''Olha alguém errou o número,  se  quiser empresto o manual de como mandar sms certas''

Samantha não poda acreditar que tinha cometido um erro tão idiota, mandar sms errada ainda mais pra anonima que tinha errado o número também? fazia algum sentido — Que idiota poderia fazer isso, ah sim eu. Bem que eu poderia errar o número com alguém tipo a Megan Fox, não seria má idéia. Um pouco envergonhada com a situação respondeu a mensagem. 

''Admito, errei o número, desculpa, mas não foi o número você foi a ultima pessoa que mandei sms e pensei que era o Phill''

''Acho que definitivamente vou te emprestar o manual''

''Verdade, eu aceito''

''Afinal como é o seu nome anônima''

''Samantha e o seu?''

Era isso? Estava conversando com uma pessoa desconhecida por sms? Parecia coisa de adolescente com hormônios a  flor da pele toda essa coisa de sms, mas não sabia como a anônima a deixava melhor de qualquer maneira. 

''Sou Anne , agora posso salvar  seu número com um nome não a ''Anônima'' e você com ''Pedófila ou algo do tipo'' 

''Eu nem havia salvo seu número. Então não tem coisa melhor para fazer do que ficar  mandando sms para uma pessoa totalmente desconhecida? Deve ser uma adolescente, vá dormir'' 

''Primeiro não sou adolescente e segundo faz algumas horas que não socializo com ninguém e isso já deve estar me afetando, preciso estudar para um exame na faculdade e faz horas que não saio do quarto nem pra comer, esses exames são pesados''

'' Sei como é, dou graças que já passei desses períodos da minha vida''

''Então fez faculdade? Hm, do que?''

''Administração'' 

''Suponho que seja executiva?''

''Isso, sou''

''Hm, gostei''

''Ok, tenho que fazer umas coisas''

Samantha odiava mentir, mas nem sabia sobre aquela pessoa e já não era mais uma adolescente para conversas alheias pelo celular era a presidente de uma empresa.

''Então vou voltar pros estudos'' 

Samantha pegou o telefone ao lado de sua cama, resolveu usar o telefone para não cometer o erro de mandar mensagem errada novamente e ligar pessoalmente para Phill, já estava tarde, mas talvez Phill ainda estivesse acordado. 

Alô?

Phill?

Sim?

Desculpe a hora Phill mas é urgente, você pode me mandar amanhã um chaveiro? Conhece algum?Tive umas visitas indesejáveis...

Algum tipo de assaltante? - disse com um ar preocupado.

Não Phill uma conhecida que tinha a chave.. sem mais, pode mandar?

Claro senhorita, vou ligar para ele

Obrigada Phill, boa noite. desligando o telefone.

Foi até a janela da sala de estar que ali havia uma poltrona que ficava lá só para admirar a vista de Manhattan.Como no seu escritório ali havia uma janela enorme, ela amava a paisagem. Com aquela vista exuberante da cidade, a solidão a pegou novamente sentindo falta dos pais e de seu irmão mais novo, era o último ano dele no exército, talvez ligaria para ele de manha. Não conseguia entender como uma mulher bem sucedida em seu emprego e em sua vida poderia se sentir assim. Limpou a lágrima que insistia em cair, deu um pulo do sofá com fortes batidas na porta e colocando o Hobby preto que estava no sofá e abriu a porta.

— Vim comemorar!

— Comemorar? As -olhou no relógio da parede. Meia noite e dez? 

— E tem hora pra comemorar? - disse Quinn com uma garrafa de vinho na mão.

— Quinn você está bêbada? 

— Não Sam - deu uma pausa. Aquela vadia da Alex. -disse com cara de nojo. Depois da transa foi embora, ela acha que eu sou oque? - disse se apoiando na morena e entrando no apartamento.

— Quinn, você está bêbada, me dá isso! - tirou a garrafa da mão da amiga.

— Não Sam, eu preciso tomar.

— Quinn, vem vou arrumar a cama do quarto de hospedes para você, vem. Quinn cruzando totalmente as pernas foi praticamente carregada pela morena mas na sala a loira sentou no sofá.

— Quinn, foi um dia difícil para mim também, tenho que descansar . 

— Sam, mas ela é tão vadia Sam. -bufando na cara de Samantha fazendo a mesma virar a cara com o mau cheiro.

— Sei Quinn, ela não te merece definitivamente. 

— Não -disse falando um pouco mais alto NÃO ME MERECE.

— Quinn fala baixo, os vizinhos. A loira olhou para a amiga.

— Sam tava chorando? 

Quinn até bêbada sabia oque estava sentindo ou era as olheiras, não sabia mas respondeu.

— Não Quinn.

— Tava sim, tava sim que eu sei, já disse Sam precisa de uma n-a-m-o-r-a-d-a, mas não vadia como a Alex. - disse fechando os olhos 

— Tudo vadia Sam, vadia.

De repente a loira já havia dormido, não sabia como conseguia dormir tão rápido. 

— Ok. - falou a morena.

Levantou e foi até o armário do quarto de hospedes pegou o edredom, cobriu a amiga e subiu as escadas para o seu quarto. Pegou o celular que estava em cima da cama e nele havia uma mensagem. 

