Pov. Emily

Eu ainda batia no David, mas uma voz, de um homem qualquer, me fez virar e encara-lo, alto, e tinha umas aparências batidas com a do David.

Então, é o pai dele, cujo, ignorou por completo uma loira meio baixa no meio de dois gigantes – Tá, eu não sou tão baixa assim – Mas então, o pai do David, nota a minha adorável presença.

– E então? Quem é essa linda moça? – O homem pergunta, David rapidamente me puxa e me abraça de lado, eu tentei me soltar, mas o idiota me segurava com força.

– Essa é a Emily... Estamos namorando.

Rapidamente olhei para David que sorria para o pai, uma raiva percorreu todo meu corpo, á esse minuto deveria está vermelha.

– O que? – Eu perguntei.

Cerrei os punhos e tentei me soltar, mas ele não deixava...

Se eu quero matar o David? Soca-lo até a morte? É claro que claro, mas... Respirei fundo, ele mexeu com a menina errada, com a menina muito errada, mas como ele começou o jogo...

Vai ter que aguentar fases mais difíceis, então vamos entrar nessa partida. Respirei fundo.

– Ah... Prazer, Gregori Carter. – Ele estende a mão para mim, sorrio, mas na verdade queria rir, porque a brincadeira vai ficar muito engraçada. Solto-me de David e seguro a mão de seu pai.

– Prazer, Emily, então é você o avô do meu filho? – Pergunto sorrindo, o sorriso que ocupava seus lábios somem, e olho para David que estava com os olhos arregalados.

– O que? – Gregori pergunta ao mesmo tempo que David.

– Sim, o David não te falou? Vamos ter um filho – Passo a mão pela barriga.

– Poderia me explicar isso David? – O pai dele aumenta o tom de voz.

– E-eu... E-eu juro que eu não fiz nada. – Ele gagueja demais.

– O que? Como assim? Você engravidou a menina?

– Sim! Por mais que ele... – Finjo que vou chorar e volto a normal – Por mais que tenha sido contra a minha vontade, tudo o que rolou... Estou feliz porque vou ter um filho do David.

– Tá louca Emily? – David grita.

– O que é isso David? Você forçou a garota? E ainda a engravidou?

– Pai, eu juro que não fiz nada – Eu finjo que vou chorar de novo.

– Pode falar a verdade David – Eu digo.

– Verdade? Que verdade? – Ele pergunta desesperado.

– Eu não sei onde eu errei, você força a garota, a engravida e além do mais não assume o filho? O que houve com você?

– mas pai, eu juro que nem toquei na Emily.

– O que? – Eu grito – David, naquele dia eu não queria nada, mas você insistiu, eu queria algo especial, porque seria a minha primeira vez – Sorrio – Mas você disse que estava louco por mim, e eu deixei você fazer isso, e nos demos mal. – Volto a fingir o choro, que por acaso, eu estava fingindo muito bem. Por mais que o que eu mais queria era rir. Demais.

– Qual o seu problema David? Como pode fazer isso com a pobre garota? O que deu em você? Não tem mesmo jeito não é? Eu te ponho aqui para ver se melhora o que faz? Engravida uma das garotas.

– Mas pai, você não ver que ela está mentindo?

– O que? Aceite isso David – Ele grita. – Hoje a noite quero os dois lá em casa para o jantar, mas antes... Eu e a sua mãe vamos ter uma longa conversa sobre esse assunto.

– Pai, eu não vou ter nenhum filho – Ele grita.

– Eu até reclamaria você, mas tenho que conversar com a sua mãe sobre essa situação, espero que não falte com o compromisso – Ele me olha – Vá com o imprestável do meu filho, iremos resolver isso.

– O-ok! – Falo soluçando. Gregori sai do quarto batendo a porta com toda a força, e eu... Bom... Começo a rir, nunca ri tanto em toda a minha vida.

– Qual é seu problema Moore? – David grita e eu continuo rindo – O que pensa em fazer com essa situação? Sabe o tamanho do problema que me arrumou?

– Espera... – Rio muito mais, depois que consigo parar, enxugo as lágrimas pelos risos. – Tudo bem David... Fale.

