Daily Planet – 19:00hrs

E mais uma vez pudemos contar com sua destreza e coragem em ajudar a raça que lhe acolheu. Troca de favores? Não. Superman não tem um coração de aço como ele.

Esse era o último parágrafo de um dos textos que escrevia durante o começo de noite no DP.

Ela sentiu uma rajada de vento e suspirou seu Superman estava ali.

- Não deveria deixar a janela aberta. É perigoso. – ele falou ameno apoiando-se na mesa dela. Ao seu lado.

- Estamos no 49º andar Clark. – ela revirou os olhos.

Ele a encarou.

- Você inventou o nome e esquece-se dele?! Que feio Srta. Lane. – ele brincou. – mas, por que deixa a janela aberta. Não era você quem dizia que o melhor vento provém do ar-condicionado?

Mais uma vez ela rolou os olhos.

- Deixo aberta, caso você queira entrar. E derrubar meus papeis no chão. – ela encarou o amontoado de papéis ao seu lado.

Num milésimo de segundo estava tudo em sua mesa, organizadamente. Ela notou também, em ordem alfabética.

- Na ordem alfabética essa é nova! – zombou a ruiva.

Os dois compartilharam uma risada.

- O que está escrevendo? – ele indagou ficando atrás da cadeira dela. E apoiando as mãos na mesa.

- Um artigo sobre você.

- Uns artigos.  – ele corrigiu vendo as pastas minimizadas na tela do computador.

- Nunca acho que nada que escrevo sobre você é suficiente, sabe? Você é tão perfeito, tão... grandioso. Sempre falta algo mais entende?

- Esse “algo mais”  talvez provenha do nosso relacionamento, mas não deixe que influa em suas matérias. Aja como se não me conhecesse.

- Impossível. – ela levantou-se da cadeira e caminhou até ele que estava do ouro lado da sala.

Parou poucos centímetros distante e ele vaio de encontro à sua amada.

Ele tocou seus lábios docemente. Pela primeira vez ela o sentiu frio. Era como se aquele beijo fosse um adeus. Não houve as mãos dele em sua cintura ou ele flutuar com ela nos braços. Aquele ali não era seu Superman.

- Clark... – ela sussurrou quebrando o beijo. – por que está frio hoje?

- Lois eu... – ele continuaria, mas ouviu um pedido de socorro e voou pra longe dali.

A ruiva o esperaria, mas algo a puxou de volta pra casa. Ela adormeceu em meio aos livros em sua cama.

Mas, quando sentiu a rajada familiar remexeu-se. A ligação deles era bem mais que algo de momento, ou simplesmente carnal. E ele sentia isso se esvaindo.