''Espera, vamos continuar mandando sms?'' 

Resolveu não responder a mensagem mas respondeu para si mesma. Quem sabe, Anne a  anônima.

Resolveu deitar, tirando o hobby e ficando apenas de calcinha e sutiã . Ainda não podia acreditar que era a nova presidente. 

Samantha sentiu a luz quente em seu rosto e tentou abrir os olhos e os apertou com a claridade, olhou pro relógio ao lado de sua cama e era 9h se fosse dia de semana estava muito atrasada, agradeceu por ser sábado, espreguiçou-se e sentou na cama. — Eu presidente de uma empresa, boa  Samantha, boa. 

Foi ao banheiro fez sua higiene pessoal, pegou seu hobby e desceu as escadas estranhou o volume do sofá.

— Verdade Quinn dormiu aqui. Lembranças de Quinn bêbada veio em sua mente dando um pequeno sorriso virando uma ruga de preocupação em sua testa. — Realmente preciso chutar a bunda dessa tal de Alex vadia. Se apoiou nas costas do sofá e viu a amiga dormindo, pensou em assusta-la e depois correr o risco de ser assassinada .— Melhor não - sorriu. — Vou fazer café preto, melhor coisa para ressaca. -disse indo até a cozinha.

DING DONG

Deixou a cafeteira escorrendo todo o liquido e foi atender. —Quem pode ser uma hora dessas em um sabádo?

Abriu a porta e esqueceu totalmente que estava só de hobby.

— O-o-i, sou o chaveiro.

— Ah claro, entre. -disse seguindo o olhar do rapaz para sua roupa. Estou de hobby,claro. - pensou.

O rapaz era alto e tinha olhos castanhos muito bonito por sinal, deu uma olhada em sua volta e reparou em Quinn que estava ainda dormindo. Samantha ignorou, fechando seu hobby. 

— Então quais são as portas?  

— Apenas essa mesmo, gostaria de um café preto? 

— Se estiver quente eu aceito.

— Vou pegar. 

Samantha logo voltou com duas canecas uma pro rapaz e uma pra ela. 

— Aqui.

— Obrigado. -disse pegando a caneca e analisando a porta.

— É muito difícil?

— Não é só fazer uns ajustes, parece que alguém bateu ela com força. Lembrou de ter batido quando Verônica tinha saído.

— Foi o vento.

—Sei. - disse ele um pouco desconfiado.

Samantha sorriu envergonhada.

— Vou me trocar, já desço, se precisar de alguma coisa, é só chamar. - disse ela em direção as escadas deixando a caneca na mesa.

— Claro senhorita. 

Sentiu ser observada ao subir as escadas era o chaveiro a olhando e dando um belo sorriso e voltando pro trabalho.

— Belo sorriso. - pensou e sorriu de si mesma.

Abriu seu armário cheio de roupas e optou por  um short e uma blusinha básica e logo desceu para ver como estava indo o chaveiro.

— Eae...

— Daniel - disse concentrado na porta.

— Eae Daniel, como está indo? 

— Estou quase acabando. - falou dando umas marteladas altas.

— Ok - a morena disse se afastando.

Quando virou uma imagem de uma loira com os cabelos atrapalhados apareceu perguntando aonde estava.

— Você está na minha casa Quinn, vem. - arrastou a amiga pra cozinha.

— Toma, café preto. 

— Como vim parar aqui? falou a loira tomando  um gole de café.

— Chegou bêbada ontem falando de uma tal de.. me deixa lembrar, Ah Alex, Alex vadia.

—Ah aquela vadia. AI. - reclamou a loira colocando a mão na cabeça. Como dói.

— Toma  umas aspirinas, vai melhorar. Samantha já estava acostumada com a bebedeira da amiga e já estava preparada.

— Sam, quem é aquela na porta?

— Não é ''aquela'' é ''aquele'' é o chaveiro.

— Se converteu Sam?

— Claro que não Quinn - revirou os olhos. — Ele veio trocar a fechadura. 

— Ele me acordou, grosso! - deu um grito e Samantha rezou para o rapaz não ter escutado.

— Quinn, pega minha venda la no quarto fecha a porta e deixa tudo escuro, fica lá para passa essa ressaca.

— Ta Sam - disse indo em direção as escadas.

— Espera toma água, é bom. 

A loira obedeceu e subiu. Samantha foi ver o chaveiro que estava guardando suas coisas para ir embora. 

— Já acabou? 

O rapaz se levantou com sua maleta e mais uma vez olhou Samantha dos pés a cabeça. 

—Sim, aqui suas novas chaves. 

— E quanto fica?

—Nada, Phill é meu amigo, não vou cobrar nada. 

— Ah obrigada - disse a morena estendendo a mão para o rapaz e o mesmo mudou o trajeto de sua mão para sua boca e deu um pequeno beijo na mesma, dando mais um de seus belos sorrisos e saiu. 

Eca!

Samantha fechou a porta e pensou no que iria fazer o resto desse sábado. 

—Caminhada ou malhar? Os pesos vão fazer barulho e Quinn fica uma pessoa estranha de ressaca, então. — Caminhada!