– Falar? Falar o que? – Ele grita – Olha o que acabou de fazer comigo Emily? Um filho?

– Ué, você quem começou.

– Mas eu não vou ter um filho.

– Eu sei!

– Por que fez isso?

– Queria entrar na brincadeira também. Fica tranquilo, eu arrumo tudo hoje a noite.

– Mas isso não vai me livrar de uma bronca daquelas da minha mãe.

– Fica tranquilo David, você que inventou o namoro, e eu só fiz acrescentar uma coisa para a brincadeira ficar mais emocionante.

– Você nem está grávida Emily. Muito menos de mim... A gente nem ao menos... Bom... Você sabe. O que a gente NÃO fez.

– Ainda bem por isso.

– Mas o que vai fazer com isso hein? Você não está grávida de verdade, o que vai dizer senhora espertinha?

– Coisas.

– A menos que queira ficar grávida de verdade – Ele muda o tom de desespero para um de malicia.

– Se for para ficar, com toda certeza não será seu.

– O que vai falar para os meus pais quando eles perguntarem?

– A verdade.

– Que não está grávida?

– Não, que o filho dele fez uma aposta com um amigo idiota, que seria me beijar, e eu descobri sobre essa aposta, ele ficou doido, e inventou um namoro para apenas conseguir um beijo meu.

– Quem disse que eu inventei isso para beijar você?

– Está escrito em sua testa David.

– Nada a ver!

– Tá... E eu nasci hoje.

– É uma pena, mas o caso é... O que vai falar sobre a “gravidez”?

– Bom, que eu realmente estava grávida, mas não era seu, e eu perdi.

– Você mente tão bem.

– Obrigada!

– Não foi um elogio.

– Mas vou entender como um.

– Você vai pagar por isso Moore.

– VOCÊ quem vai pagar por tudo que tem feito, começando por ter nascido.

– Você é muito idiota.

– Você que é o idiota aqui, acha que inventando um namoro falso vai conseguir um beijo meu.

– Se eu quisesse já teria te beijado.

– Ah claro, mas toda cuidado, pensa que só porque eu inventei essa coisa de gravidez não quer dizer que não quero mais te matar, então tome bastante cuidado com o que vai fazer agora em diante David, muito mesmo.

– Não tenho medo de você Moore.

– Ruim para você, pois não sabe do que eu sou capaz.

– Ah... Agora eu sei sim.

– Que bom – Sorrio.

– Então amor... Como vai ser o nome do nosso filho? – Ele pergunta debochando.

– Qualquer coisa, menos o nome do pai – Abro a porta.

– Já vai?

– Sim, já fiz o que tinha que fazer.

– Ainda tem que ir para o jantar.

– Eu sei, estou louca para conhecer a minha sogrinha de mentirinha.

– Pois é, agora que entrou no jogo... Tem que aprender a jogar.

– Você que tem que aprender a jogar David, só cuidado, você pode sair perdendo.

– Você que pensa Emily, você que pensa – Fecho a porta e escuto-o reclamando de algo, por que toda vez que eu saio ele decide fala sozinho? Ah, por mim tanto faz.

Então é isso, “estou grávida do meu namorado David”... Eu sei que ele fez aquilo pela aposta, eu sei que eu poderia ter matado ele, mas vamos deixar isso para outra ocasião, acho que eu bati meu recorde de alto-controle. Porque eu quase voou em cima do David.

– O que você fez com ele? – Olho para trás e Renata chega para perto de mim.

– Não fiz nada com ninguém.

– O que fez então?

– Apenas estou grávida do David.

– O QUE? O que vocês fizeram? Não espera, eu sei... Quer dizer, Por que vocês fizeram?

– A gente não fez nada Renata.

– Então como você está grávida dele?

– Argh! Vem que eu te explico – A chamo para o meu quarto.

Assim que chegamos eu começo a contar tudo para ela, ela fica boquiaberta com tudo.

– O David disse mesmo isso?

– Eu tenho motivos para mentir?

– Que eu saiba não.

– Então.

– Mas eu preferia que você o matasse do que fingisse gravidez.

