Lorienos Na Escola! escrita por NumberSix


Capítulo 10
Treinamento Pesado - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a pequena demora. Mas tenho uma ótima notícia: ESTOU DE FÉRIAS!! Chuva de capítulos o mês inteiro!!! Como esse capítulo estava ficando muito grande, resolvi fazê-lo em duas partes. Não tem muitas falas e me avisem se estiver muito cansativo de ler. Qualquer coisa eu tento dar uma editada para melhorar. E detalhe: o último parágrafo do capítulo 7 foi arrumado pra deixar mais engraçado. Mas nada muito importante.
Bom, aproveitem!



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(N/A: Se você não leu as notas iniciais pode voltar e ler! Não escrevi elas à toa! Obrigada pela atenção.)

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POV SEIS

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Se eu achava que eu não podia estar mais confusa antes, eu estava completamente enganada. Minha cabeça, que antes estava só desorganizada, agora parece que passou um furacão depois desse beijo com Nove. E santo Pittacus, que beijo foi esse?

As perguntas que continuam rodando na minha cabeça agora são:

O que eu sinto por Nove? Bom, com certeza algo além de amizade. Já é um começo.

Se eu gostasse dele e, sei lá, começasse a ficar com ele, o que Sam sentiria ao nos ver juntos? Iria machuca-lo, com certeza, mas me sinto bem estando perto de Nove.

Isso realmente importa? Talvez, não sei.

Se eu ouvir o conselho de Nove e pensar mais em mim, isso faria de mim uma egoísta por não pensar na dor que eu poderia causar em Sam? Mesmo se me fizesse egoísta, qual seria o problema? Ser malvista pelos outros? Porque não tenho muitos problemas quanto a isso. Aliás, eles sabem que falo a verdade na cara.

Mas o que mais me irrita é ficar mais concentrada nessas dúvidas do que na guerra que está acontecendo agora. Eu não costumava ser assim. Na minha cabeça o certo sempre foi vencer a guerra em primeiro lugar, e depois, bom, encontrar a felicidade, basicamente. Ok, isso ficou meio clichê, mas tudo bem...

Acho que preciso de um conselho. Marina é a pessoa certa. Procuro por ela no quarto dela, na sala, na cozinha, na Sala de Aula, no quarto de Ella, mas não a encontro. Então passo na frente do quarto de Oito e penso: hum, será?

Dou uma batidinha na porta e abro uma fresta. Vejo Oito e Marina sentados na cama. Ah, e se beijando. Eu, como sou uma pessoa legal, esperei uns segundos para ver se eles notavam minha presença. Aparentemente não... Então dou um pequeno pigarro, que faz com que eles se assustem e se separem abruptamente um do outro.

Eles se viram para mim. Marina está vermelha de vergonha. Como sou uma pessoa muito legal, dou um sorrisinho malicioso para os dois, ergo uma sobrancelha e digo:

– Estou interrompendo alguma coisa?

– O que? – Marina pergunta, ainda vermelha. – Claro que não!

– Sim. – Diz Oito. – Mas agora que já interrompeu, o que quer? – Que grosso! Acho que eu realmente interrompi algo muito importante. Mas isso apenas faz com que meu sorriso se abra ainda mais.

– Nada, eu só queria falar com a Marina. – Respondo. – Mas se vocês quiserem continuar, eu espero na sala...

– Não, tudo bem. – Marina diz me interrompendo, claramente envergonhada com tudo isso. Meu sorriso ainda não saiu do meu rosto.

Marina passa por mim e se vira rapidamente, lançando um olhar para Oito. Então vamos até meu quarto.

– Ok, o que foi? – Ela me pergunta, meio bruta.

– Nossa! Desculpa, não sabia que estava tão interessante assim lá com o Oito. – Digo, provocando-a com um sorrisinho malicioso.

Marina fica vermelha novamente, mas me dá um pequeno sorriso.

– Estamos aqui para falar de você ou de mim? – Ela pergunta, erguendo uma sobrancelha.

Então respiro fundo e fico séria.

– Preciso de um conselho. – Digo.

Marina percebe que a coisa é séria e franze as sobrancelhas, preocupada.

– O que aconteceu? O que você fez? – Ela pergunta, já temendo o pior.

