás. Mas eu não sei ao certo o que é!

- Apenas um lobisomem perdido. Carlie, eles não costumam andar em bandos, muitos nem sabem que são lobisomens, apenas acordam após a transformação sem saber o que ocorreu.

- Isso faz sentido. – Vovô falou.

- Bom, eu vou tomar que eu devo estar fedendo a cachorro molhado.

- Isso é verdade, senti o cheiro lá da estrada. – Tia Rose falou enquanto entrava correndo para me dar um abraço. Ela e mamãe tinham ido comprar comida... Adivinha pra quem.

- Minha filha... eu tava morrendo de saudades...

- Eu também estava mamãe.... – abracei mamãe logo após abraçar tia Rose...

- Vai logo pro chuveiro... Você está realmente fedendo minha pequena. – Nossa, para a mamãe falar assim eu devia estar fedendo mesmo.

          Subi as escadas até o meu quarto. Que estava sendo ocupado por Lestat. Na mesinha tinha uma foto nosso que foi tirada na primeira vez em que estive em Havana, quando eu ainda era humana. Era foto onde estávamos sentados na areia, ambos de óculos de sol. O por do sol ao fundo deixou a paisagem alaranjada e um pouco do brilho dele reluziu na lente. Ele me abraçava ao fundo. Era a minha foto preferida, que estava no meu apartamento em Nova Iorque. Provavelmente ele pegou de lá. O que me lembrava de um outro problema.

          Liguei o chuveiro e deixei a água gelada percorrer meu corpo. Nova Iorque. Já estava na hora de sair de lá. Mas eu não tinha como fazer isso. Meu melhor amigo morava lá. Eu teria que me afastar dele e de meu afilhado. Daniel. Como eu sentiria saudades daquele pestinha que queria ser um vampiro. Culpa do pai dele e do tio Emmett, não que ele soubesse o que realmente somos.

Mini Flash Back on

Din Don.... A campanhia da mansão tocou. Lestat e eu havíamos acabado de chegar para visitar minha família. Eu abri a porta.

- Carliee!!!!

- Johnny..... What the hell are you doing here?

- Nossa, isso é geito de recepcionar seu melhor e amigo e seu afilhado, que por sinal vai passer o fim de semana com voces.. Tchau Carlie qualquer coisa me liga.

- Oi dinda!!! – Quando eu desviei os olhos de Daniel para olhar novamente para o Johnny o maluco já havia desaparecido.

- Dani meu anjo, esse é o tio Emmett, a Tia Rose, o Tio Jazz, o Tio Carlisle, a Tia Esme e a Tia Alice. – Mamãe e papai não estavam em casa.

Mini Flash back off

          Resumindo... ele adorou o tio Emmett e a família todo se encantou por ele.

          Mas a única solução para isso era a minha morte. Não só a minha mas a de Lestat também. O que temos em mente é um acidente de carro, mas eu não quero estragar meu carro, então eu to pensando em algo do tipo “se for para eu morrer que seja saltando de bangjumping”.

          Era exatamente este o assunto da sala quando eu desci as escadas para me juntar a minha família. Por um instante eu senti falta de Charlie. Eu já tinha me acostumado com ele e tudo. Mas ele nunca seria minha família. Não completamente.

          Me sentei no braço do sofá e abracei Lestat pela lateral de seu corpo. Agora sim eu estava em casa. Mesmo que ela estivesse no Iraque. Meu lar seria sempre onde minha família estivesse.