When I Was Your Man. escrita por Bee


Capítulo 1
Capitulo único.


Notas iniciais do capítulo

Então, eu tava escrevendo essa fic há alguns dias. E devo confessar, eu queria um final diferente, mas fui pega de surpresa hoje pela morte do Cory, e cara ele ia se casar daqui alguns dias, e bom, vocês verão...
Essa fic é baseada na musica: When I was your man do Bruno Mars, e sinceramente quando eu ouvi ela só conseguia pensar nesse casal.
Se quiserem escutar enquanto leem: http://www.vagalume.com.br/bruno-mars/when-i-was-your-man-traducao.html
Boa Leitura.



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Remus girou na cama, para a esquerda e depois para a direita. Procurou de alguma forma de se aquecer mais naquelas cobertas. Fez o que podia, mas nada se comparava com a sensação do corpo dela ali, delicada e adormecida, a pele quente como um sol de primavera. Já fazia um ano que ela havia partido, havia pegado suas malas, seus discos e seus perfumes e abandonado o homem. Aquela cama sem ela parecia mil vezes maior, mais fria e mais vazia, e poderia se passar um, dois, dez, vinte anos, ele sabia que continuaria com aquela sensação.

Lupin notou que não conseguiria tornar a fechar os olhos e adormecer, portanto resolveu desistir de tentar. Sentou se na cama, os olhos fixados no chão coberto pela penumbra. Ele pensava ter a esquecido, mas a noticia que lhe fora dada mais cedo naquele mesmo dia. Remus havia saído do trabalho, e sido abordado por Sirius, convidando-o para ir até a casa dos Potters, para um Happy Hour, para aliviar a tensão da guerra que explodia lá fora.

Happy Hour, de feliz só teve o nome, não o entendam mal. Ele amava ficar com seus amigos, James, Sirius e Peter eram de longe os melhores amigos que ele poderia querer, assim como Lily e Lene, que eram grandes amigas, especialmente Lils que nunca fugiu dele, mesmo quando descobriu “o segredo”.

Mas Lene abriu a boca, e a Hora Feliz, se tornou um grande e longo segundo de terror e tristeza. – A Doe... – Lupin tentou fechar os ouvidos, para evitar de ouvir, mas foi impossível - ... ela ficou noiva.

Após a breve parada cardíaca que o nome causou, ele sentiu o próprio coração se quebrar. Sua Doe havia ficado noiva, sua garota ia casar, sua loira já não era mais tão sua. Remus levantou-se, ignorando os protestos dos amigos, ignorando tudo que eles pudessem falar, apenas seguiu em frente. O caminho até seu pequeno flat foi árduo e repleto de lembranças.

Eles nunca tiveram coragem de admitir em Hogwarts o sentimento que tinham um pelo outro. Foi apenas em uma reunião pós-ordem que ela lhe abraçou mais apertado que o normal, e lhe beijou os lábios de forma doce. Dorcas nunca foi considerada a mais bonita do mundo, exceto por Remus que a achava a garota mais bonita do universo. Ela nunca foi a mais esperta, mas sabia vencer o garoto no xadrez facilmente, talvez fosse por ele ficar meio ‘bocó’ – palavras de Sirius Super Sensível Black.

_ Eu acho que gosto de você mais do que como amigo. – ela lhe confidenciou após o primeiro beijo –

_ Eu tenho certeza absoluta que gosto de você mais do que como amiga. – sua voz saiu tímida e abafada, mas ela compreendeu e sorriu com aquele sorriso de dentes levemente irregulares que ele amava –

Os encontros românticos deles aumentaram desde então, eram muitas as vezes em que eles iam para a casa um do outro, e tinham um momento mais intimo, por assim dizer. E sempre que ela dormia na casa dele, ele acordava antes, e preparava um café fortificante – que preparava muito bem após anos de prática – e num desses dias ocorreu à lembrança que Remus guardava com mais delicadeza.

O homem havia descido as escadas de maneira silenciosa, como de praxe ligou o rádio em um volume baixo e preparou o café. Doe não demorou a descer, vestida com um vestido, um dos muitos que ela deixara na casa dele – alguns por prevenção para esses dias, alguns por simplesmente esquecer ali. Ela aumentou o som do rádio e tirou do “barulho chato” como chamava as notícias que ele ouvia toda manhã, colocando na sintonia onde passavam músicas românticas trouxas.

_ Essa poderia ser nossa música. – a loira disse sonhadora, adentrando a cozinha e roubando um bacon que Remus havia preparado – A música do nosso amor. – ela sorriu, e virou o garoto, para beijar-lhe os lábios –

_ Essa deve ser a música de muitos casais. – com toda certeza, afinal era Beatles que tocava no rádio, essa banda havia explodido em todo o mundo com suas músicas românticas, seus “na-na-na” e seu “iê-iê-iê”. –

_ Casais apaixonados. – ela comentou – E nós somos isso. Então podemos usufruir dessa música também. – Doe sorriu – Vem, dance comigo.