– Calma. – Digo. – É que... – Hesito. É meio nova, para mim, essa coisa toda de contar para os outros o que estou sentindo. Então resolvo apenas falar, ir direto ao ponto. Respiro bem fundo e digo: – Eu beijei o Nove, mas o Sam gosta de mim e tenho medo de ele parar de falar comigo por ficar com o Nove. Mas Nove me disse que às vezes temos que parar de pensar nos outros e pensarmos em nós mesmos e agora acho que tenho que esquecer o Sam, mas eu não quero fazer isso sabendo que ele vai estar sofrendo, porque vou me sentir culpada, mais do que já me sinto. E eu estou furiosa comigo mesma por ficar pensando mais nisso do que na guerra. – Digo, tudo em um fôlego só.

Marina está me olhando de olhos arregalados. Acho que está surpresa, tanto pelo fato de eu ter me aberto com ela quanto pelo fato de eu ter dito tudo em um só fôlego. Ela faz uma pausa para pensar.

– Bom, – ela começa. – eu acho, na minha humilde opinião, que você deve ficar com o Nove. Na verdade, sempre achei vocês uma graça. – Ela diz, dando um sorrisinho. Franzo as sobrancelhas e sinto um calor subir pelas minhas bochechas. Ok, isso nunca aconteceu antes... Tento disfarçar, mas Marina percebe e sorri ainda mais. – Mas acho que, antes de você fizer isso, você deveria dizer isso tudo ao Sam.

Reflito um pouco sobre isso.

– E se ele me achar uma vadia e não falar comigo nunca mais? – Pergunto. Nossa, como eu estou dramática...

Marina ri baixinho.

– Não se preocupe com isso. Sam é um cara legal, tenho certeza de que ele entenderia. – Marina diz, com convicção.

– Tá bom. – Digo, aceitando o conselho dela. – Vou fazer isso. Amanhã. Talvez eu escreva num papel e coloque no quarto dele. – Marina me dá um olhar reprovador. – Tá! Falo com ele depois do treino. – Digo. Marina sorri. – Obrigada. Sério. – Digo a ela, sinceramente. Trocamos um abraço.

– Sempre que precisar. – Ela diz, me soltando e dando uma piscadela.

– Bom, agora pode voltar ao que quer que você estava fazendo com o Oito. – Digo, dando uma piscadela maliciosa para ela e saindo do quarto.

– VAI PARA O INFERNO, SEIS!

Ouço-a gritando. Apenas rio. E sei que ela está rindo também.

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POV NOVE

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Depois do beijo que eu e Seis demos, fiquei na sala assistindo noticiários com John, procurando algo suspeito. Alguma mensagem de Cinco. Mas logo Henri e Crayton apareceram avisando que o treino iria começar.

Vamos todos para a Sala de Aula. Não sei o que vai acontecer, mas eu estava realmente curioso para saber o que eram aqueles robôs que estavam encostados nas paredes. Então Crayton começa a explicar sobre o treino.

– Bom, já vimos suas habilidades no corpo-a-corpo e como trabalham em equipe. Hoje vamos treinar mais seus Legados e suas habilidades com diferentes armas.

Percebo Marina meio nervosa quando Crayton fala sobre as armas. Todos sabemos que ela não é exatamente uma fã de armas. Seis também percebe o nervosismo de Marina e cochicha algo em seu ouvido que a faz sorrir. Sem querer nossos olhos acabam se encontrando e Seis dá um sorrisinho de lado, como um “Obrigado”. Retribuo o sorriso, dizendo “Quando quiser” e deu uma piscadela meio cafajeste, que a faz rir e revirar os olhos, voltando sua atenção a Crayton.

– Eu, Henri e Malcolm preparamos alguns obstáculos para vocês. – Crayton continua – Cada um tem um diferente. Nós três andamos trabalhando em uns tipos de robôs com o material de Sandor e vamos testá-los hoje em vocês. O objetivo é chegar até o outro lado da Sala.

– E, para ficar mais difícil, eu e Crayton seremos seus oponentes, caso ficar muito fácil. – Henri complementa, tirando a jaqueta.

– Uuuuuui. – Seis diz e todos rimos. Aceitamos o desafio.

– Bom, a ordem vai ser aleatória, e acho que John já está cansado de ser sempre o primeiro. – Henri diz, dando um tapinha no ombro de John, que sorri em concordância. – Então, para ficar mais justo, vamos começar pela mais nova.

– Bom, Ella, vamos lá. – Crayton a chama.

Malcolm vai até o painel de controle e vários obstáculos surgem na Sala. Não me parecem tão difíceis, mas acho que será um ótimo treino para Ella.

