Ane me guiava com sua mão, até que chegamos em uma parte da neblina na qual ela "mergulhou".

De repente vi algo abaixo de mim, terra, árvores, casas, morros e pessoas.

Chegamos no lugar, mas ao pisar ali tive uma sensação estranha, como se ainda estivesse flutuando.

Ane me puxou e eu a segui, ao chegarmos na frente de uma casa branca com detalhes dourados e azuis, Ane simplesmente atravessou a parede, eu a segui e atravessei também.

Lá dentro havia uma mulher loira muito bonita, com um vestido rosa que ia até seu pé. Porém alguma coisa estranha estava acontecendo, a mulher estava ajoelhada, chorando muito, como se estivesse implorado por algo.

Na sua frente estava um homem alto, forte, com uma barba muito grande, cabelos loiros, bem bonito, aparentava ter 43 anos; e ao seu lado estava uma mulher loira, bem magra, usando um vestido dourado que também ia até seu pé, aparentava 37 anos, e parecia muito abatida.

-Aqueles são seus avós. -disse Ane, apontando para o homem e a mulher que estavam posicionados na frente da que parecia estar implorando por algo.

-Meus avós? -perguntei espantada.

-Sim, e aquela moça de vestido rosa comprido é sua mãe.

-Mãe?

-Sim...

Naquele momento senti meu rosto esquentar e uma lágrima rolar pela minha bochecha. Se eu pudesse correria para abraçá-la, mas não  fui, pois do nada o ambiente se alterou...

A porta se abriu, tudo ficou escuro e frio como a morte.

Então, três vultos entraram, pararam de frente com meus, (bom, depois dessa descoberta) pararam de frente com meus avós e minha mãe.

Um homem de pele bem branca, olhos vermelhos como sangue, cabelos pretos e expressão cadavérica se aproximou de meus avós, fez uma reverência debochada para meu avô e vagarosamente beijou a mão de minha avó, acompanhando com o canto de olho a reação de meu avô.

Ao terminar esse gesto, o homem de expressão cadavérica começou a falar:

-Eu e minha querida mulher, ficamos sabendo que nosso filho se envolveu com vossa adorável filha. (Não tenho certeza, mas senti que ele quis enfatizar a palavra "adorável" para provocar as pessoas ali presentes)

Meu avô fechou os punhos, como se estivesse pronto para arrebentar a cara daquele homem.

Nesse momento olhei para as outras pessoas que haviam chegado com o homem de expressão cadavérica. Havia uma mulher de um tom de pele muito bonito, era um moreno escuro, que estrava em destaque com seu cabelo enorme, preto com as pontas avermelhadas, usava um vestido até o joelho vermelho, da mesma cor de seus olhos.

E havia um homem alto, musculoso, pele clara, cabelo preto, usava um colete preto por cima de uma blusa de manga comprida, e uma calça preta.

-Todos já sabemos disso Lúcifer... - Minha avó falou, com os olhos cheios de raiva...

-Lúcifer?- Olhei para Ane com cara de espanto.

-Sim, o nome do diabo...

Olhei para frente e vi que o diálogo continuou...