– Fica tranquila, eu tenho exatamente tudo sobre controle, e além do mais foi muito bom ver o pai dele dando uma bronca nela.

– Imagino – Ela diz rindo.

– Tudo bem, chega.

Alguém bate na porta.

– O que quer aqui? – Era o David.

– Vim te avisar que eu estou indo para casa daqui a meia hora, então se você inventou tudo isso acho melhor arrumar algumas roupas, vamos passar o final de semana em minha casa.

– O que? Eu inventei isso? Não foi eu que decidi inventar um namoro falso só para ganhar um beijo e receber duzentos dólares em troca.

– Pois é, mas isso não vem ao caso agora, só quero que se arrume Emily, daqui a pouco passo aqui.

– Estarei esperando, eu e o Billy.

– Quem é Billy?

– Nosso filho David. Não se lembra?

– Para começar meu filho nunca se chamaria Billy, isso é nome de cachorro, e segundo. Para com isso.

– Claro que eu vou parar, todos nós sabemos que não teremos um filho juntos...

– Ainda bem que sabe.

– E nem que vai conseguir me beijar.

– Você que pensa... – Ele diz e sai andando rápido, ótima escolha, porque se ele ficasse... Não daria o que preste.

Volto para dentro do quarto.

– Quer ajuda em arrumar as coisas?

– Não, só vou levar algumas roupas, e um salto para o jantar.

– E um vestido né?

– Não, eca.

– Mas é um jantar de gente rica.

– E o que eu tenho a ver com isso?

– Emily, eu conheço a mãe do David, e para ela pelo menos acreditar em você, tem que está aceitável a sua situação.

– Ela que me aceite como eu vou, porque vestido eu não uso nem por tortura... Só a Lara para me fazer usar vestido.

– Quem é Lara?

– Minha irmã!

– Você tem irmã? Que linda.

– Não, não é lindo.

– Ah Emily, para com isso vai...

– Ok! Ok, mas agora sai. Eu preciso me arrumar para os meus sogros de mentirinha.

– Minha nossa, não leva muito a serio.

– Pode deixar.

Ela sai do quarto.

E eu começo a arrumar as coisas...

– - - -

Minutos depois e já estava tudo pronto. E David chega no quarto.

– Pronta Moore?

– Sabe bater na porta? E se eu estivesse nua?

– Não seria tão mal assim...

Mostro meu dedo médio para ele.

– Pegue a minha mala... Estou grávida amor. – Digo debochando e saindo do quarto.

– Eu não vou pegar nada amor.

– Nossa! Além de me forçar a fazer coisas impróprias... Você se recusa a pegar uma mala para mim?

– Emily para com isso. Por favor, pegue sua mala e vamos.

– Ah! Então tá! – Ando até a mala pego e saio na frente dele.

– Espera Emily. – Ele fala, mas eu continuo andando – Espera garota.

– Você não depende de mim para nada, fique ai atrás mesmo.

– Escuta – Ele segura meu braço e me puxa – Olha só Emily, esse final de semana eu não quero você com esses seus showzinhos idiotas, não faça drama por bestagem, e espero que a noticia sobre a gravidez perdida que nunca existiu saia o mais rápido possível e minha mãe não gosta de meninas assim, como você, então pelo menos se comporte como uma dama.

– Se você soubesse ser um cavalheiro – Puxo meu braço soltando-me dele – Idiota, eu sei o que eu devo e não devo fazer.

Continuo andando e assim que chegamos a porta.

– Para onde o casal vai? – Luther se aproxima de nós.

– Não somos um casal – Eu respondo.

– Mas não foi isso que o Gregori disse. – Ele diz.

– Como assim? – David pergunta.

– Ele me convidou para mais um dos jantares idiotas que sua mãe faz, para comemorar mais uma plástica, ela é louca.

– Eu sei, ela é minha mãe.

– Então, e ele me disse que os dois estavam namorando.

– Sim... O David pensa que inventando esse namoro para os pais dele, ele vai conseguir um beijo meu.

– Isso é sério David? – Luther o encara.

– Ahn... Não!

– Não? – Eu e o Luther perguntamos ao mesmo tempo.