– Preparada, Ella? – Pergunta Crayton, lançando um olhar encorajador a ela.

– Sim.

Então um apito soa e Ella sai em disparada, pulando alguns blocos que saíam do chão de surpresa. Então um pequeno robô ganha vida e se prepara para atacar Ella. Há várias armas espalhadas pela Sala. Ella não perde tempo e pega uma metralhadora do chão com sua telecinesia. Então mira no robô e atira, mas erra sua cabeça por pouco. O robô continuava se aproximando, cada vez mais rápido. Então Ella respira fundo e acerta dois tiros, um no peito e o outro na cabeça do robô, desativando-o.

Ella então continua correndo, mas um muro enorme surge do chão. Há um pequeno buraco em sua base, no centro, mas não acho que Ella conseguiria passar por lá. Então uma pedra com mais ou menos o seu tamanho cai do teto, bloqueando o buraco. Ella se concentra, tentando erguer a pedra com telecinesia. Nada acontece por um tempo. Então a pedra começa a tremer e aos poucos vai se erguendo do chão. Nós (os que estão assistindo) sorrimos uns para os outros, orgulhosos de Ella.

Ela então joga a pedra para o lado e vai até o buraco. Mas é muito pequeno até para ela. Então Ella começa a diminuir de tamanho, ficando mais jovem. Quando fica com, mais ou menos, a aparência e tamanho de uma criança de 2 anos, Ella engatinha e passa pelo buraco sem problemas. Então o muro abaixa.

Observamos um bando de mogs de papel se erguerem em uma fila, bloqueando o final da Sala. Há aproximadamente seis deles. Há um pequeno bloco ao lado de Ella e ela vai para trás dele quando alguns poucos tiros começam a sair da direção de cada mog de papel. São tiros de borracha, então não irão machucar, muito... Os olhos de Ella se fecham por um segundo e ela respira fundo, então começa a procurar alguma arma no chão e encontra uma AK-47 em um canto mais afastado. Com a telecinese, puxa a arma para perto dela.

Ela então se ergue rapidamente e vai mirando em um mog de papel de cada vez, eliminando todos em alguns minutos. Então finalmente consegue chegar ao final da Sala e todos vamos até ela para parabeniza-la. Marina e John ajudam com alguns pequenos hematomas que haviam em seus braços e pernas por causa das balas de borracha.

– Hum, vamos ver... – Crayton diz, pensativo, olhando para nós. – Marina! Sua vez.

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POV MARINA

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Me preparo para começar o treino. Quando o apito soa, corro, mas sou bloqueada por três robôs, maiores que os que apareceram no treino de Ella. Mas dois deles tinham espadas grandes e o outro tinha uma arma. Como eles estavam à alguns passos de distância, retiro a arma do robô do meio primeiro com telecinese. Trago-a para mim e miro no robô da direita, mas ele era mais rápido do que pensei e já estava na minha cola, preparando um ataque com sua espada. Me esquivo rapidamente e acerto um chute em seu suposto peito, afastando-o.

Então atirei no robô da esquerda antes que ele avançasse. Acertei-o em cheio. Mas o robô do meio se aproximou rapidamente e acabei levando um soco no estômago. Então arranquei sua cabeça com telecinese e me preparei no último robô, que tinha a espada. Consegui tirá-la de sua mão e o cortei ao meio. Então comecei a avançar novamente.

De repente o chão se abre e caio na água. Ok, agora fui pega de surpresa. Uso meu Legado para respirar debaixo d’água e começo a atravessar o “lago”, quando algo agarra minha perna e sou arrastada para o fundo. Vejo um animal estranho me puxando. Parece um rinoceronte com brânquias e nadadeiras. Bernie Kosar.

Solto meu pé e tento mantê-lo afastado de mim por tempo suficiente apenas para eu sair da água. Não preciso ficar perdendo tempo, só preciso chegar ao fim da Sala. Quando finalmente consigo sair do "lago", tudo escurece e logo ativo meu Legado de enxergar no escuro. Quando minha visão se acostuma, vejo Crayton com uma espécie de óculos de visão noturna. Ele está segurando uma espada. Com telecinese, trago uma das espadas dos robôs que destruí para mim.

Crayton vem até mim e, com uma habilidade incrível, me desarma em um segundo. Então dou um sorrisinho para ele e arranco sua espada com telecinese. Simples.