Pegou sua roupa de caminhada que por sorte estava na lavanderia, se trocou, pegou o ipod e saiu. Passou no estacionamento para ver seu porsche ou xodó como costumava dizer. Tudo certo com o carro foi caminhando até o central park. Intercalando caminhada com corrida foi observando as pessoas, animais, a natureza no meio da cidade, amava isso. Logo depois de fazer sua caminhada de pelo menos uma hora parou para conversar com seu tio Steve não era seu tio de sangue mas o considerava como, ela e eu irmão vinham sempre quando eram pequenos comprar pipoca com ele. 

— Olá tio Steve. -disse tirando os óculos escuros.

— Ah olá, Samantha, como está? 

— Vou bem, vou querer aquelas pipocas de sempre. - disse a morena.

— Claro as coloridas e com? - disse o homem esperando uma resposta que supostamente já sabia, mas fazia toda vez que Samantha aparecia por ali.

— Granulados coloridos! - respondeu parecendo uma criança.

— E como vai o Alan?

— Está bem, falarei com ele hoje mais tarde.

— Diga que mandei lembranças e obrigado por defender nosso país,  mas  como vai a vida querida, namoradas novas?- disse o homem brincalhão.

— Não tio steve, nenhuma. - sorriu um pouca desajeitada. 

—Ah mas você é uma ótima pessoa  Samantha logo conseguirá alguém, aposto que vai ser logo.

Porque que todos acham que preciso de uma namorada, pareço sei lá, carente? - pensou, mas respondeu. — Obrigada Steve, agora tenho que ir andando. deu o dinheiro pro homem. Vou ir comendo essas delicias - já com água na boca.

— Claro querida, volte mais vezes. 

—Voltarei Steve, obrigada. - acenou para o homem recebendo o aceno de volta.

Comeu as pipocas totalmente distraída com os pássaros que brigavam para conseguir uma pipoca de Samantha. A morena totalmente distraída com pássaros e pipocas não viu um ciclista na sua frente derrubando a pipoca propositalmente em sua blusa branca e saiu rindo de sua cara.

— Seu IDIOTA - deu um grito e todos olharam. 

— Ótimo estou colorida agora só me falta um broche de arco- íris e erguer a bandeira gay.

Resolveu voltar para a casa pois não ia fica ali com a  blusa toda suja e grudenta. 

Voltou pro apartamento e fechou a porta com força.

—Tenho que parar de bater a porta. 

Seguiu até até o quarto e Quinn ainda estava dormindo abriu a janela e a claridade entrou incomodando a loira e a mesma resmungando. 

—Sam, fecha -falou e cobriu a cabeça.

— Não Quinn hora de levantar, vai. - puxou o edredom e a amiga tirou a venda.

— Estou com fome. - disse olhando em volta e depois para a blusa de Samantha.

— Que blusa é essa? 

— Um idiota no parque derrubou pipoca em mim. - disse tirando a blusa e pegando outra dentro do armário. Quinn espreguiçou-se e  desceu com Samantha para procurar algo para comer, olharam na geladeira e armários e nada que as interessassem. 

— Tenho uma ideia- disse Quinn 

— Qual?

— Podemos pedir comida mexicana!

— Mexicana? nunca comi.

— É muito boa,Sam, tem que experimentar.

— Ok, liga pra eles.

— Alô é da comida mexicana? 

— Assim vão pensar que é trote.

— Xiu Sam, quero burritos. Dois, Sim...

Quinn passou o endereço e desligou. Samantha estava distraída na poltrona olhando pela janela.

— Sam? Obrigada por ter me deixado ficar aqui - Quinn chamou 

—Imagina Quinn - disse ela sem tirar os olhos da distração da janela.

—Sam?

—Oi?

— Oque está sentindo? A única coisa que me lembro ontem depois de ter chegado aqui é de ter perguntado se você estava chorando, Estava chorando? 

— Nada de mais. - por um momento tirou os olhos da janela

— Tem certeza? 

— Tenho - disse levantando da poltrona. 

— Oque ta está passando na tv? - disse tentando mudar de assunto.

— Veja se está passando alguma série. 

— Ok . E Quinn veio pro sofá com biscoitos na mãos, recebendo olhar de desaprovação da morena. 

— Sam só para você saber que pode contar comigo ok?

— Ok Quinn, obrigada.

— Olha ta passando aquela série de zumbi, Amo coisas com zumbi. - disse a loira empolgada.

Logo a comida chegou, as duas comeram os burritos e Quinn resolveu ir embora porque tinha coisas da empresa para resolver. Levou a amiga até a porta e se despediu. 

— Até mais Quinn

— Tchau Sam, obrigada e se cuida - disse a amiga que recebeu um abraço.

—Imagina Quinn, Tchau.

Entrou, preparou um chá e foi com a caneca para a poltrona pensar. Porque esse sentimento se tenho uma amiga, uma amiga é boa coisa não é? pelo menos uma, preciso de mais alguma coisa, me falta algo? Tenho um emprego bom agora, não preciso mais de nada, ou preciso? 

Primmmmmmmm Primmmmmmmmm