– Ah! Esqueçam isso, vamos Emily, Luther espero por você lá, vamos – Ele me puxa, mas na porta eu me solto.

– Eu sei andar sozinha David.

– Ainda bem.

Um carro esperava por a gente na porta.

Entramos. E o caminho todo foi... O David com seu fone e eu com o meu.

– - -

O Carro para em frente a uma casa enorme, então quer dizer que meu “namorado” é rico? Legal, mas to pouco me lixando.

– Venha! – Ele em chama, e eu saio do carro. Pego a mala que havia trazido.

Assim que entramos dou de cara com pessoas andando e lá para cá, arrumando a casa para a festa, ou jantar, não sei.

Se tudo aquilo é só para uma cirurgia, quero nem saber como é para uma festa de aniversario ou outras coisas.

– Sua mãe está fazendo isso tudo por um silicone?

– Pois é... Ela é louca.

– Percebo, mas... Quantas cirurgias plásticas ela já fez mesmo hein?

– Parei de contar na nove – Até imagino como essa mulher deve ser linda, entramos na casa e olha... Ela era mesmo linda.

– Oi mãe! – David diz.

– Olá querido... – Ela me olha de cima a baixo – E essa, quem é? – Ela tenta sorrir para mim e eu não expresso nada em meu rosto.

– Essa é a garota de quem eu falei... – O Pai do David chega na sala.

– ESSA? – Ela se espanta – Logo essa David? Entre tantas meninas que existe no mundo, você engravida... Essa?

– Hello! Eu ainda estou aqui... – Digo acenando.

– Eu sei. Mas então...

– Querida. Por favor, menos.

– Tudo bem, vamos conversar. – Ela nos leva para o escritório sentamos e ela começa

– Eu estou sabendo que você está grávida... – David me encara serio.

– Pois é. – Respondo.

– O que tem a dizer? – Ela pergunta.

– Que eu e seu filho tran...

– Não! Disso eu sei. – Ela me interrompe antes que eu pudesse terminar a frase, mulher chata.

– Se sabe como é, por que está perguntando?

– Acontece... Que agora você tem uma criança para cuidar, você sabe a responsabilidade que está nas costas de vocês agora? – Ela nos encara.

– Mãe, eu sei que... O que fizemos... Foi errado, mas isso vai se resolver. – Até que ele está mentindo muito bem.

– Pois é, fiquem tranquilos ok? Eu sei o que eu estou fazendo, eu sei o que eu fiz – Nada – E eu vou ter muito cuidado com tudo, agora eu posso descansar? – Pergunto.

– À vontade, o jantar é daqui a duas horas, descansem em paz. Fique no quarto do David.

– Tá!

Depois que ele me mostrou um pouco da casa subimos e eu entro no quarto do David, que era enorme e ainda tinha uma cama de casal, corro e pulo nela.

– Amei essa cama. – Me estico toda nela.

– Eu sei, ela é boa para tudo.

– Eca! Quero nem saber o que já fez aqui.

– Não queira mesmo.

– Enfim... Que horas é o tal jantar da sua mãe?

– Ás seis horas, e eu realmente acho que vai começar com um jantar e terminar com mais uma das festas dela.

– Nossa, ela vai para mais festas do que eu.

– Acredite. Vai mesmo.

– Sua mãe é legal.

– Não.

– Não mesmo.

Pela primeira vez conversamos sem brigar, ele saiu do quarto alguns minutos depois, não faço a mínima para onde ele foi, mas... Enfim, eu dormi muito enquanto ele não estava.

– - - -

– Hora de acordar Emily, o jantar é daqui a pouco.

– O que é? Me deixa.

– Vamos, levanta, o jantar é daqui a pouco.

– Eu não vou.

– Emily... Levanta logo – Ele me puxa para cima.

– Nunca. Em hipótese alguma, me acorde assim, para o seu próprio bem.

– Foi mal.

– Assim espero. O que é?

– Está aqui a roupa que minha mãe mandou você vestir, ele me entrega uma sacola, eu abro – Vestido? – Rio – Nem pensar.

– Sim, você vai usar Emily.

– Você sabe muito bem o que deve fazer. Vestir e ir para o jantar.