Então ele corre em minha direção e me derruba no chão, tentando me imobilizar. Com dificuldade, consigo empurrá-lo para longe. Me levanto rapidamente e pego uma das armas que estavam espalhadas no chão e atiro em sua perna. Crayton cai, deixando meu caminho livre finalmente.

– Muito bem, Marina! – Diz Crayton.

– Seis, sua vez! – Chama Henri.

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POV SEIS

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– Posso usar minha invisibilidade? – Pergunto.

– Pode, os robôs têm uma novidade para você. – Henri diz, sorrindo. Olhei para ele desconfiada, pensando no que diabos ele quis dizer com isso.

Me preparo e espero o soar do apito. Assim que ele soa, faço o mesmo que todos os outros fizeram: corro o mais rápido que posso. Mas rapidamente surgem aproximadamente 10 robôs. Devem ser 10, não sei, não parei para contar. Fiquei invisível, pronta para a surpresa que Henri mencionou. Continuei correndo, mas, de alguma forma, os robôs vieram na minha direção para atacar. Puta merda, acho que esses vadios têm sensores de movimento.

Como a invisibilidade foi para o saco, fico visível e desvio facilmente do soco que o primeiro robô dá. Então dou um soco em seu suposto estômago e meu punho o atravessa, desativando-o. Os outros não foram nenhum desafio para mim. Acabei com os 10 em uns 3 minutos. Então Henri e Crayton apareceram. Agora sim ficou tenso.

Apenas sorrio. Eles não têm sensores de movimento. Vico invisível e vou na direção de Henri primeiro. Derrubo-o no chão, mas, mesmo sem me ver, ele consegue inverter as posições e ficar por cima de mim. Ele acerta um soco em meu nariz. Fico visível logo e consigo acertar um soco em seu maxilar, fazendo-o se afastar e cambalear para trás. Enquanto me levantava, Crayton veio direto para cima de mim, mas consegui esquivar. Desviei de um soco que Henri me deu, segurei seu braço e o derrubei no chão com um golpe de judô. Na hora que me virei para Crayton, ele acertou um soco acima de meu olho. Dou uns passos para trás e me recupero rapidamente, indo para cima dele.

Crayton desvia de meu gancho, mas acerto uma joelhada em seu estômago e o empurro, derrubando-o no chão. Vejo Henri se levantando e o empurro para o chão novamente. Então resolvo continuar correndo. Se eu ficar, não vamos sair desse corpo-a-corpo.

Consigo percorrer alguns metros até uns 20 robôs aparecerem. Dessa vez uma metade tinha arma e outra metade tinha espadas. Estralo os dedos e uso minha telecinese para arrancar as armas de suas “mãos”. As espadas eu deixei porque eu gosto de desafios. Então ataquei o primeiro robô que vi que tinha espada. Logo a peguei dele e cortei seu “corpo” ao meio com ela.

Novamente, os robôs não foram um desafio. Mas foi divertido destruir todos eles. Pobre Malcolm, tanto trabalho para nada...

Quando eu estava prestes a chegar ao fim, um muro de fogo apareceu na minha frente. Se eu tivesse dado um passo a mais eu teria virado churrasquinho de Seis.

Tento me concentrar em meu Legado de manipulação dos elementos. Consigo criar uma pequena bolinha de água em minha palma direita, mas não seria nem um pouco suficiente. Tento fazer o que eu nunca tentei: expandi-la. No começo continuou do tamanho de uma bola de tênis. Frustrada, respiro fundo e tento me concentrar. Utilizo as duas mãos dessa vez. Então a bola fica do tamanho de uma bola de basquete. Sorrio.

Imagino se eu conseguiria fazer um jato sair de minhas mãos. Então lanço a bola de água no fogo, mas ela logo é vaporizada, como eu suspeitava. Tento sentir a água dentro de mim. Imagino toda a água do meu corpo reunida em meu peito, pronta para explodir. Então ela explode e jorra das minhas mãos. Me tira bastante energia, mas consigo apagar todo o fogo. Chego no final ofegante e caio sobre os joelhos, em busca de ar. Marina chega rapidamente para ver se eu preciso de ajuda para me curar, mas era só cansaço. Ela só cicatrizou o corte que ficou em cima do meu olho por causa do soco que tomei. E também alguns outros pequenos cortes que eu fiz quando estava lutando contra os robôs espadachins. Mas nada muito sério.

– Bom, agora é com você, John. – Henri anuncia.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Críticas são bem-vindas!! Estou aqui para aprender.