E como essa loira amava dançar. Era impossível, ela escutava uma música, do estilo que fosse, onde fosse, e dançava. Já o loiro (sim, afinal quem tem cabelo castanho claro, não é moreno) relutou, ele fazia de tudo para não dançar. Porém quando Doe lhe lançou um olhar de piedade com aqueles olhos verdes azulados, que parecia extremamente desproporcional para o rosto, dependendo a situação ora era grande demais ora era pequeno demais, Lupin deu o braço a torceu, e dançou. Aquela velha cozinha, agora era tão grande sem a dança desajeitada que eles faziam.

Ao entrar na casa, Remus ligou o rádio, e por obra de um destino traiçoeiro e maroto, aquela música tocava. Mas agora para ele, parecia apenas uma música sobre um cara que amava alguém que não o amava. E bingo, aquela era a sua música.

Remus ouviu batidas leves na janela, e encarou a pequena coruja que pairava sobre a beirada de sua janela. Tirou o envelope preso na barriga dela, e o encarou. Um convite de noivado, a letra que endereçava ele conhecia bem, por vezes após tomar banho, encontrava um pequeno bilhete sobre a cama sempre com aquela letra. Ele temeu ler. Mas leu.

Dorcas ia se casar com um antigo namorado, John Green. Aquele era o convite para a festa que os pais deles ofertaram. Remus sentiu uma vontade imensa de rasgar aquele convite branco com letras douradas. Mas o que havia escrito a mão no canto lhe chamou a atenção.

“Eu ainda gosto de você mais do que como amigo, mas nós não somos mais crianças. Venha, pelos velhos tempos, pela nossa amizade. Dorcas”

Nah, ele não iria, nem pelos velhos tempos, nem pela ‘amizade’. Seria doloroso demais vê-la feliz com outro cara. Lupin não negava, ele errou feio. E nem conseguiu notar quando ela simplesmente cansou do relacionamento desgastante e partiu.

É claro que havia notado quando ela parou de deixar seus vestidos na casa, e quando parou de chama-lo para dançar, e quando ouvia as notícias com ele, em silêncio, sem as músicas de amor. Talvez, ele fosse tolo de mais, jovem de mais para notar que ele poderia ter feito tudo diferente. Remus devia ter comprado flores para ela, margaridas precisamente, eram as preferidas dela, deveria ter a levado para dançar, afinal ela amava isso, ele deveria ficar mais tempo com sua garota do que realmente ficou. Mas só notou seus erros quando ela pediu para que ele entregasse as suas roupas, seus discos e nunca mais apareceu no apartamento.

[...]

Lupin não vestiu o terno como havia preparado. Ele ia aparecer na festa, mas não iria entrar, só queria realmente ver se Dorcas estava feliz com o seu novo homem, se ela dançaria com ele como dançava com o loiro.

O noivado aconteceria em um campo límpido, onde uma tenda enorme havia sido preparada, e uma banda tocava animadamente. Remus encostou-se a uma árvore repleta de musgo que havia há uns metros da tenda. Ele observou seus amigos, parabenizando o casal, rindo e se divertindo, mas é claro, eles tinham todo o direito. Lupin nunca havia dito que tinha algo serio com Dorcas, não era um namoro, ao menos não um oficial – já que ele nunca teve coragem de comprar flores e leva-la para jantar para pedi-la em namoro como queria. Ele perdera sua oportunidade, e agora sua garota estava dançando com outro homem.

Remus permaneceu ali por horas, observando o andamento da festa. Observou como ela dava aquele sorriso de dentes levemente irregulares para seu namorado. Notou o olhar com pequenas rugas ao redor dos olhos, aquelas rugas de alegria que ele tanto amava. Dorcas abraçou o seu novo homem da mesma forma como o abraçou tempo atrás, e da mesma forma beijou-lhe os lábios com a mesma doçura. O loiro mesmo de longe podia ouvir a voz dela: “Eu tenho certeza que te amo mais do que como amigo” mesmo que ela não dissesse isso para seu novo homem.

_ Estupido, idiota, babaca, asno. – Remus murmurou, mas se engana quem pensa que ele praguejava contra aquele que roubou sua garota, Remus praguejava contra si mesmo. –

Lupin havia sido egoísta ao tentar ser altruísta, ele queria poupa-la da dor de ser uma granada que explodia em toda noite de lua cheia, mesmo sabendo que a loira conhecia suas limitações e o aceitava. O loiro deu as costas para a tenda, preparando-se para ir próximo a algum lugar onde pudesse aparatar. Seu ego era sua maldição, mais do que sua verdadeira maldição, entendam, ele poderia estar lá, feliz pela garota que um dia fora sua.