– Eu não vou usar vestido, nem vocês me pagando.

– Menos drama Emily, é apenas um vestido.

– E é por isso mesmo que eu não quero usar.

– Mas você vai usar, querendo, ou não.

– Eu não vou, é vulgar.

– Não é não garota, agora adianta.

– Argh! Só vou usar por sua mãe – Puxo o vestido da mão dele, ele havia puxado da minha. – Saia do quarto, eu vou me trocar.

– O quarto é meu.

– E daí? Eu vou tomar um banho e me arrumar.

– E o que eu tenho a ver com isso?

– Que eu vou me arrumar, e você não pode ficar aqui.

– Emily se arrume no banheiro, mas vá logo.

– Você é insuportável.

– Tá, tá, eu supero.

Vou para o banheiro, e me arrumo por lá mesmo, já que ele era maior que minha casa toda.

– Que horrível, eu to ridícula, argh! – Depois de muito enrolar eu saio – To pronta.

– Até que enfim, pensei que tinha morri... – Ele se vira e fica me examinando dos pés a cabeça. Cabeça aos pés, tanto faz.

– Se for babar olha para lá.

– Não... É que você está muito ga... Descente para o jantar, vamos?

– Sim! – Ele já tinha se arrumado, uma blusa social calça, enfim, não me importa.

Descemos com os braços cruzados um no outro, só porque ele brigou comigo no caminho para descer assim.

– Aqui estão vocês – O pai dele disse e sorriu – Nossa, Emily, está muito linda.

– Obrigada, Senhor Gregori. – Ele sorri.

– Meu filho tem sorte de ter uma namorada linda como você. – Segurei o riso.

– Sim... Muita sorte – Ele deu as costas e eu ri.

– Emily para, estão todos olhando.

– E daí?

– Para! – Eu mudo a expressão para uma séria e dou a língua para ele – Menos infantil, por favor.

Começamos a andar de um lado para o outro, tinha muita gente, não sei se era um jantar ou um casamento que vão vários de penetras, vai saber né?

Mas a questão é!

– Quem é que dá uma festa para comemorar uma prótese? – Não me conformo e pergunto mais uma vez.

– Minha mãe, eu já perdi as contas de quantas dessa ela já fez.

– Uau, ela é mesmo doida.

– Eu sei.

Depois de muito enrolar ela chama todos para o jantar – finalmente – eu e David andamos para a mesa e nos sentamos.

– Bom... – A mãe dele começa – Quero agradecer todos que vieram hoje, eu estou muito feliz por participarem de mais um dos meus jantar, com todo o meu trabalho eu consegui mais uma vez realizar mais um dos meus sonhos, estou realizada, muito mesmo, agradeço ao meu marido, e também... Ao meu filho, que logo me dará um neto daqui a nove meses e uma linda nora. Emily e David, o mais novo casal da família – Começo a tossir, engasgo com o pedaço de frango que eu havia colocado na boca, e eu levanto, mas não foi uma boa ideia, porque tinha um cara com uma bandeja com taças de vinho. E adivinha... Isso mesmo.

– Que porra! – E grito e todos ficam boquiabertos, meu vestido estava todo roxo, totalmente, não dava mais para ver outra cor – O que foi? Vão dizer que se seus vestidos melam vocês comemoram? Ah! Bando de velha chata – Eu ia falar mais algumas coisas, mas David que também se sujou levanta e me para.

– Chega, desculpem o transtorno, vamos subir, obrigada por virem – Ele fala e seu franzo o cenho.

– O que é?

– O que deu em você?

– AH bom, sua mãe fala aquilo e você quer que eu faça o que?

– Ficasse quieta e sorrisse.

– Impossível sorrir com aquilo.

– Ah Emily, somos namorados de mentirinha agora, aceita que dói menos.

– Prefiro que doa mais.

Assim que chegamos a escada.

– Oi David! – Olho para trás e uma menina com os cabelos negros pele bronzeada que havia falado.

– Janaina? O que faz aqui?

– Vim ao jantar da sua mãe.

– Isso eu sei, mas...

– Achei você... – Luther chega – Eu tentei segurar ela lá comigo, mas ela disse “eu quero ver o meu David”.

– Seu? – David rir, e eu ainda estava boiando – Já acabou faz tempo Jana.

– Eu sei, mas... – Ela se aproxima passando a mão pelo obro e peito dele – Eu ainda te quero.

– Oh! Oh! Pode parar por ai... Ele já tem outra dona – Eu disse, claro que doeu falar isso, mas somos um casal agora, de mentira, graças ao senhor. David me olha com um sorriso no canto dos lábios.

– Vocês dois? – Ela faz cara de nojo.

– Sim, eles dois, mas agora vamos Janaina, vamos para lá, eu te faço superar o David – Luther pisca para a gente e eu subo as escadas antes que David falasse algo.

– O que foi aquilo? – Ele pergunta fechando e trancando a porta.

– O que?

– Aquele show de ciúmes seu.

– Aquilo se chama “Ser ótima atriz”.

– Ah claro! – Ele começa a tirar a blusa.

– Vou me trocar primeiro.

– Nem pensar, eu vou – Ele corre para o banheiro e tranca a porta.

– Idiota!

Fico esperando por alguns minutos até ele sair.

– Até que enfim, pensei que tinha morrido – Digo a mesma coisa que ele iria falar.

– Tá, agora vai! – Avisando, ele estava somente com a toalha na cintura. Não vou dizer que eu não gostei da visão, porque eu estaria mentindo, e mamãe disse para mim que mentir é feio. E como eu sempre a obedeço. Que bela visão... – Se for babar olha para outro lugar – Ele fala imitando a minha voz, ou tentando.

– Eu não estou olhando para você.

– Com certeza – Ele passa a mão por suas lindas “curvas”.

– Ah! Vou tomar meu banho e tirar esse cheiro horrível.

– Vai lá namorada.

– Para de falar assim, vai perder isso ai que está embaixo da toalha.

– Eu sei que você ainda pretende...

– Cala a boca David – Falo o interrompendo.

Depois de um bom banho, lavei os cabelos, tirei maquiagem, cheiro de vinho, tudo... Eu desligo o chuveiro e saio do boxer. Olho para todos os lados possíveis do banheiro, pego a toalha e me enrolo, olho mais uma vez, e confirmado.

– Merda, esqueci a merda das roupas. – Agora ferrou tudo, tudo com tudo e mais um pouco.

Abro a porta e o quarto estava totalmente escuro, o que é bom... Abro mais um pouco e saio do banheiro.

– David? – O chamo para ver se estava acordado, mesmo sabendo que se estivesse ele não falaria. – Se estiver acordado e me ver assim, eu te mato. – Pelo escuro saio me batendo em tudo quanto é lugar até chegar à mala.

Pego um pijama, deixo a toalha cair aos meus pés e visto a roupa. Ando até a cama e acendo o abajur.

– ótimas curvas Moore – David diz.

– Você estava olhando? – Pergunto quase gritando.

– Ué, você sai do banheiro de toalha, anda pelo quarto todo e não quer que eu te veja vestindo a roupa? É somente uma pena só ver a sua silhueta, e não com a luz acesa observando tudo.

– IDIOTA! – Pego o travesseiro e bato nele depois subo na cama e começo a bater, sim, eu bato mesmo – Seu idiota, tarado, aproveitador e... Ahhh! – Ele me puxa para baixo me fazendo cair deitada na cama e ele por cima. Escorando seus braços ao meu lado.

– Vai continuar me batendo?

– Se você não sair logo de cima de mim... Sim – Ele ri.

– Sabe que eu posso ganhar a aposta agora não é?

– Sabe que eu posso te matar agora não é?

– Sabe que se eu quiser eu faço o que o quero com você, né?

– Sabe que se você tentar algo... Você morre... Não é?

Ele sai de cima de mim rindo rouco.

– Esperta Emily.

– Desde que nasci... Acho bom você não triscar o dedo em mim essa noite, já basta ter que ocupar a mesma cama que você.

– Eu sei que você quer.

– Você sabe que eu quero te matar.

– Boa noite... Amor.

– Boa noite David! – Ignoro o “amor” irônico dele e me enrolo, me virando de costas para ele.