Mas para o lobisomem, quem inventou que “o amor é deixar a pessoa amada ser feliz mesmo que não seja ao seu lado” era um completo idiota. Seu ego não o deixava se felicitar por ter sido egoísta, idiota, um completo imbecil por perdê-la. Ele andava em direção ao seu futuro certo da solidão eterna enquanto andava até longe da tenda quando ouviu aquela voz meio esganiçada, meio divertida, meio ressentida.

_ Você não vai nem me conceder uma ultima dança? – a loira gritou, fazendo-o parar, mas ele não disse nada – Eu te vi a festa toda, me desculpe.

_ Você parece estar feliz com ele, pra mim é isso que importa. – o loiro mentiu –

_ Rem. – Doe o chamou delicadamente – Não precisa mentir para mim, eu sei que você está magoado com tudo isso, pois por mais que tente negar, eu te conheço muito bem. Só não dava mais certo entre a gente.

_ Eu sei. Eu assumo meu erro, a culpa foi toda minha. – Lupin disse apenas, encarando o chão –

_ Não seja tão duro consigo mesmo.

Ele se virou bruscamente, seguindo em direção a ela. – Eu reconheço meus erros, eu deveria ter segurando a sua mão mais vezes, você sempre disse que adorava a sensação. Eu deveria ter lhe comprado flores e levado pra jantar para te pedir em namoro como eu queria. Eu deveria mesmo ter te levado para dançar, pois você ama isso. – Remus disse rapidamente, e a loira o encarou docemente – E eu sei que não adianta eu me desculpar por tudo isso. Eu deveria acima de tudo, ter feito diferente, quase todas as coisas, ter permitido que ficasse ao meu lado nos meus piores dias, e não devia ter deixado você sair da minha vida.

Dorcas deu um passo à frente, e o abraçou, como no dia do primeiro beijo deles. – Você sabe que isso teria acontecido de qualquer forma, nós não éramos feitos para ficar juntos.

_ Eu sei. – ele sorriu, mentindo para a garota, para si mesmo e para o mundo – Eu espero que ele seja melhor para você do que eu jamais seria, eu espero que ele lhe encha de flores todos os dias, e que segure sua mão como eu gostaria de fazer, que te leva a jantares e festa para você dançar, eu espero que ele faça o que eu não fiz quando era seu homem.

_ Eu vejo que você não ficará sozinho muito tempo. – ela sorriu dando um abraço nele – Você é doce, Rem, mas você se fecha para o mundo, quando você se abrir para receber tudo que o mundo lhe proporciona, você será muito feliz. – sem dizer mais nada, Doe lhe deu um beijo casto, e voltou para sua festa – Eu te amei muito, e não há nada que possa ter feito para mudar isso. – ela gritou antes de correr até a tenda –

Remus aparatou alguns metros à frente. Ao entrar no apartamento, ele se jogou na cama antiga e agora apertada para si. Constatou que sozinho não conseguiria reparar toda aquela bagunça que ele havia feito, mas Dorcas o ajudou, e agora, mesmo após o ultimo beijo, ele sentiu que havia dado o fechamento que aquele relacionamento precisava.

Do all the things I should've done when I was your man.

Alguns meses mais tarde, e duas semanas antes do casamento, Dorcas saiu para jantar com seu noivo, e os dois foram pegos por comensais, foram encontrados mortos no dia seguinte. Remus se sentiu devastado pela perda dela, e mais devastado ainda porque sua garota agora não teria o final feliz com que sonhou, ela não teria sua festa de casamento, e nem filhos lindos. Ela só tinha a eternidade ao lado de seu verdadeiro amor.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu sei que Green não é o sobrenome dela, nem depois de casada, mas como ela morreu antes de casar, o sobrenome dela é o original, e o do noivo é diferente :)
E ai o que acharam? Bom, duas coisas: Se gostou - Review. Se não gostou - Review com dicas pra melhorar. Eu sei que deve tá um lixo, como meu estado emocional hoje :( Entendam, eu adorava o Cory e sua voz.
Se quiserem, leiam minhas outras ones desse projeto: Sirius - Lene - http://fanfiction.com.br/historia/376064/And_I_Love_Her e Frank - Alice - http://fanfiction.com.br/historia/380540/Wont_Let_You_Go - A proxima é uma Jily *-*
Ah, eles morreram 2 semanas antes do casamento em homenagem ao Cory, que deixou Lea viúva duas semanas antes do casamento :(